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terça-feira, 18 de agosto de 2020

EXPANSÃO DA DÍVIDA* ATÉ AO INFINITO ?

              


A imagem da jovem a queimar marcos alemães no forno, para aquecimento, aconteceu em 1923. Todas as pessoas na Alemanha (mas poucas noutros pontos do globo) sabem o inferno que foi a crise de hiper-inflação, que destruiu a economia e as vidas dos alemães. O início da subida do partido Nazi data dessa época. 

Hoje em dia, infelizmente, somos guiados - ou melhor, empurrados - por uma clique de doutores em economia, que apenas têm como horizonte a teoria neo-keyseniana e a Teoria Monetária Moderna (Modern Monetary Theory), ambas causadoras dos maiores equívocos sobre o fenómeno da inflação e da sua natureza monetária. 

A ideia mesma de que a impressão monetária («quantitative easing») é instrumento eficaz de estímulo da economia em crise, tem origem nestas teorias, em voga no seio dos referidos economistas. 

Aliás, a impressão monetária - conjuntamente com a descida das taxas de juro de referência para valores virtualmente de zero - foi a receita para a crise de 2008, dos bancos centrais do mundo ocidental... em simultâneo: a FED dos EUA, o ECB da União Europeia, o Bank of England, etc...

Infelizmente, é uma ideia peregrina sem qualquer sombra de justificação teórica e, muito menos, comprovação prática. Porém, as visões ridículas de tais académicos continuam a pontificar. 

Se eles tivessem razão, não só a Alemanha da República de Weimar como, hoje, a Venezuela ou o Zimbabwe (com milhares por cento de hiper-inflação), teriam os maiores sucessos económicos mundiais !

Porém, os que estão em posição de poder nos governos, nos bancos centrais ou nas universidades, não vão deixar que sua reputação seja arrastada na lama. Preferem defender - com unhas e dentes - as suas teorias absurdas, a terem de dar «o braço a torcer»! 

Tanto assim é, que estão a repetir alegremente a receita de 2008, reforçando-a, o que vai - inevitavelmente -conduzir ao abismo duma hiper-inflação, a nível mundial. 

Neste caso, a crise hiper-inflacionária já não ficará localizada num só país, ou zona económica: será planetária. Isto, porque o dólar, ainda a divisa de reserva mundial, é emitido pela FED ou Reserva Federal dos EUA. Ora, a FED tem feito mais do que qualquer outra instituição, para destruir o valor da divisa que emite!

A hipótese de um verdadeiro reset monetário está posta de parte, no horizonte imediato pois, com esta gente ao leme é de esperar, não só «um naufragar do navio», como das próprias «balsas salva-vidas».

Um acordo mundial sobre os mercados monetários e as suas regras apropriadas, só poderá surgir após um episódio de hiper-inflação, algo bastante destruidor e doloroso. 

Provavelmente vai ocorrer, antes disso, um «pseudo-reset» da responsabilidade dos que detêm o poder económico, financeiro e político, actualmente. Este irá fracassar. 

Têm de ser criadas condições para que seja aceite um novo paradigma: este, terá de ser anti-inflacionário, retirando aos governos a possibilidade de se endividarem sem conta e medida e impedindo os bancos centrais de imprimir divisas, sem ter em atenção as realidades da economia. 

Ao fim e ao cabo, só um sistema com base no ouro (ou, bi-metálico com ouro e prata), poderá garantir a estabilidade monetária. Este mesmo sistema foi eficaz durante boa parte da História da Humanidade. Em particular, na fase de ascensão do capitalismo industrial, um dos períodos mais dinâmicos, este beneficiou da estabilidade monetária e consequente ausência de inflação: desde a 2ª década do século XIX, até 1914, com o início da Iª Guerra Mundial. Foi justamente esta guerra, o pretexto dos governos para imprimirem dinheiro, sem contrapartida em bens tangíveis, e assim financiarem os desequilíbrios orçamentais, decorrentes do conflito prolongado. 

Mas as baboseiras proferidas por académicos e políticos negam a própria evidência histórica. Eles segregam uma narrativa fictícia, como forma de auto-justificação e álibi.

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* Hoje, a criação monetária equivale a emissão de dívida; dinheiro é dívida, neste sistema.

