sexta-feira, 30 de julho de 2021

SOBRE A REIFICAÇÃO DA MORTE

A reificação*, que refiro no título, é a transposição da ideia abstrata - a morte - para o mundo social. É uma objetivação, ou seja, a passagem do abstrato ao concreto.

Na nossa época, a morte é personificada como o mal absoluto, como algo que se deve evitar a todo o transe. As pessoas chegam a estimar-se como muito "heroicas" por sobreviverem a uma série de doenças e conseguirem chegar a uma provecta idade. Considera-se um prodígio chegar-se a viver muito para lá dos noventa anos, como se isso fosse - em si mesmo - um bem.
Simultaneamente, a quantidade de pessoas que se suicidam vai aumentando, ano após ano. Sabe-se que, diretamente, não está correlacionado com o estado da economia pois, ao contrário do que se diz, a maior parte dos suicídios não se deve a motivos económicos, mas a fatores de natureza afetiva e psíquica, a depressões não tratadas ou mal tratadas, por exemplo, ou a casos passionais.
A existência da morte é ocultada, negada: as pessoas - cada vez mais - morrem sós, muitas vezes rodeadas de aparelhos de reanimação e outras maravilhas da medicina, mas sem o conforto de estar junto de alguém próximo, cônjuge ou filho(s).

A publicidade utiliza toda a espécie de argumentos envolvendo «saúde», para vender seus produtos ou serviços. Se tivéssemos que avaliar os sectores da economia, exclusivamente, pela publicidade produzida, então o sector da saúde e cuidados com o corpo, seria - de longe - o maior. Empresas com relação à saúde, não só à medicina, como ao «bem-estar», à «nutrição saudável», ao «corpo em forma», etc., multiplicam-se.
Porém, nota-se um aumento exponencial de doenças ditas de civilização, como o tabagismo, o alcoolismo, adição a diversas drogas. Mas não só aquelas: é assustador o aumento da obesidade, associada a outras doenças, desde a diabetes, às doenças cardiovasculares, às doenças do foro psíquico, etc.

Eu penso que esta sociedade está a viver numa espécie de «esquizofrenia civilizacional», devido a uma perda de referências. O que supostamente conta, na vida das pessoas, com a forte pressão social para «ser-se competitivo», é a imagem. É também a ideologia inculcada, do que é ser «um vencedor na vida» ou «um perdedor». Um sem fim de estereótipos, que conduzem os indivíduos a consumir produtos e serviços, que os seduzem e os empurram para ainda maiores excessos e desequilíbrios. Perversamente, inculcam-lhes uma ideia de «saúde», que envolve uma imagem ideal do corpo, da beleza, do equilíbrio, mas apenas enquanto desejo hedónico. Algo que deve ser obtido imediatamente. Vive-se na pulsão, no desejo, na satisfação imediata dos instintos.

A «ciência médica» transformou-se também. Ela está ao serviço da sociedade do consumo hedónico, não está preocupada em prevenir (por mais que o diga), mas em "tratar" ou "curar", o que pode ser fonte inesgotável de negócio.

O medo da morte atinge o paroxismo: O desencadear da paranoia do Covid, instaurou um clima social doentio, uma psicose coletiva.
A ideia de morrer, qualquer que fosse a causa, era assaz banal no tempo dos nossos avós. Morrer aos 50 ou 60 anos, não tinha nada de especial. Morriam muitos recém-nascidos e crianças de tenra idade. O número médio de filhos por mulher era maior, porque a mortalidade infantil era elevada. O número de nascimentos necessários à manutenção do equilíbrio populacional (em torno de 2,1 filhos por mulher fértil, em média), já não existe hoje, na maioria de países ditos «desenvolvidos».
Estes factos acima significam que há meio século ou mais, a família europeia era normalmente maior do que o núcleo «mãe-pai-filhos»; e que ela sofria frequentemente a morte de alguém.
As estruturas hospitalares e os meios tecnológicos eram escassos. O saber médico também era menor, em absoluto, embora os médicos tivessem maior capacidade de atender às mais diversas situações: Tinham, quase todos, de atender a situações de urgência, por vezes em condições sem grandes meios ao seu dispor, e tinham de decidir por si próprios o que fazer, nas situações de risco de vida para o paciente.
As pessoas morriam maioritariamente em casa, tanto nas classes abastadas, como nas mais pobres. Morrer em família, foi experiência humana comum (recorde-se Charles Aznavour, «La Mamma»). 


