sexta-feira, 25 de maio de 2018

PRESIDENTE DOS EMPRESÁRIOS FRANCESES: SANÇÕES DOS EUA CONTRA RÚSSIA SÃO «DELIRANTES»


O patrão dos patrões franceses não «brinca em serviço». A mensagem é clara. A França toda, em peso (não apenas os empresários!) está contra a imposição de sanções à Rússia.  Aliás, o mesmo se passa com a outra grande potência, a Alemanha. 

A partir deste momento, o  Oeste do continente europeu não tomará outra atitude face às sanções dos EUA, senão o distanciamento. Ou isto é um princípio de «rebelião» dos interesses empresariais contra a hegemonia americana, ou não sei como interpretá-lo!  

quinta-feira, 24 de maio de 2018

ITÁLIA: UM TRIUNFO EUROCÉPTICO

                            Les racines de la victoire des mouvements populistes en Italie: l’euro-crise de l’économie italienne
                             Retirado de :     https://francais.rt.com/opinions/50935-jacques-sapir-racines-victoire-mouvements-populistes-italie-euro-crise-economie
(verifica-se uma perda de produtividade da Itália, mais acentuada que a de Portugal, Espanha ou Grécia,  face à Alemanha)


O ARTIGO DE OPINIÃO BEM INFORMADO DE JACQUES SAPIR descreve, com rigor, como se chegou ao resultado político actual, pela constante destruição do tecido empresarial de Itália, formado pelas pequenas empresas dinâmicas, empregadoras da maioria dos trabalhadores e que têm sido castigadas pela eurocracia, embora a Itália não tenha sido sujeita a medidas tão drásticas como Portugal ou a Grécia. 

Este artigo recusa a utilização do papão da extrema-direita como explicação plausível para todos os fenómenos complexos que ocorrem na Europa. Infelizmente, este não é o posicionamento  da maioria dos analistas da media mainstream. O seu enviesamento leva-os a martelar constantemente que o eurocepticismo só pode equivaler a algo como «Marine Le Pen» etc. 
Isto é mais um exemplo em como a media corporativa, longe de nos informar, tenta incutir-nos preconceitos. Está, não a informar, mas a fazer propaganda (cada vez menos subtil) em favor da eurocracia, numa relação incestuosa (de longa data) com os políticos eurocráticos e os potentados económicos dominantes.

As pessoas deviam acordar e perceber que o «culto neokeynesiano», responsável por erros e por distorções tremendas, leva ao acentuar do domínio da grande banca e dos negócios sobre todos os outros aspectos da vida europeia. 

Depois, o resultado inevitável, com maior ou menor dramatismo, será a crise permanente das instituições, a paralisia das economias, a estagnação e inflação, a fuga de capitais para outras paragens e, finalmente, a desagregação/implosão, cujos contornos ou consequências não se podem conjecturar plenamente neste estádio. Quer seja de forma suave ou tempestuosa, o divórcio dos países do Sul e do Norte da União Europeia, já se perfila claramente no horizonte.

A União Europeia enferma de muitos males estruturais. 
Mas, afinal... uma instituição politicamente heteróclita, economicamente débil (veja-se se o caso do Deutsche Bank e da restante grande banca, vejam-se as políticas de monetização do BCE...) e culturalmente diversa, mas num sentido cada vez mais identitário...a quem beneficia? 

- A resposta é simples: não é às populações, não é à economia produtiva (a que dá emprego à imensa maioria), mas é uma forma de controlo pelas trans-nacionais e instituições financeiras mundializadas sobre este espaço europeu, assim como o pilar «civil» de uma NATO, aliança militar agressiva, arrogante, dominada pelos EUA. 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

EDUCAÇÃO OU AMESTRAMENTO

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O principal factor que tem impedido um progresso verdadeiro do nosso país não é político, nem económico. Embora esse mesmo factor tenha um efeito muito extenso e profundo tanto na política (no sentido de cidadania), como na economia. Já se compreendeu, pelo título, que esse factor é a educação. Pois bem; não é completamente verdade, pois o que é crítico, neste caso, não será «mais» educação, nem «melhor» educação, mas sim OUTRA educação.

