segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

WILD IS THE WIND - NINA SIMONE (Nova Iorque, 1964)

 


Letra

Love me, love me, love me, love meSay you doLet me fly awayWith youFor my love is likeThe windAnd wild is the windWild is the wind
Give me moreThan one caressSatisfy thisHungrinessLet the windBlow through your heartFor wild is the windWild is the wind
YouTouch meI hear the soundOf mandolinsYouKiss meWith your kissMy life beginsYou're spring to meAll thingsTo me
Don't you know you'reLife itself
Like a leaf clingsTo the treeOh my darling,Cling to meFor we're like creaturesOf the windWild is the windWild is the wind
YouTouch meI hear the soundOf mandolinsYouKiss meWith your kissMy life beginsYou're spring to meAll thingsTo me
Don't you know you'reLife itself
Like a leaf clingsTo the treeOh my darling,Cling to meFor we're like creaturesIn the windAnd wild is the windWild is the wind
Wild is the windWild is the windWild is the wind

(Autores:  Dimitri Tiomkin e Ned Washington)
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Esta composição foi realizada para o filme com o mesmo nome, de 1957. Anna Magnani e Anthony Quinn eram os principais atores. Johnny Mathis é o primeiro interprete desta canção, que fez um duradouro sucesso (célebres intérpretes foram Nina Simone, David Bowie, etc.). A interpretação de Mathis mereceu-lhe um Óscar em 1958 pela melhor intervenção musical num filme.

GRACIAS A LA VIDA [Mercedes Sosa e Joan Baez, ao vivo]


 Violeta Parra compôs e gravou esta canção pouco tempo antes de se suicidar. É uma canção de gratidão por aquilo que a vida lhe trouxe. É a mais célebre cantora-autora do Chile e talvez da América Latina. Ela trabalhou a fundo, pesquisou e reapropriou a música popular. Seu legado está vivo em muitos corações, apesar de ter saído desta vida em 1967.

Mercedes Sosa e Joan Baez são herdeiras, em parte, da tradição iniciada por Violeta Parra.

Letra:
Gracias a la vidaQue me ha dado tantoMe dio dos lucerosQue cuando los abroPerfecto distingoLo negro del blancoY en el alto cieloSu fondo estrelladoY en las multitudesEl hombre que yo amo
Gracias a la vidaQue me ha dado tantoMe ha dado el oídoQue en todo su anchoGraba noche y díaGrillos y canariosMartillos, turbinasLadridos, chubascosY la voz tan tiernaDe mi bien amado
Gracias a la vidaQue me ha dado tantoMe ha dado el sonidoY el abecedarioCon él las palabrasQue pienso y declaroMadre, amigo, hermanoY luz alumbrandoLa ruta del almaDel que estoy amando
Gracias a la vidaQue me ha dado tantoMe dio el corazónQue agita su marcoCuando miro el frutoDel cerebro humanoCuando miro al buenoTan lejos del maloCuando miro al fondoDe tus ojos claros
Gracias a la vidaQue me ha dado tantoMe ha dado la marchaDe mis pies cansadosCon ellos anduveCiudades y charcosPlayas y desiertosMontañas y llanosY la casa tuyaTu calle y tu patio
Gracias a la vidaQue me ha dado tantoMe ha dado la risaY me ha dado el llantoAsí yo distingoDicha de quebrantoLos dos materialesQue forman mi cantoY el canto de ustedesQue es mi mismo cantoY el canto de todosQue es mi propio cantoGracias a la vidaGracias a la vidaGracias a la vidaGracias a la vida

EVOCAÇÃO [OBRAS DE MANUEL BANET]

Livre como o vento
Aquele movimento
Ondulando e correndo
Pela praia até ao mar

Corpo espairecido
Em força e graça
Quebrando as ondas
De espuma branca

Lábios tremendo 
Num rosto molhado
E um sorriso
Não ensaiado

Não pensámos então
Que abraços e beijos
Estavam na orla
Da nossa ilusão

Soubéssemos isso
E que jeito teria?
Tudo o que fomos
Seria varrido

Pelo vento insolente
Ao unir dor e prazer
No breve tempo 
Que me prende

Do vento, não temo
Mais o seu uivar
Nem das ondas 
Seu rouco bramido

Afinal vento e mar
Cantam-me ao ouvido  
A mesma canção
Que tu escutavas



 

domingo, 12 de fevereiro de 2023

[Seymour Hersh] GASODUTOS NORDSTREAM FORAM SABOTADOS POR ORDEM DO PRESIDENTE DOS EUA

 


No vídeo acima, pode-se escutar* o jornalista de «Geopolitical Economical Report» Ben Norton, detalhando o conteúdo do artigo de Seymour Hersh 

