quarta-feira, 8 de março de 2023
ANÁLISE HISTÓRICA: «A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NUNCA TERMINOU»
terça-feira, 9 de agosto de 2022
NÃO É «CONSPIRAÇÃO»; É UMA QUESTÃO DE PERSPECTIVA
Agora, a ilusão dada pela forte ascensão dos ativos financeiros, nas economias ocidentais finaneirizadas é capaz de causar muito estrago. Esta ilusão traduz-se numa euforia de compra de ativos financeiros, uma procura frenética pelo «lucro», que os anglo-saxónicos designam por «panic-buying». Exatamente o que os pequenos investidores e os fundos especulativos têm de fazer para «desencravar» as grandes fortunas, os grandes bancos, os grandes fundos de investimento, como Blackrock ou outros.
A descida aos infernos da espiral descendente da inflação ainda agora começou, no Ocidente. Digo descendente porque o valor das divisas-papel sendo destruído, as pessoas conseguem comprar cada vez menos com o seu ordenado, a sua pensão, o seu rendimento.
Neste contexto, vemos que as crises são exacerbadas pela oligarquia que domina os mercados e que dita o comportamento dos governos. É uma questão de perspetiva; eu estive muito tempo convencido que os governos e as forças que os apoiam, as corporações com seus lobbies, estavam efetivamente enganadas, cometendo erros estratégicos...
- Ao promoverem os «lockdown» (confinamento) nos seus países, face à pandemia de COVID. Pensei que estivessem a ser mal aconselhados, por ambiciosos que se colocavam numa postura de inquestionáveis autoridades «científicas», para melhor firmarem a sua posição junto dos grandes empórios farmacêuticos, etc. Depois, tive de constatar que a má vontade, a desonestidade, a fraude e mesmo o comportamento criminoso, tinham sido a norma, pois só assim se explica que tenham empurrado entusiasticamente a população a fazer (obrigatoriamente em muitas profissões) injeções de substâncias não suficientemente testadas, experimentais, cujos resultados são patentes agora, com uma população de contaminados pelos vários variantes do COVID, numa proporção pelo menos tão grande, como a das pessoas não-injetadas.
- Ao se recusarem a negociar com o governo russo, em conversações globais de segurança e garantias para todos. Esta era a proposta russa, abrangendo os países da NATO e os outros, com a Rússia. Essa recusa, juntamente com uma insistente distorção da posição russa, junto das opiniões públicas ocidentais, dava a impressão de que os governos e ministérios dos negócios estrangeiros estavam obnubilados por quaisquer preconceitos, que não conseguiam compreender que tais propostas eram uma última tentativa de resolução pacífica do conflito larvar entre NATO/Rússia.
- Ao fazerem a guerra por procuração na Ucrânia, usando um regime ultra- direitista, dominado por nazis, apresentando-o como bastião da democracia, contra os «autocráticos», pensei que estivessem enredados nos seus próprios compromissos e a corrigirem erros, com mais erros, nos oito anos desde o golpe de Maidan, em que se comprometeram e seus países respetivos, apoiar e abrir as portas da NATO e da UE ao Estado europeu mais falido, mais endividado, mais corrupto e mais anti- democrático.
- Ainda iludido, encarei o banimento dos fertilizantes à base de azoto, como motivado pelas «alterações climáticas» e não obstante a enorme carência alimentar resultante da guerra russo-ucraniana, principalmente em cereais, muito indispensáveis para os países do «Terceiro Mundo», como um efeito de fanatismo da agenda «verde», da paranoia do aumento do CO2 atmosférico, da influência em certos governos, de correntes ecologistas radicais.
Por fim, tive de me render à evidência: Estes passos não são «erros» estratégicos, não são más políticas, no sentido de fazerem o contrário daquilo que proclamam. Não, estas são políticas coerentes, se virmos a «grande imagem» (the big picture):
A grande imagem é de uma investida sobre o que resta de autonomia e, portanto, de possibilidade de democracia verdadeira nos povos, sujeitos à ditadura do grande capital. Que ela se disfarce das cores da «democracia», do «progressismo» e até do «socialismo», não é novo. Aquilo que é novo, é a existência de enorme desequilíbrio de forças, no sentido político mas também social (Sindicatos e movimentos cidadãos de base).
