sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

EPIDEMIA DE OPIOIDES

O verdadeiro rosto da «América»

                 
A EPIDEMIA DE OPIOIDES EXPLICADA: 

Ouve este podcast* em que, na 2ª parte, se explica a causa desta epidemia de adição e mortes causadas por «overdose», um excelente diálogo entre o Prof. de economia Richard Wolff e a Dra Harriet Fraad, psicoterapeuta. 

Muitos factos são simplesmente omitidos pela media prostituta, o que permite a continuidade do negócio de morte.

Portugal é várias vezes referido como exemplo a seguir em oposição ao que se passa nos EUA. 

Esperemos que eles não tenham sobrevalorizado o bom resultado das políticas de Portugal no domínio de combate às toxicodependências.

* link para aceder ao podcast
http://hwcdn.libsyn.com/p/0/e/6/0e6a4ddba9cbd64b/Econ_Update_PODCAST_2018.01.11.mp3?c_id=18603396&expiration=1516351449&hwt=0ae5baf96efe14fb5202140461e11dea

Videoclip do diálogo sobre opióides:




A reportagem da cadeia FRANCE24 abaixo:


                                

Os analgésicos opioides foram sendo aprovados por pressão da indústria farmacêutica, sendo esta responsável por estudos falsificados, ou cujos resultados não tinham sido revelados na íntegra. Soma-se publicidade enganosa, um contexto de crise (valores,  família, sociedade...) e as pessoas começaram a consumir e ficar aditas a essas drogas legais. 
Agora, mata por «overdose» 70 mil por ano e causa um número de aditos da ordem de dois milhões, número que peca por defeito.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

FRAGMENTOS [OBRAS DE MANUEL BANET]

SOBRE ARTE TRANSCENDENTE

Há algo de transcendente na arte, por mais humana que seja sua expressão e por mais humanos que sejam os seus temas. Na verdade, ninguém saberá explicar exactamente a transcendência da arte. Não se estará nunca em condições de o fazer, porque esta qualidade é do foro emocional, não do racional. 
Algumas pessoas poderão dizer que todos os juízos sobre arte e, mesmo, todos os objectos de arte, se valem. Mas igualizar assim, de modo brutal, tudo o que seja produção artística, soa antes a um sofisma: Com efeito, a comunicação em arte ocorre, se e somente se houver transmissão da emoção, do sentimento, do objecto ou do ser representado, para o observador. 
A emoção em bruto, ressentida pelo artista, é filtrada, é trabalhada interiormente e transmite-se ao espectador/receptor... Será isto a essência do que se considera arte?

Na verdade, a arte estará sempre presente. Pelo olhar, estou sempre a ver arte: A natureza que contemplo, o mar, o céu, o jardim e os animais que se abrigam nele, tudo isto faz parte do meu mundo emocional. A arte, o encontrar beleza nas coisas, nos objectos, ou nas pessoas, está no olhar...

Com os anos, aprendi a apreciar as coisas óptimas ao meu alcance, já não me preocupando que os outros tivessem ou não os mesmos gostos. 
Sempre soube, ou intui antes de o teorizar, que o passado é que é real, mesmo que já não se possa experimentar directamente a emoção dum instante passado. 
Confesso ser influenciado pela música, pela pintura, etc. de eras passadas. Recebo a reverberação do passado sobre o presente. O passado, reactualizado na vivência do presente, está presente ... 


SOBRE SABEDORIA


Estar em modo de abertura e - ao mesmo tempo - centrado em si próprio, seria a base da sabedoria e da paz de espírito. Sabemos que o mundo sempre se agitou com paixões, com ambições, com desejos, com violência de vária ordem e com imenso amor, também. Compreendemos que não é coisa fácil, aceitar o mundo tal como ele é; será indispensável, porém, para uma tranquilidade de espírito. 
Os grandes sábios, os mestres iniciadores de religiões e correntes filosóficas, ao longo das eras, souberam dominar o medo e olhar sem vendas para o mundo tal como ele é. 
O princípio da sabedoria, poderia enunciar-se deste modo: manter a abertura para o mundo tal como ele é, sem descurar as tarefas necessárias para preservar o nosso ser. 

