quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
O «SEGREDO» DA ECONOMIA CAPITALISTA OCIDENTAL
terça-feira, 25 de abril de 2017
BANCOS CENTRAIS E CRISE TERMINAL DO CAPITAL
Tenho seguido regularmente a actualidade da economia e finança globais, no intuito de compreender melhor as forças que moldam o nosso mundo.
Nada mais falso! A corrida armamentista, uma nova Guerra Fria, nunca fará senão adensar problemas; o armamento e despesas militares são essencialmente improdutivos, quando não destrutivos das economias. É sempre nefasto para a economia real, mesmo quando é apenas armazenado; no caso pior, quando é utilizado, serve para destruir vidas e capital - sob forma de edifícios, de estruturas, etc.
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
COLAPSO DA LIRA TURCA: LIÇÃO SOBRE (HIPER) INFLAÇÃO
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
ECONOMIA: TRÊS DEMOLIÇÕES EM CURSO
1- EVERGRANDE E CRISE DO IMOBILIÁRIO NA CHINA
Na China, as poupanças das famílias têm estado investidas a 75% no imobiliário. Nos EUA e na Europa, o imobiliário representa cerca de 25% dos ativos das famílias.
Nas condições do boom inicial da economia chinesa, dos anos 90 até há bem pouco tempo, investir no imobiliário era a maneira «segura» de se obter mais-valias, visto que havia um crescimento enérgico da economia. Por outro lado, mantinha-se a tradicional tendência dos chineses em aforrar. Quanto a investimentos em ativos financeiros, as bolsas não inspiravam confiança a muitas pessoas, o capitalismo na China é algo recente.
Perante a enorme dívida de «Evergrande» , gigante do imobiliário chinês, Xi Jin Pin deu a entender que não haveria um resgate pelo Estado, quer de Evergrande, quer doutros, que partilhavam o colossal mercado. Isto significa que muitas pessoas de posses modestas terão suas poupanças fortemente diminuídas. Muitas venderam ao desbarato apartamentos, outras ficaram a dever ao banco somas bem superiores ao valor do imóvel que tinham comprado, com dinheiro emprestado. Muitos bancos, sobretudo ao nível regional, estão em maus lençóis e vão precisar de um resgate estatal.
O resultado das falências atuais e em perspetiva, é que muita capacidade instalada nas empresas de imobiliário vai ter de ser reorientada. Muitas destas empresas acabarão por ser adquiridas por empresas estatais, ou por parcerias públicas-privadas. Vai haver uma realocação dos meios de produção, num sector que estava há muito tempo a desperdiçar matérias-primas, capitais e mão-de-obra.
Portanto, aquilo que me parece mais provável é que esta crise irá doer a muitos, mas - por outro lado - haverá uma aceleração do programa do PCCh de dinamizar o mercado interno, de modo que a produção industrial chinesa não esteja tão virada para as exportações, mas também para o consumo interno.
2- A DESTRUIÇÃO DA LIRA TURCA
Na Turquia, Erdogan sonha ser o «guia» do Islão político, quer fazer renascer o esplendor do império otomano. A sua demagogia levou-o a provocar uma crise monetária, económica e financeira, ao teimar que os juros altos é que causam a inflação. Os economistas, no mundo inteiro, estão de acordo em que é exatamente o contrário: Os juros altos vão estimular a poupança e logo, fazer diminuir a massa monetária em circulação. Haverá menos dinheiro para comprar os bens na economia. O efeito, quando os juros aumentam, é de diminuição da inflação.
A destruição do valor da lira, por muitos discursos e truques que Erdogan faça, está garantida. Parece óbvio que esta política vai exacerbar a inflação, cronicamente alta na Turquia. A inflação acelerou bastante, desde Setembro passado. No presente, o valor oficial da inflação ronda os 20%, mas será maior, na realidade.
Alguns observadores colocam a hipótese de ser um ataque deliberado ao poder de compra da população, para embaratecer o custo do trabalho e propulsionar assim as exportações turcas. Mas eu penso que esta destruição do valor da lira atingiu uma proporção tal, que não pode ser benéfica. Veremos o que acontece no próximo ano.