A sociedade evoluiu nos últimos 50 anos (no meu tempo de vida adulto, desde cerca de 1974, até 2018), a um ritmo tal que apenas podemos perceber se estudarmos a lentidão do ritmo das transformações tecnológicas e suas consequências sociais ao longo das épocas históricas, como o fizeram vários historiadores e antropólogos. 
Houve uma aceleração incrível das transformações sociais, decorrentes das transformações tecnológicas, com o que vários autores designam por 2ª revolução industrial ou «revolução digital».
Ora a modificação da sociedade é uma consequência, em primeiro lugar, das possibilidades de comunicação, de como se pode optimizar o trabalho, de como se podem transportar mercadorias e pessoas. Em segundo lugar, estas transformações implicam uma modificação na sociedade, que é obrigada - de bom ou mau grado - a incorporar tais mudanças na estrutura e funcionamento, sob pena de ficar estagnada, sujeita a ser «colonizada» ou «neo-colonizada».
Em Portugal, devido a um regime fascista atávico, que intencionalmente destruiu a única conquista válida da república liberal democrática, o ensino esteve demasiado tempo entregue ao que existe de mais ignorante e reaccionário. 
Salazar tinha medo que o povo tivesse conhecimentos, considerava que para o «bom povo», bastava «saber ler, escrever, contar e elementos da História pátria». 
Podia aqui fazer um longo discurso sobre o que representou não apenas em termos do analfabetismo sensu stricto como em termos culturais. Não é por acaso que Portugal foi considerado durante muito tempo (e ainda será parcialmente verdade, hoje...) o país dos três F (futebol, Fátima e fado).

O ensino em Portugal não está verdadeiramente mudado, desde o 25 de Abril, na sua essência, pois os políticos que têm ocupado postos no ministério da educação são - quer tenham experiência pedagógica prévia, quer não - imbuídos de «espírito de missão», ou seja, convencidos/as que eles/elas é que sabem. 
Na verdade, vemos os sucessivos textos legislativos, leis, decretos-leis, etc., com preâmbulos anunciando as mais puras intenções e com referência às mais progressivas teorias e correntes na pedagogia. 
Mas, ao nível da aplicação, tudo falha! Por exemplo, não existe quase nunca compatibilização: não existe preocupação em que os programas sejam compatíveis entre si; o aluno não os consegue integrar por si próprio, nem essa preocupação existe ao nível dos docentes, muitas vezes.
No geral, há uma total despreocupação em avaliar realmente o estado do ensino, no concreto. Esta afirmação pode parecer estranha, se recordarmos que, desde os anos 90 até hoje, tem havido uma autêntica inflação de «estudos de avaliação», uma avaliacionite generalizada...para se perceber que, afinal a contradição é só aparente e não real, temos de ter em conta os factos seguintes:
- Este ensino não é fundamentalmente mais que AMESTRAMENTO, ou seja «treinar» para o teste ou o exame; esta é a verdadeira norma à qual alunos terão de se submeter ... Isso é visto por todos, ministério, professores, pais, sociedade em geral, como a «grande questão». 
O erro é demasiado grosseiro e generalizado para não ser deliberado. Trata-se de táctica, de intenção, de um propósito definido. Claro que existe muito boa gente em estado de «denegação». Estas pessoas vão dizer que «o que é preciso é mais isto ou aquilo» (muitas vezes mais horas de aula da disciplina que, segundo ele/ela, é deixada para trás). 
Porém, eu penso que a inqualificável (porque abaixo de tudo) classe política e empresarial que nos governa, tem inconscientemente o desejo que as jovens gerações, especialmente as que pertencem às classes mais modestas, não consigam ultrapassa-los, a eles ou a seus filhos, que põem em colégios privados. 
Eles revelam assim a sua lógica de «comprar» uma «boa» educação, não a lógica republicana, que seria o oposto («aquilo que é bom para o cidadão comum, também é bom para mim e para minha família»). 
Mesmo os filhos-família, nos «bons» colégios privados, estão sujeitos a programas intensos de condicionamento. Este condicionamento não tem nada que ver com o desenvolvimento harmonioso das capacidades e a procura de que os jovens se insiram de forma produtiva na sociedade. A avaliação obsessiva e o subordinar os fins da educação à avaliação (que monstruosidade!) tem a sua própria lógica, mesmo que essa lógica seja a do doente mental.
É um condicionamento para enquadrar toda a sociedade segundo a ideologia da «meritocracia», de fazer com que as pessoas se conformem. 
As altíssimas taxas de «insucesso» são o principal produto deste sistema. Pois o sistema, na verdade, «funciona», visto de uma certa maneira ... porque está desenhado para fabricar um elevado número de «falhados», de pessoas frustradas, diminuídas e conformadas com o que as espera, na vida adulta: um trabalho precário, mal pago, intermitente, sem perspectivas nenhumas de carreira e sem um mínimo de remuneração estável, que permita fundar uma família e ter filhos.
Alias, não há dúvida que a queda demográfica acentuada dos últimos decénios em Portugal se deve, em grande parte, à deficientíssima integração dos jovens no mundo profissional. 

