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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

A BESTA ENRAIVECIDA [OBRAS DE MANUEL BANET]


 

UM POEMA DIDÁTICO

A Besta não é racional; pode morrer, mas mata primeiro

A Besta não distingue o bem do mal; é insaciável

A Besta tem fragilidades; e não é sermos destemidos

É cortar-se a energia, o financiamento e o crédito 

Assim, cozerá no seu próprio sangue enraivecido

Pode escoucear, mas a cada gesto mais se esgota

Ninguém precisa da Besta; antes pelo contrário

Ela precisa de todos nós; vive do nosso suor

Resgatar um mundo humano: basta querer

Cortem todo o contacto, boicotem todas as relações

Cancelem negócios; o que perdem, depois ganharão 

Outra Terra se construirá, sem Bestas desumanas

Ela é como a Hidra, mas afinal tem um número

Finito de cabeças; enquanto elas espalham fogo

Fiquemos abrigados; quando ele se esgotar

O seu grande corpo mole será impotente


Ela tem a astúcia de pôr uns contra os outros

Agora, o jogo está tão à vista,  ninguém cai

Quando dá uma dentada, morde sua cauda

Esbraceja no ar como um abutre despenado

Grita impropérios e obscenidades 

Enquanto martiriza incontáveis inocentes

Mas o veneno espalha-se no próprio corpo

E abafa, na Besta, os pulmões e o coração 

Que em breve seja o seu momento final

A esperança e o alívio dos justos