3- O «QUANTATIVE EASING» VAI CONTINUAR
As manobras de J. Powell e da «FED» pretendem manter uma espectativa sobre a capacidade de controlo da inflação nos EUA, o que na realidade não possuem. Os investidores americanos, ou estrangeiros, com ativos denominados em dólares gostariam que assim fosse.
Porém, o euro- dólar não é controlável por ninguém, por nenhum banco central. Os «euro -dólares» são, muitos deles, emitidos fora da jurisdição dos EUA: São triliões de dólares, em mãos estrangeiras (não apenas na Europa, mas em todo o mundo), presentes em todos os mercados, dos mercados de divisas, aos de matérias primas. As possibilidades de controlar os movimentos dos euro- dólares, pela FED ou por qualquer outra entidade dos EUA, são zero. A acumulação de triliões em divisa americana, fora dos EUA, deu-se ao longo de decénios: desde Bretton Woods (1944), o dólar foi moeda de reserva mundial e principal divisa comercial internacional.
A política externa de Biden, teleguiada pelos «neoliberais- neoconservadores», entrincheirados no aparelho de Estado americano, tem sido no sentido de hostilizar a Rússia e a China. A Rússia despejou, há algum tempo, o excesso de dólares que detinha no banco central, comprando muito ouro. As suas vendas de gás e petróleo à China e a outros parceiros, representam uma parte importante das suas exportações: os pagamentos não estão a ser efetuados em dólares, mas nas respetivas moedas dos países, ou em ouro. Os chineses tinham acumulado mais de 1,2 triliões de dólares, em «bonds» do Tesouro americano, devido ao seu excedente comercial crónico com os EUA. Estes bonds têm sido escoados: primeiro convertidos em dólares e depois gastos para investimento nas Novas Rotas da Seda.
O congelamento ou a diminuição do comércio sino-americano afeta os chineses, mas é mais prejudicial para os EUA, que não têm a infraestrutura industrial (exportaram-na para a China!) para substituir as importações vindas do gigante asiático.
O resultado disto é a continuação da produção (digital) de dólares, sem contrapartida, em bens ou serviços: É a destruição lenta do valor do dólar, em relação ao que valia no início do século XX.
Aquando da criação da FED (1913), o dólar tinha um determinado valor em relação ao ouro, correspondente a uma determinada capacidade aquisitiva. Desde então, calcula-se que terá perdido ~97% do seu valor. Ao ponto de um dólar de hoje, comprar aquilo que podia ser adquirido apenas por 2 cents em 1971, quando Nixon unilateralmente desindexou o dólar do ouro.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
EXPANSÃO DA DÍVIDA* ATÉ AO INFINITO ?
A imagem da jovem a queimar marcos alemães no forno, para aquecimento, aconteceu em 1923. Todas as pessoas na Alemanha (mas poucas noutros pontos do globo) sabem o inferno que foi a crise de hiper-inflação, que destruiu a economia e as vidas dos alemães. O início da subida do partido Nazi data dessa época.
Hoje em dia, infelizmente, somos guiados - ou melhor, empurrados - por uma clique de doutores em economia, que apenas têm como horizonte a teoria neo-keyseniana e a Teoria Monetária Moderna (Modern Monetary Theory), ambas causadoras dos maiores equívocos sobre o fenómeno da inflação e da sua natureza monetária.
A ideia mesma de que a impressão monetária («quantitative easing») é instrumento eficaz de estímulo da economia em crise, tem origem nestas teorias, em voga no seio dos referidos economistas.
Aliás, a impressão monetária - conjuntamente com a descida das taxas de juro de referência para valores virtualmente de zero - foi a receita para a crise de 2008, dos bancos centrais do mundo ocidental... em simultâneo: a FED dos EUA, o ECB da União Europeia, o Bank of England, etc...
Infelizmente, é uma ideia peregrina sem qualquer sombra de justificação teórica e, muito menos, comprovação prática. Porém, as visões ridículas de tais académicos continuam a pontificar.
Se eles tivessem razão, não só a Alemanha da República de Weimar como, hoje, a Venezuela ou o Zimbabwe (com milhares por cento de hiper-inflação), teriam os maiores sucessos económicos mundiais !
Porém, os que estão em posição de poder nos governos, nos bancos centrais ou nas universidades, não vão deixar que sua reputação seja arrastada na lama. Preferem defender - com unhas e dentes - as suas teorias absurdas, a terem de dar «o braço a torcer»!