SOBRE OS INSTINTOS

Seria inútil ou mesmo impossível, toda e qualquer acumulação do saber e de arte se, a cada geração, fosse necessário tudo refazer. 
Tal equivaleria ao ciclo de vida  típico dos insectos, em que a geração filial está separada temporalmente da geração parental: os novos seres nascem de ovos, na estação favorável, quando seus progenitores já estão todos mortos. 
Em consequência disto, o comportamento destas espécies tem de ser quase todo determinado pelo instinto, pois não têm oportunidade de realizar aprendizagens, durante sua curta existência, que lhes ensinem como sobreviver e prosperar. 
À medida que se passa às formas mais complexas, mais elaboradas de seres vivos, a parte de instinto no comportamento vai diminuindo, a parte de cultura vai aumentando. 
O humano, será, afinal, um ser animal cujos instintos, não foram suprimidos, mas apenas dominados: no interior, pela mais recente aquisição evolutiva do cérebro (o neocórtex) e, no exterior, pela organização social e pela cultura, no sentido lato.


SOBRE A EDUCAÇÃO

Atribui-se uma importância primordial à educação. Esta não deveria estar centrada nos aspectos cognitivos, nas aprendizagens dos saberes teóricos, somente, mas deveria desenvolver-se enquanto prática social integradora, não amestradora, não castradora, dos jovens. 
A observação por dentro do sistema de «educação» permitiu-me constatar que, apesar de todos os discursos, a prática integradora exercida pela instituição escolar é ainda sobretudo «amestradora e  castradora», ou seja, limitadora da liberdade dos indivíduos. Pelo contrário, a componente de aprendizagem potencialmente emancipadora, o adquirir de competências socialmente úteis e capazes de gerar rendimento e, portanto que auxiliasse à autonomia real do indivíduo, tem estado atrofiada, marginalizada nos programas escolares e académicos. Tive ocasião de constatar que é algo que tem vindo a acentuar-se, cada vez mais, da escola básica até à universidade, inclusive. 


SOBRE A MEMÓRIA

A possibilidade de reescrever o passado existe, por mais estranho que pareça, à primeira vista: ela resulta da propriedade chamada resiliência. Sem ela, a existência dos humanos seria impossível, ou seria apenas mera sobrevivência.  
Seria útil reequacionar o conceito de memória humana como emanação dum órgão, como tendo uma essência orgânica. Não é ela de essência maquinal, como a memória de um computador. A analogia cérebro-computador está errada, ao nível profundo. Os mecanismos e modos de funcionamento inseridos nos  planos de construção respectivos são completamente distintos: 
- A memória humana é plástica, selectiva, altamente subjectiva, umas vezes precisa, outras vezes vaga. Ela também se pode auto-estimular, auto-construir-se e reconstruir-se; não tem nada que ver com máquinas fabricadas pelos homens. Estas podem simular, apenas e de modo muito imperfeito, o raciocínio lógico cerebral. Quanto ao domínio emocional, permanece exclusivo do cérebro humano (e animal).
O funcionamento da memória permite que sejamos quem somos, que tenhamos consciência de nós próprios. Não existe qualquer máquina com verdadeira consciência de si própria, por mais que os romances de ficção científica tentem tornar isso verosímil, os mundos dominados por robots. 


SOBRE O NARCISISMO

As pessoas confundem, muitas vezes, o conhecimento de si próprio com narcisismo. Enquanto o mito de Narciso tem profundo significado psicológico, o termo «narcisismo» é usado - de forma redutora - para designar uma patologia, uma forma extremada do amor de si. 
Mas o facto de estarmos atentos e olharmos nossa imagem ao espelho da alma, não somente será saudável, consiste mesmo na base do comportamento reflectido, da consciência, da ética. 
Só um certo grau de auto-conhecimento pode proporcionar ao individuo que este veja o mundo (e se veja no mundo) de forma equilibrada. A visão do real está implicitamente centrada no ser que observa. Só podemos observar literalmente com os próprios olhos, com o nosso ponto de vista. Porém, o fio que separa a auto-consciência, da auto-indulgência (do narcisismo patológico),  pode ser bastante ténue. 
Será necessária uma certa dose de amor de si, de auto-estima. Como traço estruturante da psique e do relacionamento na sociedade, será bem diferente do «narcisismo patológico».





quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O QUE IMPLICA A VOLATILIDADE DAS CRIPTOMOEDAS

As criptomoedas, desde o seu nascimento, sobretudo o bitcoin, mas depois, outras também (ethereum, riple, etc.) estão sujeitas a enorme volatilidade. Os dados mais recentes, apontam para uma descida vertiginosa, apenas comparável a recentes subidas, também elas, vertiginosas. 