Haveria, com certeza, para os familiares uma grande dor associada. Mas, morrer só, no hospital hipertecnológico, mesmo que o pessoal médico e de enfermagem seja muito atencioso e humano, será isso um «progresso» da medicina, da civilização, do respeito pelo ser humano?

As pessoas são (ou tornaram-se) de uma cobardia incrível, muitas vezes escondida com argumentos especiosos. Isto indica-nos que elas não foram adequadamente formadas. As pessoas deviam estar moralmente preparadas para as dificuldades da vida, para enfrentar situações penosas. Estão simultaneamente fechadas aos outros, dentro dum casulo egoístico, porém não se coíbem de pedir (ou mesmo exigir) toda a atenção e ajuda, em caso de sofrimento de algum tipo.

A passagem do estado vivo ao estado morto, é a coisa mais banal e natural deste mundo.
É de todo estranho que os humanos de hoje evitem o contacto com pessoas moribundas e isso, mesmo quando se trata dos seus entes queridos.
Verdadeiramente civilizado e humano, seria proporcionar as melhores condições possíveis, incluindo nos ambientes hospitalares, aos familiares mais chegados para estes poderem assistir e consolar, nos derradeiros momentos, um ente querido.

                 

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O QUE SIGNIFICAM OS TRILIÕES DE DÓLARES DESPEJADOS PELA «FED»?


A «ciência económica» que nos é apresentada pela media corporativa, ou mesmo a que é ensinada nas universidades, tem muito pouco de ciência, mas disfarça bem. 

Sabe envolver-se em roupagens muito complicadas para que as pessoas como tu ou como eu, não compreendam nada e acreditem no discurso enviesado de «analistas», «doutores», «especialistas», que fazem apenas o papel de guarda-ventos dos muito poderosos. 

Ninguém (ou quase) nos meios de informação corrente, diz a verdade sobre a inflação. Esta verdade simples é que o fenómeno tem sempre que ser monetário, ou seja, ser devido ao aumento significativo da massa monetária em circulação, relativamente aos bens e serviços presentes nos mercados e que são adquiríveis com essa massa monetária. 

Visto assim, o fenómeno do aumento dos preços, é realmente um epifenómeno, uma consequência do que se passa a montante, ao nível das políticas monetárias.

Esta introdução serve para explicar o interesse do vídeo de Lynette Zang, que consegue desfazer os «mistérios» da política monetária, literalmente diante dos nossos olhos, pondo a nu as falácias dos atores desta charada enorme que tem o nome de QE, «quantitative easing». 

Desde 2008, tem sido a política da FED e de todos os bancos centrais ocidentais. Uma política hiperinflacionária de impressão monetária, em aplicação de doutrinas do «neokeynesianismo» e da «MMT» ( Modern Monetary Theory = teoria monetária moderna). 

Lynette Zang mostra como Jerome Powell, o presidente da FED, mente quando responde aos jornalistas, numa conferência de imprensa recente. Ele desvaloriza o aumento da inflação e «justifica» por que razão a FED considera que ela seja «temporária». 

O vídeo é  muito esclarecedor, mas - infelizmente- não existe tradução simultânea do inglês para outras línguas. Mesmo assim, o que diz Lynette é compreensível, mesmo para pessoas com dificuldade em perceber o inglês, pois ela apoia as suas explicações em gráficos que vai mostrando em simultâneo.

                      

Como complemento à visualização do vídeo acima, encontrei o infográfico seguinte, que dá a noção quantitativa dos biliões de dólares despejados, em contínuo, pela FED. 

Penso que este infográfico ajuda a compreender a loucura e desregulação total do sistema financeiro e monetário (clicar no link abaixo)

                       


Sendo o dólar, ainda, a mais importante moeda de reserva mundial e de trocas comerciais, é evidente que o colapso no valor do dólar vai implicar o colapso económico mundial. Por isso, a minha insistência em acompanhar estes fenómenos. Ela não se deve a qualquer fixação (positiva ou negativa) relativamente ao que seja americano, como se possa superficialmente julgar. É porque a agudização da crise económica mundial está correlacionada com as políticas monetárias da Reserva Federal Americana (FED).