Tanto assim é, que estão a repetir alegremente a receita de 2008, reforçando-a, o que vai - inevitavelmente -conduzir ao abismo duma hiper-inflação, a nível mundial.
Neste caso, a crise hiper-inflacionária já não ficará localizada num só país, ou zona económica: será planetária. Isto, porque o dólar, ainda a divisa de reserva mundial, é emitido pela FED ou Reserva Federal dos EUA. Ora, a FED tem feito mais do que qualquer outra instituição, para destruir o valor da divisa que emite!
A hipótese de um verdadeiro reset monetário está posta de parte, no horizonte imediato pois, com esta gente ao leme é de esperar, não só «um naufragar do navio», como das próprias «balsas salva-vidas».
Um acordo mundial sobre os mercados monetários e as suas regras apropriadas, só poderá surgir após um episódio de hiper-inflação, algo bastante destruidor e doloroso.
Provavelmente vai ocorrer, antes disso, um «pseudo-reset» da responsabilidade dos que detêm o poder económico, financeiro e político, actualmente. Este irá fracassar.
Têm de ser criadas condições para que seja aceite um novo paradigma: este, terá de ser anti-inflacionário, retirando aos governos a possibilidade de se endividarem sem conta e medida e impedindo os bancos centrais de imprimir divisas, sem ter em atenção as realidades da economia.
Ao fim e ao cabo, só um sistema com base no ouro (ou, bi-metálico com ouro e prata), poderá garantir a estabilidade monetária. Este mesmo sistema foi eficaz durante boa parte da História da Humanidade. Em particular, na fase de ascensão do capitalismo industrial, um dos períodos mais dinâmicos, este beneficiou da estabilidade monetária e consequente ausência de inflação: desde a 2ª década do século XIX, até 1914, com o início da Iª Guerra Mundial. Foi justamente esta guerra, o pretexto dos governos para imprimirem dinheiro, sem contrapartida em bens tangíveis, e assim financiarem os desequilíbrios orçamentais, decorrentes do conflito prolongado.
Mas as baboseiras proferidas por académicos e políticos negam a própria evidência histórica. Eles segregam uma narrativa fictícia, como forma de auto-justificação e álibi.
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* Hoje, a criação monetária equivale a emissão de dívida; dinheiro é dívida, neste sistema.
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PS1: A confiança numa divisa fiat por parte do público, é o que sustenta essa mesma divisa. Pode-se observar «em directo» os efeitos de tal perda de confiança, durante o colapso económico e monetário que está acontecendo em dois países do Mediterrâneo: na Turquia, agora e no Líbano, desde o último trimestre de 2019.
PS2: Robert Kiyosaki explica como as pessoas têm caído nas falsidades de Wall Street (e City of London) e como os fundos de pensões estão falidos: https://youtu.be/BbtRSu_RXTg
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
INFLAÇÃO - quando a maioria acordar, já será tarde demais
« OH BABY, BABY, IT'S A WILD WORLD...»
A inflação é vista como algo que «cai dos céus», uma espécie de fatalidade ou um fenómeno que tem a ver com a ganância dos comerciantes ou as reivindicações excessivas dos trabalhadores. Estas pseudo- explicações são - muitas vezes - propagadas e reforçadas por demagogos, estejam eles nos governos, ou nas redações de órgãos de informação corporativos.
Mas, na verdade, a inflação é sempre um fenómeno monetário, em última instância. E quem decide sobre a massa monetária total e em circulação, são os bancos centrais. Estes, por sua vez, são serventuários dos muito ricos multimilionários ou bilionários que controlam a economia, as instituições e que se têm enriquecido, como nunca, nesta crise dita «do COVID».
Mas, no lado oposto da escala, vendo o que se passa com os biliões de pessoas que vivem do seu trabalho e que têm apenas conseguido subsistir, a inflação é uma rápida e inexorável descida para a pobreza. Com efeito, os salários e outros rendimentos (pensões de reforma, por exemplo) são mantidos tal e qual no seu valor nominal, quanto muito, são ajustados tardiamente e nunca de forma a compensar o poder aquisitivo perdido.
