sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A DERROTA DO NAZISMO, NA IIª GUERRA MUNDIAL, NÃO FOI TOTAL

SOLDADOS SOVIÉTICOS APRESENTANDO AS BANDEIRAS DOS REGIMENTOS DA ALEMANHA NAZI NO FINAL DE IIª GUERRA MUNDIAL

 A realidade geoestratégica europeia e mundial só pode ser compreendida, se tivermos em conta que a derrota do nazismo no fim da IIª Guerra Mundial não foi total. 

Explicando: 

As potências ocidentais tinham como objetivo derrotar Hitler, mas uma vez esse objetivo alcançado continuaram a sua cruzada contra a União Soviética. Isso significou que pós-II Guerra mundial, criminosos de guerra nazis puderam escapar à captura e aos tribunais, quer se fazendo passar por cidadãos inocentes, sem qualquer colaboração com o nazismo, quer - com falsos passaportes e falsas identidades - emigrando para a América do Sul (principalmente Argentina e Brasil), também para Espanha e Portugal. 

Quanto aos criminosos de guerra ucranianos, muitos deles foram membros das legiões sob as ordens das SS, estes fugiram -sobretudo- para os EUA e o Canadá, onde encontraram bom acolhimento das autoridades destes países, que os recrutavam como peritos em língua russa, dedicados à propaganda antissoviética. 

Foram erigidos em «heróis» da luta anticomunista, alguns sendo utilizados como espiões e como peritos tradutores pela CIA: Foram instrumentalizados de todas as maneiras possíveis. 

Após o colapso da URSS, a Ucrânia tornou-se independente, rapidamente. Muitas pessoas não compreendem no Ocidente, a causa da guerra civil que assola este país, desde 2014. Frequentemente, os líderes do golpe de Maidan ameaçaram de morte os ucranianos russófonos. Em Odessa, queimaram vivas dezenas de pessoas que se tinham refugiado no edifício do sindicato. É difícil de imaginar, no Ocidente, a brutalidade e o ódio deste punhado de nazis (os chamados «patriotas banderistas»), que são a «vanguarda» no novo regime saído do golpe de Maidan. A russofobia deles serve às mil maravilhas uma clique militarista/fascista enquistada na NATO. Sobretudo nos mais altos postos da burocracia militar de dois países importantes da NATO: os Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Noutros países da NATO existe uma grande cobardia, uma aceitação da liderança anglo-americana, como se isto fosse algo «natural». As altas esferas militares não estão ao serviço das suas pátrias e povos. Estão ao serviço dos lóbis do armamento, tal como ambiciosos políticos que fazem carreira mostrando-se «duros», dando aos eleitores desinformados a ilusão de «serem homens e mulheres de carácter».  

A desnazificação completa teria que ser obra dos povos dos países da NATO: Era necessário que vissem a realidade por detrás da propaganda, o risco imenso a que estão a ser expostos, pelos traidores ao mais alto nível. Era preciso que os isolassem, os prendessem e os julgassem. Isto é improvável, hoje em dia, pois só uma verdadeira revolução poderia criar condições para tal acontecer. Não estamos numa situação revolucionária. Estamos numa era de profunda regressão. 

Os nazis encapotados, os militaristas vão perder. Pois são levados pela sua «húbris» a hostilizar até os amigos e aliados. A sua loucura faz com que subestimem o adversário. Portanto, é fatal que vão falhar. Mas, a questão é que eles podem - apesar disso - causar imenso sofrimento, um conflito em grande escala.

Tenho a convicção de que, quanto mais cedo os expusermos como cobardes que fazem o mal, mas não sofrem as suas consequências, melhor. Eles falham, mas - entretanto - deixam um rasto de sangue, de destruição e as sementes de novos conflitos.  

