terça-feira, 5 de outubro de 2021

JOHN LEE HOOKER: «BOOM BOOM»


 Uma atuação ao vivo duma das maiores lendas dos blues. Ele exerceu uma influência decisiva, não apenas na tradição negra americana dos blues, como da cena rock da época. 
Os Animals, por exemplo, retomaram esta canção. Mas, também outros grupos de rock-pop se inspiraram de John Lee Hooker, os Rolling Stones, os Doors, Eric Clapton, etc. a lista completa seria bastante longa. 
Basta dizer que qualquer banda de pop-rock nos anos 60 (de ambos os lados do Atlântico), tinha influências dos blues negros americanos, não só de John Lee Hooker, como de Muddy Waters e de muitos outros. 

Post-scriptum: Quando penso em toda a saga do rock nos anos 60,  da intrusão da música negra, desde os blues, ao Rythm & Blues, ao Rock and Roll (com Chuck Berry, Little Richard e outros músicos negros nos anos 50) e ao Jazz, em todas as manifestações de música popular, tenho a certeza que a apropriação pelos músicos «brancos», daquilo que era identificado como «música de negros», foi uma genuína manifestação de antirracismo, nos anos 60, na minha geração. Os músicos deixaram de pensar em termos de «música de negros, para negros» ou «de brancos, para brancos». Em consequência disto, muito público «de todas as cores» aderiu aos estilos musicais e às danças então em voga. 
O «wokismo» é um empobrecimento: As pessoas deixarem-se encerrar em categorias mentais estruturadas em torno de conceitos «comunitaristas» da cultura. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

ARTE CONCEPTUAL???

- Não, apenas... «Take the Money and Run
A arte contemporânea está repleta de cabotinos, de snobs, de novo-riquismo, de vanguardismos e de estupidez. Mas esta, «é demais»!

O artista dinamarquês Jens Haaning recebeu do Kunsten Museum of Modern Art, em Aalborg, Dinamarca, dinheiro adiantado para criar uma obra de arte, que iria fazer parte de uma exposição. 
Depois de ter recebido o dinheiro, 84 mil dólares US, enviou um e-mail ao curador da exposição, dizendo que tinha mudado de ideias e que a obra teria agora o título "Take the Money and Run".
Afinal, «a obra» são duas telas vazias, de dimensões diferentes. Ele entregou «a obra» e guardou o dinheiro, alegando que fazia parte dum projeto, em que o artista planeava usar euros (em notas reais) para descrever o rendimento médio de diferentes países.

                 "Take the money and Run"

                                   

O museu tem esperança que o artista devolva o dinheiro até 16 de Janeiro, visto ele estar contratualmente obrigado a fazê-lo. 
Se não o fizer, o diretor do museu tem declarado publicamente que "iremos obviamente tomar as medidas necessárias para que Jens Haaning cumpra o contrato."

-----
Nota: Veja alguns notáveis exemplos de «arte» contemporânea:

domingo, 3 de outubro de 2021

[OBRAS DE MANUEL BANET] AS MONTANHAS DA LUA

                         

                               Édouard Honoré Gandon. Paisagem de Sintra


Estou no tempo de contemplar

através da janela mais bem situada

o espetáculo sempre renovado

da natureza não desnaturada

que sempre me dá razão de viver


As montanhas da Lua

erguem-se maciças, tranquilas

com um relevo semelhante

à Deusa reclinada e esquecida


Ela veste-se de Sol e nuvens

de escuras nuvens de tempestade

ou de suave manto branco

pelas secretas encostas desenrolado 


É para junto dela que vou procurar

a frescura do arvoredo, no Verão

a cálida fermentação foliar

no Outono, o uivo do vento

nas árvores, no Inverno

na Primavera, pérolas d' orvalho

irisadas nas verdes ervas 


Sempre esteja eu próximo de ti

Deusa-Natureza,   do oceano

à terra, dos astros à montanha

                                      


