sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

ONTEM JÁ SE FOI; MAS O AMANHÃ DEMORA A CHEGAR





Vem este título a propósito do excelente «happening comunitário», evocando as cheias de 1967, a peça «A lama nos bolsos», apresentada ontém, no teatro municipal Amélia Rey Colaço de Algés, em récita única (?).

Excelente trabalho colectivo da equipa, sobretudo de amadores, que actuou nesta peça e que pacientemente a montou, durante meses.

Curiosamente eu, com 13 anos na altura das cheias de 1967, tinha memórias desse acontecimento, mas não da dimensão trágica do mesmo. 

Reflectindo hoje sobre o espectáculo que vi, veio-me a reflexão seguinte: 
- As  mais importantes mudanças que ocorreram nesta sociedade não são as mais visíveis, são as mudanças subterrâneas.

Digo isto porque as pessoas concretas, as comunidades, não esquecem as tragédias passadas e organizaram este evento de memória, em solidariedade para com as vítimas dos incêndios mortíferos e devastadores deste verão e outono, em Portugal.

            

              um grande obrigado musical à mulheres e homens, que construíram este espectáculo




quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

O FÉTICHE DO «HOMEM CIVILIZADO»

O fétiche do homem civilizado é o dinheiro. Mas esse deus é muito ciumento do culto que os homens lhe prestam. Não deixa que outros deuses, que já foram grandes, voltem a invadir o domínio cognitivo-mental do homem, desviando-o do seu culto, da sua sacralização.

Nos finais do século XIX, a Arte surgiu - por breves instantes- como deusa adorável: «A Arte pela Arte»... Porém, num contexto em que a deusa Fortuna tinha entreaberto - só um mínimo, é certo - aos artistas, a sua cornucópia.





Depois, substituiu-se a Arte pela deusa Fortuna, revestida porém das aparências daquela antiga deusa, que destronara.


O mesmo processo geral, embora por caminhos diversos, pode ser retraçado observando outros ícones/deuses:
A Beleza feminina deixa de ser o reflexo/imagem da Natureza ou de Deus no mundo; deixa de ser a excelência da Criação.





Passa a ser sinónimo do deus dinheiro, pois - nos dias de hoje - com «estéticas», maquilhagem, roupa de estilista e umas aulas de modelo, qualquer mulher jovem pode desfilar nas «passerelles», ou seja, vender sua imagem como chamariz para uma marca de luxo... Sempre a adoração ao deus dinheiro.


Poderia continuar, num sem-número de exemplos, falando da religião, da família, da moral, da ética, da política, etc.
Deixo ao leitor o cuidado de preencher as minhas lacunas. Realmente, meu intuito aqui é outro; pretendo reflectir e deixar um aviso sobre o deus dinheiro.
A extensão do seu poder é bem maior do que se julga, como se pode verificar pelo seguinte: os mais assíduos cultores do deus dinheiro são ... quem menos se espera. Refiro-me aos que dizem detestá-lo, mas lhe prestam um culto secreto. Rancorosos, são difusores de uma «moral» da inveja e da vingança.
São homens desses que, caso tomem o poder, com a maior das boas consciências, irão expropriar ricos e pobres dos seus bens, de suas propriedades e até da sua vida.


Julgará o leitor que eu penso que não existe nenhuma pessoa sincera, que realmente não preste culto ao dinheiro? Sem dúvida que sim, que existem tais pessoas! Mas essas tais pessoas não podem (ninguém pode, aliás) ser «servas de dois Senhores».







Leonardo da Vinci, pintou (?) o «Salvador do Mundo» ou seja, representou «O Homem, Filho de Deus, senhor todo poderoso do Universo».


Não sei se este quadro é falso ou não (até pode ser atribuído a Da Vinci e ser de um discípulo seu); não sei quem foi o ricaço que o adquiriu no leilão da Christie's, pela soma de 450 milhões de dólares. Sim, leu bem, não é erro da minha parte!