Falharam miseravelmente seus golpes recentes, tanto no Cazaquistão, como na Bielorrússia. Mesmo na Ucrânia, eles não conseguiram aquilo que prometiam. Pois um «Estado falido», completamente arruinado, embora antes tivesse um nível de vida médio pelos padrões europeus, não se pode considerar um sucesso. Mas, talvez quisessem isso mesmo: uma fonte de desestabilização permanente às fronteiras da Rússia, com prolongamentos para o seu interior, visto que existem tantas ligações pessoais, familiares e culturais entre russos e ucranianos.

O «nazismo dos livros de História», não existe no presente, nem poderia existir. Porém, pessoas imbuídas de mentalidade nazi (ou fascista) existem muitas. São assustadores os indícios de que as pessoas comuns (e mesmo académicos, cientistas e intelectuais) não perceberam absolutamente nada do que foi/é o nazismo/fascismo. Por isso, não reconhecem o perigo. Existem - porém - numerosos estudos e livros, que demonstram o que eu apresento acima, de forma muito abreviada. 

Podem começar vossas pesquisas usando certas palavras: «Operação Gládio», «Stepan Bandera», «Operação Paper Clip», «Vaticano e Criminosos de Guerra», «Rede Simon Wiesenthal» e muitos outras...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

SEM MERCADOS FUNCIONAIS NÃO HÁ CAPITALISMO // O OURO COMO VALOR-REFÚGIO

As economias capitalistas são também designadas pela expressão «economias de mercado». Ora, para que tal tipo de economia funcione de acordo com os pressupostos do capitalismo, é necessário que os mercados estejam a preencher a função centralíssima que lhes é atribuída. A função em causa, é a descoberta do preço das mercadorias ou serviços, pelos próprios mecanismos do mercado. Ou seja, quando existe muita procura de qualquer coisa, vai haver uma subida do preço visto que haverá mais compradores dessa coisa (mercadoria, ativo financeiro, matéria prima, etc.) e esse maior número não poderá ser instantaneamente compensado pelo aumento de produção desse bem, haverá uma escassez relativa no mercado em relação às necessidades. O inverso se passa quando existe um excesso de oferta dessa mercadoria ou ativo financeiro em relação aos compradores. 
Neste sistema, todo ele virado para o lucro, também a taxa de juro - ou seja - o rendimento de um bem ou ativo, é crítico para entusiasmar ou - pelo contrário - desencorajar, os potenciais compradores. Para o cômputo da rentabilidade, é decisiva a taxa de juro real - ou seja - descontando a taxa de inflação. Se a taxa de inflação for de 6%, o ativo que dê um juro de 4% tem, na realidade, rendimento negativo de 2%.
No caso das obrigações, veículos de investimento financeiro com enorme peso global (maior que o peso global das ações), tem-se assistido - nos últimos 40 anos - a grande descida, indo mesmo, nos tempos mais recentes, para território negativo. Ora, em boa lógica, tal não deveria ocorrer: é insólito investidores estarem dispostos a perder dinheiro, quando investem numa obrigação. Mais; eles sabem que esta irá dar-lhes uma «remuneração» consistentemente abaixo do valor da inflação. Isto, mesmo fazendo o cálculo com a taxa de inflação das estatísticas governamentais, que têm estado muito manipuladas, no sentido de subestimar a inflação real.
Se virmos este fenómeno, que ocorre nas obrigações soberanas de várias maturidades, em países ocidentais muito diversos, chegamos a uma conclusão paradoxal: Ou os investidores deixaram de procurar obter lucro (hipótese absurda), ou estamos perante uma forte distorção dos mercados. Mas, sendo este último caso, não podemos dizer que a economia funciona numa modalidade «de mercado». É fatal constatar que não existe um verdadeiro mercado. Por outras palavras, atores muito poderosos falseiam o jogo, mantendo os juros artificialmente baixos.
Nós sabemos que esses atores existem e que são realmente poderosos: São os bancos centrais das principais economias capitalistas, que aliás arrastam consigo bancos centrais de outros países, menos ricos. Eles obrigam o mercado a aceitar valores de juros da ordem de 1% para as obrigações soberanas, o que significa que quaisquer compradores irão certamente perder muito do investimento, em termos de valor real. Podem ser perdas da ordem de 10% .