Temos de nos reportar à época imediatamente anterior à viragem neoliberal, o Reaganismo e o Teachterismo, para compreendermos. Na situação de competição entre dois grandes blocos, o bloco «Ocidental» era confrontado com demasiados desafios, não apenas do «Bloco de Leste», como do seu próprio interior, visto que os trabalhadores compreendiam que podiam tirar partido deste confronto, para obter um contrato social cada vez mais favorável aos explorados. Como consequência, tinha a classe capitalista que arcar com a diminuição dos lucros, que eles designavam eufemisticamente como «socialismo» dos governos ocidentais, mas que era - na realidade - uma política social-democrática. A rutura brutal do «contrato social», que ocorreu no pós- Guerra Fria, implicava a desindustrialização, a transferência para países do «Terceiro Mundo» da produção industrial dos países mais afluentes.
Por exemplo, transferiram as indústrias automóveis dos EUA para lá das fronteiras, para as «maquiladoras» mexicanas, onde as condições de exploração dos trabalhadores e a ausência de normas ambientais, atraíram as grandes empresas do setor. Aí, fabricam todas as peças e apenas a montagem final é reservada aos centros tradicionais nos EUA.
Depois, foram os acordos da OMC, que tiravam qualquer competitividade aos países ocidentais como Portugal, impedidos de protegerem suas indústrias, das confeções, do calçado, etc. perante a concorrência de produtos mais baratos, fabricados em condições de quase escravatura, como no Bangladesh, em Marrocos, ou nas Filipinas.
O país do Terceiro Mundo que soube aproveitar melhor as oportunidades foi -sem dúvida- a China Popular, que viu nesta transferência de tecnologia o caminho para criar sua própria base industrial, para posteriormente produzir e comercializar, por sua conta própria, produtos destinados aos mercados mundiais.
Estava em marcha uma contradição típica do capitalismo: Algo vantajoso para os próprios capitalistas envolvidos, mas um prejuízo para as nações e sociedades às quais pertenciam. Os que deslocalizavam as suas empresas conseguiam lucros chorudos, mas causando a fragilização dos seus países respetivos. Estes, ficavam transformados em desertos industriais. Restavam somente atividades classificadas de «serviços», mas que não são de todo produtivas, pois são apenas jogos de especulação financeira, de reorientar /desviar lucros gerados na economia produtiva, para os casinos das bolsas. Os governos levaram a cabo políticas de estímulo do consumo, quando descobriram que podiam imprimir (eletronicamente) a quantidade de divisas que quisessem, ou seja, o aumento dos défices não lhes trariam quaisquer custos políticos ou outros, desde que tivessem a preocupação em dar umas migalhas às classes trabalhadoras. Estas migalhas eram tão pequenas, que as pessoas tiveram de se endividar, quer para suprir necessidades, quer para satisfazer os desejos de consumo, de acordo com a imagem publicitária de consumismo. Num dado ponto, as economias «ocidentais» já não eram mais sustentáveis, pois os países do Terceiro Mundo souberam organizar-se para não sofrerem a sobre-exploração, sobretudo porque, com a ascensão da China no comércio internacional, esta tornou-se investidora internacional em todo o tipo de infraestruturas e, de certo modo, «cortou a relva debaixo dos pés» dalgumas grandes corporações ocidentais.
Foi então a viragem para a «guerra ao terror», sendo que estas guerras imperialistas tinham como alvos países fracos, incapazes de se defenderem militarmente, cujas riquezas (principalmente minerais) estavam disponíveis para o saque pelos «guerreiros humanitários». As enormes derrotas que os EUA e aliados tiveram em muitos destes cenários de guerra (Somália, Afeganistão, Iraque, Síria) deveriam dar-lhes um pouco de «juízo». Porém, os dirigentes políticos que estavam constantemente a empurrar para confronto, eram também empurrados pelos fortíssimos grupos das fábricas de armamento. Estas, precisam que surjam sempre novos cenários de conflito, para «justificar» da parte dos governos o aumento de despesas e, portanto, mais encomendas para eles.