Isto é - antes de mais - muito simbólico: o deus dinheiro tomando posse dos deuses da arte, da beleza, da sabedoria e do génio.
É simbólico de muitas maneiras, porque o dinheiro é um símbolo, a arte é altamente simbólica, também devido ao estarrecedor montante da compra e de ser num leilão, supra-sumo do culto ao dinheiro...


Mas, pouco tempo depois da transacção - suprema ironia - o referido deus dinheiro começa a perder o seu valor, vai encolhendo, retraindo-se, até não valer virtualmente nada!
- Nessa altura, ficarão arruinados muitos magnates que compram obras de arte na Christie's. Perante uma crise sistémica, ficará destruída quase toda a riqueza, pequena ou grande, pública ou privada: Muita gente irá sofrer, a maioria das pessoas, sejam elas das classes média ou pobre!
Nessa altura os adoradores do deus dinheiro (ricos e pobres) ficarão enraivecidos e haverá muito sangue e destruição.


- Será o prenúncio duma crise cataclísmica ?
- Alguns pensam que sim. É certo que se acumulam sinais de que o sistema monetário mundial se dirige para uma transformação profunda.
Pensa-se que não ocorrerá apenas mais uma crise cíclica habitual, daquelas típicas do capitalismo.


Mas não sou profeta, não sei o que o amanhã irá trazer.

IMACULADA CONCEIÇÃO - 8 DE DEZEMBRO - FERIADO NACIONAL

Para comemorar (à minha maneira) o dia 8 de dez...
Padroeira de Portugal e das Forças Armadas Portuguesas, 
e dia feriado instaurado por Salazar*


 AULA DE EDUCAÇÃO SEXUAL..com MONTY PYTHON,

   ( ESTAS REVISÕES NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM)



                                           UMA INESQUECÍVEL LIÇÃO DE HUMOR
                                           
        Vale a pena explorar TODA A FILMOGRAFIA dos geniais MONTY PYTHON!

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* Citando:

«Mesmo o feriado da Imaculada Conceição, que é formalizado em 1948, é celebrado durante anos como o Dia da Consagração de Portugal a Nossa Senhora.
"Não se celebrava o dogma. O salazarismo manteve sempre a separação entre Estado e Igreja, apesar da grande influência da Igreja. Os feriados eram sempre celebrações cívicas", afirma o historiador.
Em 1952, Salazar acaba com o 31 de Janeiro e o 3 de Maio e junta três festas católicas à Imaculada Conceição (8 de Dezembro), ao Natal e ao 1.º de Janeiro, assim nascendo o Corpo de Deus (móvel), o 15 de Agosto (Assunção de Maria) e o Dia de Todos os Santos (1 de Novembro).»

Texto completo em:
 http://www.penacovactual.pt/2012/09/os-feriados-em-portugal-tempos-de.html

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

ESTATUTO DE JERUSALÉM - INEGOCIÁVEL... NO PRESENTE CONTEXTO!

          

Temo que se trate de um rastilho para uma explosão de violência, a calculada jogada do Governo dos EUA, dominado pelo lóbi pró-Israel, de transferir sua embaixada em Israel, de Tev-Aviv para Jerusalém.

Compreendamos que esta manobra está carregada de simbolismo e tem uma mensagem clara de incondicional apoio à agenda sionista, a todos os níveis, mesmo com violação do estatuto de Jerusalém como «cidade santa».

O Papa reagiu e bem. Mas devemos ter em conta os fanáticos das religiões monoteístas, que se combatem uns aos outros, durante séculos; são eles que estão em pé de guerra. 
Não que - no fundo - lhes interesse preservar o estatuto religioso deste local, como confluência das três grandes religiões monoteístas, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo! Mas, como luta para preservar situações:

- a situação colonial herdada da declaração Balfour (que agora completou um século), em que a Palestina é dada a colonos judaicos, de origem europeia, o monopólio sobre um território antes debaixo do império Otomano.  

- a situação de um país - a Palestina - que tarda em ser reconhecido plenamente, devido à insistência da super-potência dominante em jogar o jogo dos colonialistas sionistas. 