Assim, o bloqueio de uma verdadeira transformação da educação, trava todos os outros sectores da vida social e económica. Este bloqueio, como uma espécie de neurose obsessiva colectiva, limita a capacidade do país. Assim, Portugal não deixará jamais de ser uma espécie de «parente pobre e humilde», face às potências que têm tutelado este rectângulo, que poderia ser um belíssimo jardim, mas tem estado muito mal cuidado!

A educação não é sinónimo de amestrar. Decorar não é aprender. Saber não é regurgitar o que vem nos livros, ou aquilo que o prof. disse nas aulas... Tudo isto são evidências. Porém, vemos que as pessoas concordam superficialmente com elas, mas - na vida real - farão, ou aconselharão, exactamente o contrário: «educação» é amestrar; decorar é «aprender»; regurgitar é «saber»...

Note-se que a educação é toda ela assim, da escola básica à faculdade. 
Muitos alunos têm medo de pensar. Têm pânico, face a uma pedagogia que se proponha fazer/agir, em vez de «decorar»; a investigar, em vez de «papaguear» frases ou teoremas, ou seja o que for. Para estas crianças ou jovens,  o que se lhes pediu durante toda a vida e aquilo em que foram «amestrados», foi treinar a capacidade de decorar e reproduzir. 
Nenhum modelo pode ser mais contrário ao desenvolvimento da criatividade, da autonomia, da iniciativa, do espírito de descoberta. 
Tenho podido constatar que, se algum professor se coloca na postura de tentar uma pedagogia virada para os valores acima mencionados, é logo «posto na ordem» por colegas autoritários/as, ou mesmo pelos encarregados de educação, seguros de saberem melhor quem é «bom» ou mau «prof»!!
Ao nível do comportamento social, verifica-se o resultado desta disfunção educativa pela ausência de civismo em demasiadas pessoas; os que têm hoje 20 anos, estão imbuídos dos mesmos vícios que os das gerações anteriores. Portanto, há perpetuação de uma certa mentalidade, de geração em geração. 

Há uma hegemonia do discurso institucional e mediático a reafirmar a obsessiva primazia da «avaliação» sobre tudo o resto. 
Este discurso é a «marca d'água» duma tecnocracia pedagógica que se esmera em ver, apenas e somente, o que lhe convém ver: o aspecto quantitativo. Porque, quando «avaliam», não estão propriamente a avaliar, não estão preocupados com o aspecto de remediação, quer ao nível individual, quer de turma, quer no geral. Isto, a meu ver, mostra  a sua total incompetência e má-fé pedagógica, pois uma avaliação séria deve ter como objectivo principal (ou mesmo, nº1) detectar problemas na aprendizagem, para os CORRIGIR.
A avaliacionite é o contrário: é transformar a avaliação no fim em si mesmo, no objectivo principal e não subordinado. 
Na realidade, o nome «avaliação» está mal aplicado por essas pessoas, porque o que se pretende é somente a classificação, para seleccionar em função de critérios, supostamente transparentes, mas que - de facto- são o contrário disso.

