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terça-feira, 29 de outubro de 2024

SAIRMOS DAS ILUSÕES E ESTARMOS PREPARADOS

 

                                     https://www.youtube.com/watch?v=5x76O5lJcj0&t=2391s
(Entrevista com Yves Cochet,  ex-ministro da ecologia num governo da França)


COMENTÁRIO por Manuel Banet :
Os processos caóticos de crescimento das urbes em todo o mundo, fizeram com que a maioria da humanidade se acumule hoje em mega cidades. Estas, não apenas atraíram populações rurais que viviam nesses países, deixando extensões enormes de terras semicultivadas ou abandonadas, como também concentraram recursos económicos e consumindo cada vez mais matérias-primas, num ciclo de reforço positivo (ou «ciclo vicioso»). É muito visível que as fronteiras citadinas não cessam de se alargar, abrangendo vilas situadas em zonas periféricas, que se transformam em subúrbios da mega-urbe. 
A mega urbe como forma de organização do espaço, obriga a que crescentes quantidades de matérias-primas, sobretudo alimentares, sejam importadas e consumidas a  milhares de quilómetros dos locais onde são produzidas. Quanto aos países produtores e exportadores destes alimentos e matérias-primas, são - em regra - países com grandes carências económicas e humanas. Estão metidos noutro ciclo vicioso, complementar do ciclo vicioso do consumo nas grandes urbes. Como países frágeis economicamente, têm sido mantidos assim pelo neocolonialismo e pela «economia de mercado», por uma série de processos que implicam a troca desigual e o bloqueio do desenvolvimento autóctone. Entendo por «autóctone», o que é originado dentro destas sociedades e capaz de as emancipar da dependência externa.
Por outro lado, as tecnologias informática, cibernética, da Internet e outras, atingiram um desenvolvimento tal, que a vida em zonas rurais, outrora desprezada pelas classes ricas e médias nos países avançados tecnologicamente, se torna muito atrativa agora, enquanto a qualidade de vida nas grandes cidades se degrada. Se houver núcleos urbanos novos, ou antigos, mas rejuvenescidos, os entornos vão tornar-se produtores de bens agrícolas, artesanais e outros, se lhes for dada a oportunidade de escoar seus produtos e se não forem esmagados pelos hipermercados. 
Estas transformações não implicam uma revolução, implicam a planificação inteligente de espaços urbanos e rurais, a flexibilidade nos serviços de apoio, a visão clara e a determinação em criar condições favoráveis às pequenas e médias explorações agrícolas, às empresas da indústria transformadora e às redes locais de comércio e serviços, como as escolas, os centros de saúde, a construção e manutenção de estradas e caminhos-de-ferro, etc.
Este tipo de sociedade não é uma utopia, pelo contrário, é muito realista. Em várias zonas da Europa existiu e, nalgumas províncias, ainda subsiste. A geografia destas zonas inclui aglomerados urbanos de média dimensão, 10 a 50 mil habitantes, uma distribuição espalhada das aldeias e explorações agrícolas bem dimensionadas. 
Penso que o maior obstáculo para a concretização duma tal sociedade, mais equilibrada, reside na visão estreita e a curto-prazo, de políticos e de empresários.

O problema que se coloca, não é, portanto, o de procurar novas soluções técnicas; estas já existem e podem ser melhoradas no futuro próximo. O mais importante é a transformação das mentalidades. Urge sairmos da cultura de acumulação, típica do capitalismo, para uma cultura de autonomia funcional. Esta última não poderá ser implementada por uma elite ou oligarquia, que saberia o que é melhor para o povo, o qual apenas se poderia conformar com as ordens que emanam do alto.  
A cultura da autonomia funcional implica a transição dos atributos e das prerrogativas das instâncias centrais para as locais, sempre que isso seja possível e desejável. O objetivo desta transição seria de que nada continuaria a ser do domínio central, quando pudesse ser do domínio local, ou regional. 