Mas como é que os bancos centrais conseguem isso?
- Simples; os bancos comerciais, as instituições de segurança social, as companhias de seguros, etc... têm exigências estatutárias em manter uma certa percentagem das suas carteiras de títulos em ativos financeiros considerados «seguros». Por definição, as obrigações e papéis emitidos pelos Tesouros dos Estados, são considerados mais seguros que quaisquer outros ativos financeiros, mesmo que isso não seja verdade. Qualquer banco comercial, companhia de seguros, etc., terá que se conformar com as regras para poder operar.
O montante dos juros está na proporção inversa do preço da obrigação: Isto significa que as obrigações de juro mais baixo são as melhores. De facto, uma entidade emissora (um Estado, ou uma empresa) pode ter compradores para as suas obrigações, apesar delas terem um juro mais baixo, quanto mais segurança e maiores garantias lhes fornecer. São estas as obrigações mais desejáveis, porque envolvem menos riscos. As obrigações com comprador mais incerto, terão de oferecer maior juro, para superar a hesitação de eventuais compradores.
A intervenção dos bancos centrais nos mercados, com a compra massiva de obrigações e de hipotecas colateralizadas, institucionalizou-se a partir de 2009. Agora, também se verifica em relação às ações e derivados. Isto faz com que não haja qualquer realismo na atribuição do preço destes ativos financeiros, ou dos juros associados. Esta distorção tem repercussão óbvia nos mercados financeiros em geral, desde as taxas dos depósitos a prazo, até às taxas de juro para empréstimos diversos (investimento das empresas, habitação, automóvel, consumos, etc.). Isto vai afetar as pessoas, a sua economia concreta, do dia-a-dia.
É o custo do dinheiro que está a ser manipulado, quando intencionalmente se distorcem os juros destes ativos financeiros. Ora, isto subverte completamente a economia dita de «mercado livre», visto que os mercados de capitais e de crédito são os mais importantes.
A economia capitalista típica fica «emperrada», perde a sua eficácia e agilidade: Por exemplo, há enorme dificuldade em fazer estimativas para um investimento, que não seja a muito curto prazo. As alocações de capital aventureiras, ou mesmo «estúpidas», multiplicam-se neste ambiente, de juros historicamente baixos. Isto quer dizer que há - nestas condições - uma maior tendência a aplicar mal, ou menos bem, o capital pelas empresas. É previsível que, perante tanto capital mal investido e perante uma crise, uma quantidade grande de empresas e de negócios se vão tornar não rentáveis, vão à falência.
Está-se, agora, a passar duma fase de juros obrigacionistas ultra- baixos para uma «normalização», embora muito abaixo - ainda - dos valores médios históricos. Porém, esta inversão já está a afetar os especuladores. Eles pediram empréstimos para investir na compra de ações nas bolsas: Têm de pagar de volta os empréstimos contraídos num prazo curto, mas as ações não estão a subir do modo que eles previam. Nota-se uma descida acentuada, embora ainda não descalabro, dos valores bolsistas para muitas ações cotadas. Claro que a bolsa não será o único setor a sofrer numa grande crise financeira. Vai haver uma destruição massiva de capital, em todos os setores da economia.
Estamos portanto a entrar num período de severa recessão. Face à reversão dos mercados, o colapso é certo; é só esperar. É como o retorno do pêndulo. Em breve, vai entrar-se num mercado em descida, em contração, após mais duma década de mercados altistas. Note-se que, tanto as subidas como as descidas foram impulsionadas - não por mudanças na rentabilidade das empresas e das economias - mas pelas políticas dos bancos centrais. São estes que têm provocado as oscilações, por mais que digam que pretendem «estabilizar» os mercados.