São conhecidas as grandes linhas da geoestratégia e da geopolítica das primeiras décadas do século XXI. Com conhecimento prévio e com boas leituras, sobretudo de autores sérios e fora no consenso dito de Washington (como Michael Hudson, Charles Hugh Smith, e muitos outros), podemos ter ideia do que é a política real dos grandes capitalistas, dos oligarcas, coligados pelos seus interesses de negócios.
A procura de um controlo sobre os povos e nações é uma constante dos objetivos dessa oligarquia. Esta procura está inscrita na história das dinastias financeiras dos Rothchild, Rockefeller e dos magnates mais recentes, como Bill Gates ou Elon Musk.
Trata-se - da nossa parte - de ter uma perspetiva não ingénua, embora não caiamos no «conspiracionismo»: Os atores fazem aquilo que precisam para alcançar os seus objetivos. Não são monstros sanguinários, répteis sem sentimentos, ou loucos obsessivos, etc. Se eles têm grandes fortunas, é porque conseguiram obter a conivência (que não é gratuita) de políticos e outros atores da sociedade, que os serviram e servem. Claro que a condição para estes serem eficazes servidores, é não aparecerem abertamente como tal. Por isso, por vezes aparecem certos atores «contra» os interesses de oligarcas, ou de determinados indivíduos. Isso, em geral, não significa senão procura de votos, satisfazer as expectativas dos eleitores, para manobrar, uma vez no poder.
Aquilo que será o «Great Reset» depende muito da correlação de forças sociais, no conjunto dos países sujeitos à ditadura neoliberal. Estes, chamam-se a si próprios «democracias», mas convenhamos que não há muito de democrático em situações de crise. Os poderes consideram o povo como seu inimigo, contra o qual têm de reforçar as polícias e os meios de controlo e repressão.
O Great Reset, como já aqui disse várias vezes, é vendido como um acréscimo de bem-estar e de autonomia dos indivíduos. Embora seja, sem dúvida, uma mudança tecnológica, ela traduz-se por maior centralização, maior poder sobre os indivíduos. Não há maior repartição da riqueza gerada, sobretudo se esta continua sendo acaparada pelo 1%. Não existe alargamento da democracia, se tivermos um reforço do controlo do Estado, das empresas e mesmo dos outros cidadãos. Vimos como todos eles, a cada momento, impunham a conformidade «sanitária» (obrigatoriedade vacinal em muitas profissões, entre muitas outras barbaridades) e a «simplicidade» (agora, chamam assim a austeridade) dos cidadãos, que devem ser «virtuosos» no combate aos «desafios climáticos».
Para alguns, já é claro o sentido totalitário a que nos conduzem, no Ocidente. Mas, os poderosos dispõem da media de massas, para manter a «paz social», ou seja, para manterem adormecidos e alienados os cidadãos. Estes, tornam-se assim os «polícias» dos seus colegas, amigos e familiares, tal como no regime nazi ou no regime estalinista, em que os próprios filhos não hesitavam em denunciar comportamentos «errados» dos seus progenitores!
Os supostos erros destes últimos anos, acima referidos, não são erros, são estratégias para conduzir as populações a aceitarem passivamente a imposição da Nova Ordem Mundial. Este é um projeto de fundo das classes dominantes dos países «Ocidentais». Esta designação vem de antes da Iª Guerra Mundial, do tempo de Cecil Rhodes e da «Industrialists Round Table», descrita em pormenor por James Corbett e outros.
No nosso tempo, assiste-se à proliferação de «conspirações abertas» ou seja, de conspirações no sentido dum grupo se posicionar contra outros, ou mesmo contra toda a sociedade, mas revelando, explicitamente, muitos dos seus objetivos e até dos meios que tenciona empregar. Algumas pessoas estão em denegação, mas a maioria «nem sabe e nem quer saber»: De qualquer modo, não percebem o que está em jogo e tomam como «loucos» e «mal intencionados» os que querem pôr debaixo dos seus olhos as evidências que desmascaram os poderosos. Estes, para cúmulo, estão protegidos pelas próprias vítimas do seu jogo: a incredulidade de muitos e a indiferença de ainda mais.
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
RAZÃO PELA QUAL OS GOVERNOS ESTÃO A EMPOLAR OS NÚMEROS DO COVID
domingo, 13 de janeiro de 2019
REFLEXÃO: «GLOBALIZAÇÃO DEMOCRÁTICA» OU VERDADEIRA DEMOCRACIA?
