Foto: águia na fachada do edifício da Federal Reserve em Washington
O futuro dos EUA e do seu governo, está fortemente ligado à capacidade do dólar em manter-se como divisa de reserva principal ao nível mundial. Mas, esta situação, se não oferecia dúvidas até aos anos 60, quando a balança de pagamentos era positiva e quando os EUA eram a maior potência, não apenas militar, mas também industrial, mudou já há muito tempo e a situação só pode ir de mal para pior.
Não existe saída para a situação de sobre-endividamento, tal como se apresenta, em termos de dívida pública (obrigações do Tesouro), assim como do défice crónico na receita de impostos, resultantes da debilidade das atividades económicas e da necessidade de importar cada vez mais. A economia dos EUA seria considerada como de um país do «Terceiro Mundo», se os parâmetros económicos fossem analisados objetivamente. Mas, como se trata (ainda) da maior potência económica e militar, muitas pessoas têm dificuldade em ver assim os EUA.
Com a economia tão desequilibrada, não há possibilidade de se manter - durante muito tempo - a hegemonia do dólar. Quando (e não «se») os ativos em dólares forem rejeitados mundialmente e regressarem ao seu país emissor, o Banco Central (a FED) não terá outra hipótese - na prática - senão comprar os referidos ativos em dólares, com mais dólares. A partir de certo ponto, o orçamento Federal, demasiado sobrecarregado, não poderá suportar o pagamento dos juros da dívida pública.
Figura 1: observa-se a progressão da despesa com juros em função do PIB. Constata-se a projeção para a presente década, de 3.0 a 4.0 % do PIB. Isto significa que o Estado Federal não poderá fazer despesas essenciais (escolas, estruturas de saúde, infraestruturas, serviços...), nem assegurar as suas obrigações (ordenados de funcionários, pensões, etc) porque tem de pagar os juros da dívida através do orçamento Federal.
Figura 2: Não existe moderação no endividamento, ele sobe exponencialmente e também os juros da dívida acompanham esta subida. Os investidores e peritos do Mundo veem a deriva e o descontrolo das contas públicas nos EUA. Nenhum ator, privado ou institucional, quererá fazer investimentos em dólares, comprar ações cotadas nos EUA, ou títulos de dívida do governo, porque a incerteza na obtenção de lucros é muita e - o mais certo - é a perda de valor do dólar.
Figura 3: A dívida pública total é, neste momento, de quase 34 triliões de dólares. Este nível é incomportável para as finanças públicas. Estas entraram - há muito tempo - no ciclo vicioso de emitir mais dólares, para pagar a dívida. Como, de cada vez, os novos empréstimos fazem-se com juros maiores, caminha-se a grande velocidade para a bancarrota.
Os EUA não têm real possibilidade de fazer descer os juros. Se o fizessem, haveria a saída em massa de capitais estrangeiros, investidos nos EUA, para outras paragens. Os juros, mais altos nos EUA em relação a outros países ocidentais, é que têm mantido os mercados «a flutuar». Se houver diminuição de juros, os mercados sofrerão uma derrocada.
As políticas económicas e financeiras dos EUA, assim como sua pesada máquina de guerra, estão na origem do dilema seguinte:
- Se mantêm ou aumentam os juros, continuarão a atrair capitais externos mas, o peso excessivo dos juros no Orçamento Federal, provocará a quebra do Estado. Esta política também se traduz numa elevada inflação e no empobrecimento da maioria. Além disso, a competitividade que alguns setores pudessem ter, perde-se.
Se travam ou se diminuem os juros, haverá saída em massa de capitais estrangeiros («hedge funds» investidos na ordem de 65%, nos mercados bolsistas). Haverá um «crack» bolsista, desencadeando ruturas no sistema bancário, nas pensões e nos seguros.
O poder nos EUA tem exibido uma estratégia cada vez mais agressiva. Isso explica-se - meu ver - pelo desespero de verem que o sistema de dominação mundial através do dólar lhes está a escapar.
A crise política rebentou esta semana, com o pedido de demissão do primeiro-ministro António Costa ao Presidente da República. Para além de envolver suspeitas de corrupção do ex-ministro da energia Galamba, já indiciado como suspeito, envolve também colaboradores diretosde António Costa. Sabe-se muito pouco da substância, mas sabe-se já que as questões sob inquérito judicial têm relação com licenciamentos de exploração do lítio em Portugal. O caso pode ser grave, em si mesmo e pelas consequências políticas que venha a ter. Não irei aprofundar o assunto nos seus aspetos político e institucional, neste artigo.
O que é preocupante, a vários títulos, é que, em Portugal, estejam em risco - por causa da exploração do lítio - o património mundial e de reserva da biosfera e os parques naturais (como o da Serra da Estrela). São áreas de grande relevância para a salvaguarda dos ambientes naturais, ou pouco modificados pelos humanos.
