terça-feira, 30 de março de 2021

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE X

 


Se regressar mentalmente a alguns (poucos) anos atrás, reconheço que, se alguém me viesse contar sobre o quotidiano actual na sociedade, eu não acreditaria

Por isso, aconselho-vos a leitura do texto futurístico, de TE Creus, talvez ficcional, talvez antecipatório.

Este intróito leva-me a considerar a realidade da trapaça do COVID de frente: com efeito, nunca é demais repeti-lo, não é por o vírus ser real e por haver mortes reais, que tudo aquilo que os «esclarecidos» dirigentes e seus conselheiros têm dito e defendido é lógico, é científico, é realista, é humano.

Mas, ainda mais grave, é a passividade e conivência de quase toda a esquerda, cobarde, enfeudada ao sistema, comprada - quanto mais não seja - pelas mordomias (as migalhas) que lhe concede a oligarquia, nos diversos países e mesmo a nível mundial. É detestável o papel que estão a fazer , pois muitos se situam na «vanguarda» da «luta pelo desmascarar dos ditos conspiracionistas» , quando, na verdade, estão a colaborar sem vergonha e sem remates de consciência (ambas coisas de que sempre careceram) na morte da liberdade de expressão.

Os Klaus Schwab, os Bill Gates e os George Soros deste mundo podem sorrir, satisfeitos: em pouco tempo, conseguiram neutralizar discretamente os que se vangloriavam de ser os defensores dos trabalhadores, os que estão na primeira linha da defesa dos direitos humanos, etc... É caso mesmo para dizer, não apenas os neutralizaram como os recrutaram (veja-se o caso de BLM «black lives matter», ou de AF «antifa» e muitos outros pelo mundo fora).

Que amigos (e outros) não gostem do que escrevi, paciência! O facto é que denunciei há um ano, (ver aqui, também aqui) o maior golpe jamais realizado, ao nível global: pois essa análise é corroborada agora, por pessoas muito mais informadas e competentes do que eu. É aquilo que tem de ser dito; assim como aquilo que irei dizer a seguir:

Não seria possível tudo o que vemos: os despedimentos em massa, o esmagamento da capacidade reivindicativa dos trabalhadores, o atirar milhões de pessoas para a precariedade, logo para a doença mental, a depressão e o suicídio... nem tão pouco, a continuação das guerras de desgaste, cruéis e punindo as populações civis inocentes, no Iémen, na Síria, no Afeganistão, ou a ameaça muito séria de guerra a quente, com pontos de fricção em várias zonas no globo (essencialmente nas fronteiras da Rússia e da China), com o triunfo nos neo-cons do Estado profundo nas «eleições» americanas, que deram «a vitória» a um caquético fantoche, às ordens dos bilionários. Não seria possível isto tudo, sem uma traição secular de grande parte da esquerda. Na verdade, ela já tinha traído há muito, só que não tinha tido ensejo de revelar o que era, essencialmente.

Nunca mais voltará o mundo de antes, pois estamos em plena 3ª Guerra Mundial, a qual se compõe de complexas batalhas em diversas frentes, que vão das sanções, com efeitos devastadores nas populações civis dos países «inimigos» (vejam as vítimas no Irão ou na Venezuela, são as crianças, os doentes, os pobres, não são os militares de alta patente nem os governantes, que isso seja bem claro), às guerras por procuração e até à vigilância generalizada e militarização da sociedade civil, nos países dominantes.

Mas, nem tudo são trevas. Assiste-se ao acordar de uma consciência mais humana, mais próxima das muitas espiritualidades que nos legaram milhares de anos de História. 

O cristianismo, o budismo, o islamismo e todas as espiritualidades, não têm «culpa» das distorções, da hipocrisia e da falsidade dos que dizem professar tais religiões...

única luz de esperança que vejo agora, provém das pessoas que sinceramente aderem a qualquer religião, seja a que está mais próxima da minha cultura e modo de sentir, seja de outra. 

Muitos não compreendem que haja valores espirituais, pois os «valores» que eles conhecem, traduzem-se apenas em cifrões, em cotações bolsistas, etc.: São os materialistas vulgares e filosóficos... Para eles, a vida é o desfrutar, o prazer, não têm nenhum respeito ou preocupação com a verdadeira amizade, com o verdadeiro amor, com tudo aquilo que é intrinsecamente humano.   

Eles estão - aparentemente  - triunfantes: Os muito ricos enriqueceram ainda mais, desde há um ano. Sobretudo, consolidaram o seu poder. Para isso, jogou a descida dos padrões morais, sobretudo no mundo «rico», a ideologia do consumismo, hedonismo e egoísmo ostensivos. Também a traição dos chamados intelectuais, com especial destaque para os auto-proclamados defensores dos oprimidos, dos explorados, etc...