Os sistemas educativos até se podem aferir/avaliar dum modo prático, sem dúvida. Numa sociedade capitalista, isso está um bocado limitado à «selecção pelo mercado»; mas... não é este o mantra que todos os governantes têm na cabeça? 
O modo prático de avaliar é simplesmente a empregabilidade: determinar quantos conseguem, num prazo x, ingressar numa profissão, num posto de trabalho, conforme com a formação recebida. 
Estes estudos e dados estatísticos são muito deficientes, para não dizer ausentes, em Portugal. Isso, apesar dos belos discursos, revela uma enorme despreocupação com o «desperdício» humano. 
Em Portugal, não se dá suficiente relevo ao fenómeno de muitos jovens não terem saída profissional nenhuma, uma vez percorrido um percurso (normalmente longo) de formação. Um fracasso destes tem profundas repercussões psicológicas; poucos são os que possuirão energia para enfrentar as condições adversas e tentar, mesmo assim, singrar na vida!

Apenas toquei ao de leve na questão. 
Mas o meu propósito neste escrito é antes o de «levantar a lebre», pois sei que existem leitores/as capazes de aplicar - com acuidade e bom senso - algo desta análise ao seu contexto pessoal e que conhecem casos concretos, quer no plano académico, profissional ou familiar.

terça-feira, 22 de maio de 2018

CASAMENTOS REAIS E COMO OS PRÍNCIPES E PRINCESAS PERPETUAM O STATUS-QUO



Sendo Portugal uma república há mais de cem anos, existe ainda assim um número não insignificante de monárquicos assumidos. Para além destes, o número dos que consideram ser a realeza uma coisa «boa» ou positiva, não deve ser pequeno. Isto porque, em muitos países, a aura da realeza exprime-se através do fausto e pompa dos casamentos seja nas casas reinantes, seja nas casas de dinastias que perderam os tronos. Este espectáculo ajuda a perpetuar a mitologia da monarquia como forma governativa não apenas «civilizada», como até ideal.
Estas pessoas que olham maravilhadas o «conto de fadas» dos casamentos dos príncipes e princesas, deviam pensar que este aparato todo se faz à custa do erário público. Toda esta despesa se faz por «boas razões», num determinado regime político e económico. Destina-se, sobretudo, a manter  o status: 
É a forma subtil de induzir as pessoas à submissão, à «naturalidade» de existirem pessoas que - apenas por razões genéticas, ao fim e ao cabo - estão «destinadas» a exercerem o poder. 
Note-se que se trata do poder propriamente dito, não apenas os símbolos do mesmo. A rainha de Inglaterra também é chefe de Estado de uma série de ex-colónias britânicas... além de figurar individualmente entre as mulheres mais ricas do Mundo, ela é detentora de uma fortuna globalmente maior do que não poucos Estados. 
Ela é também o chefe supremo das forças armadas, o que significa que um militar possa ser destituído, ou mesmo preso, se recusar «jurar fidelidade» pessoalmente ao Monarca.
Os verdadeiros beneficiários deste sistema são os próprios monarcas e respectiva família,  assim como um pequeno número de pessoas que gravita e é beneficiado  pelas benesses ou empregos geridos pela coroa.
Mas o sistema político, numa monarquia, fica impossibilitado de evoluir, a não ser por revolução, coisa que não é fácil de imaginar e ainda menos de concretizar nos tempos que correm, de controlo Orwelliano das sociedades. 
Quem tem vantagens na manutenção do regime, não vai emitir juízos de valor desfavoráveis à monarquia, em geral: os muito ricos, os aristocratas, os privilegiados...