Infelizmente, não existe informação fidedigna ao alcance da maioria, não por ela ser difícil de obter, mas porque a media corporativa, que domina o noticiário económico, faz tudo para ocultar a verdade aos cidadãos.
Eu tenho estudado, desde há cerca de 12 anos, estes fenómenos para salvaguarda própria e da minha família, não por mero interesse «académico».

As coisas encaminham-se a passos largos no sentido do colapso, o que irá viabilizar a completa digitalização do dinheiro (o desaparecimento do dinheiro-papel).
Por sua vez, isto será o ponto decisivo de viragem, do «The Great Reset» e que, afinal é outro nome da «Nova Ordem Mundial» desejada pelos globalistas, desde o tempo da fundação da «Trilateral», nos anos 70, ou antes, tendo por detrás o poderio económico, político e militar.
Obviamente, tudo é feito ao nível dos órgãos de informação, controlados pelos multimilionários globalistas, para que nós não saibamos realmente o que significam as suas manigâncias financeiras.
Estarmos adormecidos, ou iludidos, é condição para instaurarem a ordem mundial DELES, sem que haja levantamentos, insurreições ou revoluções, um pouco por todo o lado!




quarta-feira, 28 de julho de 2021

UM REQUIEM POR OTELO, UMA PEDRA TUMULAR NO ROMANTISMO REVOLUCIONÁRIO

 Tudo ou quase tudo, me separa do Che Guevara. 

O seu romantismo revolucionário não o impedia de ter o prazer sádico de executar ele próprio os «traidores» à revolução. Muitos adoradores do Che não sabem do seu estalinismo furioso e da sua detestação de Kruschev: Com efeito, sob o novo secretário-geral do PCUS, a União Soviética estava a orientar-se na senda da paz e da coexistência pacífica com o outro superpoder, os EUA. Mas, o Che estava convencido que somente uma nova guerra mundial iria implantar - por fim - o socialismo à escala do planeta. Quer trouxesse ou não o socialismo, o certo é que as armas nucleares usadas numa guerra total entre as superpotências, fariam da Terra um local tão inóspito, que tornaria invejável a sorte dos que tivessem falecido imediatamente no holocausto nuclear. 

Sua teoria do «foquismo», de criar muitos focos de guerrilha, fazendo com que as forças militares dos EUA e seus aliados acabassem por ser derrotadas por «100 ,1000 Vietnames...» foi um desastre completo, que levou à sua própria morte na Bolívia, além da morte de muitas outras pessoas. Está por fazer o balanço da sucessão de erros trágicos, causados pelo Che ou inspirados pelo guevarismo: É que, tanto sua prática como sua teoria, são as mais elitista-vanguardistas que se possam imaginar. 

Aliás, o foquismo rejeita, no fundo, a luta de classes, pois condena o trabalho legal nos sindicatos, que tentam unir trabalhadores em torno de objetivos concretos. 

A teoria foquista impregnou a mentalidade de muitos jovens da minha geração, tomaram isso pelo suprassumo revolucionário. 

Naturalmente, a incapacidade de compreenderem a luta de massas, foi um bónus para a burguesia, para a classe capitalista e os imperialistas. 

Só ingénuos podem acreditar que ser-se realmente revolucionário, é ser-se mais extremista que o vizinho do lado, ou que o seu companheiro. 

Em Portugal, após o 25 de Abril de 74, tal disputa fútil, infantil, de autoproclamados «revolucionários», foi causadora de muito mal nas fileiras dos jovens que estavam com a revolução, que queriam sinceramente uma transformação para o socialismo. 

Eles estavam emocionalmente com o socialismo, mas não compreenderam que líderes sem escrúpulos os estavam encaminhando para um beco sem saída, quanto não para a negação total e completa, teórica e prática, do socialismo. 

Não admira portanto, que, passados os anos mais entusiastas pós-revolução, muitos se tenham acoitado em partidos burgueses. 

Eles eram como amantes dececionados: viram que a revolução comunista romântica, que os fez sonhar, era só um devaneio e que tinham sido jogados, manipulados. Em consequência disso, começaram a odiar todas as correntes que propugnassem o derrube do capitalismo, sem distinção. 

