sábado, 15 de dezembro de 2018

OS QUE ESTÃO POR DENTRO JÁ SE PREPARAM PARA A CRISE

No imobiliário, tal como noutros mercados, há quem esteja discretamente a desfazer-se de activos, demasiado arriscados... 
Como para cada venda há um comprador, interessa saber quem são os compradores? 
- Estes são, em grande maioria, os actores institucionais... Ou seja, o grande público afinal, indirectamente, que pôs suas economias nos fundos de pensões, etc. e nem suspeita do que andam a fazer com o seu dinheiro. 
São pessoas pobres e da classe média, que contam com o dinheiro de suas pensões e de instrumentos de poupança. Esse dinheiro simplesmente não vai existir quando for mais necessário. São eles que vão levar pela medida grande, quando vier a crise. 

Todos os grandes actores sabem que a crise está aí, mas não vos dirão isso, nem mostrarão qualquer preocupação em público. 
Porém, os seus actos falam mais alto: eles estão a precaver-se, ao venderem os activos mais arriscados, a comprar metais preciosos e outros activos não financeiros sub-cotados.

                          

Os que embarcaram na bolha especulativa das cripto-moedas estão encerrados numa espiral descendente. Muitos, desde 2017, acumularam perdas da ordem de 80%. 
                         

A inflação (a hiper-inflação, no fim) é a «saída» para os Estados e as empresas sobre-endividados. É a ruína para as pessoas pobres e da classe média.

QUANDO OUVIR A EXPRESSÃO «THE GREAT RESET», PENSE QUE SE TRATA DA MAIOR TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZA EM TODA A HISTÓRIA, DOS MAIS POBRES EM DIRECÇÃO AOS MAIS RICOS.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O MUNDO SEGUNDO XI JINPIN (DOCUMENTÁRIO TV)


Aquando da sua visita de Estado recente a Portugal, foi assinado um dos acordos bilaterais mais importantes: o investimento chinês no porto de Sines. Este empreendimento vai ligar a via marítima da «Rota da Seda» com a terrestre,  numa rede de caminhos-de-ferro que se estenderá por toda a Europa e se conjugará com vias férreas vindas do extremo-oriente. Vai tornar o comércio continental euro-asiático mais seguro e mais rápido, deixando de estar dependente de grandes cargueiros.
O documentário da cadeia de televisão franco-alemã ARTE, que pode ver aqui, revela alguns aspectos menos conhecidos do actual poder chinês e ajuda a contextualizar as diversas iniciativas, em direcção a vários parceiros, sejam eles africanos, europeus ou outros... 
Sem dúvida, este documentário é imbuído de uma visão franco-alemã, mas as pessoas com espírito crítico poderão «separar o trigo, do joio». 
Oxalá o visionamento deste documentário ARTE ajude a formar uma opinião bem informada, não moldada por preconceitos ou ideologias, sobre o que se passa nesta época de viragem mundial, não ficando reféns de qualquer lado, nem do lado ocidental, nem do oriental...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

FÁBRICA DE ALTERNATIVAS, ALGÉS, 15/12/2018: NÃO À GUERRA, NÃO À NATO


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Para este sábado está agendado um debate sobre o tema dos militarismos, tendo como ponto de partida  a memória da PAGAN (Plataforma anti- guerra, anti-NATO) e olhando para a forma como a NATO é utilizada actualmente como arma de guerra do liberalismo para impor a sua lei. 
Falar da necessidade de uma cultura de paz e que caminhos podemos trilhar para a atingir. 
Ouvir ideias e iniciar caminhos. 
A presença de todos é importante.

SÁBADO 15 DEZ. 18H30

20H00 Jantar  

Contamos contigo, contamos com todos

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A GRANDE CRISE FINANCEIRA GLOBAL ESTÁ EM CURSO

     A grande crise financeira (e económica) global está em curso, mas o «main-stream» não diz absolutamente nada que possa assustar os pequenos investidores, enquanto os grandes vão tirando as suas «fichas» do jogo. 
No final, restarão apenas os pequenos, para serem «tosquiados». 
Como sinal significativo, nota-se uma inversão completa da estratégia dos dois gigantes da finança mundial: os bancos J P Morgan e Goldman Sachs estão a comprar ouro em grandes quantidades, fortalecendo suas posições, como não o faziam há vários anos. 
Além disso, J P Morgan tem armazenado uma quantidade de prata* cujo total não foi divulgado , mas é enorme, talvez a maior acumulação de prata existente numa única instituição.                  

