Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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domingo, 12 de fevereiro de 2023

[Seymour Hersh] GASODUTOS NORDSTREAM FORAM SABOTADOS POR ORDEM DO PRESIDENTE DOS EUA

 


No vídeo acima, pode-se escutar* o jornalista de «Geopolitical Economical Report» Ben Norton, detalhando o conteúdo do artigo de Seymour Hersh 

(* para melhor compreensão pode acionar as legendas automáticas, em inglês)

Seymour Hersh é um jornalista que ganhou o prémio Pulitzer e que há uns dias atrás publicou em Substack (para escapar a censura dos media corporativos), uma reportagem de investigação, que esclarece - para além de qualquer dúvida - como foi a sabotagem dos gasodutos Nordstream que abasteciam a Alemanha em gás russo. Seymour obteve testemunho de dentro sobre como a administração Biden aprovou a operação da CIA, que utilizou explosivos e mergulhadores da Marinha de guerra dos EUA, com a ajuda da Noruega (membro da OTAN)

Leia o artigo de Seymour Hersh: https://seymourhersh.substack.com/p/h... Mais fontes e informações aqui: https://geopoliticaleconomy.com/2023/... Reportagem de Outubro do site Geopoliticaleconomy em Outubro - "Who sabotaged Nord Stream pipelines? US boasts ‘tremendous opportunity’ to weaken Russia. CIA knew": https://geopoliticaleconomy.com/2022/... Os EUA são agora o principal exportador de LNG (gás liquefeito) mundial enquanto a Europa boicota o gás russo, mais barato: https://geopoliticaleconomy.com/2023/... || Geopolitical Economy Report || Please consider supporting us at https://GeopoliticalEconomy.com/Support Patreon: https://Patreon.com/GeopoliticalEconomy Podcast: https://Soundcloud.com/GeopoliticalEc... Newsletter: https://GeopoliticalEconomy.Substack.com

sexta-feira, 24 de julho de 2020

A ERA DAS GUERRAS HÍBRIDAS E O SEU SIGNIFICADO



Uma potência, os EUA, manteve-se de pé, após o colapso da sua opositora, a URSS, numa guerra «fria» (com muitos episódios «quentes»). Porém, começou também a entrar em colapso, agora. Entrou-se na era da dita « Guerra Híbrida».

Com efeito, os EUA aperceberam-se de que não podiam ganhar uma guerra convencional, mesmo com inimigos muito mais fracos do que eles. 
Como classificar, senão como fiasco, os quase vinte anos de ocupação do Afeganistão, em que os insurrectos Taliban dominam largamente províncias inteiras e estão, há anos, a negociar directamente (contra a vontade dos EUA) com os fantoches do governo «legítimo», instalados e mantidos por Washington? 
E como classificar o fiasco do Iraque, 17 anos depois da mortífera campanha destruidora, não apenas das capacidades militares, como da própria sociedade, do próprio tecido social? - Neste Iraque, a dinâmica vai no sentido de uma rejeição da tutela americana, de uma aproximação ao Irão (o arque-inimigo dos EUA) e de uma impossibilidade real de manutenção, no longo prazo, das numerosas bases militares americanas, mantidas para exercer pressão sobre os vizinhos (Irão, Rússia...) 
As guerras planeadas pelo Pentágono estão desenhadas, não para um triunfo rápido, mas para causar um máximo dano a toda a  sociedade, para fazer daqueles Estados, «Estados falidos». 
- Veja-se o exemplo da Líbia e da quase década de  guerra civil, que está a destroçar os restos dum país, outrora orgulhoso do nível de bem-estar da sua população, na era de Muammar al-Gaddafi... 

As constantes provocações dos EUA contra a República Popular da China, nos Mares do Sul da China, pela sua marinha de guerra, a guerra secreta e psicológica das suas agências de «inteligência» e todo o cortejo de sanções económicas (unilaterais; são, portanto, definidas pela ONU, como actos de guerra), fazem parte da guerra híbrida. Esta, tem sido levada a cabo constantemente por Washington, inaugurada pelo «pivot para a Ásia» de Obama e prosseguida pela administração Trump, embora sob controlo do «Estado Profundo». 
A fraqueza da administração Trump, em relação à política interna dos EUA, impediu que ele levasse a cabo plenamente o seu programa, de centrar a produção dos EUA no seu próprio solo e pondo um termo às guerras e às operações de «manutenção de paz» do Império.
Este  programa entrava em colisão frontal com os interesses da órbita financeira global, da oligarquia que domina, não apenas os mercados, como a política de Washington e das administrações que se vão sucedendo, entre presidentes republicanos ou democratas.