Mas, o maior prejuízo que os elitistas-vanguardistas de inspiração guevarista causaram, foi o repúdio duradouro pelo socialismo, numa parte importante do país, o país rural, o país provinciano, «atrasado» segundo os padrões esquerdistas. Os «atrasados», afinal, tinham sido os grandes sacrificados do regime de Salazar e Caetano. 

Estes elitistas-vanguardistas assustaram os pequenos camponeses, o chamado «povo miúdo». A partir daí, foi muito fácil serem arregimentados para combater (de armas na mão, em muitos casos), tudo o que fosse «comunista»...ou andasse lá perto. 

Este papel contra-revolucionário do esquerdismo foi menosprezado pela maioria dos historiadores: 

- ou porque simpatizavam com o campo vitorioso do 25 de Novembro; então estavam satisfeitos pelo facto do povo ter escorraçado, ter derrotado o «comunismo», 

- ou porque estavam no campo oposto, e consideravam que a derrota no golpe de 25 de Novembro, foi consequência da força superior dos «contra-revolucionários», nunca aceitando que os elitistas-vanguardistas tinham cavado a sua própria sepultura, e isso, meses antes do 25 de Novembro, no chamado «Verão Quente», num clima de guerra civil. 

Esta forte dissociação do campesinato, mas também dos pequenos funcionários e camadas mais modestas dos empregados de serviços, nas cidades, teve consequências que vão até hoje.

Por exemplo, a forma como estão estruturados e como funcionam os movimentos dos trabalhadores e dos agricultores: mais que em qualquer outro país da Europa, nota-se uma estrita obediência partidária das organizações. 

Este sectarismo, pode situar-se sua origem nessa época, na partição entre sindicatos na Intersindical, fiéis a uma clássica tradição «comunista» (PCP, mais grupos «revolucionários») por um lado; e por outro, na UGT, cujos dirigentes estavam em partidos como o PS, o PSD e o CDS, aceitando inteiramente o capitalismo. 

Está tudo por analisar na história do fracasso da última tentativa de revolução leninista na Europa. Sobretudo, não tenho a impressão de ter havido uma reflexão madura, apenas de autoabsolvição, duma parte da «extrema esquerda».

Infelizmente, estão imbuídos de mitologias guevaristas, muitos esquerdistas: Provavelmente, numa fase ou noutra do seu percurso, envolveram-se com organizações deste tipo. 

Entre estas pessoas e organizações, Otelo Saraiva de Carvalho foi a figura carismática. Ele agradava aos que já tinham o «mito do herói», sendo o modelo, Che Guevara. 

Otelo, membro destacado da revolução dos capitães de 25 de Abril de 74, tornou-se o derrotado Otelo, primeiro militarmente, com o 25 de Novembro, depois nas urnas, aquando da eleição do General Ramalho Eanes.

A sua figura serviu, na ideologia confusa de parte do esquerdismo português, como chefe «anti-autoritário»: isto é, de facto, uma contradição nos termos, mas não se pode «culpar» disso o falecido Otelo.  

Não sou eu que irei fazer a História do descalabro, do esfacelar da revolução portuguesa. Isso não me dá nenhum gosto. Fico triste quando penso na enormidade dos disparates que os que se proclamavam do lado da revolução, fizeram.

Enterraram, precisamente, a revolução verdadeira, a que implicaria participação esclarecida de um máximo de pessoas, não violentando crenças, costumes, religião, atendendo às necessidades verdadeiras e reais dos pobres. 



Essa história triste vem-me à memória, agora, que oiço um coro de «carpideiras» na morte de Otelo. A tragédia nasceu na Grécia. Porém, migrou tardiamente para as paragens da Ibéria, primeiro com a Revolução Espanhola, depois, com a Revolução Portuguesa. 

O preço da estupidez dos alucinados «revolucionários», foi muito alto, mas foi pago pelo conjunto da população portuguesa. Por isso, não me sinto inclinado à indulgência na análise do seu papel nesta época conturbada do pós-25 de Abril. 