                  Global Market Crash

Segundo Jim Willie (de GoldenJackass ):

«As instituições financeiras sistémicas importantes (IFSI) não podem ser salvas, visto que a maior parte está insolvente, são gigantescas estruturas ocas, dependentes de lucro fácil de «carry trades» com obrigações e das receitas obtidas pela lavagem do narco-negócio. Têm como garantia o apoio incondicional dos bancos centrais, que cobrem sua exposição a derivados, da ordem de triliões. À medida que o petro-dólar se dissolve, estes derivados vão se tornando impossíveis de gerir.»
A passagem acima foi retirada do artigo**: Gold & The Global Financial Crisis Redux (That Has Finally Arrived)


* acumulação de prata por J P Morgan:

**O artigo na íntegra (em inglês) pode ser lido aqui.

EUA ETERNIZA A SUA PRESENÇA E PROTEGE TERRORISTAS NA SÍRIA

                          

https://www.zerohedge.com/news/2018-12-11/us-occupies-territory-syria-size-croatia-russia-slams-illegal-stronghold-evil

O CONTINGENTE AMERICANO NA SÍRIA, ALÉM DE ILEGAL, ESTÁ A PROTEGER OS RESTOS DOS GRUPOS TERRORISTAS QUE PUSERAM ESSE PAÍS A FERRO E A FOGO DURANTE SETE ANOS.

Os EUA só podem ter como objectivo manter um foco de desestabilização na Síria e no Médio Oriente. 
A arrogância e a indiferença perante a lei internacional estão patentes. Nomeadamente, para todos os países que não estejam alinhados (vassalos) dos EUA. Os EUA com a sua obsessão de domínio mundial irão arrastar os seus aliados-vassalos nomeadamente europeus para mais aventuras pós-coloniais. 
É o destino dos vassalos fornecerem os contingentes (carne para canhão) dos impérios que os controlam.
Enquanto a NATO (cujo raio de acção se estende por todo o mundo, hoje em dia) existir, os vassalos europeus estarão forçados a lutar nas guerras imperiais.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ENQUANTO A VERDADE É NEGADA, O ESTADO PROFUNDO AVANÇA


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Enquanto a verdade é negada ao público americano e internacional em geral, o «Estado Profundo» da nação que se auto-classifica como «indispensável» continua a manobrar com total impunidade.

Em múltiplas ocasiões verifica-se que Trump foi ultrapassado pelo «Estado profundo», nomeadamente em relação à sua política de apaziguamento com a Rússia, sabotada múltiplas vezes, sendo a última o incidente marítimo no estreito de Kerch, com navios de guerra ucranianos entrando em águas territoriais russas, uma manobra destinada a provocar um aumento de tensão ao nível não apenas local, mas a bloquear qualquer movimento de países europeus e  de  Trump no sentido de aliviar a política de sanções
Estas sanções, como sabemos, têm sido talvez piores para os países europeus e aliados dos EUA, do que para a Rússia propriamente. Esta política tem propiciado que Putin leve a cabo a modernização do arsenal estratégico russo, o aumento da operacionalidade das forças armadas, o reforço da aliança com a China em todos os domínios, incluindo o militar, a aceleração da «desdolarização» da economia russa. 

O incidente com a prisão no Canadá, por pedido expresso dos americanos, sobre a cidadã chinesa, Meng Wanzhou, directora executiva da Huawei, filha do principal accionista da mesma, tem contornos demasiado escabrosos. 
O pretexto de que a Huawei tem relações comerciais com o  Irão, seria risível, se não fosse uma negação patente da lei e direito internacionais. Com efeito, a referida directora da Huawei não cometeu nenhum crime, nem face às leis americana ou canadiana nem face à lei internacional, para ser colocada nesta posição. É, portanto, o equivalente ao nível de Estados de uma tomada de refém por bandidos. Reflecte este acto exactamente aquilo em que se tornaram os EUA, desde que os neocons fazem a lei, ou seja, desde as presidências de Bill Clinton, G. W. Bush, Obama e agora de Trump.

Em termos de lei internacional, os EUA deve ser considerado um «Estado pária», um «rogue State», pois as convenções e regras internacionais, quer as que regem relações ao nível dos Estados, quer de empresas tanto entre elas, como com Estados (direito internacional privado), estão a ser postas em causa flagrantemente pelos EUA, os quais só as invocam quando isso lhes convém para a sua retórica. 
Para cúmulo, também as convenções internacionais que protegem os cidadãos do arbítrio dos Estados, são espezinhadas, agora. 
Com esta política, os Estados-vassalos, particularmente na Europa, terão as maiores dificuldades de se alinharem e mesmo serão forçados a entrar em contradição com a política dos EUA. Já o fizeram em relação à retirada unilateral dos EUA do acordo com o Irão.  

Face a tanta falta de senso político e mesmo de senso comum, há que tentar compreender a razão e lógica subjacentes a isto tudo. Parece-me que o Estado profundo tem forçado Trump a aceitar políticas contrárias às suas crenças e à vontade que exprimiu na campanha eleitoral, que foram uma das razões porque foi eleito, sendo a outra, o facto de uma vasta camada de eleitores estar farta de ser humilhada por uma «elite» bem pensante (liberal de esquerda), que apoiava Clinton. 