Um Estado em deliquescência, como venho avisando, é muito mais perigoso para a Paz, sobretudo, dado que está numa posição cimeira, como potência militar e como beneficiário dum sistema monetário internacional em crise mas, ainda assim, completamente distorcido para favorecer uma e só uma nação («exorbitante privilégio», como o designou Giscard D'Estaing ).

Qualquer incidente que surja nos mares da China, entre as frotas dos EUA e da R.P.C. será sempre uma ameaça de guerra muito séria. Se a China tivesse um comportamento análogo aos americanos, como o de patrulhar constantemente zonas costeiras do Golfo do México, roçando águas territoriais dos EUA, tal seria visto como intolerável provocação belicosa chinesa, em relação aos EUA.  
Pois, é exactamente o que acontece de forma inversa. Tanto mais,  que os EUA não têm absolutamente nenhuma reivindicação de águas territoriais nessa zona do globo. São, no entanto, causadores de instabilidade permanente, dificultando que a China, o Vietname, as Filipinas, a Indonésia (e outros), encontrem uma resolução negociada, pacífica, das suas divergências em relação à soberania de águas e ilhéus desse Mar.
O perigo que representa o comportamento agressivo dos EUA em relação a seus concorrentes, mostra que deixou de desempenhar o papel de uma «potência tutelar mundial» e que não aspira senão a manter a primazia (a hegemonia) a todo o custo, quaisquer que sejam as consequências, quer para os povos e nações com as quais se confronta, quer em relação à sua própria população.

Com efeito, uma potência mundial que se «respeite a si própria», auto-designada como «nação indispensável», nunca por nunca poderia dar mostras de incapacidade em gerir satisfatoriamente aspectos básicos da vida em comum, desde o combate à epidemia de Covid-19, até à resolução dos problemas profundos de desigualdade e de racismo. 
O mínimo da decência e bom senso, seria, perante as circunstâncias presentes, colocar entre parêntesis as suas ambições imperiais e mostrar uma face mais cooperativa ou, pelo menos, conciliatória com outras nações, para melhor enfrentar problemas mundiais na saúde, entre outros. 
Mas, isto seria não ter em conta o controlo férreo que os neoconservadores (neocons) possuem, em várias esferas do poder de Estado, em especial, na esfera da defesa e das relações internacionais. 
Se houver um agravamento da situação mundial, em especial com um aumento de nível do conflito dos EUA com a China, quem ganha com isso? 
A resposta parece-me que se deve encontrar na guerra interna (dentro do campo capitalista) entre globalistas e nacionalistas. 
Os nacionalistas (nos EUA) querem ver-se livres da herança de intervencionismo, de envolvimento do seu país nos mais diversos cenários internacionais. Querem reconstruir o tecido industrial, destruído pela oligarquia globalista, que exportou a capacidade industrial para países como a China e outros, assim obtendo, no curto prazo, astronómicos lucros derivados da exploração da mão-de-obra desses países, dez vezes (ou mais!) mais barata,  em comparação aos salários da mão-de-obra estadounidense. 
Os globalistas fazem tudo para sabotar a política de Trump, quando esta se orienta na direcção da retirada de cenários de guerra e de ocupação. Eles só ficarão satisfeitos se o expulsarem do poder, pondo lá alguém (Biden) que seja totalmente dócil aos seus propósitos.
Num ou noutro caso, o mundo não tem a ganhar com o triunfo, de uma ou outra facção. 