Para se ter uma ideia dos riscos que o investidor pode correr ao decidir investir em bitcoin ou outras criptomoedas, basta dar uma olhadela ao mapa abaixo:
                             


 Note-se que, os países que aderem ao sistema «dólar» são os mesmos onde o bitcoin e seus análogos são legais. Os países onde é ilegal ou muito desaconselhável possuir, são justamente os países que têm acumulado reservas de ouro (não apenas os bancos centrais, mas também a população).

A entrevista seguinte pode ajudar-nos a compreender como as coisas são vistas nos meios financeiros bem informados: 


Existem sinais de que as pessoas da classe média dos países afluentes, mas também dos restantes países, estão a entrar na bolha especulativa do mercado das criptomoedas, tal como no mercado imobiliário e nas bolsas. 
Recebi informação de que o aumento de endividamento dos americanos através dos cartões de crédito, não é devido a um aumento do consumo propriamente dito, mas a usarem os seus cartões de crédito para comprar criptomoedas. 
A confirmar-se a  sua veracidade, isto significa que a bolha especulativa com as criptomoedas atingiu a fase de mania, a fase em que quase todas as pessoas desejam estar investidas num determinado mercado.
Como tenho explicado, esta inflação monetária, por enquanto confinada  a certos ativos, vai espalhar-se pela economia em geral. 

Recentemente, foi publicada a National Security Strategy, uma «declaração de guerra» do presidente Trump, em relação à China e Rússia, ao definir em documento oficial que os seus passos para criarem um mercado de petróleo e de divisas que marginalizasse o dólar era uma ameaça direta à «segurança» (leia-se hegemonia) dos EUA. Mas, entretanto, a imprensa e media distraem o público com um livro de mexericos sobre a vida dentro da Casa Branca... Quanto ao documento acima citado, no fundo, todo o mundo já sabia isso, mas agora é oficial e assumido como razão maior de conflito entre super potências.

Temos  os ingredientes todos para uma crise que acompanha o abandono do petrodólar, a passagem para outra moeda padrão nas trocas internacionais.

A conclusão lógica do que precede é que o ano de 2018 vai ser - no mínimo - um ano de muitas surpresas, de muita instabilidade nos mercados, com consequências na economia real, do dia a dia. 

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

ANTÓNIO FRAGOSO (e a grande pandemia de gripe 1918)

                   

https://www.youtube.com/watch?v=iEef1UTWcXE&index=2&list=RDYgld9vGIhvk


António Fragoso é um quase desconhecido em Portugal, fora dos círculos de melómanos. Embora tenha sido um jovem talentoso e reconhecido como tal, a sua morte precoce (aos 21 anos), impediu que o seu talento desse fruto mais abundante.
Ele morreu da grande epidemia de gripe de 1918, ao mesmo tempo que vários membros da sua família. 
Esta gripe pandémica de 1918 causou cerca de 20 milhões de mortes. O vírus responsável foi originado por uma mutação virulenta a partir de estirpe(s) pré-existente(s). As pessoas não estavam imunizadas para esta estirpe nova e morreram em maior número que os mortos directos da 1ª Guerra Mundial. 
Ficou esta gripe conhecida como «pneumónica» porque atacava os pulmões com particular virulência, ou como «espanhola», não por ter vindo de Espanha, mas porque em Espanha, pais neutral, ela foi noticiada pela primeira vez; em Espanha a censura das notícias não existia, ao contrário da França e de outros países em guerra. Talvez esta estirpe (H1N1) se tenha tornado mais virulenta nas trincheiras da primeira guerra mundial. 
De qualquer maneira, o seu efeito foi tão devastador, especialmente nas camadas mais jovens das populações, que o défice demográfico, causado tanto pela 1ª Guerra como pela gripe «espanhola», se fez sentir durante várias décadas.

O jovem Fragoso esteve, desde cedo, envolvido com o que havia de melhor na música da época, quando frequentou com brilhantismo o Conservatório Nacional. 
As suas composições reflectem uma influência do romantismo tardio, mas não se deixa encerrar nessa estética.
Em várias peças, nomeadamente nalguns Prelúdios aqui reproduzidos, compreendemos que o jovem músico tinha conhecimento da produção de Debussy, Ravel, Fauré e doutros contemporâneos. 
A sua originalidade revela-se no cunho pessoal da sua escrita musical, que vai muito além das várias influências recebidas, na criação do seu próprio estilo.

