Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A DERROTA DO NAZISMO, NA IIª GUERRA MUNDIAL, NÃO FOI TOTAL

SOLDADOS SOVIÉTICOS APRESENTANDO AS BANDEIRAS DOS REGIMENTOS DA ALEMANHA NAZI NO FINAL DE IIª GUERRA MUNDIAL

 A realidade geoestratégica europeia e mundial só pode ser compreendida, se tivermos em conta que a derrota do nazismo no fim da IIª Guerra Mundial não foi total. 

Explicando: 

As potências ocidentais tinham como objetivo derrotar Hitler, mas uma vez esse objetivo alcançado continuaram a sua cruzada contra a União Soviética. Isso significou que pós-II Guerra mundial, criminosos de guerra nazis puderam escapar à captura e aos tribunais, quer se fazendo passar por cidadãos inocentes, sem qualquer colaboração com o nazismo, quer - com falsos passaportes e falsas identidades - emigrando para a América do Sul (principalmente Argentina e Brasil), também para Espanha e Portugal. 

Quanto aos criminosos de guerra ucranianos, muitos deles foram membros das legiões sob as ordens das SS, estes fugiram -sobretudo- para os EUA e o Canadá, onde encontraram bom acolhimento das autoridades destes países, que os recrutavam como peritos em língua russa, dedicados à propaganda antissoviética. 

Foram erigidos em «heróis» da luta anticomunista, alguns sendo utilizados como espiões e como peritos tradutores pela CIA: Foram instrumentalizados de todas as maneiras possíveis. 

Após o colapso da URSS, a Ucrânia tornou-se independente, rapidamente. Muitas pessoas não compreendem no Ocidente, a causa da guerra civil que assola este país, desde 2014. Frequentemente, os líderes do golpe de Maidan ameaçaram de morte os ucranianos russófonos. Em Odessa, queimaram vivas dezenas de pessoas que se tinham refugiado no edifício do sindicato. É difícil de imaginar, no Ocidente, a brutalidade e o ódio deste punhado de nazis (os chamados «patriotas banderistas»), que são a «vanguarda» no novo regime saído do golpe de Maidan. A russofobia deles serve às mil maravilhas uma clique militarista/fascista enquistada na NATO. Sobretudo nos mais altos postos da burocracia militar de dois países importantes da NATO: os Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Noutros países da NATO existe uma grande cobardia, uma aceitação da liderança anglo-americana, como se isto fosse algo «natural». As altas esferas militares não estão ao serviço das suas pátrias e povos. Estão ao serviço dos lóbis do armamento, tal como ambiciosos políticos que fazem carreira mostrando-se «duros», dando aos eleitores desinformados a ilusão de «serem homens e mulheres de carácter».  

A desnazificação completa teria que ser obra dos povos dos países da NATO: Era necessário que vissem a realidade por detrás da propaganda, o risco imenso a que estão a ser expostos, pelos traidores ao mais alto nível. Era preciso que os isolassem, os prendessem e os julgassem. Isto é improvável, hoje em dia, pois só uma verdadeira revolução poderia criar condições para tal acontecer. Não estamos numa situação revolucionária. Estamos numa era de profunda regressão. 

Os nazis encapotados, os militaristas vão perder. Pois são levados pela sua «húbris» a hostilizar até os amigos e aliados. A sua loucura faz com que subestimem o adversário. Portanto, é fatal que vão falhar. Mas, a questão é que eles podem - apesar disso - causar imenso sofrimento, um conflito em grande escala.

Tenho a convicção de que, quanto mais cedo os expusermos como cobardes que fazem o mal, mas não sofrem as suas consequências, melhor. Eles falham, mas - entretanto - deixam um rasto de sangue, de destruição e as sementes de novos conflitos.  

Falharam miseravelmente seus golpes recentes, tanto no Cazaquistão, como na Bielorrússia. Mesmo na Ucrânia, eles não conseguiram aquilo que prometiam. Pois um «Estado falido», completamente arruinado, embora antes tivesse um nível de vida médio pelos padrões europeus, não se pode considerar um sucesso. Mas, talvez quisessem isso mesmo: uma fonte de desestabilização permanente às fronteiras da Rússia, com prolongamentos para o seu interior, visto que existem tantas ligações pessoais, familiares e culturais entre russos e ucranianos.

O «nazismo dos livros de História», não existe no presente, nem poderia existir. Porém, pessoas imbuídas de mentalidade nazi (ou fascista) existem muitas. São assustadores os indícios de que as pessoas comuns (e mesmo académicos, cientistas e intelectuais) não perceberam absolutamente nada do que foi/é o nazismo/fascismo. Por isso, não reconhecem o perigo. Existem - porém - numerosos estudos e livros, que demonstram o que eu apresento acima, de forma muito abreviada. 

Podem começar vossas pesquisas usando certas palavras: «Operação Gládio», «Stepan Bandera», «Operação Paper Clip», «Vaticano e Criminosos de Guerra», «Rede Simon Wiesenthal» e muitos outras...

15 comentários:

Manuel Baptista disse...

No meu site podem encontrar reflexões sobre a situação da segurança coletiva, em particular face ao perigo do militarismo: https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/12/o-vespeiro-ucraniano-e-uniao-europeia.html

Manuel Baptista disse...