O único resultado positivo, para o mundo de hoje, seria uma perda efectiva e irreversível da hegemonia dos EUA, das suas classes políticas e empresariais. Sem isso, não é provável que jamais elas aceitem «jogar o jogo», como sendo mais uma nação entre outras; por outras palavras, serem actores num mundo multipolar. 
Não é certo de que tal mundo multipolar seja menos perigoso, nem relativamente mais justo, que o actual. 
Porém, é impossível a manutenção de uma situação de  hegemonia mundial, como desejam os neocons dos EUA. O mundo compreendeu isso; a cidadania americana está a despertar para esta realidade. A oligarquia americana terá de render-se à evidência ou ... será atirada para do caixote de lixo da História.



quinta-feira, 5 de setembro de 2019

OS PROGRAMAS DE GUERRA QUÍMICA E BIOLÓGICA DOS EUA



Resultado de imagem para pictures of Biological Warfare Research
  [ Este artigo consiste, essencialmente, numa cronologia. Infelizmente, ela pára antes do final do século XX. No entanto, os que verdadeiramente quiserem saber os desenvolvimentos posteriores poderão aqui encontrar um ponto de partida. Note-se que muitos destes dados são completamente ignorados pelo grande público. Por outro lado, foram-se acumulando dados sobre infracções e foram adicionadas mais evidências nos cerca de vinte anos, desde que foi publicada esta lista*]  
Pergunta -- A operação «Drop Kick» foi uma operação real realizada pelo governo dos EUA e, assim sendo, será que existem outros exemplos do governo proceder a experiências com civis?

Clyde Francis Habeck respondeu em Fevereiro de 2019:
Eis uma lista, interessante e assustadora - devo dizer, para minha protecção – de alegadas acções tomadas pelo governo «Do Povo, Pelo Povo e Para o Povo». Interessante, duma maneira macabra e assustadora, porque quase todas as experiências, senão todas, foram completamente legais.

TÍTULO 50 – GUERRA E DEFESA NACIONAL
CAPÍTULO 32 – PROGRAMA DE ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DOS EUA
Sec. 1520. Utilização de sujeitos humanos para experimentação de agentes químicos ou biológicos pelo Departamento da Defesa; reportadas às Comissões do Congresso no que respeita a experimentações e estudos; notificações dos agentes civis locais
(a) No mais tardar, trinta dias depois da aprovação final dentro do Departamento da Defesa, dos planos de qualquer experimentação ou estudo a ser conduzido pelo Departamento da Defesa, quer directamente, quer sob contrato, envolvendo a utilização de seres humanos para testar agentes químicos ou biológicos, o Secretário da Defesa irá fornecer às Comissões dos Serviços Armados do Senado e da Assembleia dos Representantes, uma relação detalhada de tais planos para experiência ou estudo e essa mesma experiência ou estudo só poderá  ser conduzido depois de passar um prazo de trinta dias, a começar pela data em que esse relatório é recebido pelas referidas comissões. 
(b)
(1) O Secretário da Defesa não poderá coordenar quaisquer testes ou experiências envolvendo a utilização de qualquer agente químico ou biológico em populações civis, a não ser que as autoridades civis da área onde o teste ou experiência vai ser conduzida sejam notificadas de antemão de tal teste ou experiência, e esta apenas poderá ser levada a cabo depois de expirado o período de trinta dias, começando pela data da notificação respectiva.
(2) O parágrafo (1) aplica-se a testes e experiências conduzidos por pessoal do Departamento de Defesa e a experiências conduzidas em nome do Departamento da Defesa, por contratantes.
Note-se que não é requerida uma autorização, apenas a aprovação do Departamento de Defesa. Note-se, também que, “a não ser que as autoridades civis da área onde o teste ou experiência vai ser conduzida sejam notificadas de antemão"... não dá definição do que constitui «autoridades civis» ou «da área». Governador, presidente do município, amigos do Departamento da Defesa?


1931 O Dr. Cornelius Rhoads, sob a protecção do Instituto Rockefeller  para a Investigação Médica, infecta seres humanos com células cancerígenas. Mais tarde, estará na origem da criação dos laboratórios para a Guerra Biológica do Exército dos EUA em Maryland, no Utah e no Panamá e é nomeado para a Comissão de Energia Atómica dos EUA. Enquanto permanece neste posto, inicia uma série de experiências com exposição a radiação em soldados e pacientes hospitalares civis.

1932 Inicia-se o Estudo Tuskegee sobre sífilis. 200 homens negros diagnosticados com sífilis, não lhes é nunca revelado o diagnóstico da doença, sendo-lhes negado tratamento da mesma, são usados como cobaias humanas para seguir a progressão dos sintomas da doença. Eles acabam todos por morrer de sífilis e as suas famílias nunca foram informadas de que poderiam ter sido tratados.