- por fim, a situação de permanente desautorização a que chegou a ONU, neste assunto da Palestina, mas que se alarga a outros. 
Que eles (os dirigentes de Washington coligados com os sionistas) façam isso sob chantagem ou voluntariamente... não tenho a certeza, mas é secundário! 

Vejo que não existem reais boas vontades, de parte a parte; existe rancor acumulado e a «política do facto consumado». 
Estamos perante mais um desenvolvimento da longa «guerra assimétrica», de libertação (incompleta) de uma situação colonial.

- Os passos que a resistência palestiniana possa dar, têm de ser muito cuidadosos, para não cair numa armadilha, preparada pelos sionistas, com o beneplácito dos seus mentores, em Washington.

ESTATUTO NEO-COLONIAL DE PORTUGAL

                                   
                                     

estatuto de neocolónia * de Portugal é o verdadeiro impedimento a uma arrancada para o desenvolvimento, deste retângulo à beira Oceano plantado.

Tenho defendido, ao longo dos anos, esta visão e tenho dito a quem me quer ouvir que, se não se tivesse deixado enredar na malha das dependências neocoloniais, Portugal seria hoje uma espécie de «Suíça» do Atlântico.

Enquanto ponto de partida e de chegada natural para todo o comércio transatlântico, esse lugar é-lhe devido. 

Em termos estratégicos, controla a passagem do Atlântico Norte e Atlântico Sul e a rota atlântica em direção ao Mediterrâneo; Portugal foi e é ainda elemento geoestratégico de primeira importância.

A cobardia e a venalidade dos dirigentes deste país, ao longo das épocas históricas, é que tem feito com que o potencial enorme deste território e a coragem e tenacidade de suas gentes sejam desprezados e espoliados. 

Sem as circunstâncias especialíssimas do espaço português e da natureza flexível e determinada do seu povo, não seria possível os parasitas prosperarem, ao longo dos séculos. 

A forma de manter submissa uma pessoa é de a convencer de que ela é uma «coitadinha»,  que precisa da nossa «ajuda». Em relação a uma nação, não é muito diferente. 

É precisamente o que têm feito os gatos gordos da UE e dos EUA. Aproveitam-se dos gatinhos gordos de cá (que miam em consonância perfeita com os seus chefes), os espertos que por cá pululam, para continuarem o seu jogo, sem oposição à altura.

A forma de oposição do tipo frente de libertação anti-colonial, tipicamente uma estrutura inter-classista, parece-me ser a única viável, face ao nosso estado de neocolonialismo inconfessado, tanto devido às circunstâncias históricas, como à situação de hoje, em Portugal.

Porém, essa frente, só tem possibilidade de prosperar, caso os seus membros ponham acima dos seus interesses de grupo, o interesse nacional. Guardo esperança de que apareça um conjunto coeso e dinâmico de mulheres e de homens assim, cedo ou tarde, neste país.   

O chamado pai da democracia, Mário Soares, em múltiplas ocasiões, falou sobre a importância da tolerância para a democracia. Quando falava disso, quase ninguém compreendia o que ele tinha em mente. Poucos compreendiam que ele falava das inúmeras discussões, terrivelmente desgastantes, que qualquer democrata português teria de aguentar com outros, que, embora dizendo-se democratas, o que procuravam, antes de mais, era dominar. 

Também eu experimentei, algumas vezes, tais esgotantes debates, sem fruto nem proveito, que por aí ocorrem. Em resultado disso, sou um «anti-político» num certo sentido, embora seja um observador atento da política. 

Para os meus amigos /amigas (quer estejam envolvidos/as em projectos políticos ou não), apenas digo o seguinte: vejam o que as pessoas fazem, não apenas o que dizem ou proclamam. 

Enfim, vejam se alguém é sério e coerente com o que afirma, não pela análise discursiva, mas pela análise da coerência entre a prática, no mundo real, e as ideias que proclama.

Está claro, para mim, que além dos fatores económicos, existem fatores de cultura, civilizacionais, que justificam o estado em que se encontra qualquer país, qualquer agregado humano.