 Portugal, país europeu, ficou para neocolónia das Nações europeias mais fortes, que puderam explorar os recursos naturais e o trabalho dos portugueses. 


terça-feira, 27 de julho de 2021

«LOCKDOWN» E PROJETO DE BIOPODER DA OLIGARQUIA EM MARCHA

 Definitivamente,  estou convencido que um grande número de pessoas sofre, neste momento, de alucinação coletiva. Como designar de outro modo o facto de se ignorar a extensão brutal da pobreza, da ruína, no Mundo e mesmo nas nossas sociedades afluentes, ditas «civilizadas», com milhões de pessoas arrastadas súbita e cruelmente para a maior miséria*? 



A enorme psi-op (operação psicológica) que dá pelo nome de COVID-19, teve como principal desígnio obscurecer, mercê da infusão de um síndroma de medo pânico, a mente da quase totalidade da cidadania. Esta operação, desejada, planeada, levada a cabo pela oligarquia, os multibilionários, arrastando consigo o "establishment" científico, a burocracia dos Estados e todas as instituições relevantes, desde os governos até às universidades, foi bem sucedida para além de qualquer expectativa. A oligarquia, não pensou - inicialmente - que seria tão fácil realizar este golpe de Estado mundial. Pensou que encontraria muita resistência por parte dos pobres, dos desapossados. Ficou, primeiro, estarrecida e depois, encantada, com o facto de serem estes mesmos (os espoliados), que mais entusiasticamente defendiam a agenda deles, dos muito ricos.

Não importa o que se pense sobre o vírus, real ou não, mortífero ou não, criado em laboratório ou não, o facto é que esta pandemia é um instrumento para a maior transferência de riqueza que jamais ocorreu na História. Transferência, escusado será dizer, dos pobres, dos explorados, dos desapossados, em direção aos que já possuíam muito poder, dos que mandavam, não apenas em sectores inteiros de indústrias, como também dominavam os governos e, mesmo, as instituições e agências internacionais. 

Claro, que isto tudo não ocorreu de um momento para o outro. As pessoas que se apercebem,  de repente, das estranhas coisas que estão a ocorrer, são como alguém que acorda de um longo sono, observa a realidade, sim, mas não percebe todo o desenvolvimento que tiveram as coisas, no entretanto. Por isso, incapaz de encontrar o fio à meada, o mais certo, é esse indivíduo fazer uma leitura do novo, através dum quadro de referências irremediavelmente datado, o qual, porventura, estava adaptado ao mundo de à 50 ou 100 anos atrás.

Mas, é com isto que conta a oligarquia: com este enorme desfasamento, com esta enorme dose de ignorância, com esta «vontade de não saber», dos indivíduos alienados, que não sabem que foram condicionados toda a vida, que não se dissociaram (mentalmente, que seja) da sociedade tal como lhes é imposta, desde o berço.

                

A oligarquia estava num beco sem saída, pelo menos desde a grande crise mundial de 2007-2008. Não irei aqui retraçar todas as etapas da crise, nunca resolvida, na verdade (o leitor pode referir-se a este tópico consultando o podcast NB1 abaixo e meus artigos, que fornecem links para outras referências bibliográficas): Basta que se tenha em mente que o processo de acrescentar dívida à dívida, para resolver um problema cuja essência era o excesso de dívida, parecia o projeto de loucos. Claro, que os muito ricos podem não ter uma lucidez mental perfeita, mas têm ao seu serviço exércitos de cientistas competentes, mas vassalos, que estão sempre a procurar a salvaguarda de seus patrões. 

Não! O projeto de ir aguentando, enquanto se construíam meios para efetuar a transição para o novo paradigma, sem que esta transição implicasse uma rutura, pondo em causa a predominância, o controlo, o poder da muito pequena minoria que nos governa... Isso não era nem estúpido, nem utópico!

De facto, a preparação para o «grande golpe» foi notável: eles não divulgaram o porquê de certas medidas, ou deram apenas uma justificação que as massas podiam «engolir». Esta tática, permitiu-lhes que fossem realizando o Great Reset na maior tranquilidade. Note-se que este Great Reset está quase concluído... embora as prostitutas da media falem dele, sempre, no futuro.


A transição começou a ser planeada logo após os primeiros sobressaltos da crise de 2008. Logo, a oligarquia percebeu que tinha de mudar tudo, para que tudo ficasse como dantes. Segundo, percebeu que tinha de fazer essa transição, de tal forma que as coisas surgissem como que por acaso, como efeito do destino, ou como algo imprevisto e imprevisível. 