1935 O Incidente da Pelagra. Após milhões de mortes de pelagra, no intervalo de duas décadas, o Serviço de Saúde Pública dos EUA, FINALMENTE, ACTIVA-SE para enfrentar a doença. O Director deste serviço admite que tinha conhecimento, pelo menos há vinte anos, de que esta doença, a pelagra,  é causada  por uma deficiência em niacina. Mas não agiu, visto que a maior parte das mortes ocorria em populações negras afectadas pela pobreza.

1940 Quatrocentos presos em Chicago são infectados com malária para estudar os efeitos de novas drogas em experiência para combate à doença. Mais tarde, médicos nazis, durante o julgamento de Nuremberga, citam este estudo americano para defender as suas próprias acções durante o Holocausto.

1942 Os Serviços de Guerra Química iniciam experiências com gás mostarda sobre cerca de  4 mil soldados. As experiências continuam até 1945 e utilizaram membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia que escolheram servir de cobaias humanas, em vez de prestar serviço militar como combatentes.

1943 Em resposta ao programa em pleno desenvolvimento de guerra com micróbios, efectuado pelos japoneses, os EUA iniciam investigações com armas biológicas em Fort Detrick, MD.

1944 A Marinha dos EUA utiliza seres humanos para testar máscaras de gás e roupa. Os indivíduos eram trancados numa câmara com gás e expostos ao gás mostarda e a lewisita (gás tóxico).

1945 Inicia-se o Projecto «Paperclip». O Departamento de Estado dos EUA, os serviços de espionagem militares e a CIA recrutam cientistas nazis, oferecendo-lhe imunidade e identidades forjadas, em troca de trabalho para programas secretos do governo dos EUA.

1945 O "Programa F": é empreendido este programa, pela Comissão da Energia Atómica (AEC). O mesmo consiste num estudo muito extenso sobre os efeitos do fluoreto na saúde, um componente químico chave na produção da bomba nuclear. Sendo um dos químicos mais tóxicos para o Homem, causa efeitos marcados no sistema nervoso central, mas grande parte da informação é suprimida em nome da segurança nacional, porque se temiam processos que viessem comprometer a produção das bombas atómicas.

1946 Nos hospitais de Veteranos do Exército, os pacientes são usados como cobaias para experiências médicas. A fim de eliminar suspeitas, foi dada a ordem de substituir a palavra «experiências» por «investigações» ou «observações», sempre que sejam comunicados estudos médicos realizados num desses hospitais de veteranos.

1947 O Coronel E.E. Kirkpatrick, da Comissão de Energia Atómica dos EUA, produz um documento secreto (Documento 07075001, de 8 de Janeiro 1947 https://ahrp.org/1947-u-s-atomic-energy-commission-begins-radioactive-experiments-on-human-subjects/) que afirma que a agência irá começar a administrar doses intravenosas de substâncias radioactivas em seres humanos.

1947 A CIA inicia o estudo do LSD enquanto arma potencial para ser usada pela espionagem americana. Nele, são usados seres humanos (tanto civis, como militares) com e sem o seu conhecimento.

1950 O Departamento da Defesa começa a fazer detonar armas nucleares em áreas desérticas e a controlar as pessoas que residem no trajecto dos ventos, em relação a problemas médicos e a taxas de mortalidade.

1950 Numa experiência destinada a determinar em que grau uma cidade americana seria susceptível a um ataque biológico, a Marinha dos EUA lança uma nuvem de bactérias sobre San Francisco a partir de um navio. Aparelhos de detecção estão distribuídos pela cidade, para testar a extensão da infecção. Muitos residentes adoecem com sintomas de doença semelhantes a pneumonia.

1951 O Departamento da Defesa inicia testes ao ar livre, usando bactérias e vírus patogénicos. Os testes duram até 1969 e existe o receio de que as pessoas a residir nas zonas limítrofes possam ter ficado expostas. 

1953 Os militares dos EUA espalham nuvens de gás de sulfureto de cádmio e zinco sobre Winnipeg, St. Louis, Minneapolis, Fort Wayne, Monocacy River Valley no Maryland, e Leesburg, Virginia. O seu propósito é determinar a eficiência com que poderão dispersar agentes químicos.