Muitas pessoas - hoje em dia - recorrem ao crédito: Para comprar casa, para comprar carro, para ir de férias, para estudar na universidade, etc. Os juros dos diversos créditos têm-se mantido abaixo da média histórica, mercê da política de supressão dos bancos centrais.
Mas este processo depende da capacidade dos bancos centrais convencerem os mercados a comprar as obrigações soberanas, cujos juros são praticamente nulos, ou mesmo negativos, se tivermos em conta a taxa de inflação. Chega um ponto em que a confiança dos atores desaparece. Em vez de comprarem obrigações do tesouro, querem desfazer-se delas rapidamente. Os juros sobem, para encontrar compradores para essas obrigações. Foi assim que os juros da dívida portuguesa, em 2010, ultrapassaram os 10%. Ou seja, para que houvesse compradores, o Estado português tinha que oferecer um juro muito alto. O mesmo se passou com outros Estados. Para o Euro não rebentar, o Mário Draghi, então presidindo o Banco Central Europeu (BCE), disse a célebre frase... de que «faremos tudo aquilo que seja necessário, para preservar o Euro...»
Mas, hoje em dia, a inflação de ativos financeiros, em todo o mundo (sobretudo nos EUA, mas também nos restantes países «Ocidentais»), atingiu um extremo completamente inédito. Se a valorização das ações em bolsa tivesse um significado real, isso significaria que as empresas cotadas, teriam ficado, de repente, com uma rentabilidade 20, ou 30 vezes maior. Isto, obviamente, não acontece, mesmo com empresas muito lucrativas.
O efeito desta inflação dos ativos financeiros, obtida com o auxílio do banco central dos EUA, a FED, imitado por outros grandes bancos centrais (ECB, Bank of Japan, Bank of England, ...), ainda não se manifestou plenamente na economia quotidiana, na produção e no consumo de bens e serviços. Quando isso acontecer, será uma horrível catástrofe para as pessoas comuns.
Imagine-se uma espiral inflacionista, fora de controlo: Os preços sobem com uma progressão geométrica, como já se verificou, aliás, em «n» situações na História. A sobrevivência das pessoas é posta em causa, brutalmente.
As empresas deixam de funcionar, vão à falência. O número de desempregados aumenta rapidamente para duplos dígitos em percentagem. Os sistemas de segurança social, mesmo dos países ricos, são impotentes para suprir o essencial, a toda essa massa de desempregados.
Dá-se, não só a rutura dos sistemas de segurança social, como também de muitos outros serviços essenciais do Estado, desde a prestação de serviços à comunidade (centros de saúde, hospitais, escolas, etc.), até ao próprio «coração» do Estado: As forças policiais, elas mesmo, deixam de ser capazes de manter um mínimo de ordem. Os roubos, assassinatos, violências de toda a espécie, multiplicam-se.
Os governos vão apelar aos militares para «restabelecer a ordem», quando não forem os próprios militares a instaurar a ditadura. Como sempre, esta será declarada situação «excecional» e «transitória», mas terá toda a probabilidade de se perpetuar durante decénios.
É este o cenário em perspetiva, que ninguém, ou quase, lhe diz: O que tem estado a acontecer diante dos nossos olhos, é o reforço das estruturas repressivas, a erosão do Estado de Direito, sob o pretexto do COVID. Esta manobra será, mais cedo ou mais tarde, desmascarada pela própria evolução dos acontecimentos. Nessa altura, uma grande maioria das pessoas compreenderá que foi sujeita a alucinação coletiva. Mas, será demasiado tarde: Com o pretexto de nos preservar «do vírus mortífero», a ditadura dita «sanitária» JÁ ESTARÁ PLENAMENTE INSTALADA.
Quando a oligarquia globalista vir que o seu poder está suficientemente consolidado, irá deitar abaixo a «economia Potemkine» ou a arquitetura financeira «castelo de cartas». Para a oligarquia, os pouquíssimos bilionários, não há prejuízo: Eles já compraram imenso capital que não é fictício, mas que é sólido, que dá sempre um rendimento, como as grandes quantidades de imobiliário (vejam-se as aquisições da «Blackrock*», por exemplo) ou de terras agrícolas (Bill Gates tornou-se no maior proprietário de terrenos agrícolas nos EUA, num instante...). Além disso, têm ilhas privativas com bunkers, muito bem equipados, capazes de albergar confortavelmente seus donos durante meses. Para o resto da população, é melhor nem falar...