                                          



sábado, 2 de outubro de 2021

CANÇÕES DE BOB DYLAN, CANTADAS PELO PRÓPRIO

 


Depois de uma lista de canções de Bob Dylan interpretadas pelos mais diversos artistas,
apresento uma lista* de interpretações originais do poeta e músico meu preferido. 
----------------
* link permanente no lado direito deste blog, em 
MÚSICA NO BLOG «MANUEL BANET, ELE PRÓPRIO»

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

UMA MISTURA EXPLOSIVA

 


Considere-se este cenário(*) :

1- Penúria de combustíveis;

2- Penúria de géneros alimentícios e outros bens de primeira necessidade;

3- Ativação de doenças infeciosas do foro respiratório no Inverno (hemisfério Norte), confundidas com o vírus do COVID;

4- Acréscimo de casos (mortes e lesões graves, debilitantes) causados pelas vacinas ARNm, propagando a proteína viral mortífera no corpo dos vacinados. Atribuição falsa a «novos variantes» do COVID;

5- Desenvolvimento em espiral da hiperinflação. Os números da inflação «oficial» sem qualquer correlação com o quotidiano das pessoas;

6- Espiral do desemprego devido a constrangimentos nos mercados de matérias primas, ao aumento acentuado do preço, ou diminuição brusca do abastecimento dos combustíveis e, sobretudo, devido à retração do poder de compra dos consumidores;

7- Acréscimo da retórica bélica e de provocações entre Estados, uma tática usada desde sempre para desviar os cidadãos das mazelas domésticas, atribuindo-as ao «inimigo». Aumento acentuado do risco de guerra generalizada;

8- Caos financeiro, com falências de bancos em série. O FMI, ou outra instituição global, serão impotentes para socorrer as estruturas financeiras dos diversos países, que irão sucumbir ao excesso de dívida, à implosão dos contratos, não contabilizados nos balanços das instituições, com somas colossais - mas não quantificáveis - envolvidas no «shadow banking» e em «derivados». Colapso das bolsas.

9- Os Estados não conseguirão honrar suas dívidas (bancarrotas). Os bancos centrais vão inflacionar as divisas, emitindo-as sem restrição, para «salvar» as economias dos respetivos Estados. O que restará de valor das divisas será destruído, causando uma miséria global. Imposição da lei marcial nos países que foram «democracias liberais», no passado. Já se está a ver uma amostra na Ilha-continente da Austrália. 

10- A fome, a violência, o caos, o desespero, podem explodir. Serão explosões não controláveis, nem canalizáveis. Fim daquilo que nos habituámos a ter como adquirido. Será o fim da civilidade; do respeito pela lei e pela ordem; do direito a assistência médica; do respeito pelos direitos dos indivíduos; do respeito pelos contratos firmados - contratos de aluguer de casa, contratos de trabalho e de tudo o mais; fim da presunção de inocência; repressão feroz de manifestantes pelos policiais, etc...

Este, é o cenário que vejo em desenvolvimento para o chamado «Ocidente», pelo menos. Pode não vir a desenrolar-se na íntegra, em certos países. Pode demorar mais a surgir, ou ser mais rápido e brutal do que pensámos. Ninguém pode dizer. O ruir do sistema vai traduzir-se - está a traduzir-se - no agravamento de crises entrecruzadas, nos sectores económico, financeiro, monetário e do comércio. As disfunções de um sector repercutem-se nos outros; trata-se de um «efeito sinergístico», de uma destruição caótica. 

Não será a media de massas a dar o alarme: Quando ela falar abertamente destas catástrofes entrecruzadas, já será demasiado tarde para nos defendermos. Lamento dizer-vos, mas este cenário não é exagero da minha parte. Tenho acompanhado as análises de Lynette Zang, Egon Von Greyerz e de muitos outros**. Recentemente, também Bill Blain e outros gestores de fundos, esclarecem-nos sobre a gravidade da situação. Muitos dos elementos apontados, são descurados pelos economistas habituais, nos media convencionais. 