Os derivados pendentes, após a débacle de 2008, mantinham-se e iam-se acumulando. Fala-se da ordem de quadriliões de dólares ao nível mundial, o que é uma soma propriamente astronómica. Se houver uma subida rápida das taxas de juro, devido à subida da taxa de inflação, o castelo-de-cartas dos instrumentos sintéticos da finança pode rebentar, desencadeando um enorme fogo de artifício. Por outro lado, a repressão constante das taxas de juro, para impedir o crescimento da inflação irá conduzir ao marasmo e, no longo prazo, anular o próprio capitalismo, pois não haverá condições de acumulação do capital privado para investimento. 

Para obviar estes dois perigos - que se traduzem numa crise inflacionista ou uma crise deflacionista - encontrou a oligarquia (e seus capangas), uma solução: controlo total das sociedades, gerindo e extraindo diretamente o produto do trabalho , pela oligarquia.

A total escravização da espécie humana poderia ocorrer através da utilização dos meios de IA (Inteligência Artificial), de armazenamento dos dados em massa (bulk data storage) e dos processos digitais de rastreamento quer dos movimentos dos capitais (as criptomoedas de Estado, digitalização a 100%) e dos indivíduos (passe «sanitário» com o rastreamento digital associado). Mas, par tornar este projeto possível, era necessário convencer o público que se tratava de «progresso»,  dum aumento de segurança, quer em relação às contas bancárias - já não estariam sujeitas a hackers - quer à saúde e prevenção de epidemias a vírus  - naturais ou fabricados em laboratório.

Não haveria possibilidade de levar a cabo tal programa de escravização, propriamente monstruoso, se não houvesse uma domesticação dos intelectuais, incluindo os cientistas, jornalistas, etc. ou seja, os «fazedores de opinião». A oligarquia estava consciente da maior "arma de destruição maciça das consciências", que são a media, falada, escrita e sobretudo da televisão (e agora também os vídeos internet). Esta dependência do ser humano em relação ao audiovisual tem raízes muito profundas na biologia evolutiva. Por isso, os oligarcas começaram a comprar cadeias inteiras de media, com jornais, tvs, magazines, empresas de software, etc. Isto começou em grande escala, nos anos oitenta do século passado. Hoje, a media não é o «quarto poder» que ela tanto se vangloria ser. Globalmente, tornou-se o instrumento, os «grilhões digitais», da servidão dos povos.

A possibilidade dum mundo mais justo e mais «verde», ocupa a cabeça das pessoas, em especial, nas novas gerações. Isso é muito compreensível. Porém, as falsas instâncias revolucionárias multiplicaram-se, o wokismo, a extinction rebellion é um exemplo recente, assim como os Antifa. 

O pavor de um mundo devastado e um clima completamente desregulado, saltou das páginas e telas dos livros e filmes de ficção científica para as mentes das pessoas, com muita facilidade. A religião tradicional, moribunda, não consegue mobilizar as pessoas, fazê-las estar de joelhos, perante o deus-dinheiro, todo-poderoso. Por isso, a nova religião, a ecologia (uma pseudo ecologia, anticientífica) substitui as outrora poderosas e hoje marginais ideologias do fascismo ou comunismo. 

A pseudo ecologia tem servido de álibi à destruição programada da ecosfera, em prol de uma ultraminoritária oligarquia, uma aberração moral e lógica. Pois um ecossistema  sustentável, equilibrado, em zonas protegidas, nunca poderá subsistir no meio dum depauperado ecossistema global que o rodeia. Quer ao nível local, quer global, isso será totalmente instável. O mesmo se passa na esfera económica, o que mostra a insanidade fundamental dos muito poderosos: não se pode conceber que um oásis de abundância se mantenha,  estavelmente, num mar de miséria.  

A guerra do COVID existe (ver NB2 em baixo), mas o inimigo não é o SARS-Cov-2, por muito real que seja: és tu, leitor! 

A existência de lockdowns (termo do vocabulário prisional) vai continuar,  durante um certo tempo: serão intermitentes, permitindo às populações respirarem um bocadinho, para depois as mergulhar de novo nestes «estados de exceção». Como o «water-boarding» (tortura muito usada pelos interrogadores americanos no Iraque e no Afeganistão), este vai-e-vem é destinado a quebrar a resistência psicológica das pessoas.