Claro que uma grande crise também está prenhe de grandes oportunidades; não apenas de destruição. Eu antevejo que as oportunidades não se limitarão à nova configuração do poder económico, mas também haverá uma «varridela» enérgica nas chamadas elites, nos políticos, na própria tecnocracia. 

Convido os leitores a procurar tudo o que não é relatado, filmado ou transmitido pela média corporativa, mas por fora. Aí, por vezes, encontram-se as mais interessantes e originais formas de pensamento e de organização. 

Os fascistas tecnocráticos são muito persistentes, mas existe já uma resistência: pessoas e grupos, considerados marginais hoje, mas que nos trazem a brisa fresca do futuro, não contaminada pela podridão do presente. Nada está definitivamente traçado.

domingo, 28 de março de 2021

UM MUNDO FRÁGIL -POR NÓS FRAGILIZADO

 

Sabemos que o nosso mundo é intrínseca e irremediavelmente frágil. Sobretudo, fragilizado pela estupidez humana. 

Não bastava a estupidez dos políticos que nos arrastaram para uma nova crise sanitária, ainda maior que a perigosidade do vírus SARS-Cov-2 original. 

Com efeito, os «lockdowns» repetidos (e não «o COVID»!) estão a arrastar o mundo inteiro para uma depressão profundíssima, com consequências humanas terríveis. 

Além disso, os «lockdowns» funcionaram como processo de selecção de novas estirpes, que escapam assim à imunidade natural das populações, ou à imunidade artificial, induzida pelas vacinas. 

Aliás, as vacinas deixaram de ser eficazes, incapazes de travar os variantes, cuja propagação é facilitada pela não-construção duma imunidade de grupo, nas populações (entrevista aqui, do Prof Wittkovski).

Como uma crise nunca vem só, temos agora um navio de mercadorias a bloquear - há vários dias *- o Canal de Suez, por onde passam mercadorias e, sobretudo, o petróleo para a Europa.

         

Foto acima (tirada na estação internacional espacial), do navio encalhado no canal de Suez

Os circuitos de comércio, mesmo sem guerra nenhuma, mesmo sem sabotagem, podem ser gravemente perturbados. 

Os sistemas informáticos, sobre os quais se baseia a economia mundial, são igualmente ou ainda mais, frágeis. Nem é preciso «hackers»; pensemos que os sistemas informáticos podem ser seriamente danificados por uma tempestade electromagnética ou outro acontecimento natural. Isso significaria, não apenas a paragem de toda a vida económica (banca, bolsas, negócios, comércio), como também de estruturas hospitalares, de segurança, do controlo aéreo, etc... 

Mas há pior: Agora, os falcões estão ao comando. Os dirigentes dos EUA, Reino Unido e de outros países, súbditos do império Anglo-americano, fazem uma política belicista, hostilizando a China, a Rússia e o Irão. Querem provocar a guerra, segundo a ideia idiota e criminosa de que a poderão ganhar. 

A guerra mundial híbrida, já está em curso, pelo menos desde 2014, onde vale tudo, menos (... por enquanto) a utilização das armas nucleares. Ela tem causado imensas perdas humanas e materiais. Os próprios dirigentes «ocidentais» (inclui também Austrália e Nova Zelândia...), estão apostados em criar e manter a tensão permanente, um confronto, uma Guerra Fria Nº2

Mas os povos, de um lado e doutro da nova «cortina de ferro», só têm a perder. Enquanto não puserem em causa as suas oligarquias, estas vão causar mais e mais danos, mais e mais miséria, mais e mais crise económica. Tudo isto pode acabar em guerra generalizada. 

Não preciso ser profeta, basta ver a sucessão de catástrofes:

- Umas, ditas «naturais», mas proporcionadas pelo desrespeito das leis da Natureza. 

- Outras, claramente causadas pelos humanos, em especial pela gula dos que dominam o sistema económico. Por mais que falem das crises dos mercados, como se fossem resultantes de forças da Natureza. 

Se as pessoas acordarem e disserem «NÃO!», talvez se consiga evitar uma catástrofe bem pior que a crise dita «do COVID». 

Mas, duvido que exista, de momento, plena consciência da gravidade da situação. Infelizmente, noto um alheamento, um sentimento de impotência, de fatalismo. Isso é estímulo para os poderosos continuarem as suas actividades criminosas.