Podemos criticar severamente as incoerências das posições e dos actos praticados por Trump, sem dúvida. Sem dúvida, ele tem responsabilidades. 
Mas, parece-me que ele está sujeito a chantagem. Parece-me que muito do que se passa por detrás da cena tem a ver com isso. Parece-me que o «Estado profundo» dispõe de meios eficazes de exercer chantagem. Usou essa chantagem com a pretensa cumplicidade russa na sua campanha e eleição de 2016, quando, na verdade, foram Obama e Hillary que deram aos russos a concessão (perigosa, em termos de defesa dos EUA), o acordo dito do urânio, segundo o qual os russos efectuariam a refinação do combustível nuclear, destinado às centrais nucleares americanas. 
Sabemos que o Estado profundo americano tem no seu passado o assassinato de um presidente (JF Kennedy) e de muitos outros destacados cidadãos (Martin Luther King, Malcolm X, etc, etc), para não falar do golpe de Estado, encoberto de ataque terrorista, do 11 de Setembro de 2001
Este Estado profundo não é «reformável» e nem creio que seja possível aplacá-lo. 
Trump tem sido obrigado a ceder em aspectos vitais da política americana. A própria composição do governo tem sofrido alterações no sentido de colocar homens e mulheres de confiança dos neocons, como John Bolton, enquanto garantes de que as políticas de Trump não tomem caminhos demasiado contrários aos desígnios estratégicos deles. 

Sem dúvida, os EUA são efectivamente um país de «partido único» como diz Chomsky, com duas alas, os Democratas e os Republicanos... Eu acrescentaria que por detrás da cena quem tem realmente a chave do poder nos EUA são os neocons, sendo estes voluntariamente, agentes do complexo militar industrial e securitário, agentes dos lobbies do armamento, da agro-indústria, da indústria farmacêutica e, sobretudo, da grande banca, de «Wall Street», os interesses financeiros, que possuem directa ou indirectamente uma enorme fatia dos EUA.

domingo, 9 de dezembro de 2018

BREXIT, COM OU SEM ACORDO, EIS A QUESTÃO

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Na próxima terça-feira 11 de  Dezembro haverá, em princípio, a votação do acordo negociado por Theresa May com a Comissão Europeia e cuja conclusão originou uma grande celeuma, inclusive nas fileiras do Partido Conservador, causando demissões no próprio gabinete e havendo uma oposição interna nos deputados do partido conservador. 
A votação poderá ser adiada, por manobra dos apoiantes de Theresa May, que assim esperam obter algum semblante de concessão suplementar dos eurocratas de Bruxelas. Mas isto apresenta-se, desde já, como altamente improvável. 
Se não houver adiamento da votação, o mais certo é o acordo ser rejeitado, por votos conjugados da oposição trabalhista, dos deputados Tories rebeldes e do partido unionista (da Irlanda do Norte).  
Com efeito, os trabalhistas terão vantagem em provocar uma eleição geral antecipada, os Tories descontentes não querem arcar com a responsabilidade de um acordo, segundo o qual, muitas prerrogativas do império de Bruxelas e inclusive legislação comunitária, vão continuar por largos anos, na transição... por fim, os unionistas pretendem mostrar que existem e que a fronteira do Ulster será, de novo, a linha de demarcação das duas Irlandas... 

Porém, a conjugação destes interesses parciais está a criar obstáculos à «elite» dos negócios, que se acantona na «City» de Londres, mas com ramificações em todas as praças financeiras da Europa e controlando muitos paraísos fiscais, desde as ilhas do canal (Ilhas Jersey, Man, Wight...), ou Gibraltar, ou ainda, as ilhas e arquipélagos das Caraíbas sob domínio da Coroa Britânica... 
Para esta elite da finança, o fluxo permanente de capital vindo do continente europeu é demasiado importante, vital mesmo. Têm feito tudo o que está em seu poder para conseguirem a manutenção da liberdade total de circulação dos capitais entre a Europa continental e a Grã-Bretanha e todos os seus domínios. 
É este o verdadeiro motivo pelo qual o governo de May se bateu e se bate com tanta energia para fazer aceitar o acordo obtido com a Comissão Europeia. 
Nesta luta há interesses contraditórios, há capitalistas britânicos que pensam que têm mais a perder do que a ganhar, com o arranjo agora conseguido. Haverá forças apostadas num isolacionismo - maior ainda - das ilhas britânicas, convencidos que, havendo uma abertura grande no que toca aos negócios, a Grã-Bretanha terá dificuldade em manter a porta fechada no que respeita à emigração do centro e leste europeu. Não se esqueça ter sido esse o motivo principal pelo qual muitos desses britânicos votaram pelo Brexit. 

Do ponto de vista da estabilidade do poder político, não se poderá esperar uma reviravolta muito ampla, dado que dentro do partido trabalhista existem fortes divisões também e numa eventual eleição antecipada que desse uma maioria ao Labour, haveria forças contraditórias a Jeremy Corbyn, o qual considerou que não se deveria voltar atrás no voto do «Brexit».

Portanto, com ou sem May, a saída da Grã Bretanha será uma realidade, com mais ou menos peripécias de negociação. 

Do lado dos burocratas de Bruxelas, não há dúvida de que querem fazer com que o divórcio seja o mais penoso possível, para dar o exemplo a outras nações tentadas a ir pela mesma via... Mas, no fundo, uma parte deles deve estar muito contente. 
A predominância de Frankfurt como principal praça financeira da Europa, diminuindo o papel da City, será um dos motivos disso.