No entanto, quando o processo de transição for considerado completado, eles irão fazer as populações voltar a uma certa «normalidade», uma nova «normalidade». Pode-se adivinhar que este processo de transição permita salvaguardar as grandes fortunas, os grandes impérios corporativos, a matriz fundamental do capitalismo e do imperialismo. 

Há que «queimar» as divisas existentes, através da hiperinflação, para fazer com que o novo dinheiro digital seja considerado, universalmente, como «a norma». Mas esse dinheiro digital implica o controlo governamental sobre as nossas contas bancárias, a possibilidade de cancelar as contas de qualquer «dissidente», um «(designado) ciber ou bio -terrorista», etc. Vai ser possível dirigir os indivíduos para consumirem mais ou menos de certos produtos, pode-se atribuir uma caducidade à validade do dinheiro digital. Vai ser possível cobrar juros e impostos do montante que os governantes quiserem, não as taxas atuais.

A existência de uma sociedade do tipo comunismo autoritário, como a descreve Klaus Schwab não será um sonho florido. Será  uma distopia, um horrível cenário para quase todos, escravizados, submetidos a capatazes-robots. 

A palavra «transumanismo» serve para encobrir esse abismo de servidão e de desumanização. Não  tem nada que transcende o humanismo, como o nome parece indicar. É, propriamente, antiumanismo, na sua forma mais radical. Muito distante e fora do alcance da vista, uma pequena elite de «superiores»  tratará de gerir o mundo em todas as dimensões: desde a economia, até à «saúde» e reprodução dos escravos. Não existirá totalitarismo  benigno, disso podemos estar certos. Porém, será muito diverso do Nazismo, ou dos regimes de Estaline, ou de Mao na «revolução cultural».

«Não possuirás nada e serás feliz» 


Mas, o que se vai universalizar é a realidade presente da China de Xi Jinping, em que um povo de 1,6 milhares de milhões se submete, pelo bem estar material, a perder completamente a privacidade, a ser rastreado 24h/24h, a ser sujeito a vigilância permanente no Twitter, ou Facebook (ou os equivalentes na China ). Em todo e qualquer lugar, está-se sujeito à vigilância através de dispositivos vídeo de reconhecimento facial, ou de processos de identificação pela iris.O comportamento é escrutinado e, conforme seja classificado, o indivíduo  tem acesso ou é-lhe negado o que antes era um direito próprio. No chamado "livre ocidente" estão a imitar isso, com o passe vacinal. Só  um ingênuo poderá acreditar que eles fiquem por aqui, que não  vão  mais além.  

Quando a oligarquia tiver instalado o biopoder totalitário sobre todos, então irá fazer voltar tudo à normalidade, mas será a «nova normalidade».



...... 
* Segundo J. Kim: 
« Soaring food and commodity prices along with continuing rolling global lockdowns, unlikely to end until 2023 at the earliest, that impede the ability of the hundreds of millions around the world that most desperately need to work to purchase food, are a lethal combination for creating mass hunger and starvation. Most sinister about these soaring food costs over just the last rolling twelve-months, is the fact that 24/7 coverage by the mainstream media about the delta variant of the virus has kept this significant information out of the media headlines and out of the consciousness of the masses  [...]»

NB1: Why the Lockdowns Will NOT End Until 2023 & The Real Reasons Behind Their Continuation

NB2 : O rigoroso e completo inventário feito pelo Prof. Chossudovsky não deixa dúvidas. Estamos perante a mais monstruosa campanha, destinada a reduzir e controlar a população mundial.

NB3: BRANDON SMITH  chega exatamente às mesmas conclusões, que eu próprio. 
Não somos os únicos, há muitos intelectuais, cientistas, analistas políticos, e são de variados quadrantes político-ideológicos: https://www.zerohedge.com/geopolitical/brandon-smith-why-are-globalists-and-governments-so-desperate-100-vaccination-rates

NB4 : Veja como políticos da Austrália estão seriamente a propor ao governo que pregue multas elevadas a quem coloque notícias, nas redes sociais, sobre os protestos contra o «lockdown»: A notícia no Facebook que lhe pode custar uma multa de 11.000 dólares.