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* Demorou 6 dias o desencalhar do navio, no Canal de Suez: https://sputniknews.com/world/202103291082477070-giant-cargo-ship-ever-given-reportedly-refloated-in-suez-canal/


sexta-feira, 26 de março de 2021

[OBRAS DE MANUEL BANET] «Quando eu estiver a fazer barro...»


Quando eu estiver a fazer barro

Sim, que resta de tudo o que este corpo desejou

Quando eu estiver num diálogo com os vermes

Que amor se acalenta ou se acabou?


Estamos sempre escutando aquela voz

Que nos diz sermos eternos

Porém, da vida eterna descremos

Não há coerência, nem senso


As coisas transitórias eu amo

Na sua transitoriedade,

A sua fugaz aparência

Não me ilude, mas encanta


Assim somos feitos, como sempre

Sem qualquer renúncia a tomar

O que é efémero, por eterno

E o eterno, menos que um sopro  


Vogue eu, venhas tu,

Acordados neste sonho, para 

Mais viajarmos em voo

Não de asa, mas de vento


Só nos cantos obscuros da mente

Encontro aquele fio de lã

Que nos dá o discernimento

De Ariadne nos Infernos


O resto é como uma barca,

Que se toma sonhando, no Verão

E as gaivotas deslizam audazes

Junto dos nossos mastros


Navego pelo sonho como pela vida

Sem distinguir, não vá eu acordar

Numa terra desconhecida

Acordar sim, mas no outro lado,

Naquele sereno céu estrelado








quinta-feira, 25 de março de 2021

PRIMÓRDIOS DO PIANO NO BRASIL - CHIQUINHA GONZAGA


 Uma história comentada e executada pelo excelente Hércules Gomes!

[Manlio Dinucci] Mísseis hipersónicos dos EUA na Europa, a cinco minutos de Moscovo

Retirado de: https://www.globalresearch.ca/us-hypersonic-missiles-europe-five-minutes-moscow/5740790?print=1

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Cerca de seis anos atrás, quando intitulamos "Os mísseis estão voltando para Comiso?" em «Il Manifesto» (9 de Junho de 2015), nossa hipótese de que os EUA queriam trazer seus mísseis nucleares de volta para a Europa foi ignorada por todo o arco político-média. Os eventos subsequentes mostraram que o alarme, infelizmente, tinha fundamento. Agora, pela primeira vez, temos a confirmação oficial.

Há poucos dias, em 11 de Março, uma das principais autoridades militares dos Estados Unidos, General James C. McConville , Chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos, confirmou isso. Não numa entrevista à CNN, mas durante um discurso numa reunião de especialistas na Escola de Média e Assuntos Públicos George Washington - aqui temos a transcrição oficial do General McConville: Não apenas relatou que o Exército dos EUA está se preparando para implantar, evidentemente visando a Rússia, novos mísseis na Europa, mas revelou que serão mísseis hipersónicos, um novo sistema de armas extremamente perigoso.

Esta decisão cria uma situação de altíssimo risco, semelhante ou pior que a vivida pela Europa durante a Guerra Fria, como linha de frente do confronto nuclear entre os EUA e a URSS.

Os mísseis hipersónicos - sua velocidade é 5 vezes superior à do som (Mach 5), ou seja, mais de 6.000 km / h - constituem um novo sistema de armas com capacidade de ataque nuclear superior à dos mísseis balísticos. Enquanto estes seguem uma trajectória de arco na maior parte acima da atmosfera, os mísseis hipersónicos seguem uma trajectória de baixa altitude na atmosfera directamente em direcção ao alvo, que eles alcançam em menos tempo, penetrando nas defesas inimigas.

                       

Em seu discurso na Escola de Média e Assuntos Públicos George Washington, o General McConville revelou que o Exército dos EUA está preparando uma "força-tarefa" («task force») com "capacidade de disparo de precisão de longo alcance que pode variar de mísseis hipersónicos, a capacidade de médio alcance para mísseis de ataque de precisão e esses sistemas têm a capacidade de penetrar num ambiente de Negação Aérea Anti-Acesso ”. O General afirmou que “ vemos o futuro daquela ser no Pacífico, provavelmente dois no Pacífico ” (evidentemente dirigido contra a China) ; vemos uma na Europa (evidentemente dirigido contra a Rússia) ; e as estamos construindo enquanto falamos ”. 