Cinicamente, a classe dominante aceita os luxos e o esbanjamento de dinheiro dos impostos, causados pela existência de uma monarquia, sabendo muito bem quanto isto custa ao Estado. Mas, para eles, o papel que representam, é muito mais útil do que o dinheiro gasto em mais ou melhores creches, hospitais, serviços às comunidades, etc.
Eles sabem que as monarquias são garantes da manutenção da ordem burguesa, senão todas as monarquias teriam sido varridas do mapa da Europa no decurso do século XIX, o século das revoluções nacionais burguesas. 
Muitas vezes, os pobres morreram julgando que estavam a lutar pelo advento da «república social», quando na verdade, após o triunfo dos revoltosos se instaurava um regime constitucional monárquico, satisfazendo assim a componente burguesa dessas revoluções.

domingo, 20 de maio de 2018

MARIN MARAIS - O «TÚMULO DE LULLY»

                                         Marin Marais : Tombeau pour Monsieur de Lully

Leiam no próprio blog de Jordi Savall «Le Blog du Lutin d'Écouves» a explicação para o título «Tombeau» dado a várias composições francesas no século XVII, principalmente.
Trata-se de música séria, evidentemente grave, meditativa. É a expressão de uma dor contida, uma reflexão filosófica sobre a inevitabilidade da morte e a precariedade da vida... Pois é diferente  do «Lamento» italiano, muito mais teatral, em que o personagem «grita e gesticula, arranca os cabelos», pela morte de alguém amado... ou pela sua

sexta-feira, 18 de maio de 2018

HÁ QUALQUER COISA DE IRREAL NA ATMOSFERA...


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Os que cresceram à sombra da «Guerra Fria» têm ainda na memória - com certeza - os momentos de grande aflição em toda a Europa (tanto do Leste, como do Ocidente), no início dos anos 80, quando soviéticos e americanos, num braço de ferro, ameaçavam-se reciprocamente de instalar misseis com ogivas nucleares, de um lado e do outro da «cortina de ferro», essa estreita e artificial divisória do Continente Europeu. Nessa altura, um grande movimento com epicentro na Alemanha Ocidental, desenvolveu-se. 

Os grandes contestatários da época, no início dos anos oitenta, eram os Verdes alemães, muitos dos quais tinham participado nas jornadas da «revolução» (abortada) de 1968... Hoje, estão mais que instalados, fazem parte da elite que nos desgoverna! Infelizmente, pode-se dizer o mesmo, com quase nenhuma variação, relativamente aos movimentos pacifistas e anti-militaristas de quaisquer outras «democracias» ocidentais. 
Nessa ocasião (no início dos anos 80), os movimentos de massas, obrigaram os poderes imperialistas a terem cuidado com o que faziam, pois o grande medo da revolução - por parte das elites de um lado e do outro - era real. 

Além disso, os americanos ainda estavam a lamber as feridas do Vietname e da «perda» das Colónias Portuguesas. 
Do outro lado, os Soviéticos davam os primeiros passos da guerra no Afeganistão, seu «Vietname». Diga-se, causado - em larga medida - pela criação pela CIA, daquilo que viria a ser designado, mais tarde, por Al Quaeda, destinada a desferir um golpe no centro do império soviético.
Em resumo, nem um nem outro super-poder achou conveniente - nessa ocasião - colocar mísseis nucleares em território europeu. 

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Agora não existe essa hesitação: os americanos e os restantes países da NATO colocam divisões de elite e armamento estratégico, incluindo mísseis com possibilidade de transportar cargas nucleares,  às portas da Rússia bem dentro de áreas que antes pertenciam ao Pacto de Varsóvia (países bálticos, Polónia, Roménia). 
Cozinharam um golpe de Estado na Ucrânia, durante o mandato do «pacífico» Prémio Nobel, Obama... usando esse golpe como pretexto para acusar a Rússia, supostamente culpada de «anexação», porque a população da península da Crimeia tinha referendado a sua saída da Ucrânia e a sua adesão à Federação Russa. Os golpistas de Kiev queriam exterminar a população russófona, não esqueçamos; e eles disseram-no publicamente!
As sanções  impostas à Rússia viraram-se contra a economia europeia, embora não tivessem um efeito económico acentuado nos EUA. As elites alemãs não se mostraram entusiastas destas sanções, preferindo fazer ouvidos moucos e continuar o projecto russo-alemão «Nord Stream», vital para o abastecimento de gás natural russo à Alemanha, por via do Báltico.
O imperialismo anglo-americano tentou contrariar este projecto, lançando mão de uma montagem de espionagem, completamente débil mental, mas que serviu para obrigar os governos «livres» da NATO a reforçarem as suas medidas anti-russas.