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PS1: A confiança numa divisa fiat por parte do público, é o que sustenta essa mesma divisa. Pode-se observar «em directo» os efeitos de tal perda de confiança, durante o colapso económico e monetário que está acontecendo em dois países do Mediterrâneo: na Turquia, agora e no Líbano, desde o último trimestre de 2019.

PS2: Robert Kiyosaki explica como as pessoas têm caído nas falsidades de Wall Street (e City of London) e como os fundos de pensões estão falidos: https://youtu.be/BbtRSu_RXTg

quarta-feira, 11 de março de 2020

O PÂNICO DO CORONAVÍRUS ATINGE UM PAROXISMO

                              Image result for Vittorio-Emanuele

                            (galeria Vittorio-Emanuele de Milão, completamente deserta)

É verdade que esta crise é devida a um perigo bem real. 
O coronavírus, contrariamente ao que certos irresponsáveis nos querem fazer crer, não tem uma taxa de mortalidade semelhante à gripe (0.2% nas nossas sociedades) mas muito maior, pelo menos, dez vezes mais: o coronavírus é mortal para 3.6% dos pacientes contaminados, na população chinesa. 
Mas, também é verdade que as «elites» querem aproveitar o medo do coronavírus, para fazerem passar - sem contestação - as suas medidas de reforço da mundialização.
Enganam-se os que pensam (ainda!) que a mundialização é um processo globalmente positivo para a humanidade. 
O facto é que a fragilidade das nossas sociedades fica completamente aparente com esta epidemia, com a ruptura de cadeias de produção internacionais que - desde há alguns decénios - sustentavam o nosso consumo e nosso modo de vida. 
O exemplo pior é o dos medicamentos, fabricados na China numa percentagem tal, que é impossível relocalizar a produção, no curto prazo, na Europa e América do Norte. 
É socialmente mais grave essa dependência em medicamentos, que a paragem de produção dos telefones móveis (celulares), ou dos automóveis das marcas  europeias e americanas, montados a partir de peças fabricadas em quatro continentes.

Mas, prestem atenção ao que vem aí: não sabemos ao certo o que os «think-tanks» da mundialização estão cozinhando discretamente, em reuniões não publicitadas... mas podemos ter uma certeza; o que planearem será em proveito das oligarquias, dos multimilionários e bilionários. 

Tal como o 11 de Setembro de 2001 (que foi pretexto para o governo dos EUA lançar a sua «Guerra ao Terror», com guerras de agressão contra países frágeis, que não eram realmente a causa do terrorismo), também esta epidemia servirá de álibi para intensificar a guerra comercial e de sanções contra todos os que não aceitam a hegemonia USA
- A China, a Rússia, o Irão e outros, estarão sob pressão ainda maior e os países ocidentais estarão sob chantagem permanente, não podendo ter relações normais (diplomáticas e comerciais) com estes países unilateralmente sancionados pelos EUA ansiosos, ao perder a hegemonia no continente europeu e além dele. 

Oxalá me engane, mas devemos estar preparados para situações de arbitrária privação de liberdade, de controlo draconiano da informação e de perda completa de autonomia financeira, com a digitalização forçada e total do dinheiro.   

PS1: Brandon Smith escreve...«A finalidade disto é provocar o máximo de caos. 
Esta é a razão porque a media corporativa, a  Casa Branca, o CDC  e a OMS, têm sistematicamente minorado a ameaça de pandemia, até à semana passada. 
Por este motivo, as pessoas que se preparam para a situação de escassez são acusadas por eles de açambarcadoras»
PS2: o vídeo de Jeff Berwick (Dollar Vigilante), vem reforçar o que tenho afirmado neste blog: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=reHUDk0dTjg&feature=emb_logo
PS3: Charles Gave explica o «Krach»  https://www.youtube.com/watch?v=nc2vu4QfrZI

domingo, 15 de setembro de 2019

PEPE ESCOBAR: «Somos todos reféns do 11/09»

"Para o desespero dos neocons estadunidenses, toda a fúria e som combinada do 11/09 e a Guerra Global ao Terror/Operação de Contingenciamento Ultramar, em menos de 2 décadas, acaba em metástases representadas não somente por um rival mas também na parceria estratégica Rússia-China. Esse é o 'inimigo' real – não a Al-Qaeda, uma mera invenção do imaginário da CIA, reabilitada e higienizada na forma de 'rebeldes moderados' na Síria", escreve o correspondente Pepe Escobar