Claro que tal processo é muito complicado. Aquilo que eu delineei acima é apenas a visão esquemática duma organização autenticamente sustentável. A minha ênfase é deliberadamente na organização social e política, em detrimento da insistência na mudança dos comportamentos individuais dos cidadãos. Considero que esta ênfase, não apenas está mais de acordo com o conceito de justiça social, mas também que aponta o caminho mais realista. Como implementá-lo, é a grande e decisiva questão. 
Mas, qualquer grande caminhada tem de começar com um primeiro passo...

domingo, 13 de agosto de 2023

CUIDADO COM O GRANDE AFROUXAMENTO - Alasdair Macleod

Alasdair Macleod - como analista económico e dos mercados dos metais preciosos - limita-se a discorrer dentro dos parâmetros de evidências relacionadas com  todos os elementos quantitativos e as tendências que se afirmam no domínio financeiro, das moedas e das cotações de metais preciosos. Ele tem razão em assim proceder, pois é a única maneira de fundamentar - de forma impecável - os fenómenos complexos e caóticos, como são os assuntos humanos, mormente na política e economia.

Mas, para dar «substância» concreta ou «carne», a estes gráficos e tabelas de números,  basta pensarmos na Grande Depressão e as suas consequências: um empobrecimento geral, a dissolução das «garantias» dadas (supostamente) pelos Estados aos seus cidadãos, a ascensão de políticos autoritários e belicosos à chefia de Estados, a IIª Guerra Mundial, antecedida por um cortejo de guerras preparatórias (guerra de Abissínia, Guerra Civil Espanhola, a guerra civil e invasão japonesa da China...).  Tudo isto foi consequência do colapso económico-financeiro de 1929 e dos anos seguintes. O Mundo só deixou de estar em depressão (após uma década), com a transformação dos países industrializados em economias de guerra, nomeadamente nos EUA. 

Pense-se em todo o sofrimento humano, no passado e agora... Basta olhar à volta, com olhos de ver.


https://www.goldmoney.com/research/beware-the-great-unwind



This chart strongly suggests that US Treasury bond yields, widely regarded as the risk-free yardstick against which all other credit is measured are going significantly higher, not stabilising close to current levels before going lower as commonly believed. I conclude that US Treasury bond yields could easily double, and the political class will be powerless to stop them going even higher. The implications for interest rates globally are that they will be forced considerably higher as well.

This article concludes that reasoned analysis takes us to this inevitable conclusion. It is consistent with the end of the post Bretton Woods fiat currency era, and the return to credit backed by real values.

The collapse of unbacked credit’s value was only a matter of time, which is now rapidly approaching. The Great Unwind is under way. It is the consequence of monetary and currency distortions which have accumulated since the end of Bretton Woods fifty-two years ago. It will not be a trivial matter.

The trigger will be capital flows leaving the dollar, creating a funding crisis for the US Government. Foreigners, who have accumulated $32 trillion in deposits and other dollar-denominated financial assets will no longer need to maintain dollar balances to the same extent, perhaps even paring them back to a minimum. Furthermore, economic factors are turning sharply negative with energy prices rising ahead of the Northern Hemisphere winter, springing debt traps on western alliance governments. So how could bond yields possibly decline materially in the coming months?

 - Continuação do artigo de Macleod, em inglês AQUI

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

UMA MISTURA EXPLOSIVA

 


Considere-se este cenário(*) :

1- Penúria de combustíveis;

2- Penúria de géneros alimentícios e outros bens de primeira necessidade;

3- Ativação de doenças infeciosas do foro respiratório no Inverno (hemisfério Norte), confundidas com o vírus do COVID;

4- Acréscimo de casos (mortes e lesões graves, debilitantes) causados pelas vacinas ARNm, propagando a proteína viral mortífera no corpo dos vacinados. Atribuição falsa a «novos variantes» do COVID;

5- Desenvolvimento em espiral da hiperinflação. Os números da inflação «oficial» sem qualquer correlação com o quotidiano das pessoas;

6- Espiral do desemprego devido a constrangimentos nos mercados de matérias primas, ao aumento acentuado do preço, ou diminuição brusca do abastecimento dos combustíveis e, sobretudo, devido à retração do poder de compra dos consumidores;

7- Acréscimo da retórica bélica e de provocações entre Estados, uma tática usada desde sempre para desviar os cidadãos das mazelas domésticas, atribuindo-as ao «inimigo». Aumento acentuado do risco de guerra generalizada;

8- Caos financeiro, com falências de bancos em série. O FMI, ou outra instituição global, serão impotentes para socorrer as estruturas financeiras dos diversos países, que irão sucumbir ao excesso de dívida, à implosão dos contratos, não contabilizados nos balanços das instituições, com somas colossais - mas não quantificáveis - envolvidas no «shadow banking» e em «derivados». Colapso das bolsas.