O caso do ouro, enquanto investimento é interessante, pois se pode considerar o contrapeso dos investimentos financeiros. Ações, obrigações, derivados... o ouro move-se - quase sempre - em direção oposta àqueles ativos financeiros. Quanto mais os investidores temerem pelos investimentos feitos, mais frequentemente irão adquirir ouro, de forma a contrabalançar eventuais perdas. Funciona o ouro, não como um investimento para «ganhar dinheiro», mas antes como seguro, como forma de preservação de valor fundamental.
Embora as pessoas tenham tendência a pensar em termos de dinheiro, se este dinheiro se desvaloriza muito, um aparente lucro pode ser - afinal - uma perda. Dizem alguns que preferem não investir em ouro, porque ele não dá rendimento, mas origina despesas. No entanto, quando comparamos a rentabilidade efetiva das obrigações do tesouro dos EUA, ou outro investimento obrigacionista considerado como muito seguro, verificamos que o ouro bate estes ativos financeiros. Se obrigações a dez anos derem um juro de 1,5% mas havendo inflação no mesmo período de 5,5%, então a rentabilidade das obrigações é claramente negativa (é de menos 4%).
Mesmo que o ouro não dê rendimento, a sua valorização será, no mínimo, igual ou superior à taxa média de inflação. No exemplo acima, basta o ouro ter uma valorização muito modesta, mas positiva de 5-6% em dez anos, já está em clara vantagem (~ 0% em termos reais), em relação às obrigações, com - 4% em termos reais. Na realidade, vemos que o ouro, em períodos longos, tem melhor rentabilidade que quaisquer investimentos financeiros, incluindo nos «hedge funds» mais rentáveis.
O gráfico abaixo, mostra dois períodos em que o valor do ouro tem uma subida considerável, não apenas mantendo o poder de compra do capital investido, como dando um lucro significativo. Em geral, porém, não se deve ver o ouro como um meio de se ganhar muito dinheiro, mas antes como uma forma de se preservar o capital. Princípio válido em condições de grande perturbação, como é o caso no presente e no próximo futuro!

Valor da onça de ouro em dólares. Grandes subidas de 1971-80 e de 2001- até agora

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PS (28/01/2022): Vale a pena consultar a entrevista de Michael Hudson publicada na «Unz review», AQUI.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

FORÇAR AS PESSOAS A SEREM VACINADAS É EXTREMAMENTE GRAVE!



O eminente epidemiólogo confirma em pleno as minhas informações e conclusões neste blog, ao longo dos dois anos de crise epidémica de «COVID». Veja:




https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/12/cdc-reconhece-que-testes-pcr-nao-sao.html

PS1: A votação final do texto da lei do passe vacinal em França está descrita neste boletim de notícias: 

PS2: O Dr. Gayet* dá uma entrevista, onde diz que não são as medidas governamentais que poderão acabar com a epidemia, mas sim o Omicron.
 (*Dr. Stéphane Gayet é um médico francês, infeciologista e higienista)

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

CIMEIRA DE GENEBRA E DEFESA DA AUTONOMIA DOS EUROPEUS


1-Os EUA são uma república; não são uma democracia.
Expandem-se pelo mundo fora, através da disseminação duma ideologia em que, supostamente, têm o condão de decidir quais são as forças e países democráticos ou antidemocráticos.
Invariavelmente, as forças tidas como «democráticas» são as que se ajoelham diante do poderio do Império, que prestam vassalagem ao poder hegemónico. Não importa qual a coloração política dos governos. Se forem pró-imperialistas, serão sempre bem-vindos. Temos o exemplo da Ucrânia, governada por uma coligação (ou cartel?) de forças, unidas para sacar o máximo deste país empobrecido, causar o máximo de desestabilização (1) em relação à Rússia e para desempenhar o papel que os EUA querem que eles representem.