Pessoalmente, agradam-me especialmente estes Sete Prelúdios; mas, as restantes obras que deixou são igualmente valiosas e interessantes. Nelas, ele explora as harmonias vagas e indefinidas do que, mais tarde, se viria a designar por «impressionismo musical». 




As poesias parnassianas e impressionistas de um Pessanha, conjugam-se perfeitamente com a atmosfera nostálgica, de emoção contida, das composições de António Fragoso. 
Ambos (o compositor e o poeta) pertencem à mesma cultura, que viu nascer o Movimento Modernista português, com Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro e outros. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

«INTERROGAÇÃO» E «PAISAGENS DE INVERNO» - Camilo Pessanha




Interrogação


Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
 Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo; 
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar 
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo. 

Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito. 

E nunca te escrevi nenhuns versos românticos. 
Nem depois de acordar te procurei no leito 
Como a esposa sensual do Cântico dos cânticos. 

Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo 

A tua cor sadia, o teu sorriso terno... 
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso 
Que me penetra bem, como este sol de Inverno. 

Passo contigo a tarde e sempre sem receio 

Da luz crepuscular, que enerva, que provoca. 
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio 
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca. 

Eu não sei se é amor. Será talvez começo... 

Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço, 
Que adoecia talvez de te saber doente.



       

Paisagens de Inverno



Ó meu coração, torna para trás. 
Onde vais a correr, desatinado? 
Meus olhos incendidos que o pecado 
Queimou! o sol! Volvei, noites de paz. 

Vergam da neve os olmos dos caminhos. 
A cinza arrefeceu sobre o brasido. 
Noites da serra, o casebre transido... 
Ó meus olhos, cismai como os velhinhos.
 
Extintas primaveras evocai-as: 
- Já vai florir o pomar das maceiras. 
Hemos de enfeitar os chapéus de maias.
 
- Sossegai, esfriai, olhos febris. 
- E hemos de ir cantar nas derradeiras 
Ladainhas...Doces vozes senis...
 

II 

Passou o outono já, já torna o frio... 
- Outono de seu riso magoado. 
llgido inverno! Oblíquo o sol, gelado... 
- O sol, e as águas límpidas do rio. 

Águas claras do rio! Águas do rio, 
Fugindo sob o meu olhar cansado, 
Para onde me levais meu vão cuidado? 
Aonde vais, meu coração vazio? 

Ficai, cabelos dela, flutuando, 
E, debaixo das águas fugidias, 
Os seus olhos abertos e cismando... 

Onde ides a correr, melancolias? 
- E, refractadas, longamente ondeando, 
As suas mãos translúcidas e frias... 


Camilo Pessanha, in 'Clepsidra' 

A música, intrínseca aos versos do nosso maior poeta do início do século XX, ecoa fluída e límpida, na sua aparente espontaneidade.
Haverá algum compositor que já tenha escrito partituras musicais sobre estes mesmos versos? 

Autógrafo de paisagens de inverno:


http://purl.pt/14581/1/bn-acpc-e-n1-6-a_JPG/bn-acpc-e-n1-6-a_JPG_24-C-R0150/bn-acpc-e-n1-6-a_0001_1_t24-C-R0150.jpg



domingo, 14 de janeiro de 2018

FALSO ALERTA DE ATAQUE NUCLEAR PÕE O HAWAI EM PÂNICO

Esta insólita notícia, causando uma onda de pânico no público em Hawai, terá sido propositada, não acreditemos nem num instante que foi um «erro humano»!

                            ‘Won’t happen again’: Hawaii officials apologize, blame missile warning fiasco on ‘human error’

Digo isto, porque as forças do «Estado profundo» estão apostadas em criar e alimentar uma psicose de pânico coletiva, pelo suposto risco de um míssil nuclear norte-coreano atingir o Hawai ou as costas dos EUA. 

