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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

ONTEM JÁ SE FOI; MAS O AMANHÃ DEMORA A CHEGAR





Vem este título a propósito do excelente «happening comunitário», evocando as cheias de 1967, a peça «A lama nos bolsos», apresentada ontém, no teatro municipal Amélia Rey Colaço de Algés, em récita única (?).

Excelente trabalho colectivo da equipa, sobretudo de amadores, que actuou nesta peça e que pacientemente a montou, durante meses.

Curiosamente eu, com 13 anos na altura das cheias de 1967, tinha memórias desse acontecimento, mas não da dimensão trágica do mesmo. 

Reflectindo hoje sobre o espectáculo que vi, veio-me a reflexão seguinte: 
- As  mais importantes mudanças que ocorreram nesta sociedade não são as mais visíveis, são as mudanças subterrâneas.

Digo isto porque as pessoas concretas, as comunidades, não esquecem as tragédias passadas e organizaram este evento de memória, em solidariedade para com as vítimas dos incêndios mortíferos e devastadores deste verão e outono, em Portugal.

            

              um grande obrigado musical à mulheres e homens, que construíram este espectáculo




sábado, 21 de outubro de 2017

SOLIDARIEDADE PASSIVA OU ACTIVA?


Nós devíamos exprimir a solidariedade activa, não através de doações anónimas de dinheiro ou bens de primeira necessidade a instituições de caridade ou do Estado, mas através de cadeias concretas de pessoas concretas com ligações reais às povoações afectadas. 
Assim, tínhamos maior controlo, maior garantia de que os dinheiros e produtos chegavam ao destino e as pessoas mais afectadas é que seriam atendidas em prioridade. 
Posso contribuir modestamente, organizando a recolha, divulgando e encaminhando, caso existam pessoas capazes de fazer a ponte com as populações afectadas.

domingo, 18 de junho de 2017

PERANTE A TRAGÉDIA DE PEDRÓGÃO GRANDE É PRECISO DIZER BASTA!!

Basta, porque a media e as «autoridades» se multiplicam a dizer que «não é de origem criminosa» este incêndio florestal, como muitos em Portugal !

Há uma causa criminosa a todos estes incêndios que ninguém tem coragem de invocar nestas ocasiões; uma causa profunda, verdadeira, criminosa, pois existe o crime de desleixo, de não efectuar os tratamentos, o desbaste devido, de deixar ao abandono, «dá aquilo que der, mas eu não vou investir nem um tostão na manutenção deste pinhal, deste olival, deste eucaliptal, etc».

O Estado é conivente porque não promove o ordenamento do território. Por omissão, também se é criminoso; os políticos que se sucedem nas administrações florestais, nos ministérios da agricultura, do ambiente, etc: esse conjunto de pessoas, é responsável por omissão.
Os órgãos políticos do Estado, desde a presidência da república, assembleia da república, até ao governo, porque têm leis e não as aplicam, não fiscalizam a sua aplicação.

Enfim, os próprios cidadãos, porque são demasiado indulgentes consigo próprios e com os políticos que elegeram, porque não se dão ao trabalho de pensar na origem de todas essas catástrofes periódicas que nos assolam a cada Verão.

O povo português reage como se estes imensos fogos fossem uma fatalidade, mas não são: são produto da enorme falta de cuidado pelo nosso próprio património!!!!!!!