Post Scriptum: Economistas de várias escolas dirão que, no âmago do sistema capitalista, estão as crises. Estas devem-se à expansão e contração do crédito que, por sua vez, provoca a expansão e contração do consumo e da produção. Mas, o que eles não dizem, é que esta destruição periódica e violenta de capital, é também uma destruição de incontáveis vidas. Não somente no sentido literal de causar mortes (pelas fomes, guerras, epidemias), igualmente no sentido de muitas vidas ficarem destroçadas, sem possibilidade de recuperar a «normalidade do antes».  Porque o capitalismo é um sistema de predação, pela sua natureza. Os capitalistas «bem-sucedidos» aproveitaram as crises para prosperar: são como abutres, nutrindo-se dos despojos.

------------------

(*) Tomem isto como um aviso de tsunami, de catástrofe em preparação e cujos sinais precursores são claramente visíveis, em particular por uma elite mais informada, a qual não tem hesitado em colocar a salvo as suas fortunas. 

(**) Nenhum dos nomes acima citados pode ser designado de anticapitalista. Antes pelo contrário. Quanto aos anticapitalistas declarados, quer me parecer que são particularmente míopes, muitos dos que se designam com tal. Mais raros são aqueles que realmente têm algo de interessante a dizer, como é o caso do economista marxista Michael Hudson ... 


quinta-feira, 30 de setembro de 2021

A ÚNICA RESERVA GLOBAL DE VALOR QUE REALMENTE CONTA

Quando Janet Yellen vem afirmar que os EUA nunca*, no passado, tinham faltado às suas obrigações financeiras para com os detentores de obrigações do tesouro dos EUA, estava a querer fazer passar uma imagem, que ela própria sabia não ser rigorosa.

                                     Desde a criação da FED (1913): valor do dólar US

Com efeito, aquando do decretar da interdição da posse de ouro pelos particulares por Roosevelt em 1934, o dólar foi efetivamente desvalorizado em cerca de 40%, em relação ao ouro. No entanto, o ouro continuou sendo o padrão das diversas divisas, incluindo do dólar. Os investidores que tinham comprado obrigações do tesouro dos EUA chamadas «liberty bonds» - que, num sistema «padrão-ouro» correspondiam a pouco mais de 20 dólares por onça de ouro - tiveram de contentar-se em receber o principal em «novos» dólares (35 US$ por onça de ouro), não naqueles que tinham investido, inicialmente.

Uma segunda e bem conhecida falta de pagamento (default) foi o despegar definitivamente do dólar do padrão ouro, em 1971 por Nixon, ao decretar que fechava «provisoriamente» a convertibilidade do dólar em ouro. No sistema de Bretton Woods, os bancos centrais, dos países aderentes ao acordo, podiam trocar (até 1971) os dólares - detidos em reserva - por ouro, ao câmbio oficial de 35 dólares US por onça de ouro. Assim, os EUA falharam o seu compromisso de Bretton Woods. O ouro sofreu uma subida espetacular no mercado mundial, de 35 dólares a onça, para mais de 800 dólares. Os países aderentes ao acordo de Bretton Woods foram prejudicados com a falta dos EUA: a partir desse momento, um banco central que quisesse comprar ouro, teria de ir ao mercado abastecer-se pagando um valor múltiplo do que anteriormente lhe era garantido.

A terceira falta e a mais grave, é a que ocorre atualmente e tem ocorrido regularmente. Falo da inflação, do efeito de desvalorização das divisas, depreciando o seu poder de compra, logo o valor efetivo. Se és pago com 100 dólares e essa soma ficar a «dormir debaixo do colchão» (ou numa conta bancária a juro zero, ou quase zero) irás verificar, após alguns anos, que a referida soma de 100 só compra aquilo que antes podias adquirir com 50, ou seja, sofreste uma perda do poder de compra de 50%. Atualmente, calcula-se que a perda do valor do dólar US em termos de poder de compra, desde a famosa falcatrua de Nixon em 1971, é de cerca de 98%, por outras palavras, compras hoje por 1 dólar, a mesma coisa que em 1971 compravas por 2 cêntimos.

