Se quiser saber porque uma boa parte da Humanidade considera que os EUA é governado por loucos senis (tanto Trump como Biden), leia o seguinte artigo de Philip Giraldi! https://www.unz.com/pgiraldi/in-america-its-another-week-to-be-proud-of/

quarta-feira, 5 de abril de 2023

GONZALO LIRA: A PAZ RETIRA O CONTROLO DO MÉDIO-ORIENTE AOS EUA

 Oiça e veja esta curta conversa de Gonzalo Lira


RESUMO (feito por MB)

Há uns quinze dias houve uma sensacional notícia sobre um acordo firmado pela Arábia Saudita e o Irão. Os ex-inimigos acordaram em abrir embaixadas nas respetivas capitais. Ambos chegam à conclusão que têm, eles próprios, de assegurar a segurança dos seus países e o controlo do preço do petróleo. 

Só podem fazê-lo, aproximando-se entre países que partilham os mesmos interesses económicos. 

Não podem contar com um país, os EUA, que pretende ser a superpotência hegemónica e cujos planos para Médio Oriente têm passado por semear o caos, desencadeando discórdia e guerras de domínio, destruição e pilhagem dos recursos (Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria...). 

O herdeiro do trono saudita, Bin Salman sabe que será rei deste país e que reinará por longo tempo. Ele faz as suas jogadas, tendo em conta um tempo longo. Ele percebeu que os EUA não serão mais a potência dominante, aquela que tinha assegurado a monarquia, afastando todos os obstáculos diplomáticos e proporcionado a formação de quadros e o equipamento moderno e sofisticado para as suas forças armadas.  

O seu anúncio de que a Arábia Saudita estava pronta a vender petróleo em outras divisas que não o dólar, foi o prego final no caixão do «petrodólar» . A deslocação oficial de Xi Jin Pin, veio assinalar isso e também que os BRICS estavam abertos para a entrada do Reino Saudita; pois, como é sabido, nos BRICS seus membros não têm de possuir à partida uma uniformidade em relação aos mais diversos assuntos, desde os militares, até aos ideológicos. 

Isto permite que o Reino Saudita encontre um mercado seguro, na China e em todo o Oriente. Como político inteligente (mesmo que seja cruel, cínico, etc), Bin Salman viu que era tempo de saltar para fora da aliança com os EUA. Uma aliança que o obrigava a guerrear com vários inimigos poderosos no Médio Oriente, para «fazer o frete aos americanos e israelitas». Bin Salman estava só à espera de uma oportunidade para isso.

A mudança geoestratégica no Médio Oriente, vai deixar os americanos desesperadamente isolados nas partes da Síria que eles ainda ocupam, ilegal e ilegitimamente, de onde têm roubado petróleo e bens agrícolas que pertencem ao povo sírio.

A Turquia, embora membro da OTAN, tem feito ouvidos moucos aos apelos para exercer sanções contra a Rússia. Erdogan aceita que Lavrov e Putin sejam os intermediários na operação diplomática que irá finalizar a guerra na Síria. Sem o apoio turco, nem americano, as várias milícias anti- Assad vão ficar sem retaguarda, sem apoio logístico, sem fornecimento de armas e munições. 

Assim o império Yankee tem estado a sofrer a «morte por mil golpes, ou mil feridas»: Um corpo é retalhado, ficando com mil feridas, cada uma delas não é letal. Mas, no conjunto, as feridas esvaziam o corpo de sangue e de vida. 


POST-SCRIPTUM

Este quadro é descrito por outras personalidades do jornalismo, como Pepe Escobar (brasileiro), que está há muitos anos no Extremo-Oriente, que tem feito um excelente trabalho, explicando a diplomacia chinesa e os projetos associados às «Novas Rotas da Seda».  Tenho acompanhado os assuntos de geoestratégia e tenho lido e ouvido as opiniões de vários analistas e comentadores. Assim como eu tenho conhecimento de PONTOS DE VISTA CONTRÁRIOS AO MEU, E NÃO SOU UM JORNALISTA, também os jornalistas e comentadores no Ocidente, têm necessariamente tal conhecimento.

Mas, a maioria dos jornalistas (e dos políticos) no Ocidente, fazem ocultação, desinformação e propaganda. A sua opinião é totalmente enviesada. É como se fossem os «cães de guarda» do Império.

Por isso, as exceções são de saudar, em pessoas como Pepe Escobar, George Galloway, John Helmer, John Pilger e algumas mais.

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POST-POST-SCRIPTUM:

  Veja último vídeo de Gonzalo Lira: 

https://www.youtube.com/watch?v=yHMHQ-1Pe6k

terça-feira, 4 de abril de 2023

BATERIA LÍQUIDA SUBSTITUI BATERIA A LÍTIO ?