As pessoas parecem estar anestesiadas, como na véspera da II Guerra Mundial, embora esta não tenha que ver com a situação presente. Parece-me - porém - legítimo encontrar semelhanças, não apenas pela atmosfera irreal da política internacional, como pelas catadupas de mentiras que inundam o espaço público e se tornam como «verdades»...(lembremos a célebre frase de Goebbels*...

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        [*Mais a mentira é descarada, mais credível se torna. Quanto mais é repetida, mais o povo nela acredita]

De nada serve pessoas respeitáveis de vários quadrantes políticos, ideológicos e religiosos alertarem para a extrema perigosidade do momento, sobretudo agora, com a denúncia unilateral, por parte dos EUA, do acordo multi-partido com o Irão (rubricado também pela Rússia, China, Grã-Bretanha e França). 
- Alguém duvida que os EUA vão prosseguir sua política imperialista de «torcer o braço» aos adversários e mesmo aos «aliados» (vassalos), para obterem o que querem? 
- O que vai acontecer aos actores que são os governos dos países da NATO
- Vão eles continuar a calar e a fingir que acreditam na retórica bélica de pessoas como Nikki Haley, a histérica representante dos EUA na ONU?

Se os políticos corruptos e cobardes soubessem alguma coisa de História, lembrar-se-iam do modo como os imperadores romanos tratavam os traidores que tinham vendido suas respectivas pátrias ou tribos, a Roma: a «recompensa» era lançá-los às feras no Coliseu, ou algo deste estilo! 
Outra lição que poderiam aprender da História, é que, não apenas os impérios são de facto mortais, como também que um império moribundo é o mais perigoso.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

GAZA, PALESTINA: MASSACRES RODEADOS DE TANTA COBARDIA

                            ONU acusa Israel de manter população de Gaza “presa numa favela tóxica”

O que se está a passar em relação ao genocídio do povo palestiniano é possível graças à conivência activa do Presidente Trump, da enorme força do Lobby pró-Israel nos EUA e - igualmente - graças à enorme subserviência dos aliados (vassalos) europeus, com dois pesos, duas medidas, consoante os massacres sejam perpetrados por regimes que detestam, ou por pela clique sionista que eles (governos da UE) continuam a apoiar de todas as formas: diplomaticamente, militarmente, ideologicamente...
O público europeu está condicionado pela media subserviente aos grandes interesses e completamente controlada pela CIA  ou outras agências. O seu papel é miserável, mas os europeus, ainda assim, estando informados pela media alternativa, deveriam mostrar o seu repúdio: se não o fazem é porque têm uma mentalidade xenófoba, os palestinianos são semitas, maioritariamente muçulmanos; mesquinha, a opressão doutros não parece que os afecte na sua vidinha; têm grande cobardia, sobretudo, pois gostam de mostrar-se «defensores dos direitos humanos», mas apenas quando isso não envolve risco pessoal, de desagradar aos poderes.
Que se desenganem, aqueles que renunciam à dignidade e justiça, em nome de pseudo-justificações hipócritas... Eles apenas merecem o mesmo tratamento, que é dado aos inocentes, que morreram ou ficaram feridos pelas balas do exército sionista!
 Quanto aos outros, os que guardam um sentido de dignidade, que não se inibam em manifestar o seu repúdio, de todas as maneiras, onde quer que vivam, qualquer que seja a vossa religião, filosofia ou ideologia política!