As outras divisas não fizeram um percurso muito melhor, foram perdendo poder de compra. Na zona euro, a transição oficial dos pagamentos em moedas nacionais para a nova divisa, originou uma inflação «escondida» e instantânea: Em Portugal, foi cerca de 50-60 %. Os novos preços, em euros, correspondiam a uma vez e meia, em média, os preços em escudos. O mesmo aconteceu com as outras divisas mais fracas, que aderiram ao sistema monetário instaurado em Maastricht.

A razão da persistência de um sistema (as divisas «fiat») tão imperfeito e injusto, é simples: os Estados têm vantagens com este sistema, ao contrário de todos os outros agentes económicos: pessoas, empresas, instituições. Os Estados pagam nominalmente as dívidas, mas em dinheiro desvalorizado; se pediram um empréstimo há vinte anos, agora pagam o principal numa moeda cujo valor é metade, ou menos, do seu poder de compra de há 20 anos atrás. 
Quase ninguém pode ter vantagem num tal sistema. Mesmo pessoas que têm muitas dívidas, e cujo valor nominal dessas dívidas desceu em relação ao seu valor real, só terão vantagem numa tal situação, se conseguirem uma atualização de seus rendimentos (do trabalho, ou doutras proveniências) bem acima da taxa de desvalorização do dinheiro. Por exemplo, se a desvalorização do dinheiro fosse de 2%, teriam de ter um acréscimo líquido bem acima dos 2%, pois os juros das dívidas também crescem com a inflação. Caso contrário, terão de trabalhar mais (ou ter mais rendimentos) para pagar os juros e o capital em dívida.

O problema, com este sistema «fiat», é que tudo é dívida: são dívida, as obrigações do tesouro dos diversos Estados, as obrigações das empresas. A criação monetária pelos bancos centrais é dívida; o dinheiro escriturário criado pelos bancos, quando fazem empréstimos, é dívida. O que recebemos em pagamento de bens que vendemos, ou do nosso trabalho, não é «dinheiro», mas dívida.

                                     Tabela com a dívida total, números oficiais e atuais, do governo dos EUA

A dívida existe mas, a probabilidade dela ser cobrada, releva de outra coisa que não dos meros cálculos financeiros. Releva da real ou estimada possibilidade de honrar essa dívida, ou seja, da confiança.
Quando um país possui o exorbitante privilégio de emitir dívida, sem nunca ter qualquer preocupação em pagá-la realmente, pois vai emitindo mais dívida para cobrir as dívidas anteriores e o mundo inteiro aceita isso, é preciso haver uma grande, enorme confiança na capacidade industrial deste país, na sua solidez no plano institucional e político. 
Mas os EUA, hoje em dia, já não oferecem nenhuma dessas garantias, ao contrário das primeiras décadas após a IIª Guerra Mundial. Nessa época, o dólar era considerado «tão bom como o ouro».
Agora, nem a força bruta (veja-se o Afeganistão) pode impressionar os outros. O que uma parte do mundo vê, é que tem trocado seus bens, as matérias-primas, os produtos, agrícolas ou industriais, resultantes do trabalho dos seus povos, por «bilhetes verdes», que possuem cada vez menor poder de compra. Ou seja, os povos e seus governos, começam a tomar consciência de que estão a ser duplamente esbulhados das suas riquezas.

A confiança já não existe. Isto não é de agora. Pelo menos, desde as brutais guerras no início deste século, já ninguém - aliados inclusive - confia nos EUA. Ninguém acredita na bondade e sinceridade dos EUA, como sistema económico, ou como parceiro geoestratégico. É notório como - repetidas vezes - eles deixam cair aliados que já não lhes interessam. Sem confiança, não há possibilidade de comércio, de intercâmbio e de cooperação. Sem confiança, não existe motivação para um país prescindir de medidas de soberania, como taxas alfandegárias, etc. que protegem da concorrência internacional os bens produzidos pelas indústrias nacionais respetivas.