 Este vídeo é muito entusiasta, mas não me convence inteiramente, porque estes líquidos têm um ponto de congelação não muito baixo. Além disso, com cristais em suspensão, estes formam muitos núcleos de cristalização que (em tempo muito frio) poderão formar cristais maiores e entupir os circuitos do carro, senão mesmo o sistema de bombeamento dos fluídos nas estações de serviço.  

Vou esperar por uma avaliação técnica completa, ou seja, como é que um carro movido a bateria líquida se irá comportar nas condições mais diversas.

 Quanto ao problema da sua reutilização, a alegada recarga após o líquido estar «gasto», importa saber quantos ciclos de uso e reciclagem aguentam tais misturas «líquidas». 

Por outro lado, uma reciclagem nunca é perfeita, há sempre uma parte irrecuperável. Há sempre, também, dispêndio de energia no próprio processo de reciclagem. 

Mais estudos têm de ser feitos.

Yves Montand & Edith Piaf: «LA GOUALANTE DU PAUVRE JEAN»

Esta canção lindíssima é escrita em «argot», ou seja, na linguagem popular, que tinha e tem vários «dialetos», sendo difícil ao não iniciado perceber realmente do que se está a falar. Esta, é uma das razões pelas quais se fala em argot*.Mas, ela reenvia-me diretamente para memórias da infância, quando ouvia (e aprendia de cor) as canções populares interpretadas por Montand, Piaf, etc., num gira-discos em casa dos meus pais.                            https://www.youtube.com/watch?v=AmBrVpYOWFs

  

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Esgourdez rien qu'un instant

La goualante du pauvre Jean

Que les femmes n'aimaient pas
Et n'oubliez pas
Dans la vie y a qu'une morale
Qu'on soit riche ou sans un sou
Sans amour on n'est rien du tout
On n'est rien du tout

Il vivait comme un rupin Habillé comme un gandin Il ronflait dans de beaux draps Mais n'oubliez pas Dans la vie on est peau de balle Quand notre cœur est au clou Sans amour on n'est rien du tout On n'est rien du tout Il guinchait dans les salons Il baffrait comme un cochon Et lichait tous les tafias Mais n'oubliez pas Rien ne vaut une belle fille Qui partage notre ragoût Sans amour on n'est rien du tout On n'est rien du tout Pour gagner des picaillons Il fut un méchant larron On le saluait bien bas Mais n'oubliez pas Un jour on fait la pirouette Et derrière les verrous Croyez-moi on n'est rien du tout On n'est rien du tout Esgourdez, tous les galants Soyez fiers de vos vingt ans On ne les a qu'une fois Et n'oubliez pas Plutôt qu'une cordelette Mieux vaut une femme à son cou Sans amour on n'est rien du tout On n'est rien du tout Et voilà mes braves gens La goualante du pauvre Jean Qui vous dit en vous quittant
Aimez-vous!
------------(*) Argot: É literalmente «Arte Gótica».

segunda-feira, 3 de abril de 2023

MENSAGEM PARA TI


Estamos perante um Mundo quebrado, fragmentado. Numa sociedade ​fragmentada, onde ninguém se interessa por ninguém. É muito ESTRANHO o que se está a passar, tendo em conta que nós, humanos, somos animais sociais.
Creio que este estado de «autismo social» não foi alcançado de uma vez, mas progressivamente, de tal maneira que isso nos parece «natural». Com efeito, há mil e uma desculpas para não interagir pessoalmente com outras pessoas. 
A razão de fundo, é que nós nos transformámos, a pouco e pouco, em monstros: monstros de egoísmo, que só nos interessamos por alguém que reforça, de um modo ou do outro, a nossa «performance», nem que seja, apenas, simbolicamente. 
Um mundo assim, é «perfeito terreno de caça» para os psicopatas e sociopatas, pessoas que não têm nenhum afeto, que são realmente destituídos de empatia humana. Estas pessoas apenas simulam; interessam-se, apenas como cálculo. Seja como for, elas costumam desaparecer, assim que veem que a preza não interessa, ou que ela está demasiado consciente do jogo que o predador tem jogado.
Eu penso que as pessoas estão fechadas dentro do seu egoísmo; pensam que, se outros são egoístas ou indiferentes para com elas, elas «têm de pagar da mesma moeda». Só que esta abordagem é demasiado mesquinha e vai necessariamente conduzir a uma (abusiva) generalização.
A nossa natureza de humanos não está nas performances que fazemos; nas carreiras que temos; nos currículos que exibimos; nos bens materiais que acumulamos... Enfim, a grande doença da nossa época é a falta de amor; mas de um amor-dádiva, não de um amor posse, dum amor baseado no «toma lá, dá cá». 
Não há dúvida que precisamos de reciprocidade nas relações com os outros, mas pela positiva; se alguém «falha» em relação a nós (ou julgamos, pois pode até nem ser verdade), devemos perdoar e relativizar, devemos contextualizar, o que implica quase sempre que não devemos (consciente ou inconscientemente) nos autoabsolver do que correu mal na nossa relação. 
Pelo contrário, se estamos envolvidos num relacionamento humano a um nível mais profundo (amizade ou amor), então devemos ter a preocupação de cuidar desse elo que nos liga com a outra pessoa. Temos de estar vigilantes para perceber o que aborrece o outro e o que lhe dá prazer. Temos de saber mostrar que estamos atentos e nos interessarmos genuinamente por essa pessoa. É difícil, porque as pessoas estão muito metidas numa teia de relações interesseiras e não compreendem que o nosso ímpeto não seja determinado por «interesses», mas por afetos positivos.
A maior parte das pessoas não é genuína. Mesmo que elas estejam convencidas de que seu amor/amizade por nós é genuíno, podem estar a enganar-se a si próprias. 
O isolamento que as relações por via «digital» (como esta) provocam, é muito maior porque as pessoas «não têm tempo», só leem e dão atenção a algo muito concreto, que lhes traz (ou julgam que lhes traz) vantagem material.
O relacionamento direto, em situação não-hierárquica, deveria fazer parte de terapia social de grupo, para reequipar as pessoas nas suas referências de vida em sociedade. 
É como se quase todas as pessoas estivessem de tal maneira «destreinadas» do funcionamento em sociedade, que se isolam, ou têm comportamentos ambíguos, inadequados,​ agressivos.