(* para melhor compreensão pode acionar as legendas automáticas, em inglês)

Seymour Hersh é um jornalista que ganhou o prémio Pulitzer e que há uns dias atrás publicou em Substack (para escapar a censura dos media corporativos), uma reportagem de investigação, que esclarece - para além de qualquer dúvida - como foi a sabotagem dos gasodutos Nordstream que abasteciam a Alemanha em gás russo. Seymour obteve testemunho de dentro sobre como a administração Biden aprovou a operação da CIA, que utilizou explosivos e mergulhadores da Marinha de guerra dos EUA, com a ajuda da Noruega (membro da OTAN)

Leia o artigo de Seymour Hersh: https://seymourhersh.substack.com/p/h... Mais fontes e informações aqui: https://geopoliticaleconomy.com/2023/... Reportagem de Outubro do site Geopoliticaleconomy em Outubro - "Who sabotaged Nord Stream pipelines? US boasts ‘tremendous opportunity’ to weaken Russia. CIA knew": https://geopoliticaleconomy.com/2022/... Os EUA são agora o principal exportador de LNG (gás liquefeito) mundial enquanto a Europa boicota o gás russo, mais barato: https://geopoliticaleconomy.com/2023/... || Geopolitical Economy Report || Please consider supporting us at https://GeopoliticalEconomy.com/Support Patreon: https://Patreon.com/GeopoliticalEconomy Podcast: https://Soundcloud.com/GeopoliticalEc... Newsletter: https://GeopoliticalEconomy.Substack.com

ANONIMATO

 É uma bênção estar-se completamente anónimo numa grande cidade. Tudo o que faças estará apenas contigo, ninguém para controlar o que fazes ou deixas de fazer, ninguém para julgar o teu comportamento.

Os romanos reconheciam esta situação e designavam-na como aurea mediocritas. Aqui, o termo «mediocritas» deve ser entendido como antónimo de celebridade. 

A necessidade de certas pessoas se fazerem «apreciar», de fazerem o seu show, tem muito de fútil. Raramente terá a ver com a necessidade genuína de exprimir os seus dotes de ator/atriz ou doutra profissão do espetáculo, que reclame uma óbvia visibilidade. 

Geralmente, retomando e invertendo o sentido do provérbio romano, os exibicionistas são medíocres que se fazem pagar a peso de ouro, nalguns casos, mas quase sempre, trata-se de ouro falso, de lantejoulas e pechisbeque.

A necessidade de certas pessoas se tornarem célebres transforma-se em obsessão patológica, pois deixam-se arrastar a fazer disparates, ou mesmo crimes, só para dar nas vistas. 

Eu prefiro viver discretamente; não será no anonimato, stricto sensu. É claro que tenho familiares, amigos, conhecidos, vizinhos: são pessoas que me conhecem, da forma mais profunda ou da mais superficial. Nisto, sou igual a tantos outros. 

Não abdico, porém, da minha personalidade o que, aliás, se me afigura quase impossível de acontecer. Mas, não estou sujeito à presença de olhares inquisidores, de ser chamado na rua por um desconhecido, de forma amistosa ou insultuosa. Isso é como perder-se o pouco que nos resta de  liberdade.

O meu anonimato, é não ter que me preocupar a cada instante onde me levam meus passos, se aquilo que digo não será ofensivo para alguns, se não será  transmitido ao universo dos meus inimigos.

Numa grande cidade, sozinho ou na companhia da pessoa que se ama, pode ser agradável vaguear, visitar monumentos, ir a um espetáculo, comer num restaurante. 

Mas, esse prazer é proibido às stars do cinema, da política, do desporto. Talvez os maravilhe, no início, serem apontados a dedo e cumprimentados na rua por anónimos admiradores. Creio que esta sensação desaparece quando a mera presença da «star» no espaço público, desencadeia reações inoportunas de certas pessoas, que podem ir até ao assédio. 

A celebridade depois de se morrer, não me incomoda, mas não creio sequer que seja sempre um bem: Se a memória de alguém importa, então as biografias lendárias, com invenções disparatadas, que certos literatos farão para fazer subir o peso post mortem do escritor ou artista biografado, não é bonito de se ver. Quem está morto, não se pode defender de insinuações torpes, ou de histórias completamente falsas e nada correspondentes ao seu modo de ser, quando em vida.

As  pessoas que, depois de célebres, fazem «como sempre fizeram», se comportam como sempre se comportaram antes ... essas, não as conheço, serão raríssimas. Se existem, aposto que sua indiferença perante as luzes da ribalta seja apenas um truque, uma pose, que tenham de compor a personagem como no teatro ou num filme. Estão a representar o papel de quem não se sente incomodado com os olhares e dizeres dos outros.