Em comunicado oficial, a DARPA informou ter encarregado a Lockheed Martin de fabricar “um sistema de armas hipersónicas de alcance intermediário lançado em terra”, ou seja, mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km pertencentes à categoria proibida pelo Tratado de Intermediário Forças nucleares assinadas em 1987 pelo presidente Gorbachev e pelo presidente Reagan; o tratado foi desfeito pelo presidente Trump em 2019. De acordo com as especificações técnicas fornecidas pela DARPA, será “um novo sistema que permite que as armas planadoras hipersónicas aumentem de forma rápida e precisa em alvos críticos e sensíveis ao mesmo tempo que penetram nas defesas aéreas inimigas modernas. O programa está desenvolvendo um impulsionador avançado capaz de entregar uma variedade de cargas úteis em vários intervalos e plataformas de lançamento terrestre móveis compatíveis que podem ser rapidamente implantadas ”.

O Chefe do Estado-Maior do Exército e a Agência de Pesquisa do Pentágono informaram, portanto, que os Estados Unidos em breve implantarão mísseis hipersónicos, armados com " uma variedade de cargas úteis " (isto é, ogivas nucleares e convencionais), na Europa (há rumores de uma provável primeira base na Polónia ou na Roménia). Mísseis hipersónicos nucleares de alcance intermediário instalados em “plataformas móveis de lançamento terrestre”, ou seja, em veículos especiais, poderiam ser rapidamente implantados nos países da NATO mais próximos da Rússia (por exemplo, as Repúblicas Bálticas). Já tendo a capacidade de voar a cerca de 10.000 km / h, os mísseis hipersónicos serão capazes de alcançar Moscovo em cerca de 5 minutos. 

A Rússia também está construindo mísseis hipersónicos de alcance intermediário, mas, ao lançá-los de seu próprio território, não pode atingir Washington. No entanto, os mísseis hipersónicos russos poderão atingir as bases dos Estados Unidos em poucos minutos, em primeiro lugar as nucleares, como as bases de Ghedi e Aviano, e outros alvos na Europa. A Rússia, tal como os Estados Unidos e outras nações, está implantando novos mísseis intercontinentais: o Avangard é um veículo hipersónico com um alcance de 11.000 km e armado com várias ogivas nucleares que, após uma trajectória balística, desliza por mais de 6.000 km a uma velocidade quase 25.000 km / h. Mísseis hipersónicos também estão sendo construídos pela China. Como os mísseis hipersónicos são guiados por sistemas de satélite, o confronto ocorre cada vez mais no espaço: para isso, a Força Espacial dos Estados Unidos foi criada em 2019 pela administração Trump.

As Forças Aéreas e Navais, que possuem maior mobilidade, também estão equipadas com armas hipersónicas. Essas armas abrem uma nova fase da corrida armamentista nuclear, tornando o Novo Tratado de Início, recentemente renovado pelos EUA e pela Rússia, em grande parte desactualizado. Esta corrida passa cada vez mais do nível quantitativo (número e potência das ogivas nucleares) ao nível qualitativo (velocidade, capacidade de penetração e localização geográfica dos veículos de lançamento nuclear). No caso de um ataque ou ataque presumido, a resposta é cada vez mais confiada à inteligência artificial, que deve decidir o lançamento dos mísseis nucleares em poucos segundos ou fracções de segundo. Aumenta exponencialmente a possibilidade de uma guerra nuclear por engano, um risco que ocorreu várias vezes durante a Guerra Fria. O “Doutor Strangelove” [personagem dum filme de Stanley Kubrick] não será um general maluco, mas um supercomputador enlouquecido.

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Este artigo foi publicado originalmente em italiano no Il Manifesto.

Manlio Dinucci é Pesquisador Associado do Center for Research on Globalization.

terça-feira, 23 de março de 2021

CONFIAR SEMPRE NA «CIÊNCIA» ???

Pense, antes de embarcar em tais slogans, veja bem o que - há não  muito tempo - era publicitado em nome da "ciência" !



Em Portugal, este cartaz dos anos 30 do século XX, gabava as virtudes duma água termal ... radioactiva.


A média enfeudada ao poder gosta de usar e abusar da palavra «ciência». 
Mas, não devia ter tanto descaramento. Sabemos como tem usado esta etiqueta para publicitar - de forma aberta ou oculta - ideias e/ou produtos, como os acima mencionados em imagens, com repercussões trágicas para a saúde e o ambiente. 
Não digo que não devam os jornalistas escrever sobre ciência, ou assuntos científicos. Mas, que o façam com humildade e com independência. 
O que se tem visto ultimamente, é a média funcionar - com honrosas excepções - como caixa de ressonância dos poderes: do governo, da indústria farmacêutica, de bilionários, etc.  Ora, para estar realmente ao serviço do público, os jornalistas deveriam dar a palavra e divulgar as posições, com igual destaque, dos cientistas dissidentes do chamado «consenso» que, afinal, não é consenso nenhum, pois é fabricado.