Mas, na verdade, eu não creio muito na implementação imediata de tal abordagem, sem que haja uma transformação social profunda. 
Infelizmente, a possível transformação que antevejo para o futuro imediato - com o agravamento duma crise económica, cultural e civilizacional, para a qual francamente não estamos preparados - é uma transformação regressiva do ponto de vista social e dos valores humanistas.

Estou plenamente ciente de que ​esta reflexão não agradará a muitos, pois eu não caio nos estereótipos usuais. Também não aponto a «solução», o que os vendedores de banha da cobra disfarçados de terapeutas, costumam fazer. 
Mas, proponho que as pessoas aumentem o seu grau de consciência, aprofundem o conhecimento das causas do seu mal-estar, para chegarem a um diagnóstico e que façam algo para mudança das suas condições. 
Podem ser condições externas e materiais, mas podem também ser psicológicas e espirituais. 
Em todo o caso, as pessoas têm de «tomar-se a si próprias pela mão e  serem seu próprio auxílio». 
Se encontram, no caminho, alguém de confiança para as ajudar, ótimo. Mas, não devem nunca esquecer que o trabalho essencial é o da própria pessoa... mesmo, quando beneficiam  duma ajuda terapêutica.



KIM IVERSEN: «A GUERRA PODE TERMINAR EM BREVE, DIZ ZELENSKY»

Na entrevista com Scott Ritter,  militar dos EUA que participou do dispositivo para vigilância do cumprimento do tratado de limitação de armas estratégicas, são esclarecidos muitos pontos da guerra de desgaste, que tem levado ao sucesso da «Operação Especial da Rússia».



 

domingo, 2 de abril de 2023

J.S. BACH: ALLEMANDE EXTRAÍDA DE BWV 828, Chiara Massini ao cravo.

 

Chiara Massini, de novo nestas páginas interpretando uma belíssima Allemande, da Partita BWV 828. Esta Allemande pertence a uma sequência de peças que tanto se podem designar pelo termo Partita, como por Suite.

As seis partitas fazem parte de um volume com claros intuitos pedagógicos, como o próprio Bach sublinha no prefácio. Porém, são muito mais que obras meramente pedagógicas: Constituem obras-primas dignas de serem interpretadas em concerto, ou em disco. Foram reunidas também, para intuito de ensino, as recolhas ou livrinhos para Ana Madalena Bach e para Wilhelm Friedmann. Têm função pedagógica muitas outras peças, como os dois volumes d'O Cravo Bem Temperado, as Invenções e Sinfonias e sem esquecer as peças copiadas pelos seus filhos e alunos.

Tudo indica que Bach tinha uma constante preocupação em dar o melhor de si próprio como docente e mestre. Assim, das obras  de Bach para cravo, clavicórdio ou órgão que chegaram até nós, boa parte tem explícita intenção pedagógica. Destas peças, pode compor-se um repertório  completo  para os instrumentos de tecla, com variados estilos, e com diferentes graus de dificuldade técnica. 

O seu filho, Carl Philip Emmanuel, escreveu um tratado de interpretação, em que especifica quais as ornamentações de que dispõe o intérprete e como as aplicar "com bom gosto". Graças este tratado, podemos usufruir de interpretações de qualidade e fiéis ao espírito da época de Bach.

Não tenho dúvida nenhuma de que Chiara Massini domina plenamente a linguagem musical de Bach. Ela mostra também personalidade própria. As suas interpretações são vibrantes, não são estereotipadas e soam com muita clareza, qualidade fundamental para a música, com forte componente polifónica, do Mestre de Leipzig.

Lynette Zang relaciona a crise bancária e a introdução dos CBDC