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
MALTHUSIANISMO E NEO-MALTHUSIANISMO
Neste curto ensaio vou desenvolver alguns aspetos da questão populacional. A biologia das populações sempre foi um domínio de que eu gostei, embora não tenha especificamente trabalhado como biólogo das populações.
O
malthusianismo, do economista inglês Thomas Malthus (1766-1834) é
uma teoria que encara a população sob o duplo prisma dos recursos e da sua taxa
de reprodução. Malthus postulou que os recursos - os bens necessários à subsistência humana tais
como alimentos, casas, roupas, etc. - poderiam - quanto muito - progredir numa
progressão linear (ou diretamente proporcional), enquanto a multiplicação
dos indivíduos ocorria numa progressão geométrica ou exponencial. Da
divergência entre estes dois crescimentos, originava-se fatalmente
uma escassez, que se traduzia em fomes, violências e guerra. Para evitar
este terrível destino, teriam de ser tomadas medidas concretas para limitar a
população (encorajamento da contraceção, esterilizações...), com vista à
estabilidade populacional.
O princípio
malthusiano era pessimista porque postulava que as pessoas, ao
multiplicarem-se, iriam necessariamente ficar cada vez mais pobres, mais
destituídas. A elite aproveitou o mesmo princípio para lutar contra a tendência
para aumento dos salários e diminuição das horas de jornada de trabalho, que
foram as grandes causas movimentando o proletariado, desde a primeira metade do
século XIX, até hoje.
A obra de Malthus foi utilizada por Marx e Engels assim como por Darwin,
entre outros. Marx e seguidores tiraram daí o conceito da autodestruição
inerente ao sistema de exploração capitalista.
Darwin
inspirou-se em Malthus para explicar a inerente competição pelos recursos
escassos entre todas as espécies vivas; foi também buscar a este autor a
ideia do efeito da predação (e incluindo o parasitismo) como forma de ajustar
os efetivos das populações de presas e de predadores.
Após Darwin, o
seu sobrinho Galton adaptou os conceitos de seu tio e de outros. Numa linha neomalthusiana
defendeu a eugenia - ou seja - que os «melhores» deviam ser estimulados a
procriar enquanto os que eram portadores de «taras» deviam ser impedidos de
procriar.
Vários países
praticaram a esterilização sistemática de pessoas consideradas «inferiores».
Muitas pessoas têm ideia de que apenas a Alemanha de Hitler e quanto muito
alguns dos seus estados-vassalos da Europa praticaram essas medidas. Hoje,
sabe-se que não foi assim: Desde a Suécia à Austrália, sucedem-se histórias
verídicas de políticas de Estado, da esterilização forçada de certos grupos de
cidadãos.
A grande indústria
e em particular o império Rockefeller estão associados desde o principio, ou
seja, antes ainda do partido NAZI subir ao poder, através da Fundação
Rockefeller, em apoio entusiástico ao eugenismo prático, além de
serem financiadores de muita da investigação científica destinada a
melhoramento da espécie humana. É com base em programas financiados pelos
grandes empórios da agroquímica que são criados OGM, organismos geneticamente
modificados. William Engdahl explica de modo muito convincente e
exaustivo, no livro «As
sementes da destruição», que a oligarquia (Rockfeller e outros
bilionários) esteve - desde o princípio - a subsidiar e promover as OGM.
Décadas antes (nos anos 70), defendendo uma estratégia tipicamente
neo-malthusiana, o seu protegido H. Kissinger tinha já delineado uma estratégia
de guerra económica utilizando sementes, trigo, soja, leite, principalmente.
A utilização
dos alimentos estratégicos (sobretudo dos cereais) como arma de chantagem
permitiu a Washington impor aos governos de países do Terceiro Mundo, programas
de «controlo da natalidade» (que incluíram esterilizações em massa e sem
conhecimento/consentimento das mulheres) como condição para beneficiarem do
apoio alimentar não só dos EUA, directamente, como também de agências
internacionais, mas de facto controladas pelos EUA.