Em geral, os vários componentes do «Estado profundo» (CIA, NSA, Pentágono, etc.) que manipulam os governos,  dispõem de acesso aos meios de controlo dos dispositivos de alerta, incluindo os que permitem desencadear, quase automaticamente, um ataque nuclear, em resposta ou não a um ataque sofrido ou duma ameaça - real ou suposta - dum ataque desses. 
Ao fazerem «um teste», como eles disseram na atabalhoada justificação do incidente, deixaram que alguém tivesse (por «engano», claro) premido o dispositivo de alerta real e não o do suposto teste. Mas, de facto, o que eles queriam testar era a resposta do público a um alerta, tendo-o efetuado, sem nenhum escrúpulo, com pessoas reais, fazendo de «cobaias», uma população indefesa e desorientada ... mas indefesa perante os seus próprios poderes e desorientada pela intencional mentira dos mesmos! 
Porém, tudo tem um lado positivo. Graças ao «falso» alerta ficamos a saber que um míssil disparado da Coreia do Norte levaria 20 minutos a chegar ao Hawai. Tal deve-nos fazer refletir como seria a mesma situação se um míssil ou uma bateria deles, fosse disparada pelos americanos e forças da NATO, de algures na fronteira  com a Rússia, desde a Polónia, a Ucrânia ou a Roménia, num ataque relâmpago dirigido a Moscovo e outras grandes cidades russas? Quantos minutos haveria para verificar que se trata de um alerta falso? Eu calculo que não chegariam a 5 minutos! Então vemos a criminalidade desta colocação de armamento com capacidade nuclear mesmo às portas da Rússia, pois terá um efeito não dissuasor sobre a mesma, mas antes o contrário: com efeito, se nos colocarmos na perspetiva dos dirigentes russos, qual a garantia de que UM ALARME FALSO, é mesmo FALSO?  Não têm eles imensos exemplos de que os ocidentais não cumprem NUNCA uma promessa? Não se lembrarão eles do que foi PROMETIDO A GORBACHOV em troca deste deixar sem intervenção soviética que a reunificação alemã prosseguisse e o pacto de Varsóvia se desfizesse? 
Que garantias têm os dirigentes políticos e militares máximos da Rússia de que tal ataque não se realize, assim, sem mais nem menos? Pois... nenhuma, visto que, desde há uma década e meia, a doutrina militar oficial dos EUA pressupõe que uma primeira utilização de um ataque nuclear seria uma estratégia aceitável, pois, supostamente, deixaria a parte adversária sem capacidade de resposta. 
É esta loucura que Paul Craig Roberts e outros corajosos e verdadeiros patriotas americanos têm vindo a denunciar. 
Talvez a Coreia do Norte tenha uma vaga hipótese de atingir, com um míssil, o Hawai ou mesmo o continente americano; porém, seria um ataque suicidário. 
A haver um tal lançamento, este seria detetado por satélites espiões no seu ponto de origem, visto que o disparo do míssil seria imediatamente denunciado pelos detetores de infravermelhos dos satélites e o trajeto do mesmo calculado de forma precisa, nos primeiros segundos, graças aos supercomputadores situados algures em bases subterrâneas nos EUA. 
O que me assusta é a possibilidade de um «falso falso alarme», como pretexto para desencadear um criminoso e cobarde ataque à Coreia do Norte. 
Esta hipótese deve fazer abrir os olhos do público na Coreia do Sul e fazer com que ele perca as ilusões em relação aos americanos, que ainda existam. 
Se os coreanos querem ver a sua nação lentamente morrer dos efeitos da radiação causada por um ataque surpresa nuclear à Coreia do Norte, não precisam de fazer mais do que provocar uma subida de tensão na guerra assimétrica do vizinho do norte, contra a maior super potência, os EUA. 
Uma guerra na península da Coreia é por definição criminosa, mas mais ainda o será, porque - num momento ou noutro - uma vez desencadeada, se transformará em guerra nuclear. 
O poder político de Washington e os estrategas do Pentágono sabem que têm como alvo a população indefesa da Coreia. Toda ela -do Sul ou Norte- é refém, não haverá grande vantagem em estar-se na parte sul da península coreana, se houver um ataque nuclear dirigido ao norte.

Somente um programa mundial de desnuclearização, levado a cabo pelas potências nucleares (EUA, China, Rússia, França, Grã-Bretanha, Paquistão, Índia, Israel, Coreia do Norte) sob os auspícios da ONU, poderia fazer sentido, porém os mercadores de morte, os construtores das armas e - em particular - das armas de destruição massiva, não teriam mais lucros e são eles que puxam os cordelinhos (ainda) dos governos, muito em particular nos EUA, obrigando a corrida aos armamentos a prosseguir sem fim à vista. 