Por exemplo, no caso da China, o confucianismo domina nas mentes e permanece como pano de fundo cultural. 
No confucianismo, existe uma opção clara pela ordem, pela estabilidade, pelo respeito para com os ancestrais e para com os progenitores.  Este respeito e consideração são igualmente dados à família alargada, ao grupo étnico, à nação. 

Pelo contrário, em Portugal, reina um individualismo exacerbado, não existe solidariedade familiar verdadeira, muito menos existe verdadeira solidariedade de classe, ou de cultura, ou de nação. 

Quando digo que não existe, não nego que tudo isso, de facto, possa existir numa fração, numa parte da cidadania deste país; mas eu faço a «soma vetorial» das vontades e das ações, para compreender para onde vai a barca... 

A barca de Portugal é uma jangada, prestes a desconjuntar-se, sem leme nem liderança, onde se encontram formigas, ignorantes de que estão no meio do alto mar e que têm de se juntar e fazer causa comum, para salvamento da jangada. 

Mas as pessoas não são «formigas». 
Elas podem perceber o que é real e superar o que eu chamo de «complexo neocolonial». 
 Sobretudo, podem exercer ações eficazes para que não sejam escravizadas (mentalmente, como primeira etapa para a escravidão completa), para proveito dos senhores de terras longínquas, sejam da China ou do Ocidente, do Norte ou do Sul. 

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*Nota: tenho escrito sobre este assunto desde os «Cadernos Luta Social», no tempo em que Sócrates era primeiro-ministro: a minha análise mantém-se válida, na atualidade.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

DOCUMENTÁRIO - O MUNDO DOS MICRÓBIOS



                                         https://www.youtube.com/watch?v=Jk0-uJbVgsY

Documentário da DW, o canal de rádio e televisão estatal da Alemanha
(falado em Inglês; legendas do texto falado)

Quem estudou microbiologia sabe que este mundo é absolutamente fundamental para a construção do mundo vivo visível; sabe que o modo de vida simbiótico é muito mais habitual, em todos os Reinos, do que jamais foi suspeitado.

Mas, para quem não estudou microbiologia, este maravilhoso universo do invisível a olho nu, surge como uma revelação e como um choque, pois contrasta com a ideia-feita de que micróbios são transmissores de doenças. Claro que alguns o são, mas é tão absurda tal generalização!  É como pensar-se que a sociedade humana é essencialmente composta por assassinos, porque alguns humanos o são.

Delicio-me com este documentário, pois foi feito a pensar no público em geral, mas é totalmente sério e rigoroso, do ponto de vista da ciência biológica. 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

NOTAS SOBRE «QUANTITATIVE EASING» DO BCE

                                            

Acima, uma nota de cem biliões de dólares do Zimbabué. 
Na realidade, embora esteja lá escrito «one hundred trillion», nas línguas latinas, os nomes que se dá aos números são diferentes das anglossaxónicas. 
A partir dos nove zeros, os anglo falantes usam o «billion» (por influência norte-americana, os brasileiros adotaram também esta convenção), enquanto os europeus continentais dizem «um milhar de milhões». 
Quanto ao poder aquisitivo desta nota: parece que, nos mercados deste país, ainda se pode comprar um par de ovos com ela!
                                           
                                         -----OO-----

Principais riscos e consequências do «Quantitative Easing» 
do Banco Central Europeu são:

. A distorção dos mercados de dívida
Não é somente a dívida soberana (obrigações do tesouro, etc.) dos diversos países que está cotada de maneira artificial, é todo o mercado. Há uma distorção de toda a estrutura dos juros, do preço do dinheiro. No capitalismo, esta distorção tem efeitos gravosos, porque leva a investimentos mal direccionados, a estimativas de rentabilidade de negócios fora da realidade, etc…

. A impossibilidade dos PIIGS se livrarem da dívida.
Se a taxa de juro para pedir novos empréstimos for muito baixa, não haverá governo que resista a continuar a gastar mais do que o seu respectivo país produz, pela simples razão de que, se fizesse o contrário (ou seja, uma verdadeira contenção orçamental), perderia o poder, nas próximas eleições (ou mais cedo!). Continuará a haver endividamento destes países, com reestruturações das respectivas dívidas, mais cedo ou mais tarde.

