segunda-feira, 28 de junho de 2021
[Paul Schreyer] JOGOS DE SIMULAÇÃO DE PANDEMIAS
terça-feira, 30 de março de 2021
OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE X
Se regressar mentalmente a alguns (poucos) anos atrás, reconheço que, se alguém me viesse contar sobre o quotidiano actual na sociedade, eu não acreditaria!
Por isso, aconselho-vos a leitura do texto futurístico, de TE Creus, talvez ficcional, talvez antecipatório.
Este intróito leva-me a considerar a realidade da trapaça do COVID de frente: com efeito, nunca é demais repeti-lo, não é por o vírus ser real e por haver mortes reais, que tudo aquilo que os «esclarecidos» dirigentes e seus conselheiros têm dito e defendido é lógico, é científico, é realista, é humano.
Mas, ainda mais grave, é a passividade e conivência de quase toda a esquerda, cobarde, enfeudada ao sistema, comprada - quanto mais não seja - pelas mordomias (as migalhas) que lhe concede a oligarquia, nos diversos países e mesmo a nível mundial. É detestável o papel que estão a fazer , pois muitos se situam na «vanguarda» da «luta pelo desmascarar dos ditos conspiracionistas» , quando, na verdade, estão a colaborar sem vergonha e sem remates de consciência (ambas coisas de que sempre careceram) na morte da liberdade de expressão.
Os Klaus Schwab, os Bill Gates e os George Soros deste mundo podem sorrir, satisfeitos: em pouco tempo, conseguiram neutralizar discretamente os que se vangloriavam de ser os defensores dos trabalhadores, os que estão na primeira linha da defesa dos direitos humanos, etc... É caso mesmo para dizer, não apenas os neutralizaram como os recrutaram (veja-se o caso de BLM «black lives matter», ou de AF «antifa» e muitos outros pelo mundo fora).
Que amigos (e outros) não gostem do que escrevi, paciência! O facto é que denunciei há um ano, (ver aqui, também aqui) o maior golpe jamais realizado, ao nível global: pois essa análise é corroborada agora, por pessoas muito mais informadas e competentes do que eu. É aquilo que tem de ser dito; assim como aquilo que irei dizer a seguir:
Não seria possível tudo o que vemos: os despedimentos em massa, o esmagamento da capacidade reivindicativa dos trabalhadores, o atirar milhões de pessoas para a precariedade, logo para a doença mental, a depressão e o suicídio... nem tão pouco, a continuação das guerras de desgaste, cruéis e punindo as populações civis inocentes, no Iémen, na Síria, no Afeganistão, ou a ameaça muito séria de guerra a quente, com pontos de fricção em várias zonas no globo (essencialmente nas fronteiras da Rússia e da China), com o triunfo nos neo-cons do Estado profundo nas «eleições» americanas, que deram «a vitória» a um caquético fantoche, às ordens dos bilionários. Não seria possível isto tudo, sem uma traição secular de grande parte da esquerda. Na verdade, ela já tinha traído há muito, só que não tinha tido ensejo de revelar o que era, essencialmente.
Nunca mais voltará o mundo de antes, pois estamos em plena 3ª Guerra Mundial, a qual se compõe de complexas batalhas em diversas frentes, que vão das sanções, com efeitos devastadores nas populações civis dos países «inimigos» (vejam as vítimas no Irão ou na Venezuela, são as crianças, os doentes, os pobres, não são os militares de alta patente nem os governantes, que isso seja bem claro), às guerras por procuração e até à vigilância generalizada e militarização da sociedade civil, nos países dominantes.
Mas, nem tudo são trevas. Assiste-se ao acordar de uma consciência mais humana, mais próxima das muitas espiritualidades que nos legaram milhares de anos de História.
O cristianismo, o budismo, o islamismo e todas as espiritualidades, não têm «culpa» das distorções, da hipocrisia e da falsidade dos que dizem professar tais religiões...
A única luz de esperança que vejo agora, provém das pessoas que sinceramente aderem a qualquer religião, seja a que está mais próxima da minha cultura e modo de sentir, seja de outra.