Ficam apenas a força bruta imperial, a intimidação, a chantagem, a criação do medo nos povos e nos seus dirigentes. Cedo ou tarde, a mudança surgirá. Mesmo no interior dos EUA, já existe um número elevado de pessoas conscientes de que o sistema está viciado contra elas, contra as pessoas não-privilegiadas.

Historicamente, o ouro foi e continua a ser visto como metal monetário. Por isso, os bancos centrais de diversos países têm conservado o seu ouro e, mesmo, nos últimos anos têm aumentado significativamente suas reservas. O ouro é tangível, é muito estável, tem propriedades físicas que o tornam realmente o mais apropriado para servir como reserva de valor. Em todo o mundo, é reconhecido e, em todas as áreas da indústria (não apenas na joalharia), existem aplicações para o ouro. 
Uma grande crise poderá destruir divisas, mesmo as tidas como fortes e também as criptomoedas, num instante. Num instante igualmente, todos os ativos financeiros denominados em dólares, euros, yen, libras, yuan, etc, ficarão a valer zero, ou próximo disso. 
O imobiliário, estando hipervalorizado, sofrerá uma quebra brutal, mas os edifícios permanecerão, somente o seu valor de mercado ficará muito diminuído, especialmente numa crise profunda, arrastando-se por muitos anos. 
Os objetos valiosos, como peças de coleção ou peças de arte, ficarão, não serão destruídos, mas -também aqui- será difícil conseguir, no curto prazo, obter algo equivalente (em valor real) ao que pagou na compra.
Restam os metais monetários, a prata e o ouro, que podem ser guardados e transportados em quantidades pequenas, de forma discreta. Num primeiro tempo, poderão sofrer um abalo, no momento em que a estrutura financeira ruir, mas - em breve - serão ainda mais preciosos e úteis, face à perda total de confiança no papel-moeda e com a provável imposição de cripto-moedas estatais, como única forma de pagamento.
O ouro, considero-o a única reserva de valor nas mãos dos cidadãos, que está segura e que talvez volte a ser um meio de pagamento corrente. Foi assim no passado. Não faz sentido comparar o risco de se possuir ouro**, com o de possuir criptomoedas, que podem ser criminalizadas pelos Estados (veja-se o caso recente da China) ou hackeadas; estão constantemente a surgir notícias de golpes nos «porta moedas» (wallets), ou os centros de câmbio (exchanges).
-------------------------

(*) Janet Yellen: “The US has never defaulted. Not once.”

“Doing so would likely precipitate a historic financial crisis,” Yellen wrote. “Default could trigger a spike in interest rates, a steep drop in stock prices and other financial turmoil.”

(**) O ouro foi sempre o melhor meio de conservar valor ao longo do tempo. Isto tem sido verdade ao longo de 5000 anos. Por isso, devíamos todos avaliar o preço das coisas em peso de ouro, e não em euros, dólares, ou outra divisa «fiat». Por exemplo, um «Big Mac» em dólares, custava cerca de 60 cêntimos, quando Nixon despegou o dólar do ouro, em 1971. Agora, o mesmo «Big Mac» custa 4 $: Isto corresponde à perda de 85% do valor do dólar. Faz ainda mais sentido avaliar bens tais como propriedade imobiliária, carros, etc. em onças ou gramas de ouro, comparando o preço atual, com o preço ao longo dos anos. Assim, podemos ver qual a evolução real dos preços, porque eliminamos a contínua desvalorização das divisas «fiat».  A inflação, maior ou menor, das divisas «fiat» ao longo do tempo, não nos permite usá-las para uma avaliação acertada, porque um dado valor em «dólares constantes» ou noutra divisa, pressupõe que a inflação cumulada foi rigorosamente medida. Sabemos que isso não é assim. Sem dúvida, que os índices de inflação têm sido estimados (muito) abaixo da realidade.