. A hiperinflação

                       

A moeda única significa que o sistema é tão forte, quanto o seu elo mais fraco. Se um país do Euro entrar em espiral inflacionária, os restantes sofrerão logo o contágio; não haverá possibilidade de evitar que a desconfiança se repercuta sobre todo o espaço do Euro, em conjunto. 
O BCE aponta uma meta de 2% de inflação, na zona Euro. Esta meta é irrealizável, a não ser através de manipulações das estatísticas. Há uma inflação escondida, muito mais elevada, que se exprime nos aumentos do imobiliário, da bolsa e noutros mercados (arte, metais preciosos, etc.). 
Nenhum governo jamais conseguiu manter a inflação a um nível determinado. Simplesmente, é um fenómeno que escapa aos mecanismos de moderação que governos e bancos centrais possuam. A inflação vai acelerando, até se tornar hiper-inflação. Os políticos optam, mesmo assim, por inflacionar, porque o público não compreende o fenómeno e não os identificará como sendo os seus causadores. 

. O marasmo económico
O BCE está na origem das bolhas especulativas no imobiliário e nas bolsas. Criou um clima de euforia artificial, em que os investidores são atraídos a fazer investimentos com risco, porque «têm as costas quentes», com as compras sistemáticas do BCE. Com efeito, estas compras, baixando artificialmente o custo do crédito, são responsáveis pela subida das bolsas e de todos os ativos financeiros. Por contraste, nos diversos países, a economia real (de bens e serviços) não recuperou sequer os níveis anteriores à crise de 2007/2008. 
Ao tornar tão apetitoso - para os especuladores - jogar nos mercados de ações, de obrigações e de produtos derivados, o BCE está a provocar uma enorme drenagem de capitais financeiros, desviados do investimento na economia real, para a economia de casino. O marasmo económico actual, com o seu cortejo de sofrimento social, elevado desemprego, emigração, etc. deriva, em grande parte, dessa drenagem de capitais.

. O Banco Central Europeu fica afogado em papel
Ao comprar ativos financeiros num mercado totalmente artificial, o BCE (ECB) sabe que não tem hipótese de se ver livre, algum dia, destes mesmos ativos. No mercado, logo que acabe o programa de compra de 60 biliões mensais de activos pelo BCE,  estes mesmos ativos passarão a valer quase nada, ou uma pequena fracção do valor de sua compra aos bancos. 
Afogado em papel invendável e sem valor, o ECB não poderá esperar que o Euro seja fortalecido, internacionalmente.

. A desvalorização face a metais preciosos, dólar e criptomoedas
Tal como em 2010/2011 - quando estalou a crise das dívidas soberanas da Irlanda, Grécia, Portugal e Itália -  na próxima crise, os capitais irão refugiar-se nos metais preciosos, no dólar (nas obrigações do tesouro americano) e agora também nas cripto-moedas. Mas a dívida actual acumulada na Eurolândia é ainda maior do que em 2011. Os juros das obrigações soberanas denominadas em Euros irão subir e o valor do Euro, face às outras divisas, irá descer acentuadamente.

.A ampliação dos efeitos de uma crise económica 
Ao nível internacional, a sobrevalorização das cotações bolsistas, das obrigações e de toda a espécie de activos financeiros, atingiu uma dimensão assustadora. 
Muitos especialistas consideram que uma crise de grandes dimensões virá, certamente. Nem o BCE, nem os estados-membros, estão preparados para tal crise: erradamente, estimam que poderão «diluir» seus efeitos. 
Mas esta diluição chama-se, na realidade, «criação monetária»: 
- A criação monetária tem um limite, o da perda de confiança total numa divisa, e que se traduz pelo disparar incontrolável da inflação!