2- Os EUA assumem-se como «suseranos» da Europa e ninguém os mandatou para tal
Os EUA fazem correr um risco enorme à Europa, se falharem agora uma ronda negocial onde ainda é possível encontrar uma saída que satisfaça todas as partes a partir do imbróglio causado pelos países da NATO e dos EUA. Lembremos que eles, coletivamente, traíram as promessas feitas a Gorbatchov e, depois a Yeltsin, de que os países que fizessem fronteira com a Rússia (todos eles ex-membros da URSS ou do Pacto de Varsóvia), não iriam jamais ser englobados na NATO. Pois fizeram exatamente o contrário, sem que houvesse justificação, até contrariando a própria Carta do Atlântico, na medida em que esta aliança, teoricamente, se apresentava como «defensiva».


3- Os europeus podem e devem encontrar um «modus vivendi» com a Rússia
Ora, não havendo mais Pacto de Varsóvia e não havendo vontade expansionista da Rússia, como se pode considerar a expansão da NATO, até às fronteiras da Rússia, com exercícios de tropas da NATO, no Báltico ou na Roménia, e mesmo, desde há algum tempo, sob forma encapotada, treinos de tropas de «elite» e colocação de mísseis, no território da Ucrânia? Eu considero que é um cerco e um provocar constante (2), não é uma atitude responsável, que possa conduzir a uma paz no teatro europeu.
Isto, independentemente das simpatias que se tenha ou não em relação à figura de Putin. Só sei que ele não é o «ditador», o «Stalin», que a propaganda descarada dos media ocidentais está sempre disposta a fazer. Muitos jornalistas ou são ingénuos, ou são comprados: Estão sempre a fazer «análises» sobre as intenções da Rússia, que convêm aos senhores da guerra. Refiro os «neocons», a indústria de armamento, o Estado Profundo, que inclui, nos EUA, o aparato de espionagem (17 agências) e a burocracia militar do Pentágono.


4- A paz no continente europeu implica acordo(s), tratado(s)
A única hipótese de haver paz no continente europeu é de um acordo entre as potências europeias. Isto não só não precisa, como até nem deveria incluir os EUA. Os EUA não têm nada que estar a «proteger-nos», com bases militares, nos vários territórios e países da NATO. Na verdade, apenas transformam esses países em alvos preferenciais em caso de guerra, são ocupações militares, que pesam muito no orçamento de cada país. Além disso, implicam que todo o sistema e equipamento militar desse país seja complementar das máquinas de guerra, de norma americana. Parte muito substancial do equipamento, desde os aviões a jato (de medíocre qualidade, dizem os especialistas) até às munições das espingardas automáticas, é patenteado por empresas dos EUA e fabricado nos EUA. Os políticos dos países do Ocidente sabem muito bem que não existe verdadeira independência em relação ao Tio Sam. Sabem que existe uma situação de semicolónia; só os povos desses países não o percebem claramente ainda. Os povos de outras regiões do mundo compreendem; também pessoas com espírito íntegro e independente, como Paul Craig Roberts, sabem-no e não se coíbem de afirmá-lo.


5- Condições para uma Europa Livre
Uma Europa Livre, significa uma Europa em Paz e uma Paz real significa a desnuclearização e troca de informações permanente, respeitante aos contingentes militares, com tratados que garantam a segurança das fronteiras, a não-ingerência nos assuntos internos, também garantindo a liberdade de circulação dos cidadãos e a proibição de formas de agressão não declaradas como a «guerra híbrida» que inclui a guerra económica (as sanções, os embargos, as barreiras comerciais e ao investimento).
Parece que isto deveria ser a aspiração comum de todos. Mas, pelo contrário (3), as forças que impedem que isto aconteça, estão vinculadas ao «altantismo», à NATO, à dependência da Europa em relação aos EUA. Neste momento, os perigos vêm de «think tanks» imbuídos de mentalidade de guerra-fria (4). Querem ver na Rússia de hoje, um prolongamento do «Império Soviético», o que não é factual nem realista. Mas, perigosamente, tal insistência ideológica acaba por fortalecer as tendências nacionalistas na Rússia.
Para uma Europa livre, do Atlântico aos Urais, deveria haver uma conferência intereuropeia, sem ingerência de outros países. As forças que, em cada país, lutarem por este objetivo, estão a maximizar a autonomia e independência do mesmo
Mais cedo ou mais tarde, essa reconfiguração vai ocorrer.
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PS1: Vendo os recentes desenvolvimentos no âmbito das conversações (falhadas) entre Rússia e EUA/NATO, apercebo-me que do lado ocidental há apenas má vontade. Começaram por reduzir as questões à entrada da Ucrânia na NATO, quando se trata afinal da garantia para a Rússia que não será ameaçada por bases, rampas de lançamento de mísseis, constantes manobras às suas fronteiras. Parece-me que, agora, os ocidentais estão a fazer «bluff» com sanções, não tomam uma atitude responsável. E, claro que estão a fazer isso com pleno acordo dos responsáveis máximos.