Esses «heróis anticomunistas» para os quais até foram erigidos monumentos honrando sua memória, no Canadá, eram criminosos de guerra que fizeram massacres de civis, judeus, russos, polacos ou resistentes antifascistas. Cometeram atrocidades iguais às «elites» SS da Alemanha hitleriana. Não pode haver memoriais honrando tais indivíduos e grupos sem que, implicitamente, não se considere como justificadas tais barbaridades. Que isto seja assim, mostra, não apenas a monstruosidade deles, como a total ausência de princípios dos que os recrutaram após a 2ª guerra mundial, para lutar contra a URSS. Não me venham com conversas de defesa dos direitos humanos: quem glorifica assim estes monstros nazis, é apenas um deles.

Manuel Baptista disse...

https://paginaum.pt/2022/01/14/o-medo-ao-servico-de-um-regime-muito-pouco-democratico/
O ARTIGO DE OPINIÃO DE UM PROFESSORA UNIVERSITÁRIA PORTUGUESA, PODE NOS DAR A MEDIDA DE COMO A POPULAÇÃO É CONDICIONADA A REVERTER AO MAIS ABSCONSO FASCISMO, DEPOIS DE TER SOFRIDO MAIS DE 40 ANOS DESSE ODIOSO REGIME

Manuel Baptista disse...

A propaganda «ocidental», pró-NATO quer fazer crer que eles são vítimas e os russos os agressores. O artigo seguinte não deixa dúvidas. Percebe-se que a propaganda atlantista se baseia numa clara distorção dos factos:
https://www.rt.com/russia/546074-russia-nato-relations-lie/

Maximiano Gonçalves disse...

Manuel Baptista:
Mais uma vez o felicito pela lucidez e conhecimento que demonstra, e também pela coragem, dado o País onde estamos, ao falar como fala da Ucrânia.
Tive uma crónica "Dizer é preciso", na Antena 2 e no DN dirigido por Bettencourt Resendes, últimos anos dos 90, e sei das ameaças que recebi por ter denunciado como criminoso o bombardeamento de Belgrado (Putin ainda não estava bem assente no poder) e ter tocado na questão do aborto.
O seu blogue é espaço único.
Saudações de admiração do
Maximiano Gonçalves

Manuel Baptista disse...

A MAIOR E A MAIS CRUEL GUERRA DE TODAS
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/11/a-maior-e-mais-cruel-guerra-de-todas.html

Obrigado Maximiano, fico muito sensibilizado pelo que escreveu.
Eu acredito mesmo naquilo que publico. Posso me enganar, mas acho que o que está em jogo, justifica que as pessoas lúcidas e inteligentes saiam e lutem, porque é absolutamente urgente.

Eu também admirava muito as suas crónicas sensatas e corajosas na Antena 2. Penso que inspiraram muitas pessoas a fazerem o que eticamente deve ser feito.

Manuel Baptista disse...

O governo australiano decidiu o cancelamento do visto de Djokovic. Ele, Djokovic, segundo eles «é um perigo público, não por apresentar risco de contaminação, mas porque vai encorajar a resistência à política de obrigatoriedade da vacinação». Isto chama-se fascismo, onde as pessoas são presas ou deportadas por «delito de opinião»
https://off-guardian.org/2022/01/17/they-are-making-an-example-of-novak-djokovic-heres-why/

Manuel Baptista disse...

Importante e esclarecedor de Patrick Armstrong sobre o que está em jogo nesta «Guerra Fria n.2». A ler, absolutamente:
https://turcopolier.com/russia-ukraine-et-al-what-next/

Manuel Baptista disse...

https://www.strategic-culture.org/news/2022/01/27/americas-armed-sentinel-state-encirclement/
Loucura que põe em risco a paz mundial.

Manuel Baptista disse...

Um artigo muito elucidadtivo sobre o papel do imperialismo americano, não só nesta crise como historicamente:
https://consortiumnews.com/2022/03/18/us-militarism-in-russia-around-the-world/

Manuel Baptista disse...

https://www.strategic-culture.org/news/2022/03/22/fact-checking-the-fact-checkers-why-does-ukraine-seem-to-have-so-many-nazis-nowadays/

Manuel Baptista disse...

https://www.strategic-culture.org/news/2022/04/04/how-ukrainian-nationalist-movement-post-wwii-was-bought-and-paid-for-by-cia/
Cynthia Chung retraça a história da Ucrânia, com especial detalhe para a 2ª Guerra Mundial e depois.

Manuel Baptista disse...

https://www.youtube.com/watch?v=mhKJh3U4uIA
Sobre os extremistas nacionalistas ucranianos.

Manuel Baptista disse...

https://www.globalresearch.ca/secret-transfer-ukrainian-ss-britain-canada/5823188

Mais elementos para avaliar guerra encoberta lavada a cabo pelos aliados anglófonos, contra a URSS, logo no fim da IIª Guerra Mundial.

Manuel Baptista disse...

No Canada, a câmara dos deputados, em peso, com o primeiro ministro Trudeau e com o seu convidado Zelensky, aplaudiu como herói, um homem de 98 anos que «lutou contra a URSS durante a IIª Guerra mundial», «omitindo» que o fizera nas fileiras da Divisão Galícia das Waffen SS Nazis:

In the midst of introducing Ukrainian president Volodymyr Zelenskyy for yet another address to the House of Commons, Speaker Anthony Rota recognized 98-year-old Yaroslav Hunka as a Ukrainian war hero for fighting the Soviet Union during World War II, apparently unaware that Hunka had volunteered for the Waffen-SS Galicia division, a Nazi military unit notorious for horrific war crimes.

Este incidente não pode ter sido por «engano», foi orquestrado.