Isto significa também:
- correm risco várias zonas de proteção de espécies, tanto animais como vegetais,
- depredação de paisagens protegidas
- destruição de economias sustentáveis, baseadas na agricultura e pecuária de elevada qualidade,
- riscos reais para a saúde das populações,
- destruição de comunidades rurais autossuficientes e com produções de qualidade reconhecida e certificada.
Este assunto não é novo, embora tenha passado quase despercebido da opinião pública, apesar dos alertas de organizações ambientais. Como exemplos, cito abaixo alertas da «Quercus»:
Claro, não se pode querer «o bolo inteiro e comê-lo, ao mesmo tempo». A posição da Quercus e doutras organizações ambientalistas é, no mínimo, paradoxal. Durante anos, têm sido favoráveis à conversão do parque automóvel em carros «EV».
Na verdade, a «solução» dos carros movidos a bateria de lítio é um caso típico de depredação ambiental, sob pretexto de «progresso», em termos do ambiente e de recursos «renováveis», conforme se pode ver, pelo seguinte:
Os automóveis movidos com bateria de lítio têm de ter as suas baterias periodicamente recarregadas. Ora, a eletricidade para as recarregar vem de centrais elétricas, alimentadas ...
- a energia nuclear, com os riscos inerentes de acidentes ou sabotagens de consequências dramáticas
- ou a combustíveis fósseis, em geral, carvão de fraca qualidade, emitindo fumos contaminantes, não apenas CO2, em quantidades avultadas.
- as centrais hidroelétricas ou outras, têm peso diminuto no fornecimento de energia elétrica, na maior parte dos países. A utilização de energia eólica e solar, até agora, tem servido como mero auxiliar no fornecimento de energia à rede, a qual continua a ser alimentada, sobretudo, por energia elétrica gerada a partir de combustível fóssil ou nuclear.
O processamento e reciclagem do lítio das baterias gastas, deveria ser incorporado nos custos. Os fabricantes de carros EV e baterias de lítio, deveriam encarregar-se dos processos de reciclagem. Mas, no mundo capitalista, as empresas automóveis e outras, veriam a rentabilidade deste negócio dos automóveis EV cair. Por outro lado, os decisores políticos querem mostrar que fazem algo pelo ambiente. Têm facilitado ao máximo a instalação de infraestruturas para carros EV com baterias de lítio, porque isso lhes rende votos (e talvez algo mais!): É o sagrado princípio da «privatização dos lucros e sociabilização dos prejuízos». Quem seja ecologista a sério (ou, simplesmente, tenha bom-senso) não pode tolerar que, dentro de algum tempo, o ambiente esteja contaminado com montões de baterias lítio usadas, abandonadas no meio da natureza!
A questão de fundo, prende-se com o modo de vida: Com a prioridade dada ao transporte individual sobre o transporte em comum. Relaciona-se diretamente com uma escolha política de fundo: Deixar ao abandono o interior, incluindo aglomerações que poderiam ser polos do desenvolvimento regional e local, porque é mais fácil dar «rédea larga» a empreendimentos de luxo, ou destinados às classes altas e médias, nas zonas costeiras de «grande turismo» e em zonas ditas de prestígio, em duas ou três grandes cidades do país.
A transformação numa sociedade menos agressiva para o ambiente e para os humanos tem de ser feita fora do paradigma do capitalismo, o qual é sempre depredador e onde sempre os interesses individuais (dos muito ricos e poderosos) prevalecem sobre os interesses e necessidades do maior número.
Além das considerações gerais acima, no nosso país, a ausência total de gestão planificada do espaço nacional e a ausência de visão a longo prazo, são as caraterísticas mais salientes da classe política e de grande parte dos tecnocratas. As orientações, vindas de Bruxelas ou doutros centros de poder, são traduzidas, cozinhadas e condimentadas ao gosto da burguesia parasitária, em que consiste a maior parte desta classe, em Portugal.
Ao contrário de certas épocas históricas passadas (ex.: meados do século XIX), não há hoje em Portugal uma verdadeira política de desenvolvimento industrial. O país tem sido orientado para o turismo, vocacionado para satisfazer - principalmente - as classes médias e superiores europeias.
Este documentário da CGTN está muito bem feito; porém, não aborda as causas profundas desta situação dramática. A descida vertiginosa da taxa de natalidade tem de ser vista de modo realmente holístico. Ela não é a causa dos problemas: É o epifenómeno de algo muito mais profundo e complexo.
Vejamos, em particular, a questão do urbanismo:
Na Coreia, em todo o lado, mesmo em pequenas-médias cidades, perfilam-se arranha-céus ou prédios muito altos com mais de vinte pisos, cada piso tendo um número elevado de apartamentos. O que foi visto nos anos 70 como um progresso, hoje é um grande problema urbano, é um modelo caduco.