PS2: o fosso entre EUA e Rússia, tornou-se muito grande. Por isso, seria bom que instâncias terceiras que fossem aceites pelas duas partes pudessem intervir, para reatar o diálogo e evitar que descarrile de novo.

PS3: Quem irá pagar o preço de um crescendo nesta «guerra de sanções» entre a UE/EUA (NATO) e Rússia? Os europeus, pois dependem, num terço das suas necessidades, do gás russo e não terão possibilidade imediata de o substituir. Os americanos poderão assim capturar o mercado do gás natural europeu.


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(1) https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/01/guerra-com-russia-percecao-do-perigo.html


(2) https://www.globalresearch.ca/blinken-stoltenberg-unleash-unprecedented-diktat-ultimatum-russia-following-nato-fm-meeting/5766645


(3) https://www.unz.com/pgiraldi/where-are-the-realists/


(4) http://thesaker.is/the-south-needs-a-sane-foreign-policy/

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

PERITOS MÉDICOS SÃO SISTEMATICAMENTE CENSURADOS - DR. ROBERT MALONE


Pense-se o que se pensar sobre as tecnologias usando ácidos nucleicos (ARN ou ADN) para terapias e vacinas nos humanos, tem de se reconhecer que Robert Malone é alguém com imenso peso, pois ele esteve associado ao desenvolvimento destas tecnologias, incluindo as famosas «vacinas» usando ARNm como veículo de fabrico dos antigénios que depois serviriam para formação de anticorpos pelo nosso sistema imunitário.  Muito antes de se ter aplicado esta tecnologia ao gene da «spike protein» do coronavírus, a ideia central dos investigadores desta área era a de se fabricar vetores eficazes e seletivos para derrotar os diversos cancros. Sabendo-se que os cancros são originados em certos tecidos, que expõem determinadas proteínas à sua superfície, não seria de todo impossível fazer-se medicamentos muito específicos, que iriam penetrar seletivamente nas células atingidas por cancro e poupar todas as outras. Mais uma vez se constata que as elevadas e legítimas expectativas das pessoas mais eminentes na comunidade científica e académica são desviadas por grandes companhias farmacêuticas, incentivadas elas próprias por multimilionários e acionistas destas. Neste caso, juntou-se a gula de lucros da Pfizer, Astra-Zeneca, Johnson & Johnson e doutras, ao projeto propriamente satânico de obter o controlo total da população através dum passe vacinal e de se decretar a obrigatoriedade de tais «injeções», erroneamente designadas por «vacinas». 
Robert Malone, tal como muitos outros cientistas,  não nasceu ontem e teve uma carreira cheia de sucessos e honrarias. Ele viu o perigo dum totalitarismo global se estender a partir deste malthusianismo planetário, com a correlativa psicose de massas («formação de massas») e a completa subjugação da informação «mainstream», que continua a ser aquela que tem acesso em exclusivo ao cérebro de muitos milhões de pessoas. A censura descarada, usando «fact checkers», iguais - afinal - aos dos tempos da Inquisição ou nas ditaduras, é aceite de forma absolutamente viciosa e corrupta pelos próprios governos, sob pretexto de que «são empresas privadas» e -portanto- têm o «direito de decidir qual o conteúdo que mostram». 
Mas esta falácia cai por terra... 
1) se virmos como essas mesmas empresas têm contratos bilionários (e exclusivos) com estruturas estatais nos EUA, tais como a CIA, a NSA e outras: Estes contratos permitem que tais agências de espionagem obtenham dados sobre qualquer pessoa, sem precisarem de pedir a um tribunal uma autorização de vigilância ou de investigação em relação ao cidadão X. Oficialmente, tal autorização só poderia ser concedida perante evidências ou suspeitas fundadas, que o justifiquem. 
2) se reconhecermos que um órgão de informação ou veículo para essa informação está sujeito às regras gerais escritas nas constituições, sendo que o direito à livre expressão, nestas, não está condicionado a nada. Isto significa que, quem se exprime é livre de o fazer, mas tem as suas responsabilidades: se mentir, se difamar ou se insultar, essa pessoa terá um processo. Isto será um dissuasor suficiente para não voltar a abusar dessa liberdade.
3) afinal, o que se passa com as pessoas que insultam, difamam, fazem desinformação consciente, lançam campanhas de imagem destruidoras, é que não são inquietadas, nada lhes acontece, têm total impunidade, se o que fizeram foi feito com o aval, o consentimento ou em defesa dos pontos de vista do «status quo» e do governo, contra seus opositores e mesmo que estes sejam pessoas de elevada reputação, como (entre muitos outros) o Dr. Robert Malone.