Não compreendo como se possa ainda admirar os dirigentes políticos daqueles países com armas nucleares, sendo certo que estes sabem bem os riscos que estão a fazer correr ao Planeta inteiro e às suas próprias populações!

sábado, 13 de janeiro de 2018

O JEJUM TERAPÊUTICO DESDE A ANTIGUIDADE ATÉ HOJE

Um documentário ARTE de grande qualidade. 
O jejuar é uma das formas tradicionais de higiene pessoal, prescrita pelas religiões. 
Como forma de purificação, pode ser levada a cabo por motivos espirituais, mas pode também ser adotada, independentemente de qualquer obediência religiosa ou ideológica.

Já Hipócrates afirmava que o repouso e o jejum são os melhores tratamentos para manter e recuperar a saúde.
Como método, é muito natural: nós fazemos jejum desde a última refeição do dia, até ao dia seguinte. Breakfast, déjeuner significam a mesma coisa: literalmente, é quebrar o jejum.

O homem primitivo estava adaptado a jejuar periodicamente. Pela natureza do seu modo de vida, vivia na escassez, a maior parte do tempo. Foi assim que viveu o homem paleolítico, da caça-recoleta, durante cerca de 200 mil anos, desde o aparecimento da espécie Homo sapiens, até há uns 12 mil anos atrás com a transição para a agricultura e a pastorícia, a revolução neolítica. 
A nossa anatomia e fisiologia «lembra-se» dessa época e armazena energia com grande eficácia, gere o consumo dessa reserva de energia de modo muito prudente, mas tudo isso como se nós ainda estivéssemos sujeitos a episódios de fome, a falta crónica ou aguda de alimento. Mas na nossa civilização, não é normalmente difícil de saciar a fome, pelo contrário, tudo incita a um sobre consumo de alimentos. 
Os jovens são condicionados a comerem muitas vezes por dia; a sua dieta é muito energética e isso pode ser causador de obesidade, caso eles não tenham um consumo de energia devido a atividades físicas como se espera que crianças e jovens tenham. Simplesmente, são incentivados a não gastarem a sua energia, a permanecer sedentários, devido à própria forma de organização da sociedade, desde as creches, jardins de infância, escola, casa, todos os locais onde a criança é mantida preferencialmente «tranquila», com um brinquedo ou um jogo-vídeo, no seu cantinho.

Experimentei uma restrição alimentar num episódio de gripe recente e creio que isso, junto com o repouso, ajudou a superar a infeção. Porém, o meu estado de saúde geral melhorou, para além da cura da gripe. Deixei de estar sujeito a certas pequenas afeções, como cefaleias, rinite alérgica, ligeira hipertensão, etc...
Comecei a limitar intencionalmente a ingestão de comida, estendendo o jejum «natural» do ciclo dia/noite, para cerca de 16 horas (das 16 h. de um dia até às 8 h. do dia seguinte). 
É suportável, apesar de inicialmente o nosso organismo estar sujeito a um ciclo de estímulo hormonal (níveis da grelina). Com o tempo, ele habitua-se; o relógio hormonal já não antecipa a hora de jantar.
As defesas imunitárias aumentam; o organismo interpreta a restrição alimentar como uma situação de stress. Ativam-se as respostas ao stress, incluindo a capacidade do sistema imunitário em combater os agentes patogénicos. 

Nós estamos agora, apesar da indústria farmacêutica e da medicina convencional, a redescobrir a profunda sabedoria de comportamentos e de modos de vida recomendados desde há milénios, que foram codificados nas grandes religiões. 
Muitas doenças são reconhecidas como doenças de civilização e/ou iatrogénicas (causadas ou agravadas pela intervenção médica); a diabetes, a obesidade, o cancro, as alergias, etc. estão em crescimento. Porém, as formas mais eficazes de combater estes males passam por uma mudança de atitude fundamental. Várias terapias tradicionais (adaptadas), como o jejum terapêutico, seriam muito mais adequadas e poderiam, em muitos casos, ser aplicadas de forma preventiva, para fortalecer os mecanismos naturais de defesa.



                                          https://www.youtube.com/watch?v=b8Vtot4Kf88