Mas, como o preço dos terrenos urbanos é muito elevado, devido a especulação contínua, há constantes operações de destruição-construção. Os prédios com mais de vinte anos são abatidos e substituídos por prédios novos. Estes, provavelmente, têm maior capacidade para «enlatar» as pessoas. Os apartamentos novos, dimensionados para pessoas sós, devem estar agora em maioria.
Toda esta construção frenética é muito cara e devoradora de energia, além de apenas perpetuar o isolamento das pessoas, impedindo ou dificultando a vivência em comunidade.
Isto, numa sociedade que foi tradicionalmente coletivista. É uma operação ideológica, mascarar o coletivismo natural destas sociedades e atribuir-lhes a etiqueta de «confucionistas». Os valores que promovem o coletivo sobre o indivíduo tinham que ser abatidos e difamados. Só assim, o modelo liberal-capitalista conseguiu reinar de modo absoluto, nos anos do «milagre» sul-coreano.
Agora, o urbanismo com possibilidade de futuro, é o de cidades mais pequenas, com diversidade de serviços e locais de cultura, de lazer, de desporto. Já não são rentáveis nem gerenciáveis, por razões energéticas, as cidades de arranha-céus.
O preço da energia, seja qual for sua origem - «renovável», «combustíveis fósseis» ou «atómica» - vai crescer em percentagens de dois dígitos.
Por outro lado, os «países do Sul» estão a reaver sua soberania. Têm subido os preços das suas exportações para patamares mais elevados, não apenas os preços dos produtos energéticos, como das matérias-primas minerais e dos produtos agrícolas, que a Coreia tem de importar.
Creio que o modelo de construção que existe em Seul, assim como noutras grandes cidades do Oriente, desde Dubai até Xangai, está condenado pela sua própria falta de viabilidade energética e, portanto, económica.
Mas, nas grandes urbes da América e da Europa ocorre - essencialmente - o mesmo fenómeno: O centro das grandes cidades foi inicialmente habitado pelos privilegiados. Depois, foi transformado em centro de serviços, com escritórios e áreas de negócios (bancos, firmas de investimento, bolsas, sedes das grandes multinacionais...).
Finalmente, com a crise - desde 2008, início da crise terminal do capitalismo - observa-se a degradação acelerada dos centros das grandes cidades e a migração para uma periferia, cada vez mais distante, dos trabalhadores de serviços e das «classes médias».
O efeito é de desertificação, não apenas dos seus habitantes efetivos, como dos serviços do dia-a-dia. Hoje, as grandes cidades do mundo tornaram-se desertos humanos, no seu centro de negócios. Apenas existem nas horas laborais. Fora dessas horas, as suas avenidas desertas são locais pouco seguros.
Este modelo urbano teria de ser modificado em profundidade, para resolver as questões humanas e sociais, decorrentes da acumulação de disfunções da sociedade do consumo frenético, do reino da mercadoria acima do humano.
O mesmo se passa em muitas outras sociedades, inclusive nas que não são classificadas como capitalistas típicas. A razão disto, tem a ver com uma certa imagem de progresso, que impregnou o imaginário dos povos nos últimos 80 anos.
Este modelo começou a entrar em crise há, pelo menos, 40 anos. Em vão, os governos e as classes dominantes têm tentado fazer reformas que sustentem a rentabilidade do capital.
Eles não têm a noção de que o capitalismo entrou na idade senil e que já não é reformável.
No ano de 1872 Arthur Rimbaud parte de Paris, onde deixa Verlaine. Nesse tempo, este último tentava (em vão) refazer sua relação conjugal com a esposa, Mathilde.
Mas Rimbaud, então com 18 anos, é também um «communard» que foge à repressão que se abateu sobre os que, de um modo ou de outro, participaram na gesta heroica da Commune.
Tal como o poema «Les Corbeaux»*, esta canção alude ao desespero dos sobreviventes da Comuna de Paris. Ele evoca uma juventude que «perdeu a sua vida», ou seja, perdeu «o combate da sua vida». Isto, não no sentido de «perdição» moral, de ter ficado desgraçado pela vida de «deboche». Quem triunfa -por agora - são as «moscas varejeiras», os clericais que enchem a pátria «de incenso e de joio». Para mim, é claro o sentido anticlerical.
O isolamento do jovem explica-se como retirada, um auto- exílio político, até que a situação seja menos perigosa para ele. Parece-me bem mais verosímil do que uma retirada motivada por um suposto sentimento de frustração amorosa, na relação com Paul Verlaine.
A ambiguidade do poema foi desejada e conseguida graças ao génio de Rimbaud: De tal modo que, nos dias de hoje, muitos literatos fazem ainda uma leitura «intimista» e «analítica» dum texto, essencialmente político.