Muitos não compreendem que haja valores espirituais, pois os «valores» que eles conhecem, traduzem-se apenas em cifrões, em cotações bolsistas, etc.: São os materialistas vulgares e filosóficos... Para eles, a vida é o desfrutar, o prazer, não têm nenhum respeito ou preocupação com a verdadeira amizade, com o verdadeiro amor, com tudo aquilo que é intrinsecamente humano.
Eles estão - aparentemente - triunfantes: Os muito ricos enriqueceram ainda mais, desde há um ano. Sobretudo, consolidaram o seu poder. Para isso, jogou a descida dos padrões morais, sobretudo no mundo «rico», a ideologia do consumismo, hedonismo e egoísmo ostensivos. Também a traição dos chamados intelectuais, com especial destaque para os auto-proclamados defensores dos oprimidos, dos explorados, etc...
Claro que uma grande crise também está prenhe de grandes oportunidades; não apenas de destruição. Eu antevejo que as oportunidades não se limitarão à nova configuração do poder económico, mas também haverá uma «varridela» enérgica nas chamadas elites, nos políticos, na própria tecnocracia.
Convido os leitores a procurar tudo o que não é relatado, filmado ou transmitido pela média corporativa, mas por fora. Aí, por vezes, encontram-se as mais interessantes e originais formas de pensamento e de organização.
Os fascistas tecnocráticos são muito persistentes, mas existe já uma resistência: pessoas e grupos, considerados marginais hoje, mas que nos trazem a brisa fresca do futuro, não contaminada pela podridão do presente. Nada está definitivamente traçado.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Etienne de La Boétie e o «Discurso da Servidão Voluntária»
Conferência de Anne-Marie Cocula:
Etienne de La Boétie e o Destino do «Discurso da Servidão Voluntária»
Ver também,
Um vídeo de «Le Précepteur»:
LA BOÉTIE - «A Servidão Voluntária»:
https://www.youtube.com/watch?v=YPW7rDmnH6g&t=39s
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Dois vídeos de Michel Onfray :
- O discurso da Servidão Voluntária -1 & 2
Contra-história da Filosofia, vol. 4-2
https://www.youtube.com/watch?v=fZA6EW82imA
https://www.youtube.com/watch?v=UQCzckJNNeY
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Ainda de Michel Onfray:
La Boétie e Hannah Arendt : O pensamento pós-nazi
(Contra-história da filosofia 23.2)
domingo, 27 de setembro de 2020
ESTULIN EXPLICA O CONTEXTO HISTÓRICO QUE NOS PERMITE COMPREENDER O PRESENTE
A «ditadura sem lágrimas» de que falava Huxley, está agora a ser implementada... O sistema está a passar de um paradigma, a outro... No passado, estas mudanças de paradigma iam de par com guerras... Porém, agora, uma guerra mundial não é possível (causaria a destruição total da Terra).
Algumas das afirmações neste vídeo, apresentando o pensamento de Daniel Estulin sobre o presente.
sábado, 12 de setembro de 2020
AS DERIVAS SEMÂNTICAS DA PALAVRA «LIBERAL»
A História escreve-se com palavras. Estas palavras significam conceitos. Porém, estes conceitos evoluem ao longo do tempo, sendo impossível fixar - como fazem os dicionários e as mentes obtusas - uma definição de uma qualquer palavra, de uma vez por todas, qualquer que seja o contexto histórico, político, cultural, etc.
O caso da palavra «liberal» é interessante. Esta palavra designou, sobretudo no Renascimento, alguém - como um príncipe - que era generoso, um patrono dos artistas, que gostava de dar festas, etc. Aliás, usava-se - ainda há pouco tempo - a expressão «gastar com liberalidade», ou seja, de maneira não-comedida, sem olhar às quantias largadas, como sinónimo de «esbanjar».
Depois, veio a época da luta contra o Absolutismo, uma realeza que não aceitava partilhar o poder, de forma alguma; que se considerava directamente ungida - por Deus - na missão de governar e não iria tolerar que alguém, fosse quem fosse, interferisse com as suas decisões ou, mesmo, somente as criticasse. Esta luta, que durou dois séculos, viu o conceito de liberdade surgir como reivindicação da plebe, depois de ter sido mote das pessoas da alta burguesia e de muita aristocracia, que se consideravam amesquinhadas na sua dignidade de seres humanos, por lhes ser negado aquilo que veio a ser incorporado nas constituições como «liberdades e direitos fundamentais»: a liberdade de expressão, o direito a igual tratamento pelos tribunais, etc. Neste contexto, o da Revolução Americana e das Luzes, o significado de "liberal" era naturalmente aquele que adoptava um ponto de vista anti-absolutista, que considerava que os humanos tinham um natural e intrínseco direito a serem livres.
Com as lutas liberais, cresceu também a força da burguesia. Esta, antes de ter a força política (a partir do final do século XVIII), tinha força como classe económica. Questões do comércio, dos mercados, da banca, da indústria, eram com ela. A sua ideologia considerava que era absolutamente necessária uma liberdade de comércio, que proteger o mercado nacional, impedindo ou dificultando a importação dos produtos, que pudessem competir com os nacionais, era «intolerável». Os que consideravam tal «liberdade do comércio» absolutamente essencial, também se auto-designavam como «liberais». No entanto, muitas vezes, eram os mais contrários à liberdade do povo em se auto-organizar, em construir partidos e sindicatos independentes, etc.
O liberalismo, mais tarde, surge como eufemismo, para designar forças que advogavam o domínio, sem partilha, do capital sobre o trabalho, como se não fosse anti-liberal (no sentido original do termo) proibir reuniões e a expressão das ideias dos trabalhadores, dos operários. Estes ditos liberais não tinham qualquer prurido em reprimir greves reivindicativas dos trabalhadores.
O chamado neo-liberalismo, com seu cortejo de ideólogos globalistas, afirmou-se mais recentemente. Corresponde ao capitalismo tardio, em que os monopólios estão ao comando, não somente dos mercados, como das próprias políticas estatais. Observa-se o triunfo desta ideologia, a partir da presidência de Ronald Reagan nos EUA e de Margaret Thatcher no Reino Unido, no final da década de 1970. O neo-liberalismo é uma reacção, no seio da classe possidente, à época «social-democrática», que predominou sobretudo na América e na Europa Ocidental, durante a fase de reconstrução, após a IIª Guerra Mundial.
Também existe uma clivagem no significado do termo, de um lado e de outro do Atlântico: Nos EUA, «liberal» significa - muitas vezes - o que os europeus designam como «de esquerda» ou «progressista». No discurso político institucional americano, «socialismo» tem uma conotação negativa. Na sua mentalidade, «esquerda» e «esquerdismo», também, na medida em que - sobretudo na Europa - têm forte conotação com ideologias de radicalismo social (socialismo, social-democracia, comunismo, anarquismo...). Inventaram então uma designação «edulcorada», para aqueles cujo comportamento se inclina mais para a esquerda, por vezes em termos sociais, apenas: Por exemplo, uma pessoa que seja favorável à legalização do aborto; ou alguém que é crítico do comportamento das grandes corporações, em relação aos consumidores, aos seus próprios trabalhadores, ou ao ambiente, etc, etc.
Mas, os EUA, também é o país do «politicamente correcto», pelo que os chamados «liberals» - nos EUA - não têm pejo em lançar o anátema contra as pessoas com ideias conservadoras ou, simplesmente, diferentes das suas, em aspectos da vida, desde a sexualidade, à religião, passando pelas doutrinas económicas ... ou seja, pessoas que estão somente a exercer o livre direito de exprimir sua opinião.
Este pequeno apanhado deixa de fora alguns usos da palavra «liberal».
Eu quis apenas sublinhar a ambiguidade do discurso, mormente político, na utilização do termo. Assim, pode alguém estar a usar o termo num sentido e este ser interpretado noutro. Alguns políticos procuram até esta ambiguidade, para «agradar a gregos e troianos».
terça-feira, 1 de setembro de 2020
FEUDALISMO, CAPITALISMO, NEO-FEUDALISMO : VISÃO DA HISTÓRIA
Vou arriscar apresentar uma visão histórica, embora eu não seja mais do que um curioso, interessado em estudar a História, sobretudo para compreender as dinâmicas do presente, pois quem não conhece o passado, não consegue interpretar correctamente o presente, mesmo que seja dotado de muita inteligência e acumule muita informação. Com efeito, a dimensão histórica, se não explica tudo do presente, pelo menos, explica a dinâmica que levou ao estado presente das coisas. Tudo o resto, é uma espécie de «espuma», de acontecimentos superficiais, que não desencadeiam real mudança de rumo nas sociedades, por mais que causem uma transitória comoção.
Assim, as pessoas deveriam compreender a profundidade do sistema em que nos encontramos hoje em dia mergulhados, indo muito mais além dos sistemas políticos instaurados com o liberalismo. Isto é, a maior parte das pessoas faz remontar o sistema de governo às revoluções liberais e democráticas, que sacudiram o Ocidente e depois se espalharam pelo Mundo, começando pela revolução americana, na segunda metade do século XVIII, a revolução francesa, nos finais do mesmo século, as revoluções da América Latina, desde os primeiros decénios do século XIX e as revoluções europeias ao longo do século XIX. Estas, eram essencialmente republicanas e estavam misturadas com uma forte componente nacionalista.
Porém, uma análise do sistema de governo, no sentido mais amplo, deve incluir muito mais que o governo, o poder político propriamente dito: também é essencial a análise da propriedade, a influência da religião e da Igreja (ou Igrejas), assim como o modo como o povo se relaciona com as classes dirigentes.
Com o feudalismo nos países do Ocidente europeu, que se veio a instalar em consequência do desmoronar do Império Romano, nos séculos IVº-Vº, verifica-se a fase de conquista por povos germânicos - Godos, Visigodos, etc.- que estão interessados em fazer valer seus direitos de conquista sobre terras que foram do Império romano. Para tal, precisam de se fazer legitimar como reis e senhores de determinado território, por vezes uma província do antigo Império, por vezes menos que isso. Eles precisavam do aval da autoridade espiritual, da Igreja. Apenas ela - nesses momentos conturbados - faria com que os seus súbditos aceitassem as novas entidades reinantes, visto que tinham a unção de Igreja. Mas, muito cedo começou a haver contendas e lutas pelo poder, no interior desses reinos, sendo indispensável para o rei local distribuir terras e os rendimentos associados, por seus tenentes, seus colaboradores, seus parentes. Nasce então o feudalismo, onde o poder do rei se torna apenas virtual ou nominal, para além do palácio real e das terras directamente possuídas pela coroa e administradas em nome dela. Nos territórios dos duques, condes, marqueses e barões, estes tinham poder e exerciam-no como senhores das terras e das gentes que aí viviam. É um facto que eram vassalos do rei, porém sua dependência quase se resumia a serem obrigados a tomar armas e levantarem tropas, nos territórios que administravam, em caso de guerra. Esta situação de dependência militar do rei, em relação aos senhores feudais teve como consequência que o rei caísse na dependência daqueles. Os senhores feudais tinham imenso poder e não hesitavam demarcar-se do rei, quando este tentava interferir com o que consideravam ser as suas competências e privilégios.
Como o rei tinha pouco poder - de facto - em muitos casos, os mercadores, artesãos, camponeses, estavam sujeitos a uma multidão de regulamentos e de obrigações. Estas dependências não se limitavam aos senhores feudais, pois incluíam a Igreja, que se comportava exactamente como grande senhor feudal, ela própria: Recolhia impostos sob forma de géneros e de trabalho, dos que viviam nas suas terras, ou sob sua jurisdição. É por isso que a burguesia, desde muito cedo, reforçou o poder dos reis (por exemplo, em Portugal uma revolução popular e burguesa pôs no poder um novo rei, D. João I).
O poder dos reis vai afirmar-se contra o poder da aristocracia, em múltiplos casos, nos vários reinos europeus. A Igreja foi muitas vezes aliada dos reis, neste jogo de limitar o poder da aristocracia. Do mesmo modo, a burguesia foi cooptada, através de vários mecanismos, que lhe permitiam aceder ao estatuto de nobreza, sendo frequente haver nas cortes (parlamentos), um partido constituído por nobreza hereditária e outro por nobres mais recentes, «a nobreza de função».
O absolutismo, que resultou na eliminação dos aspectos potencialmente perigosos, para a autoridade real, do feudalismo, foi consolidado pela aliança entre os reis e a burguesia. Muito depressa, esta vai ter um papel decisivo na condução das diversas políticas, com excepção do comando militar, domínio reservado à nobreza antiga, a «de sangue».
Fazendo um salto no tempo, por cima das revoluções democráticas e burguesas, que se desenrolaram ao longo dos dois séculos e meio anteriores, verificamos que, hoje em dia, se está perante um enfraquecimento do Estado, o substituto da figura do rei (atribui-se a Luís XIV a frase: «o Estado sou eu»). Está-se perante a destituição do poder do cidadão: a cidadania nominal deixou de ter conteúdo real. A partir das técnicas de manipulação da opinião pública, desde os meados dos anos 20 do século passado, os poderosos puderam manter ou recuperar o controlo sobre os cidadãos: controlando a mente, a vontade, os desejos, os sentimentos, pela propaganda («public relations»), sempre mais sofisticada e universal.
As constituições são apenas papéis, com umas palavras impressas, que se agitam quando se quer fazer valer determinada posição, mas que, nem os que se encontram no poder, nem as oposições, realmente respeitam, nem querem fazer respeitar.
O poder, no século presente e já no anterior, é sobretudo económico, encontra-se na mão das corporações, conglomerados gigantes, possuindo ramos inteiros de indústria, fatias consideráveis da riqueza das nações, até mesmo com rendimento superior ao P.I.B. de várias nações e não das menores.
Quem está à frente dos bancos, ou multinacionais das indústrias tecnológicas, é - para todos os efeitos práticos oligarquia, ou seja, senhores feudais. São pessoas efectivamente tão poderosas como os senhores feudais. Mas, os senhores feudais da Idade Média exerciam seu poder em reinos, muitas vezes, de pequenas dimensões. Hoje em dia, a oligarquia exerce seu poder ao nível mundial e fá-lo com garantia de ser intocável, de estar muito acima dos poderes políticos, que - apenas teoricamente - se poderiam colocar ao mesmo nível que os poderes dos monarcas, dos Estados da era feudal. O poderio desta oligarquia globalizada exerce-se ao nível de organismos internacionais «públicos», como a OMS, em que as multinacionais farmacêuticas e fundações, como a de Bill e Melinda Gates, exercem a suserania, colocando seu secretário-geral num papel de mero fantoche.
O mesmo acontece com o complexo militar-industrial, mormente nos EUA, em que os sistemas ditos de «defesa» são cada vez mais caros, exercem uma punção cada vez maior no orçamento federal, mas isso é conseguido graças aos poderosos grupos de influência, «lobbies», destinados a favorecer os negócios destes fabricantes de instrumentos mortíferos. Os lobbies que circundam os locais de poder executivo e legislativo - o Pentágono e as Câmaras dos Representantes e o Senado - dispõem de rios de dinheiro, que lhes permitem comprar as boas graças de quem quiserem.
Com efeito, o sistema dito «representativo», enferma dum grave problema: quaisquer políticos, para conseguirem ser eleitos, têm de ter muito dinheiro para pagar as campanhas eleitorais, muitos milhões. Estes números são tais, que é impossível imaginar que através de donativos modestos, de muitos seguidores ou simpatizantes, se pudesse igualar o que recebem como «donativo» (na realidade, investimento) de empórios bancários e financeiros, da construção, das indústrias químicas, farmacêuticas, turísticas, etc, etc. O problema é simples de resolver, em teoria, mas na prática, é impossível, pois a maioria dos políticos, quer enquanto membros de partidos, quer a título individual, irá sempre impedir à nascença, ou fazer abortar, quaisquer projectos legislativos que verdadeiramente impedissem que o mundo empresarial comprasse suas influências junto da casta política.
Temos - portanto - uma partição muito assimétrica do poder, entre os servos e os senhores: os servos estão destituídos de poder verdadeiro, incapazes de fazer valer sua vontade, na «coisa pública», a todos os níveis. As suas armas são irrisórias, face ao armamento das polícias. Comparativamente, as armas dos servos medievais eram mais eficientes, face aos soldados dos senhores feudais.
O armamento, nos Estados modernos, não apenas é muito mais sofisticado, como não deve ser visto apenas como limitando-se a armas de fogo: os dispositivos de vigilância electrónica, as câmaras de vídeo que filmam locais públicos, etc., um aparato muito diversificado, que tornam qualquer tentativa de revolta armada um jogo suicida, da parte dos revoltosos.
Torna-se quase impossível a dissidência política verdadeira. O que se verifica é cooptação de pessoas e partidos que tradicionalmente se colocavam do lado do povo, dos trabalhadores, contra os poderosos. Quanto à revolta niilista, à partida, não tem qualquer objectivo político. O revoltado (não digo «revolucionário», note-se) vai quebrar umas montras, confrontar-se com a polícia, etc., mas isto não implica qualquer estratégia contra o poder. Podem sempre dizer que estão a «deslegitimar» o poder mas, na verdade, estão a fazer o contrário; estão a dar pretexto para o mesmo poder recorrer à repressão, com mão cada vez mais pesada, com o pretexto de que está perante opositores violentos ... A própria polícia, o próprio Estado, têm interesse em que se dêem incidentes violentos, para melhor poder reprimir manifestantes pacíficos, apanhados no meio de um motim.
Realmente, não existe solução, a não ser que haja um despertar, uma tomada de consciência, dum número elevado de pessoas, que compreenda que o poder pode estar nas suas mãos, se se unirem em busca de uma solução. Uma acção política de massas continuada é mais difícil de se realizar do que no passado. Mas, alternativas como movimentos niilistas, apenas desejosos de extravasar violência, ou cidadãos disciplinados, dispostos a votar naqueles que - na própria legislatura ou na seguinte - irão trair os compromissos assumidos com os eleitores... não são alternativas!
Entendo por acção política de massas continuada, uma rede de centros (ou grupos, colectivos) onde se tomam iniciativas destinadas a melhorar o quotidiano, sendo através de tais formas concretas que se podem forjar novos relacionamentos e uma nova cultura, não-tributária do circo eleitoral (isso inclui - obviamente - as eleições municipais).
Sei que é possível grupos de pessoas construírem esta dinâmica, já participei nalguns desses grupos com tais características e tenho conhecimento sobre muitos outros.
sexta-feira, 19 de junho de 2020
A HISTÓRIA RIMA OU ECOA?
Agora, a globalização está morta e não há qualquer possibilidade de ela reviver. O que se perfilha -no imediato - é um período muito duro para as classes laboriosas em todo o mundo, quer nos países «pobres», quer nos países ex-«ricos».
sábado, 6 de abril de 2019
A NATO…É PRECISO ACABAR COM ELA!
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
RELAÇÃO AMBÍGUA DE PORTUGAL COM O SEU PRÓPRIO PASSADO
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
XAMÃ João Mendes: «uma carta a Jesus»
Mestre, eu me chamo João Mendes e tenho 64 anos prestes a completar os 65, estou escrevendo esta carta para contar ao Senhor o que aconteceu no mundo depois da sua ressurreição e a ascensão aos céus.
Bem como já estava agendado o seu irmão Tiago e o apostolo Pedro iniciaram a sua Igreja qual estava funcionando muito bem em Jerusalém, muitos aderiam as ideias pacíficas do Mestre em comparação ao que era pregado no judaísmo actual e sua Igreja crescia em todas as direcções.
Em 135, o imperador Adriano mandou arrasar a cidade, ao cabo da revolta judaica liderada por Simão bar Kokhba. Sobre os restos de Jerusalém, edificou-se uma cidade helênica (Élia Capitolina) e sobre o monte onde se erguera o santuário de Jahwe, erigiu-se um templo dedicado a Júpite.
Lembro-me de palavras suas dizendo.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Porque eu vos digo que, desde agora, me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor! Mat.23:37
Em 330 funda Constantino uma nova cidade na Grécia e a chama de nova Roma Tratava-se, no entanto, de uma cidade puramente cristã, dominada pela Igreja dos Santos Apóstolos que era uma nova versão da Igreja católica ou a própria.
Mestre este tipo de igreja e de cristianismo não me representam em seu nome, também não reconheço nem um concílio criado por esta igreja ou por este cristianismo desde então.
Mestre nos séculos de XIII-XVI aconteceram muitas coisas que me deixaram estarrecidos. Primeiro veio o santo ofício ou Inquisição criada e dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas do cristianismo (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam penas perpétuas ou eram torturados até a morte ou queimados vivos na fogueira em plena praça pública.
Senhor meu Jesus me sinto envergonhado e triste por este tipo e prática de cristianismo completamente inspirado pelo poder do mau:
Muitas guerras e perseguições são feita pelos cristãos na tentativa de converter as pessoas ao cristianismo até mesmo os próprios judeus sofreram perseguições.
Em 1517 veio finalmente a reforma da igreja com Martinho Luthero um monge agostiniano que pregou uma proposta de reforma nas portas da igreja de Wittenberg, debatendo a doutrina e prática de indulgências. Esta proposta é popularmente conhecida como as 95 teses, que foram pregadas na porta da Igreja do Castelo (Schlosskirche). Em 1520 a igreja se separa dando inicio a igreja Luterana da qual nasce dezenas de denominações.
O papa Calisto III, em 1456 seguido de Sixto VI, em 1481, e Leão X, em 1514). Declaram que negros e indios não tem alma por isso tambem não sentem dores como os não negros. E desta forma segue o cristianismo maltratando as gerações com escravidão e morte.
No seculo 17 e 18 nasce grandes criticos dos systemas religiosos na Europa forçando a população da época a pençar em outros termos mais humanistas criando assim novas sociédades cristãs.
Meu querido Jesus as igrejas de hoje em dia me pertubam a mente e o coração, vejo tanta ipocrisia nelas que só a metade já me era suficiente. Vejo o templo de salomão ser outra vêz erguido e a Arca da aliança refeita, desta vêz sendo carregada por falços levitas, Vejo igrejas vendendo tijolinhos de Deus, vassouras ungidas. Fronhas bentas, cuécas e caucinhas sagradas para quem quer ter filhos e uma série de outros fetiches e amuletos que pertencem mais as práticas dos povos primitivos.
Vejo igejas incoroporando rituais de Ubanda e Candonblé em seus cultos, que êles o chaman de Reteté ou Macumba evangélica, pessoas recebendo espiritos e incorporando transes, danças em cima de tijols e telhas quebrada além dos ritos a deusa do mar Yemajá.
Mestre, tenho que lhe confeçar do fundo do meu coração, não reconheço estas formas de cristianismo de adoração e louvor, portanto os renego e me envergonho de tomar a palavra cristão sobre mim.
Em frente toda essa vasta corrupção na tua igreja venho a refletir o seu encontro com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó.
Logo depois que éla percebe que o senhor é um profeta judeu ela lhe dirige uma profunda pergunta ; Senhor, nossos pais adoraram sobre este monte, e vos outros dizeis que em jerusalem é o lugar onde se deve adorar a Deus, e o Senhor responde, mulher, cre em mim, é chegada a hora em que vos não adorareis o pai nem neste monte nem em Jerusalem. A hora vem, e agora é, quando os verdadeiros adoradores hão de adorar o pai em espirito e verdade.
Eu entendo muito bem que isto significa que temos que adorar o pai no intimo do nosso coração com respeito, reverencia e amor. E não nos templos euforicos ou nos montes desertos.
Querido Jesus, sou menbro de uma igreja bem pequena e vejo que meus irmãos em cristo procuram ter uma vida focada em ti, mais acredito que precizamos da tua ajuda para melhorarmos ainda mais nossa conduta, tratar melhor do nosso corpo que é a morada do espirito santo de Deus, não permiteis que este mesmo corpo seja inspirado pelo poder do mal, ajuda-nos a ser simples, humilde amando o nosso Deus em primeiro lugar e ao nosso proximo atendendo suas necessidades assim como nos encinaste na pratica do amor.
A partir de agora quero que o Senhor me aceite como um simples seguidor de seus encinamentos assim como foram os seus seguidores quando o senhor aqui esteve, e não quero jamais ser chamado de cristão.
domingo, 28 de janeiro de 2018
ANGOLA SOB NORTON DE MATOS (documentário RTP, por Fernando Rosas)
domingo, 27 de agosto de 2017
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
Pela sua relevância decidi traduzir, o mais fielmente que sei, o excelente artigo de Paul Craig Roberts. O texto original encontra-se aqui.
Paul Craig Roberts