Vemos, portanto, que estamos a passar um momento de involução nas nossas liberdades individuais e coletivas. Esta situação só é possível de reverter se as pessoas acordarem, perderem o medo e compreenderem que, quanto mais se submetem, mais os governos globalistas irão redobrar o seu controlo. Eles só se interessam - realmente - em nos manter sob controlo: Porque a monopolização do poder (e das vantagens associadas), por uma ínfima minoria, só se pode sustentar deste modo.

PS1: Estes atentados à liberdade de opinião e de informação são uma tentativa de encobrimento dos crimes cometidos em nome do combate ao COVID. Veja:

Exclusive: Autopsy Confirms 26-Year-Old’s Death From Myocarditis Directly Caused by Pfizer COVID Vaccine


PS2: Os ataques contra o Dr. Robert Malone e Joe Rogan (que o entrevistou) mostram que eles estão a desmascarar entidades muito poderosas e criminosas. 

 

[Catherine Sauvage] BLUES - canção de Léo Ferré sobre poema de Aragon

  https://www.youtube.com/watch?v=a9aQQoflCec

On veille on pense à tout à rien
On écrit des vers de la prose
On doit trafiquer quelque chose
En attendant le jour qui vient
La brume quand point le matin
Retire aux vitres son haleine
Il en fut ainsi quand Verlaine
Ici doucement s'est éteint
Plusieurs sont morts plusieurs vivants
On n'a pas tous les mêmes cartes
Avant l'autre il faut que je parte
Eux sortis je restais rêvant
Tout le monde n'est pas Cézanne
Nous nous contenterons de peu
L'on pleure et l'on rit comme on peut
Dans cet univers de tisanes
Jeune homme qu'est-ce que tu crains
Tu vieilliras vaille que vaille
Disait l'ombre sur la muraille
Peinte par un Breughel forain
On veille on pense à tout à rien
On écrit des vers de la prose
On doit trafiquer quelque chose
En attendant le jour qui vient
On veille on pense à tout à rien
On écrit des vers de la prose
On doit trafiquer quelque chose
En attendant le jour qui vient...

Este poema de Aragon evoca suas recordações de vigílias enquanto médico externo no hospital Broussais. 

                              Com efeito, os primeiros versos do poema, não incluídos na canção de Ferré, explicitam essa referência. Mas o poema musicado não deixa de citar o hospital Broussais, indiretamente, enquanto local da morte de Verlaine, «que aqui se extinguiu suavemente».