Uma prova em abono da minha tese é que as versões académicas, seguindo rigorosamente o manuscrito original, transcrevem «Ainsi la Prairie», o primeiro verso da 4ª estrofe.
Ora, Prairie (= «prado»), não parece fazer sentido, nem sequer metafórico. Ainda por cima, a palavra vem com maiúscula, o que ainda faz menos sentido. A não ser que... o poeta quisesse referir outra palavra, parecida com «prairie», e esta aparecesse como um lapso, um erro.
Considero que a leitura correta, é a que faz Léo Ferré: Ainsi la patrie / à l'oubi livrée (etc)
Creio que este verso-chave, com esta alusão dissimulada (através do falso erro) à pátria, uma vez corrigido, torna claro o significado do poema. É um poema político do revolucionário e communard, que tem de se abrigar na cidade natal de Charleville.
Nos meandros da política portuguesa anda muito pó varrido para debaixo do tapete. Os escândalos políticos são, quase todos, resultado de abuso de indivíduos colocados em altas posições do aparelho de Estado e que servem lóbis, em vez de servirem o interesse do País e do seu povo.
A crise politica que agora rebentou tem relação com a exploração do lítio em Portugal e com o «hidrogénio verde».
Não vou comentar o extenso artigo-inquérito (abaixo) sobre as terras de Barroso e a mineração de lítio, a cargo de uma empresa mineira britânica, senão para referir que - em geral - os processos de licenciamento e os «estudos de impacto ambiental» em Portugal, são frequente ocasião de corrupção. Um indício disso, é que são, numa grande proporção no sentido desejado pelo governo e pelo grande capital. O caso do lítio, não apenas em Terras de Barroso, é exemplo triste desta realidade.
Citação: «Este, em particular, também começou mal. Existe muita vontade do governo de que este projeto vá para a frente. Todo o processo demonstrou que o estudo deveria resultar num parecer positivo, independentemente do que qualquer avaliação dissesse. Há uns três anos, dizia que este processo acabaria com um "parecer favorável condicionado". É o que temos hoje. É uma decisão estritamente política.»
Abaixo, o artigo do Jornal Observador menciona o inquérito judicial que impende sobre dois colaboradores do primeiro-ministro, António Costa. As questões sob inquérito estariam relacionadas com «lítio» e com «hidrogénio verde». Foi neste contexto, que António Costa foi chamado a fazer declarações na Procuradoria Geral da República (PGR). Foi este o motivo concreto, segundo a sua própria declaração, pelo qual apresentou o pedido de demissão ao Presidente da República (PR).
Porém, eu pessoalmente não posso acreditar que Costa não tenha tido conhecimento do facto de que seus dois colaboradores estavam sob inquérito da polícia judiciária. É estranho que António Costa não os tenha (pelo menos) suspendido, durante o decurso do inquérito policial.
Costuma-se dizer que «a mulher de César, não só deve ser virtuosa, como deve parecê-lo». António Costa, ao não agir de forma legítima, para um primeiro-ministro, em defesa do cargo e do governo, face a dois colaboradores sobre os quais impende inquérito judicial mostra, no mínimo, despreocupação pela sua imagem e do governo de Portugal.
Não se pode deixar de pensar que, se não os suspendeu, foi porque queria manter a coisa o mais discreta possível. Só que o processo exigiu que o primeiro-ministro viesse prestar declarações na Procuradoria Geral. Essa convocatória não era, ao contrário do que disse no comunicado lido em público após apresentar a demissão ao PR, nem uma «suspeição», nem um «atentado ao bom nome». Com efeito, ele não foi indiciado, não foi sequer submetido oficialmente a inquérito no processo. Como primeiro-ministro, ele tinha toda a obrigação de colaborar no inquérito da Polícia Judiciária aos seus colaboradores.
Temo que a atitude dele seja um golpe publicitário, para dar a impressão de ser vítima de perseguição política. Na verdade, ele não tinha motivo plausível para pedir a demissão.
Creio que a única postura lógica, para alguém que esteja perfeitamente inocente, e que -por isso- não teme, seria responder às questões colocadas na PGR.
Ao pedir a demissão de forma extemporânea, reagindo de forma extremada àquilo que não é - em si mesmo - ofensivo, nem sequer suspeitoso, ele está a usar um truque político, no melhor dos casos; no pior, está a tentar ocultar - baralhando as pistas - sua efetiva conivência num esquema de corrupção grave. O futuro o dirá.
Veja a entrevista com o militar dos EUA que participou em várias missões de fiscalização do desarmamento e que tem sido muito crítico da posição dos EUA. O seu ponto de vista é que o Hamas consegue uma vitória pelo facto de fazer mudar a paisagem geoestratégica mundial, em desfavor de Israel. Ele tem uma visão global, que poderá surpreender as pessoas que «engolem» a propaganda - disfarçada de notícias - na media corporativa.