Os típicos ocidentais, embora possa encontrar-se padrões semelhantes ou análogos noutras paragens, estão tomados pelas figuras do herói, do santo, do génio, do indivíduo com carisma. Mas, isto faz parte do teatro das coisas. O que eles estão a tentar exprimir, é que tais personagens são - supostamente - mesmo assim. Portanto, eles devem ser adorados, obedecidos, venerados. 

Como eu não pretendo nada disso, como estou bem comigo próprio, não dominando, nem influenciando ninguém, não me sinto compelido a chamar a atenção sobre mim. 

Isto não quer dizer que não exerça as minhas qualidades, que não ponha em prática os meus talentos. Eu faço o que me apetece, sem aquela ideia doentia, de me perguntar sempre se agradarei aos outros. 

Se este escrito foi realmente interessante para ti, ainda bem. Se achas que não vale a atenção prestada ao lê-lo, deita-o para o caixote de lixo, é assim que eu faço com certos escritos dos outros!




sábado, 11 de fevereiro de 2023

A DESDOLARIZAÇÃO ACELERA-SE

Segundo as últimas notícias, veiculadas por Pepe Escobar, os sistemas de pagamento bancário do Irão e da Rússia estarão em direta interação, em breve, formando uma plataforma imune às intervenções de guerra económica, que os EUA - pretensos «donos do mundo» - quiseram impor.  

Outro sinal claro de desdolarização, é o acordo firmado entre o Banco central da China  e o do Brasil: Estas instituições assinaram um memorando de cooperação permitindo a utilização do RMB (renminbi, o «dinheiro do povo» ou yuan). Isto vai fazer com que avancem significativamente e na prática, os acordos de investimento e cooperação. Mais um passo para a internacionalização do RMB, com a diminuição correlativa da fatia de trocas comerciais efetuadas em dólares.

Como eu tenho afirmado aqui, nestas páginas, o processo da guerra global que podemos chamar a IIIª Guerra Mundial, ocorre em vários planos, desde a parte propriamente militar, até À RÁPIDA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM MONETÁRIA, ENTRE OS PAÍSES NÃO TOTALMENTE DEPENDENTES DOS EUA. Note-se, que isto inclui países como a Arábia Saudita e as monarquias do Golfo.

Mesmo países com fortes laços com os EUA, como a Coreia do Sul, são obrigados - em função do contexto global no qual estão inseridos - a não alinharem com os EUA no que toca às sanções, pois isso iria afetar diretamente a sua indústria. 

Não me surpreendem nada estes desenvolvimentos, tenho escrito sobre eles, em várias ocasiões. O que me surpreende é miopia dos poderosos, desde banqueiros até aos generais que, no centro do dispositivo imperial, dispõem de todas as informações e podem fazer uma avaliação realista da situação que eles próprios criaram. Não acredito que eles tenham uma ideia clara do que têm estado fazer. 

De facto, têm estado a dar múltiplos tiros pela culatra (ou no pé). Penso que perceberam já a acumulação de erros estratégicos, que têm levado o Império do Dólar à situação presente. Acredito que, perante este panorama, decidiram fazer «como se», perante as massas dos países que controlam, a começar pelos próprios cidadãos americanos. 

Os povos do chamado «Ocidente» têm sido  sujeitos a uma dose de propaganda impressionante. Alguém que acredite integralmente na paisagem política, económica e militar que é veiculada pela  media  ocidental, é como se estivesse num universo paralelo. Haverá alguns ainda sob essa ilusão, mas muitos outros, embora já tenham descolado do tecido de mentiras propalado pelas fontes nas quais confiavam, estão ainda desprovidos de instrumentos conceptuais para perceberem realmente o que se está a passar.  

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

ROGER WATERS: UM DISCURSO MEMORÁVEL PERANTE A ASSEMBLEIA DAS NAÇÕES UNIDAS




 Roger Waters, um dos fundadores da celebérrima banda rock dos anos 70, Pink Floyd, tem um discurso perfeitamente maduro, perfeitamente em sintonia com o pacifismo e humanismo. Não é diferente da minha posição. Digo isto com toda a tranquilidade, pois esta foi a minha posição desde o início da invasão. 
O princípio da ONU inclui a proteção das populações e aqui registo a enorme frustração que eu e todos os pacifistas experimentam neste ano, pelo apagado desempenho da ONU, ao arrepio dos seus princípios e cedendo perante os grandes poderes, as forças que dominam o mundo. Hoje em dia, a anulação dos direitos humanos fundamentais é utilizada como uma espécie de arma de arremesso de propaganda. Mas, os que o fazem, são desmascarados pelas suas próprias ações ou ausência de ações!
Não se justifica, em nome da humanidade, continuar com esta guerra!
Poderes do mundo, acabem com esta guerra agora! Paz Agora!