9- Os Estados não conseguirão honrar suas dívidas (bancarrotas). Os bancos centrais vão inflacionar as divisas, emitindo-as sem restrição, para «salvar» as economias dos respetivos Estados. O que restará de valor das divisas será destruído, causando uma miséria global. Imposição da lei marcial nos países que foram «democracias liberais», no passado. Já se está a ver uma amostra na Ilha-continente da Austrália. 

10- A fome, a violência, o caos, o desespero, podem explodir. Serão explosões não controláveis, nem canalizáveis. Fim daquilo que nos habituámos a ter como adquirido. Será o fim da civilidade; do respeito pela lei e pela ordem; do direito a assistência médica; do respeito pelos direitos dos indivíduos; do respeito pelos contratos firmados - contratos de aluguer de casa, contratos de trabalho e de tudo o mais; fim da presunção de inocência; repressão feroz de manifestantes pelos policiais, etc...

Este, é o cenário que vejo em desenvolvimento para o chamado «Ocidente», pelo menos. Pode não vir a desenrolar-se na íntegra, em certos países. Pode demorar mais a surgir, ou ser mais rápido e brutal do que pensámos. Ninguém pode dizer. O ruir do sistema vai traduzir-se - está a traduzir-se - no agravamento de crises entrecruzadas, nos sectores económico, financeiro, monetário e do comércio. As disfunções de um sector repercutem-se nos outros; trata-se de um «efeito sinergístico», de uma destruição caótica. 

Não será a media de massas a dar o alarme: Quando ela falar abertamente destas catástrofes entrecruzadas, já será demasiado tarde para nos defendermos. Lamento dizer-vos, mas este cenário não é exagero da minha parte. Tenho acompanhado as análises de Lynette Zang, Egon Von Greyerz e de muitos outros**. Recentemente, também Bill Blain e outros gestores de fundos, esclarecem-nos sobre a gravidade da situação. Muitos dos elementos apontados, são descurados pelos economistas habituais, nos media convencionais. 


Post Scriptum: Economistas de várias escolas dirão que, no âmago do sistema capitalista, estão as crises. Estas devem-se à expansão e contração do crédito que, por sua vez, provoca a expansão e contração do consumo e da produção. Mas, o que eles não dizem, é que esta destruição periódica e violenta de capital, é também uma destruição de incontáveis vidas. Não somente no sentido literal de causar mortes (pelas fomes, guerras, epidemias), igualmente no sentido de muitas vidas ficarem destroçadas, sem possibilidade de recuperar a «normalidade do antes».  Porque o capitalismo é um sistema de predação, pela sua natureza. Os capitalistas «bem-sucedidos» aproveitaram as crises para prosperar: são como abutres, nutrindo-se dos despojos.

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(*) Tomem isto como um aviso de tsunami, de catástrofe em preparação e cujos sinais precursores são claramente visíveis, em particular por uma elite mais informada, a qual não tem hesitado em colocar a salvo as suas fortunas. 

(**) Nenhum dos nomes acima citados pode ser designado de anticapitalista. Antes pelo contrário. Quanto aos anticapitalistas declarados, quer me parecer que são particularmente míopes, muitos dos que se designam com tal. Mais raros são aqueles que realmente têm algo de interessante a dizer, como é o caso do economista marxista Michael Hudson ... 


quinta-feira, 28 de maio de 2020

A POLÍTICA DO CAOS E A SALVAGUARDA DO DEMOS

                                (música - som organizado - negação do caos) 

Estou sempre atento ao que se passa no Extremo-Oriente, em particular na China, incluindo Hong Kong.

As forças do caos estão insatisfeitas; querem mais, muito mais: A sua única satisfação é a satisfação total, ou seja, a hegemonia mundial.

Nenhum poder, nos últimos vinte anos, se interpôs verdadeiramente entre as suas ambições megalomaníacas e o mundo

Precisavam de um novo «Pearl Harbour»: tiveram-no num 11 de Setembro. Ó quão fatídica data, pois nela se tinha inaugurado o golpe em 1973, para derrubar o socialismo Latino Americano, no Chile de Allende, que passou a ser o modelo de golpe militar fascista, com Pinochet e as forças da CIA. 

Passou a ser também o modelo de aplicação do neo-liberalismo, onde «liberalismo» tem apenas o significado de não haver limites - de qualquer espécie - para o capital. 