1953 São efectuadas experiências conjuntas do Exército, da Marinha e da CIA, pelas quais dezenas de milhares de pessoas, em Nova Iorque e San Francisco, são expostas a micróbios Serratia marcescens Bacillus glogigii lançados na atmosfera.

1953 A CIA inicia o Projecto MKULTRA. É um programa de investigação desenvolvido durante onze anos e concebido para produzir e testar drogas e agentes biológicos que pudessem ser usados no controlo da mente e na modificação do comportamento humano. Seis dos projetos subordinados implicavam testar estas substâncias em seres humanos, sem o seu conhecimento.

1955 Numa experiência para testar a capacidade de infectar populações humanas com agentes biológicos, a CIA liberta bactérias na baía de Tampa (Florida), retiradas do arsenal de armas biológicas.

1955 O Army Chemical Corps continua a investigação com LSD, estudando o seu uso potencial como agente incapacitante. Mais de 1.000 americanos participam nos testes que continuam até 1958.

1956  Os militares dos EUA libertam mosquitos infectados com o agente da febre amarela em zonas por cima de Savannah, Ga e Avon Park, Fl. Após cada teste, agentes do exército disfarçados de funcionários de saúde pública estudam os efeitos nas vítimas.

1958 O LSD é testado em 95 voluntários, nos Laboratórios da Guerra Química do Exército, para estudo dos seus efeitos sobre a inteligência.

1960 O Chefe Adjunto do Estado-Maior  autoriza testes de campo com LSD, na Europa e no Extremo Oriente. Na Europa, os testes têm o nome de código THIRD CHANCE; os destinados à população asiática, têm o nome de código de DERBY HAT.

1965 A CIA e o Departamento da Defesa iniciam o Projecto MKSEARCH, um programa para desenvolver a capacidade de manipulação do comportamento humano, através de drogas psicotrópicas.

1965 Os prisoneiros  detidos na  Holmesburg State Prison, em  Filadélfia, são sujeitos à dioxina, uma substância química muito tóxica, que faz parte do Agente Laranja usado no Vietname. Os homens são depois estudados em relação ao desenvolvimento de cancros, o que indica que se suspeitava que o Agente Laranja era tido como agente carcinogénico, desde essa época. 

1966 A CIA inicia o projecto MKOFTEN, um programa para testar o efeito toxicológico de certas drogas nos seres humanos e nos animais.

1966 O exército dos EUA distribui por toda a rede de metro da cidade de Nova Iorque o Bacillus subtilis, variante niger. Mais de um milhão de civis ficam expostos, quando os cientistas militares deixam cair lâmpadas com bactérias, dentro dos sistemas de ventilação.

1967 A CIA e o Departamento de Defesa iniciam o projecto MKNAOMI, sucessor do MKULTRA e destinado a manter, armazenar e testar armas biológicas e químicas.

1968  A CIA faz experiências sobre a possibilidade de envenenar a água potável, injectando substâncias químicas no abastecimento de água do FDA  [Food and Drug Administration] em Washington, D.C.

1969 O Dr. Robert MacMahan, do Departamento da Defesa requer ao Congresso 10 milhões de dólares para desenvolver, no prazo de 5 a 10 anos, um agente biológico sintético para o qual não exista imunidade.

1970 O financiamento para o agente biológico sintético é obtido sob a referência H.R. 15090. O projecto, sob supervisão da CIA é levado a cabo pela Divisão de Operações Especiais em Fort Detrick, o laboratório «top secret» do exército para as armas biológicas. Especula-se que teriam sido usadas técnicas de biologia molecular para produzir um retro-vírus do tipo HIV. 

1970 Os Estados Unidos intensificam o seu desenvolvimento de «armas étnicas» (Military Review, Nov., 1970), concebidas para atingir de modo selectivo e eliminar determinados grupos étnicos que sejam susceptíveis devido a diferenças genéticas e variações no seu ADN.
1975 A secção de vírus do Centro de Fort Detrick para a Guerra Biológica é rebaptizada como Centro Fredrick de Investigação em Cancro e colocada sob a supervisão do National Cancer Institute (NCI) . É aqui que o programa especial de vírus cancerígenos é iniciado pela Marinha dos EUA, com a intenção de desenvolver vírus causadores de cancro. É também aqui que os virologistas isolam um vírus para o qual não existe imunidade. Ele será posteriormente designado por HTLV (Human T-cell Leukemia Virus).