PROPAGANDA 21 [Nº5] Prof. Miller*: «Fomos metidos numa operação de propaganda sem precedentes »

O Prof. Mark Crispin Miller* é professor de Media na Universidade de Nova Iorque. Veja e oiça o vídeo que nos foi proporcionado pelo site «Off- Guardian».


Assistimos, nesta notável entrevista, ao dissecar dos mecanismos operativos quando populações inteiras são sujeitas à propaganda do medo. 

Ele faz o paralelo com várias situações de campanhas de ódio e de medo, planificadas pelos poderes, a começar pela campanha antigermânica durante a 1ª Guerra Mundial, nos países aliados, continuando com a propaganda antijudaica na ascensão ao poder do partido Nazi e de Hitler, a campanha de anticomunismo a que esteve sujeito todo o ocidente, mas em especial os EUA, na época da guerra-fria nº1, etc.

Com grande rigor, mostra-nos no caso do Covid, não apenas as analogias, mas a utilização dos mesmos processos de condicionamento de massas pela propaganda, a que os poderes recorrem hoje, a enorme operação psicológica do coronavírus, obviamente planificada, como sabemos.

https://off-guardian.org/2021/07/26/watch-perspectives-on-the-pandemic-17/


Neste blog demos a conhecer e analisámos estes casos óbvios de preparação, por parte das «elites» globalistas, desde a conferência  de 2010 (ID2020), realizada pela fundação Rockefeller e outras entidades, a acabar com «EVENT 201», em Outubro e Novembro de 2019, com apoio e participação ativa da fundação Rockefelller, da fundação Bill Gates, da fundação «Para uma Sociedade Aberta» de Georg Soros, de muitos industriais, banqueiros e membros de governos e  WEF de Davos Este exercício colocava os participantes perante uma pandemia causada por um vírus,  onde as reações do público e das diversas instituições eram simuladas, e as respostas eram ensaiadas e discutidas. Foi um exercício de treino, um «war game», reservado às «elites» ao comando. 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

[Elisey Mysin] CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA Nº13 (1º andamento) de MOZART


Esta criança de 8 anos tem mostrado a sua excecional capacidade como interprete.
No vídeo seguinte, fala da sua paixão pela música e gratidão em relação às suas professoras.




Oxalá que continue e seja um grande músico, quando for adulto.

Veja: outro concerto para piano de Mozart

sábado, 24 de julho de 2021

PROPAGANDA 21 [Nº4] BLACKOUT INFORMATIVO, CENSURA E DISCRIMINAÇÃO

No Sábado 24 de Julho, «dia da liberdade», em centenas de cidades europeias e noutros continentes, ocorreram manifestações muito concorridas, apesar do «blackout» da média corporativa.

Quando se trata de algo significativo e implicando grande determinação por parte dos organizadores e participantes, a média "ignora". Quando não pode ignorar, relata, mas difamando, distorcendo, enfatizando tudo o que possa dar uma má imagem.

Estamos perante auxiliares do poder: É o complexo empresarial-mediático que está basicamente em sintonia com os interesses instalados. Já não existe (salvo raras exceções) independência no jornalismo, mas subserviência.

Esta deriva, em todo espaço das ditas «democracias liberais», já era nítida há alguns anos. Não começou com a «crise do Covid», embora esta crise tenha exacerbado tendências autoritárias, tenha posto a nu muitas coisas.

Abaixo, juntei algumas peças jornalísticas que relataram honestamente as manifestações.

O processo geral de manipulação do público, passa por não filmar, ou não enviar jornalistas. Assim, o consumidor exclusivo de média corporativa, ou ignora totalmente, ou fica erroneamente convencido de que foi "insignificante", que os protagonistas eram "franjas de extremistas de direita ou de esquerda", etc.

Só que, às vezes, o «tiro sai-lhes pela culatra», como nos casos do Brexit e da eleição de Donald Trump: os analistas convenceram-se dos seus próprios falsos argumentos, dos seus sofismas, e não viram chegar as ondas da mudança: "Tomaram o seu próprio Kool-Aid*".

                                                         Manifestação em Paris: 






Manifestação em Lisboa:


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 *Drinking the Kool-Aid means to become a firm believer in something, to accept an argument or philosophy wholeheartedly or blindly.