Mas, o domínio sem partilha do Globo, objectivo claramente denunciado por Michel Chossudovsky e outros, está ainda dependente de conseguirem manter em cheque, para depois derrubarem, o outro super-poder. Por isso, têm de construir uma narrativa diabolizante doutra civilização, cinco vezes milenária, que se transformou, se adaptou e que não está interessada em dominar o resto do mundo.  Tem adentro de suas fronteiras o suficiente para garantir um nível de vida decente e mesmo além disso, para a sua população. Basta que não caia na irracionalidade do «mercado livre», uma aberração ideológica e lógica*. 

[* Como já escrevi, Adam Smith e outros idealizaram um modelo teórico, sem que se traduzisse nos factos das sociedades e economias reais, tanto do seu tempo como de todos os tempos. Por isso, a maior parte das vezes, o uso do próprio conceito de «mercado livre» resulta dum equívoco, ou duma distorção, para permitir o domínio do mais forte sobre o mais fraco. Não é realmente nada do que os liberais do século XVIII sonharam. ]

A essência do poder na China de hoje, é de um poder totalitário. Não há dúvida nisso. 

É verdade que, havendo meios financeiros quase infinitos, um poder - incluindo a China de hoje, seja qual for a sua caracterização - é sempre derrubável: com diversos meios subversivos, desestabilizadores, conjugados com sanções e demonizações, para impedir indignação ou solidariedade (porque o público está amedrontado). Mas, o que não é possível é instaurar um regime genuíno, democrático, de respeito pelos direitos humanos, resultando de actos de subversão inspirados e subsidiados do exterior que - em geral - culminam com uma guerra e uma invasão. 

Felizmente para os chineses, o regime presente está bem forte. 
Os Rockefeller, Rothschilds, Gates, Soros e outros, vêem a conquista do Império do Meio como sua «jóia da coroa», aquela vitória que os iria realmente erguer à situação de «senhores do mundo» por mil anos. 
Este sonho de ditadores imperiais, desde a antiguidade aos nossos dias, não se poderá realizar. Porque a existência da espécie humana estará em jogo. Ou, por outras palavras, se tal acontecer, será depois da humanidade passar por uma guerra nuclear (total, pois não é concebível - todos os estrategas sabem-no perfeitamente - uma guerra nuclear limitada). 
Mas uma guerra nuclear deixará um planeta inabitável: estéril em muitas zonas e mesmo nas zonas que aparentem ser habitáveis, efeitos de longo prazo, como os níveis de radiações e de elementos radioactivos, tornarão a vida humana não sustentável.
A loucura da oligarquia mundialista, que alguns erroneamente chamam de «elite», é completa. Estão - conscientemente - a encaminhar para o abismo a civilização e a natureza que os sustenta. 
Ofuscados pela sua incapacidade de obterem o comando sem partilha, semeiam o caos e pensam no seu delírio que do caos possa nascer a ordem. Pois a IIª Lei da Termodinâmica, a Física toda, dizem que o caos só pode originar mais caos. 
O que eles pretendem, semear a morte e a destruição, para se alimentarem dos despojos, será como «abutres». 
Mas, nem sequer serão abutres no sentido ecológico, pois estes se alimentam de carniça (cadáveres); os abutres desempenham um papel importante na saúde dos ecossistemas... são tão importantes como as gazelas ou os beija-flor, ou outros animais «simpáticos»! 
Nós vivemos todos hipnotizados, iludidos, intoxicados com ideologias caducas, quando o real está mesmo diante dos nossos olhos! 
Esta denegação, esta persistente incapacidade de reconhecer o real, é a verdadeira prisão dos povos. 
Se tivéssemos a noção clara de como estamos a entregar (incondicionalmente!) o poder a predadores e psicopatas, que têm nenhuma consideração pelas nossas vidas, saúde, ou dignidade... as construções de poder (no Ocidente, Oriente, Sul ou Norte) iriam ser rapidamente desmontadas. Elas desfaziam-se, como cenários de circo que deixaram de servir, depois de terminado o espectáculo, depois de apagadas as luzes multicolores, tal como as músicas, os cheiros e a agitação, que davam vertigens.

PS1 - Na sequência do que venho divulgando neste blog sobre as manobras do (hiper) imperialismo e da oligarquia global, para conseguirem a docilidade dos cidadãos, é importante a cronologia comentada, apresentada no excelente artigo do Prof. Chossudovsky:

Global Capitalism, “World Government” and the Corona Crisis

When the Lie Becomes the Truth There is No Moving Backwards