Mas Aragon, igualmente, evoca o seu período «Dada» e Surrealista. Faz referências à vida precária em Montparnasse, nos anos 1920: «avant l'autre, il faut que je parte...»           Exprime a pobreza e precariedade do artista não reconhecido, com uma expressão (quase) proverbial: «Tout le monde n'est pas Cézanne». 

Aragon não está a referir-se à qualidade ímpar do pintor, mas à sua riqueza pessoal, que lhe permitia viver e pintar, sem se preocupar em ganhar a vida com a sua arte.    
          
 A composição de Léo Ferré faz parte do álbum «Aragon». Ferré interpreta  nele as suas próprias composições, de elevadíssima qualidade; é muito difícil decidir qual delas a «melhor». Eu prefiro esta, «Blues», pois é a que mais me inspira.

                                          
  Aprecio imenso - também - a interpretação de Catherine Sauvage, a expressividade da sua voz e a sobriedade do acompanhamento ao piano,  de Jacques Loussier, no  álbum de 1964, contendo apenas canções a partir de poesias de Aragon. Neste disco, além das composições de Léo Ferré, há canções musicadas por Georges Brassens, Joseph Kosma, Jean Ferrat e Philippe Amar. 


PS1: playlist com as canções de Léo Ferré, que eu mais aprecio:

sábado, 8 de janeiro de 2022

VINICIUS

                        VINICIUS DE MORAES E SEUS AMIGOS

LISTA DE CANÇÕES DE VINICIUS  (clique no link!)


Alegria! 

Tomara eu viver dentro da música dos discos do Vinícius, com balanço tropical e só poesia. Não custa muito; basta ouvir com atenção e fechar os olhos… imaginando estar a presenciar esses momentos mágicos, tal como eles ocorreram, tal como ficaram registados.
Mas, para além desse sonho, posso também escrever inspirado por um poema do Vinícius, ou entoar uma destas melodias. Gosto do passado, desse passado, que me pertence um pouco, também, pois cresci ao som de toda essa profusão de sons e de palavras, que assimilei, mais como se bebe uma «morte lenta», ou uma «caipirinha», do que com o cérebro racional, analítico. 

Do «Canto de Ossanha», até ao «Samba em Prelúdio» e mais, muito mais… Posso mergulhar no passado feliz... tão feliz, que nem sabia que o era. E, o que resta, é um bem precioso. Persiste  como eco, como registo, como reverberação. 
É o melhor que tenho para combater o tédio, a depressão, o cansaço e a estupidez; tudo o que demasiadas vezes me enche os neurónios, quando olho a mediocridade das figuras narcísicas, que julgam ser «artistas», mas falta-lhes o essencial:  Musicalidade. 
O pior é que têm quem lhes compre os discos, vá aos recitais, etc., pelo que se constata que não existe «progresso» na arte dos sons, pelo menos nalgumas épocas, existe involução. 

A música popular vai de par com a época em que é produzida. Se a época transporta muita esperança, vontade de emancipação, criatividade e rebeldia, como nos anos sessenta, a marca fica gravada nas músicas, em especial na dita popular. 

Eu não gosto de falar em música popular ou erudita, porque a música é una. Uma composição pode ser de boa qualidade e simples, ao mesmo tempo: Neste caso, é quase certo que irá ser retomada por vários artistas-intérpretes. Vai inseminar várias gerações, que se inspiram nessa composição, recriando-a até que se torne «um clássico».

Parece-me que a poesia de Vinícius de Moraes e a música de João Gilberto, Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, se fundem de modo tão harmonioso, que são como uma só. Impossível de dissociar! 

Esta forma de arte é tão brasileira. Mas, também fez parte do «substrato comum» da minha geração, nos anos 60 e 70, em Portugal. 
A minha geração apropriou-se desta música fantástica, foi o «prato de resistência» nas atuações de cantores, em palcos, estúdios, bares e botequins... e nas festas entre amigos!