Actualmente, as chamadas guerras contra o terror têm uma dimensão de destruição
massiva não apenas das populações como também das infraestruturas. Assim, no
Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia, no Iémene, estão documentados actos
destinados a destruir ou inviabilizar estruturas fundamentais para a população
civil, desde centrais eléctricas e geradores de corrente, a sistemas de
canalização e tratamento de água potável e de esgotos. O resultado é a morte de
milhões de crianças, principalmente causada pela desnutrição, ausência de
cuidados básicos de saúde, de água potável, etc. Note-se que estes países
ficam com uma população reduzida, não somente porque tem de emigrar para longe,
como refugiados, como também está desnutrida, enfraquecida, mais sujeita a
doenças, em países devastados, onde não existem os recursos médicos e sanitários
mais elementares.
Estas guerras
do Império, de uma crueldade incrível, seriam suficientes, por si só, para
condenar os presidentes e seus respectivos governos (George H. Bush, Bill
Clinton, George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump), se houvesse o equivalente
do tribunal de Nuremberga. Infelizmente, os países que participam no tribunal
da Haia, consentiram que os EUA se auto-excluíssem de poder jamais comparecer no
dito cujo tribunal, apesar de terem sido os mais fervorosos impulsionadores do
mesmo.
A política de
destruição sistemática ocorre nos países do «crescente fértil», onde nasceu a
agricultura há 12 mil anos, onde existe uma parte muito grande do petróleo
explorado.
O trazer aí o caos, encorajando a intolerância religiosa, sectária e étnica,
não é fruto do acaso ou daquilo que os media corporativos nos querem
fazer crer: é resultado duma política neo-malthusiana destinada a reduzir
drasticamente certas populações, sobretudo, se elas são dos países que
detêm recursos (o petróleo, mas também certos minerais) de que o «Ocidente»
carece para as suas indústrias, para satisfazer o seu estilo de vida e consumo.
Existe uma
forte corrente que se designa de «neocon» que capturou sectores inteiros do
governo dos EUA e sobretudo do chamado «Estado Profundo», incluindo as agências
CIA, NSA, Homeland Security, etc. Esta corrente advoga que é possível uma
guerra nuclear ser «ganha» pelos EUA, havendo depois um redistribuir de poderes
e de recursos em benefício dos mesmos e de seus vassalos de «primeira»
(essencialmente anglossaxónicos «de pele branca»: Grã-Bretanha, Austrália,
Canadá, Nova-Zelândia).
Todos os
outros países sofreriam devastações tais, que durariam muitos anos a
recomporem-se. Loucamente, delirantemente, imaginam conseguir obter uma
redução de 4/5 da população mundial, por este meio (o holocausto nuclear) e que
as populações sobreviventes viverão em condições muito satisfatórias. Mas
uma guerra nuclear significa a destruição completa da habitabilidade do planeta
ou, no mínimo, a perda irreversível das condições para os sobreviventes. É
este o perigo que o mundo enfrenta, se deixar um punhado de pessoas com poder
(os neocons e a oligarquia mundial) manobrar as políticas dos Estados.
A obra de Malthus foi utilizada por Marx e Engels assim como por Darwin, entre outros. Marx e seguidores tiraram daí o conceito da autodestruição inerente ao sistema de exploração capitalista.
Actualmente, as chamadas guerras contra o terror têm uma dimensão de destruição massiva não apenas das populações como também das infraestruturas. Assim, no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia, no Iémene, estão documentados actos destinados a destruir ou inviabilizar estruturas fundamentais para a população civil, desde centrais eléctricas e geradores de corrente, a sistemas de canalização e tratamento de água potável e de esgotos. O resultado é a morte de milhões de crianças, principalmente causada pela desnutrição, ausência de cuidados básicos de saúde, de água potável, etc. Note-se que estes países ficam com uma população reduzida, não somente porque tem de emigrar para longe, como refugiados, como também está desnutrida, enfraquecida, mais sujeita a doenças, em países devastados, onde não existem os recursos médicos e sanitários mais elementares.
O trazer aí o caos, encorajando a intolerância religiosa, sectária e étnica, não é fruto do acaso ou daquilo que os media corporativos nos querem fazer crer: é resultado duma política neo-malthusiana destinada a reduzir drasticamente certas populações, sobretudo, se elas são dos países que detêm recursos (o petróleo, mas também certos minerais) de que o «Ocidente» carece para as suas indústrias, para satisfazer o seu estilo de vida e consumo.