1977 A audições do Senado sobre Saúde e Investigação Científica confirmam que 239 áreas povoadas tinham sido contaminadas com agentes biológicos entre 1949 e 1969. Estas incluem San Francisco, Washington, D.C., Key West, Panama City, Minneapolis, e St. Louis.

1978 Ensaios experimentais sobre a vacina contra a Hepatite B, iniciam-se em Nova Iorque, Los Angeles e San Francisco. Os cartazes para procurar pessoas para se submeterem a essas experiências especificam que se pede indivíduos sexualmente promíscuos, homossexuais.

1981 Os primeiros casos de SIDA em homens homossexuais são confirmados em Nova Iorque, Los Angeles e San Francisco, desencadeando a especulação de que a SIDA possa ter sido introduzida aquando da introdução da vacina da hepatite B.

1985 Segundo o jornal Science (227:173-177), os vírus HTLV e VISNA, este um vírus fatal para as ovelhas, são muito semelhantes, indicando uma relação próxima, do ponto de vista taxonómico e evolutivo.

1986 Segundo a revista Proceedings of the National Academy of Sciences (83:4007-4011), HIV e VISNA são muito semelhantes e partilham todos os elementos estruturais, excepto um pequeno segmento que é quase idêntico ao HTLV. Isto tem levado a que se especule que HTLV e VISNA possam ter sido ligados para produzir um novo retro-vírus para o qual não existe imunidade natural.

1986 Um relatório ao Congresso revela que a presente geração de agentes biológicos inclui: vírus modificados, toxinas ocorrendo naturalmente e agentes que foram alterados por engenharia genética, para mudar o seu carácter imunológico e impedir toda a prevenção com as vacinas existentes.

1987 O Departamento da Defesa admite que, apesar do tratado que baniu a investigação e desenvolvimento de agentes biológicos, continua a operar laboratórios de investigação em 127 locais e universidades, nos EUA.

1990 Mais de 1500 bébés de seis meses, de raça negra ou hispânicos, em Los Angeles, receberam uma vacina «experimental» da papeira, que nunca foi licenciada para utilização nos EUA. O CDC, mais tarde, admitiu que os progenitores nunca foram informados de que a vacina - usada nos seus filhos - era experimental. 

1994 Usando a técnica de «despiste de genes» o dr. Nicolson do MD Anderson Cancer Center em Houston, TX descobriu que muitos soldados que voltavam da operação «Desert Storm» estavam infectados com uma estirpe modificada de Mycoplasma incognitus, um micróbio que tem sido usado para produzir armas biológicas. Estavam incorporados, na sua estrutura molecular, uns 40 por cento da proteína de invólucro do HIV, o que indicava que tinha sido fabricado por manipulação genética.
1994 O senador John D. Rockefeller publica um relatório revelando que, pelo menos nos últimos 50 anos, o Departamento de Defesa usou centenas de milhares de  militares em experiências, com seres humanos e com exposição a substâncias perigosas. Os materiais incluem gás mostarda e gás nervoso, radiação ionizante, substâncias psicotrópicas e alucinogénicas, bem como drogas usadas durante a Guerra do Golfo.

1995 O governo dos EUA admite que ofereceu aos criminosos de guerra japoneses e a cientistas que tinham efectuado experiências médicas em seres humanos, salários e imunidade em serem processados, em troca de dados sobre a investigação com armas biológicas.

1995 O Dr. Garth Nicolson descobre provas de que os agentes biológicos usados na Guerra do Golfo tinham sido manufacturados em Houston, TX e em Boca Raton, Fl e testados nos presos do Departamento Correccional do Texas.

1996 O Departamento da Defesa admite que os soldados de Desert Storm estiveram expostos a agentes químicos.

1997 Oitenta e oito membros do Congresso assinam uma carta exigindo a investigação sobre as bio-armas usadas e sobre o síndrome da Guerra do Golfo.


Traduzido por Manuel Banet a partir do original seguinte:

  
(*) Penso que a origem desta lista é esta: