Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

NÃO HÁ COBERTURA DOS DISCURSOS DE PUTIN E XI JIN PIN EM DAVOS

 


No Ocidente, continuam os órgãos de comunicação social a  fazer o papel dos poderes, que preferem o black-out informativo, a realmente entrarem a contestar ou criticar aquilo com que não concordam. É evidente pelo conteúdo do discurso de Putin no fórum de Davos (em versão virtual), que este será um marco importante, que irá determinar não apenas a posição oficial russa, como também será um claro desafio aos partidários do imperialismo, neo-liberais, globalistas e toda a casta militarista altantista. 

Mas, eles preferem que os servos dos países ocidentais não tenham senão uma forma abreviada e muito edulcorada, das palavras fortes do presidente da Federação Russa. 

Mas, isto mostra somente a ausência de argumentos, mostra a ausência de razão, por parte dos atlantistas, não mostra absolutamente mais nada.   

Não teria conhecimento do importante discurso de Putin, se não fosse Pepe Escobar*, um jornalista brasileiro noticiando sobre as novas rotas da seda a partir da Tailândia, com largos anos como repórter no extremo-oriente. 

Goste-se ou não do presidente da Federação Russa, goste-se ou não das teses que defende, é absolutamente confrangedor verificar que estamos metidos numa redoma informativa (no Ocidente) e que não podemos confiar nos órgãos da media corporativa, pois eles se submetem sem limites ao mandamento do seu dono, o grande capital monopolista que os controla.

*O artigo em causa (clicar para aceder): XI and Putin Make the Case for Win-Win vs. Zero-Sum


PS1: Oiça o podcast do South China Morning Post sobre o discurso de Xi Jin Pin em Davos:

https://www.scmp.com/podcasts/china-geopolitics/3119767/xi-jinping-davos-and-global-reaction-analysing-china-eu

domingo, 27 de dezembro de 2020

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE IX


Relendo o escrito sob o mesmo título, o oitavo da série, publicado a 24 de Setembro deste ano, constata-se, pelo desenrolar dos acontecimentos, que eu não me enganei. 
Mas, isto não é nenhum mistério, não possuo poderes de divinação. Simplesmente, os factos estavam lá, diante de meus olhos, bem visíveis, nessa altura. Não é necessário ter-se uma bola de cristal! Basta não termos a vista embaciada por uma ideologia ou pela propaganda insidiosa, para correctamente vermos o presente.

«As previsões são muito difíceis de se fazer... sobretudo em relação ao futuro», como dizia alguém, um humorista-filósofo. 
Portanto, vou me cingir ao presente. 

O maior golpe de Estado de toda a história parece estar a desenrolar-se a preceito para seus planejadores e executantes. Mas, quem são eles? 

- São os mesmos para quem esta crise manufacturada, do COVID, representa um acréscimo considerável nos lucros. Apple, Google, Facebook, Netflix, Amazon, Microsoft, Tesla... são as grandes vencedoras deste jogo. As suas acções atingiram novos cumes, os índices da bolsa de Nova Iorque seriam negativos sem a sua participação. Além disso, esmagam qualquer hipótese de concorrência e obtêm contratos sumarentos com os governos (principalmente os dos EUA).

- Os outros vencedores são os grandes da indústria farmacêutica, na qual estão investidos multi- bilionários como os Bill Gates ou os Rockefeller. No caso das farmacêuticas, conseguem colocar as suas vacinas não testadas (Moderna, Pfizer, Astra-Zeneca...) ou os seus medicamentos de duvidosa eficácia (ex.: Remdesivir da Gilead), sem verdadeira supervisão dos organismos teoricamente independentes, presentes nos diversos Estados. Estes deveriam, em nome da Saúde Pública, controlar se os referidos medicamentos e vacinas se conformam ou não com as exigências necessárias para serem licenciados. Desde já, se pode afirmar claramente que não, nenhuma vacina está em condições de passar o teste para aprovação. Afinal, tal aprovação é obtida com o pretexto de uma «urgência», que não é mais que pressão exercida sobre políticos e agências que - teoricamente - deveriam ser independentes dos interesses das grandes farmacêuticas. Ainda por cima, os fabricantes de vacinas obtiveram «um passe livre», ou seja, estão isentos de quaisquer responsabilidades sobre acidentes decorrentes do uso de suas vacinas, não podem tais casos ser julgados em tribunal. As vítimas terão de recorrer aos Estados, sendo portanto eles - ou seja, nós todos, contribuintes - a pagar pelo que foi incompetência, ou desleixe, ou mão criminosa dos fabricantes... 

- No plano dos Estados e dos governos, a crise do COVID foi «um maná». Não de dinheiro, porém, pois ficaram numa situação de falência manifesta: os chamados estímulos à economia, são apenas impressão monetária, cujo benefício é para os muito ricos, apenas, indo inflacionar as bolhas de activos financeiros, com prejuízo para a economia real. 
Foi um maná, porque lhes permitiu por em prática técnicas de controlo de massas, que se atribuíam tradicionalmente aos regimes totalitários, em particular ao da China Popular. 
A introdução de tais técnicas foi «pacífica», raros foram os que apontaram os aspectos das mesmas, claramente violadores da legalidade, da constitucionalidade e da protecção dos direitos humanos. Porém, assiste-se à introdução de toda a espécie de controlo, por uma «polícia sanitária», associada à saturação «das ondas» com propaganda, já nem sequer disfarçada, ao ponto de ser impossível ouvir, ver ou ler, na media «mainstream», algo que contradiga a narrativa dominante. Em duas palavras, a democracia morreu.

- Os magnates e políticos que se reúnem entre eles, no Clube de Bilderberg ou no Fórum Mundial de Davos, parecem levar a cabo o seu jogo sem grande oposição. As oposições estão neutralizadas pelo medo, pela cooptação, ou pela influência de organizações ditas independentes, as NGO /ONGs - organizações não-governamentais - que fazem o jogo dos muito poderosos, financiadas pelas suas fundações (como NED - National Endowment for Democracy dos EUA, ou a Fundação para «uma Sociedade Aberta» de Georg Soros).

- Sabia-se, desde o princípio, a quem beneficiavam os tumultos levados a cabo por «Black Lives Matter» e «Antifa», sabia-se mesmo quem eram os seus financiadores. A existência de uma atmosfera de golpe de Estado, de revolta latente, contra o regime Trump, tinha de se revestir do aspecto duma revolta popular, mas as forças que estavam por detrás do palco, as que manobravam os manifestantes, não deixavam dúvidas sobre quais as causas profundas. O resultado eleitoral obtido por Joe Biden, depois do núcleo duro do partido democrata ter afastado os outros candidatos à presidência, que tinham algum laivo de esquerda, como Bernie Sanders ou Elizabeth Warren, foi o mais inexpressivo que dar se pode. Os apoiantes de Trump dizem que a eleição lhe foi roubada. Pode ser que tenham razão, mas... numa eleição, «não são os votantes que contam, são os que contam os votos*».

- No domínio geo-estratégico, a máquina de guerra dos EUA, só ou conjuntamente com seus aliados, reforçou ou intensificou a ocupação do Afeganistão, da Síria, do Iraque. As esquadras dos EUA sulcam os mares da China, bloqueiam o acesso de navios mercantes aos portos da Venezuela. Com apoio da vassalagem - NATO, etc -  intensificam manobras e provocações às fronteiras de países «inimigos» Rússia e China. Viveram-se em 2020 momentos só comparáveis às fases mais tensas da chamada Guerra Fria. 
De facto, esta nunca deixou de existir: Há um «partido», sempre presente dentro de ambos os partidos do poder nos EUA - Democrata e Republicano - que tem sido dominante: o «partido» que defende os interesses do complexo militar-industrial e advoga uma constante pressão, ou seja, provocações constantes, contra os inimigos, «com vista a que estes não se atrevam a tomar acções ofensivas», falando a linguagem deles.

- Temos agora situações de total inversão dos papeis: Os supostos anti-democráticos regimes de Putin e de Xi Jin Pin, avançam com soluções de paz, de redução da escalada militar, do armamento estratégico; os «democráticos» líderes do Ocidente, fazem o oposto e incentivam a subversão, «revoluções coloridas», às fronteiras ou dentro dos territórios adversários.

- Temos os líderes dos países dos BRICS, supostamente anti-liberais, a proporem maior abertura comercial, um entendimento básico para manter o livre comércio. Enquanto os líderes do «Ocidente», supostamente herdeiros da tradição liberal (tanto liberalismo político, como económico),  não param de erguer barreiras, de impor sanções (ilegais) e discriminar ou excluir empresas, sendo o caso da Huawei, apenas o mais visível. 

- Finalmente, no plano da economia mundial, os países ditos emergentes, são os que realmente já emergiram, pois tiveram uma recuperação rápida da sua produção, após a crise do COVID, como se verifica pelo crescimento da China e da Coreia do Sul. Enquanto europeus e norte-americanos, supostamente «desenvolvidos», estão a afundar-se a grande velocidade. 
É legítimo estranhar que, para esse afundamento do Ocidente, estejam a contribuir afinal os que detêm as rédeas da economia e do poder político. Porém, os oligarcas e seus mandatários políticos não são idiotas nem suicidas. Eles sabem que as economias dos seus países estão metidas num beco sem saída.
O montante das dívidas, sejam elas dos Estados, empresas ou famílias, atingiu e ultrapassou os níveis de solvência, ou seja, os níveis de endividamento em que as dívidas são pagáveis pelos devedores. Tal já não é o caso. Em vez disso, há uma fuga para a frente, uma impressão monetária desenfreada, que impulsiona bolhas especulativas, como nunca. 
O resultado disto será, com certeza, muito duro para «os de baixo» e, mesmo, para os «do meio». 

- O chamado Great Reset resume-se ao seguinte: 
Um plano destinado a eliminar as dívidas acumuladas, sem que a oligarquia perca muito, ou até, nalguns casos, consiga ganhar, pela ampliação do seu mercado, por exemplo. 
Por contraste, sabendo-se que os 99%, o pouco que possuem irão perder, os oligarcas e os governos ao seu serviço preparam o terreno: reforçam polícias, dotando-as de meios, torcem e retorcem as legislações, para que a repressão sobre os desapossados possa ocorrer, (se possível) com um semblante de legalidade. Para tal, também lhes interessa ter uma media totalmente escrava, ou seja, propalando um fluxo contínuo de «informação» que é, na realidade, condicionamento psicológico das massas. 

- Não acredito que as pessoas sejam estúpidas; podem estar desinformadas. Mas, muitas estão a acordar para a distopia em curso e compreendem que eles (os poderosos) só querem manter a passividade das multidões para continuar no poder. 
Acredito que este jogo dos poderosos é muito arriscado, pois não podem evitar que muitas pessoas e povos se revoltem, face às injustiças e ao agravamento da exploração e miséria, que eles estão a provocar, neste momento. 
Inclusive, acredito que haja pessoas, nos organismos de repressão do Estado, que percebem como estão a ser usadas contra suas próprias famílias, pelos globalistas /fascizantes. 

Esta ínfima oligarquia, agrupada em clubes, fórums, ONG's, fundações, empresas de «high tech» e de armamento e em diversos departamentos estatais, tem o intuito de se apropriar todos os recursos do planeta, mas só pode fazê-lo pela astúcia, pela corrupção de elementos políticos eleitos das nações. 

Ela tem uma agenda muito clara**, que conduzirá, caso a cidadania deixe, a um controlo das massas mais eficaz que as ditaduras totalitárias do passado. 

-----------
*Uma afirmação correntemente atribuída a Stalin, mas nada permite afirmar que ele jamais a tenha proferido. A ideia é que o controlo do processo pós-eleitoral é determinante do resultado, ou seja, as eleições são falsificadas. Isso é que é determinante para o seu resultado...

**Quem tenha dúvidas sobre a veracidade da agenda da oligarquia mundial, veja o excelente documentário, saído a 15 de Janeiro de 2021, The New Normal.
 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

VÍDEO INTELIGENTE SOBRE A EVOLUÇÃO DA CHINA (em francês)

                                             


                                          (podes accionar as legendas automáticas em francês)

                                           https://www.youtube.com/watch?v=KjReGwbQDhM

terça-feira, 9 de abril de 2019

NO JOGO DE «GO», A CHINA TEM 5000 ANOS DE AVANÇO




É muito interessante ver como este comentador de um canal de televisão russa apresenta a estratégia de Xi Jin Pin. 
No entanto, os críticos do presidente do Partido Comunista da China responsabilizam-no pelo lançamento do sistema de controlo social interno.
Este sistema, ainda em fase experimental, de pontuação positiva ou negativa, consoante se tenha feito «boas» ou «más» acções, está destinado a generalizar-se.
Nos centros principais, há sistemas de vigilância, com câmaras nas ruas e em todos os recintos públicos, usando algoritmos de reconhecimento facial. Alguém que cometa algo «errado», sua imagem é logo captada por uma câmara de CCTV e identificado.
Além disso, com a digitalização quase total da economia, nos grandes centros (Pequim, Xangai, Cantão...), os cidadãos com um baixo «score» social são facilmente excluídos de usufruto duma série de serviços. Pode ser-lhes recusada a compra dum bilhete de comboio ou de avião, por exemplo. É um sistema que parece ter ido buscar várias ideias à distopia orwelliana. 
A China não poderá estar sempre com sua economia em crescimento galopante; poderá haver crise, marasmo, desemprego e agitação social. Sabendo isso perfeitamente, as autoridades tentam desenvolver um sistema de controlo do comportamento das massas, antes que se possa originar uma situação revolucionária. 

Xi Jin Pin é acusado de ser o responsável pela repressão das comunidades uigures e outras tradicionais islâmicas, com campos de «reeducação» para islamitas radicais,  mas onde uma parcela considerável desta etnia estaria confinada. É muito difícil fazer um juízo correcto à distância. Sem dúvida, faz parte da estratégia dos EUA, de insuflar a djihad nestas partes da China, para sabotar o processo da «Nova Rota da Seda»Acredito que haja uma corrente terrorista no movimento nacional dos uigures, mas também não me admira que exista uma grande brutalidade das autoridades policiais e administrativas, em relação aos civis uigures. 
Além disso, haveria uma política do PC Chinês de endurecimento em relação às religiões, quer sejam muçulmana, católica, ou budista. 
Todos os aspectos negativos podem ter sido exagerados ou hipertrofiados, por uma imprensa hostil, desejosa de confrontação com a China. Porém, não acredito que uma grande potência em ascensão seja completamente inócua. Será tentada a controlar as minorias dentro de fronteiras e, posteriormente, outros povos sob sua esfera de influência.

 Pelo menos, nesta fase, o poder na China nega ter qualquer desejo de hegemonia. É certo que a procura de hegemonia é um jogo que todos falharam, no passado. 
Talvez o jogo estratégico de longo prazo do poder na China, seja o de extrair o melhor dum mundo multipolar, evitando imiscuir-se nos assuntos internos das outras nações.     

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O MUNDO SEGUNDO XI JINPIN (DOCUMENTÁRIO TV)


Aquando da sua visita de Estado recente a Portugal, foi assinado um dos acordos bilaterais mais importantes: o investimento chinês no porto de Sines. Este empreendimento vai ligar a via marítima da «Rota da Seda» com a terrestre,  numa rede de caminhos-de-ferro que se estenderá por toda a Europa e se conjugará com vias férreas vindas do extremo-oriente. Vai tornar o comércio continental euro-asiático mais seguro e mais rápido, deixando de estar dependente de grandes cargueiros.
O documentário da cadeia de televisão franco-alemã ARTE, que pode ver aqui, revela alguns aspectos menos conhecidos do actual poder chinês e ajuda a contextualizar as diversas iniciativas, em direcção a vários parceiros, sejam eles africanos, europeus ou outros... 
Sem dúvida, este documentário é imbuído de uma visão franco-alemã, mas as pessoas com espírito crítico poderão «separar o trigo, do joio». 
Oxalá o visionamento deste documentário ARTE ajude a formar uma opinião bem informada, não moldada por preconceitos ou ideologias, sobre o que se passa nesta época de viragem mundial, não ficando reféns de qualquer lado, nem do lado ocidental, nem do oriental...

domingo, 2 de dezembro de 2018

LISBOA- PEQUIM: OS NÚMEROS DAS RELAÇÕES BILATERAIS


                       

Xi Jin Pin visita Portugal, a partir de dia 4 de Dezembro. Esta visita será ocasião para a assinatura de importantes acordos. Para melhor se avaliar a realidade das relações presentes entre Pequim e Lisboa, decidi reproduzir alguns números fornecidos pela agência Lusa:

3.393 milhões - Valor em dólares do saldo da balança comercial entre Portugal e a China, entre janeiro e julho deste ano. Durante aquele período, Portugal comprou ao país asiático bens no valor conjunto de 2.099 milhões de dólares (+1,43%, em termos homólogos), e vendeu mercadorias num total de 1.294 milhões de dólares (+16,87%).

13.º - A China era, em julho deste ano, o 13.º cliente de Portugal e o seu sexto fornecedor.

10.000 milhões de euros - Montante investido em Portugal pela China, desde que, em 2012, a China Three Gorges (CTG) comprou uma participação de 21,35% no capital da EDP.

256.735 - Turistas chineses que visitaram Portugal, em 2017, um acréscimo de 40,7%, face ao ano anterior.

130 milhões - Montante em euros gasto pelos turistas chineses durante a sua estada em Portugal, no ano passado

27.854 - Vistos emitidos pelas secções consulares portuguesas na China continental (exclui Macau e Hong Kong), em 2017. A China é o segundo país onde Portugal mais emite vistos, a seguir a Angola.

15 - Centros de vistos que Portugal tem na China, a cargo do grupo privado VFS Global.

3.952 - Cidadãos chineses que obtiveram a Autorização de Residência para a atividade de Investimento (ARI), os chamados vistos 'gold', desde que o programa entrou em vigor, em outubro de 2012.

1.110 - Portugueses que residiam na China continental, em 2016.

100 - Treinadores portugueses de futebol a trabalhar na China. O 'desporto-rei' será a área que mais portugueses emprega no país, reflectindo a ambição de Pequim de elevar a selecção chinesa ao estatuto de grande potência.

25 - Universidades da China continental com licenciatura em língua portuguesa.

- Número de universidades portuguesas - Aveiro, Coimbra, Lisboa e Minho - onde o Instituto Confúcio, organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino da língua e cultura chinesas, está já implantado.




sábado, 7 de julho de 2018

AFINAL DE CONTAS... A ENERGIA É QUE CONTA!

No calor do Verão, espero que encontrem prazer em ler 2 excelentes artigos: 
- e o outro «As tarifas são ponto de partida para cinquenta anos de guerra comercial com a China», ambos publicados no Asian Times, de autoria de Pepe Escobar.


Ambos os artigos têm muita informação significativa, recorrem a fontes sérias, mas sobretudo, dão-nos uma perspectiva de como realmente, independentemente da retórica e da propaganda, se vão desenhando novas alianças e desfazendo antigas, dadas como certas... 
É o caso da Rússia e Arábia Saudita no primeiro caso  e no segundo, a dissolução da «solidariedade entre aliados», europeus e não só, nada felizes com as sanções contra o Irão, tendo já mostrado que não estão pelos ajustes.
Antes, a Alemanha também tinha manifestado que não estava disposta a aceitar que o Nord-Stream, o fornecimento de gás russo ao norte a Alemanha, por um gasoduto subaquático no Báltico,  fosse  boicotado, com a tentativa pelos EUA em fazer gorar este investimento fundamental para a indústria germânica.       
Muito significativo é o «não» turco em aderir às sanções contra o Irão; este fornece 50% do petróleo consumido na Turquia. 
Basta ter em conta esta situação, para se perceber muitos factos diplomáticos, económicos e militares ocorridos nos últimos tempos, na região.  
O caso da Coreia do Sul e do Japão, em relação às sanções contra o Irão, também é significativo. Vão pedir a suspensão das sanções para o seu comércio alegando a necessidade estratégica do abastecimento do petróleo iraniano aos seus países.
 Não esqueçamos que os EUA ameaçaram impedir quaisquer actividades no território dos EUA, às firmas que participassem em negócios com o Irão.  

Finalmente, percebemos que o «fracking» é um enorme fiasco, tecnológico e económico, além de obviamente um crime ambiental. 

               OECD, Russian oil graphic

Quanto às tarifas comerciais; o presidente dos EUA parece pouco preocupado com uma capacidade produtiva interna muito pouco sólida. 

No mundo de hoje, o lema «América First»     só pode fazer sentido em paralelo com uma abertura e capacidade diplomática de encontrar parcerias e não fazer mais inimigos e «torcer o braço» a súbditos. 
A Rússia de Putin e a China de Xi-Jin-Pin sabem fazer isso: estes dirigentes põem claramente em primeiro lugar o interesse dos seus respectivos países... A arrogância imperial americana é que ainda não o compreendeu, verdadeiramente.
Ou pelo menos, se ao nível do «entourage» mais próximo do Presidente, alguns terão esse entendimento, parece que não será o caso dos que ainda dominam as duas facções democrata-republicana do partido «único» no Senado e Congresso, assim como o «Estado Profundo», ou seja, as entidades cinzentas, mas com poder dentro da CIA, o Dep. de Estado, o Pentágono e outros locais de poder do Estado. 
                          
As guerras físicas começam, muitas vezes, com guerras económicas. O arsenal económico - as sanções, os bloqueios, os boycotts - pode ser tão ou mais letal, que balas e bombas. 
No caso da guerra comercial dos EUA contra a China, creio que se trata de um enorme erro, de um erro derivado da hubris, a auto-confiança excessiva que se apodera dos vencedores e os faz cometer erros fatais. 
Quem depende de quem? Os EUA não têm possibilidade de ir comprar noutros mercados muitos dos produtos manufacturados na China. Não têm possibilidade técnica, nem económica, de suprir as suas necessidades em produtos manufacturados, senão num prazo de anos pois houve uma grande desindustrialização nos EUA  nos últimos 30 anos, sendo impossível restabelecer esta base senão em anos...4, 5 ou até 10 anos, no mínimo! 
Mesmo a «menina dos olhos» dos globalistas, a indústria do armamento, precisa de importar da China «terras raras» para ligas metálicas especiais, para aviões de combate, mísseis, etc. 
Ora a China é um dos poucos fornecedores mundiais de «terras raras» (esses elementos necessários em quantidades muito pequenas, mas insubstituíveis), tal como a Rússia e a Coreia do Norte...

Esta guerra das tarifas, não irá -de certeza- traduzir-se num dobrar da cerviz da China; portanto estamos a assistir, neste Verão, à  viragem para um novo ciclo geoestratégico, que poderá durar muitos anos. As coisas podem apresentar-se de múltiplas maneiras, mas para o poderio dos EUA, o desfecho é inelutável. Esse desfecho é a perda de seu papel hegemónico, a perda de influência no Mundo. 
Os governos - até agora - aliados dos EUA estão inquietos e querem dissociar-se do rumo que as coisas estão a tomar.

                           

sábado, 14 de janeiro de 2017

NA GUERRA, A PRIMEIRA VÍTIMA É A VERDADE...


Estamos à beira de uma guerra, mas ninguém no Ocidente se incomoda com isso. 
A opinião pública foi quase completamente anestesiada com a política-espectáculo e essa guerra é vista como mais um espectáculo. 
Só que, desta vez, pode ser bem pior do que aquando do desencadear das guerras locais, pois será uma guerra entre super-potências nucleares. O público, os eleitores, os contribuintes, dos países ditos «ocidentais» só se incomodarão quando os efeitos baterem às sua porta. 

A horrível guerra civil na Síria só começou a incomodar os europeus quando estes tiveram de abrir as portas dos seus países a um mar de refugiados. Mesmo nessas circunstâncias, não lhes interessava saber como é que a guerra (imposta a essas populações) destruíra o modo de vida dos sírios e as vidas de muitos parentes deles. O que lhes importava era se o seu modo de vida iria ser perturbado pela presença dessa gente de «tez escura». 

Há dias, li uma notícia sobre o estado de espírito na Dinamarca, segundo a qual muitos estariam convencidos que «os Russos vêm aí...». Ora, os dinamarqueses são um pequeno povo, mas com um nível elevado de cultura. Como é possível terem uma ideia tão absurda como a do exército russo ir invadir o seu território? Como é que estão convencidos que os russos querem destruir as suas infraestruturas? Qual seria o objetivo de uma coisa dessas? A população com medo, sujeita a uma lavagem de cérebro permanente não pensa, não equaciona as coisas. É lhe fornecida propaganda da forma mais neutra, como se fossem informações absolutamente verificadas, quando se trata, na melhor das hipóteses de conjeturas.
Não são conjeturas, as concentrações massivas de equipamento bélico ofensivo ultra sofisticado acompanhado de muitos milhares de tropas da NATO, nas fronteiras da Rússia, supostamente para «defenderem» os estados «ameaçados». Fazem reviver o «papão da guerra fria», desencadeando um reflexo anti-russo nestes povos, assim como noutros, incluindo os dos EUA que pouco sabem da história europeia, na qual participa desde sempre a Rússia. 
Nos EUA, um inquérito de rua a jovens com cerca de vinte anos mostrava que estes não sabiam nada da Guerra Civil (entre os estados do norte e do sul dos EUA), muitos nem sabiam que o norte tinha saído vencedor! Perante essa incultura abismal, entre jovens que nasceram e frequentaram a escola nos EUA, não nos podemos espantar da ignorância mais ou menos total no que respeita à história e cultura europeias.
O legado de Obama é realmente abismal. Numa correria contra o relógio, antes de sair da presidência, procura criar situações de conflito com a Rússia e a China, para embaraçar o eleito, mas ainda não empossado, presidente Trump. 
Vejam aqui  a extensão das manobras que o Estado profundo (Deep State) perpetua, para obrigar o novo presidente a obedecer aos «neo-cons» (que dominam o setor da defesa e diplomacia do governo Obama). 
Os neo-cons têm uma doutrina segundo a qual os EUA são a força indispensável, o benigno império do bem e da democracia, sem o qual o mundo cairá no caos, devendo portanto ser a superpotência única, não devem deixar que qualquer potência esteja em condições de disputar a supremacia. 
Neste caso estarão a Rússia e a China, pelo que eles, neo-cons, acham que se deve fazer uma política eufemisticamente designada por «containement», na realidade de provocações permanentes, com vista a encontrar um pretexto para uma guerra. 
Eles desejam esta guerra, porque estão convencidos que, se lançarem um primeiro ataque, ele seria suficientemente devastador para inviabilizar uma riposta da potência atacada.
Isso é loucura total, numa escala absurda, pois põem em risco a segurança global, põe mesmo em severo risco a população civil dos EUA. 
Com efeito, os dirigentes da China ou da Rússia podem, a certa altura considerar que já chega de seus países estarem constantemente a serem ameaçados por um país agressivo de 350 milhões de habitantes (1300 milhões, só os chineses, 1/5 da população de todo o planeta). 
Pensem que eles se podem sentir tão ameaçados que arrisquem -eles próprios - a desencadear um ataque nuclear de surpresa, arrazando os EUA e muitos dos países ditos aliados, na realidade vassalos!
Felizmente que Putin e Xi Jin Pin não são instáveis e caprichosos, projetando o seu ego numa força militar, ao contrário de dirigentes americanos e alguns europeus. 

O agravamento da crise económica mundial, o não crescimento/recessão mundial que estão previstos para muito breve, vão originar pressões, não necessariamente no seio de grandes potências. Para «aliviar» a pressão sobre os governos, por parte das pessoas descontentes, recorrem a políticas belicistas, que acabam por conduzir a uma guerra. Tradicionalmente, a «unidade nacional» era assim obtida, evaporando-se ou silenciando-se as vozes críticas do governo, por imperativo «patriótico».

No nosso século, como verificámos, os tambores da guerra soam cada vez mais alto. Quando as pessoas «normais», nada inclinadas a aventuras belicistas, acordarem... será tarde demais!!!