O governo mundial ou «Nova Ordem Mundial», no seguimento do «Great Reset» estará instalado (veja a agenda 2030 da ONU, por exemplo), será muito mais sólido do que os regimes capitalistas «clássicos».
Estes precisavam dum mercado dito «livre», portanto, com alguma liberdade. Pelo menos, numa sociedade de «livre mercado», tem de haver alguma liberdade de palavra e de opinião, porque o funcionamento da economia implica concorrência, implica conflito, implica classes, que têm interesses contraditórios. As sociedades de «democracia liberal» são basicamente assim....ou melhor, eram... Pois, se os oligarcas levarem a melhor, as pessoas «não possuirão nada».
Quanto a «... serem felizes», como afirmam Klaus Schwab e outros: São frases ocas, como as promessas que nos faz a publicidade. No fundo, trata-se duma ironia cínica e cruel: «considera-te feliz, por sobreviveres e nos servires».
Os leitores podem consultar diversos artigos neste blog desde 2016, onde tentei, com a máxima precisão e fornecendo informação significativa, fazer um apanhado da evolução da economia «de casino», das manigâncias dos poderosos e dos perigos que as pessoas comuns enfrentam.
Se eu acertei, antes das coisas se tornarem evidentes para todos, não é por ter uma capacidade excecional, ou por possuir uma rede formidável de informadores!! Não!!
O que escrevo, é algo que a oligarquia bem sabe; é ela, a autora da estratégia. Também o sabem os seus lacaios e vassalos, que se agitam na política e na média. Eles sabem, mas calam a verdade: Especializaram-se em desinformar as suas vítimas, as atuais e as futuras.
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(*)Para informação sobre o universo Blackrock, veja AQUI
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
NOTAS SOBRE «QUANTITATIVE EASING» DO BCE
do Banco Central Europeu são:
Não é somente a dívida soberana (obrigações do tesouro, etc.) dos diversos países que está cotada de maneira artificial, é todo o mercado. Há uma distorção de toda a estrutura dos juros, do preço do dinheiro. No capitalismo, esta distorção tem efeitos gravosos, porque leva a investimentos mal direccionados, a estimativas de rentabilidade de negócios fora da realidade, etc…
O BCE aponta uma meta de 2% de inflação, na zona Euro. Esta meta é irrealizável, a não ser através de manipulações das estatísticas. Há uma inflação escondida, muito mais elevada, que se exprime nos aumentos do imobiliário, da bolsa e noutros mercados (arte, metais preciosos, etc.).
Nenhum governo jamais conseguiu manter a inflação a um nível determinado. Simplesmente, é um fenómeno que escapa aos mecanismos de moderação que governos e bancos centrais possuam. A inflação vai acelerando, até se tornar hiper-inflação. Os políticos optam, mesmo assim, por inflacionar, porque o público não compreende o fenómeno e não os identificará como sendo os seus causadores.
Ao tornar tão apetitoso - para os especuladores - jogar nos mercados de ações, de obrigações e de produtos derivados, o BCE está a provocar uma enorme drenagem de capitais financeiros, desviados do investimento na economia real, para a economia de casino. O marasmo económico actual, com o seu cortejo de sofrimento social, elevado desemprego, emigração, etc. deriva, em grande parte, dessa drenagem de capitais.
Afogado em papel invendável e sem valor, o ECB não poderá esperar que o Euro seja fortalecido, internacionalmente.
Muitos especialistas consideram que uma crise de grandes dimensões virá, certamente. Nem o BCE, nem os estados-membros, estão preparados para tal crise: erradamente, estimam que poderão «diluir» seus efeitos.
Mas esta diluição chama-se, na realidade, «criação monetária»:
- A criação monetária tem um limite, o da perda de confiança total numa divisa, e que se traduz pelo disparar incontrolável da inflação!
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
SEM MERCADOS FUNCIONAIS NÃO HÁ CAPITALISMO // O OURO COMO VALOR-REFÚGIO
Valor da onça de ouro em dólares. Grandes subidas de 1971-80 e de 2001- até agora
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PS (28/01/2022): Vale a pena consultar a entrevista de Michael Hudson publicada na «Unz review», AQUI.