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domingo, 3 de novembro de 2024

A FACE ESCONDIDA DA DÍVIDA (DOCUMENTÁRIO)

 Um excelente documentário sobre o mecanismo da dívida e como acabou por capturar a economia dos Estados, empresas e pessoais. 

(Falado em francês, com legendas em francês)



quinta-feira, 15 de agosto de 2024

O ESCOL* DE XANGAI - A ELITE DO FUTURO


          (Documentário em francês; legendas automáticas em francês)

* O vocábulo escol, em português carrega um sentido totalmente diverso de «escola»: Não é o local onde se aprende, mas sim a elite de uma nação. Dando o título acima,  estou a qualificar a excelente educação obtida por rapazes e raparigas e, sobretudo, aquilo que farão com essa aprendizagem, no futuro. 

quarta-feira, 17 de março de 2021

BIOGRAFIA DE BACH + PAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS


 

Em complemento, uma excelente interpretação da Paixão Segundo S. Mateus de J. S. Bach, pela Netherlands Bach Society:

                                        


quarta-feira, 27 de março de 2019

domingo, 16 de setembro de 2018

A TEIA DE ARANHA - O SEGUNDO IMPÉRIO BRITÂNICO



O termo «Segundo Império Britânico» refere-se à finança internacional. O centro da «Teia de Aranha» encontra-se na City de Londres.

Um interessantíssimo documentário sobre o significado, as origens, as particularidades, no passado e no presente, do mundo da finança e do papel desempenhado pela City de Londres. 
Este grande «buraco negro» é - de facto - o maior paraíso fiscal do mundo, além de supervisionar outros paraísos fiscais, condomínios da coroa britânica, uma série de 14 territórios beneficiando de um estatuto especial.... desde as Ilhas das Caraíbas à Ilhas da Mancha, passando por Gibraltar... 

Legendado em: Francês, Espanhol, Alemão, Italiano, Russo, Arábico, Coreano, Húngaro e Inglês

terça-feira, 17 de julho de 2018

DOCUMENTÁRIO SOBRE A FLOTILHA DA LIBERDADE DE GAZA


                       A verdade: perdida no mar  Projecção e debate com o Realizador
http://www.fabricadealternativas.pt/events/a-verdade-perdida-no-mar-projeccao-e-debate-com-o-realizador/


Projecção e debate com Rifat Audeah, realizador e sobrevivente do Mavi Marmara.

Hora: 19:00 horas, 
Quinta dia 19 de Julho de 2018

R. Margarida Palla 19A, 1495-143 Algés

19:00 - 23:00
                           A Verdade: perdida no mar                                                 
  • Sinopse:Em 2010, um grupo de activistas e cidadãos preocupados de dezenas de países reuniram-se e trabalharam contra algumas das mais fortes potências do mundo para aliviar o sofrimento de outros seres humanos do outro lado do mundo. As chances pareciam intransponíveis.
  • Eles uniram-se para lançar a Flotilha da Liberdade, um comboio de navios civis humanitários com o objectivo de destacar o sofrimento dos palestinianos na Faixa de Gaza bloqueada ilegalmente, quebrar  o bloqueio e aliviar a situação do povo de lá. Israel atacou a Flotilha à noite no Mar Mediterrâneo, matando dez activistas e ferindo e aprisionando centenas de participantes internacionais.
  • Este evento histórico transformou-se numa batalha pelos corações e mentes do mundo.
  • Filmado a bordo da Flotilha da Liberdade, narrado por um de seus sobreviventes e acompanhando a cobertura dos média que se seguiu, “A Verdade: Perdida no Mar” revela como a marinha israelense atacou os navios civis em águas internacionais e como os activistas mortos e seus camaradas que defendiam suas embarcações foram tratados no rescaldo.
  • O filme conta a história dos preparativos e lançamento da flotilha, com cidadãos preocupados de todo o mundo unindo-se numa viagem de mudança de vida para aliviar o sofrimento de estranhos num mundo à parte. O documentário mostra o ataque israeliano à flotilha, com as duas imagens que foram transmitidas e outras que foram contrabandeadas dos navios, e analisa as alegações dos porta-vozes israelenses. Essas alegações são justapostas com a história e as declarações dos sobreviventes antes, durante e depois do ataque, incluindo algumas imagens nunca antes vistas a bordo das embarcações antes do ataque.
  • “A Verdade: Perdida no Mar” revela o grande contraste entre o que realmente aconteceu e como foi divulgado nos meios de comunicação tradicionais e online, resultando na perpetuação da impunidade pelos crimes cometidos.                                                                             
  • Após o debate há jantar com marcação prévia obrigatória para fabricadealternativas@gmail.com

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

SOBRE OS BEATLES

A uma distância de meio século, porque razão a geração que cresceu nos anos 60 foi praticamente construída - ideologicamente, mas sobretudo esteticamente - pelos Beatles?
O que eles faziam, musicalmente e poeticamente, era sempre de uma qualidade grande, muito grande mesmo. 
Parecia fácil, entrava no ouvido, mas era uma permanente renovação de um som, indo buscar a tudo o que estava ao seu alcance, desde as ragas indianas aos concertos sinfónicos, não desprezando as suas raízes de rythm and blues.

Como foi possível, porque razão eles eram (e são ainda) únicos?


                           Com mais de 60 anos, continuam a ser perfeitos, originais, inimitáveis.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

«MARTÍRIO» FILME E DEBATE [Fábrica de Alternativas, Algés]

                              Foto de Fábrica de Alternativas.

Na sequência da presença do Cacique Ládio Veron e do Jantar Benefit/Debate realizados na Fábrica de Alternativas vamos apresentar o filme "Martírio" sobre a luta dos Indios Guarani Kaiowas pelo seu direito à vida, à sua cultura e às terras onde sempre viveram e o massacre a que foram sujeitos.

Título: «Martírio» (Original)
Dirigido por: Vincent Carelli
Brasil 2016 / 160 minutos
Documentário Nacional


Martírio” é um documentário imperdível. Imperdível porque é essencial para compreender um dos mais longos e violentos conflitos de terra do Brasil: o genocídio contra os Guarani-Kaiowá e Ñandeva no Mato Grosso do Sul.

Realizado pelo documentarista e antropólogo, Vincent Carelli (que também dirigiu o excelente Corumbiara), o filme exibe cenas de quase 30 anos de experiência do director com os povos indígenas do Mato Grosso do Sul.

Classificar a situação dessas populações indígenas como genocídio está longe de ser um exagero. Afinal, como classificar uma situação na qual fazendeiros organizam milícias armadas que invadem aldeias (tanto faz se é de noite ou durante o dia) atirando a esmo contra crianças, idosos e mulheres? Ou ainda as emboscadas de pistoleiros ou atropelamentos propositais contra lideranças indígenas? E ainda os aviões dos fazendeiros que lançam veneno sobre as casas e roçados das aldeias, acampamentos e retomadas; os estupros de mulheres e crianças e uma das maiores taxas de suicídios do mundo. Suicídios que expressam a calamidade vivida por esse povo. Sem sua terra original, sem poder plantar seu roçado e manter seu modo de vida, tirar a própria vida tornou-se uma via de fuga desesperada entre os Kaiowás.

Nos últimos 12 anos foram assassinados mais 400 Kaiowás e Ñandevas no Mato Grosso do Sul, segundo dados do Conselho Missionário Indigenista (CIMI). É mais de 30 assassinatos por ano, uma verdadeira Palestina dentro do Brasil. Mas quem já foi numa aldeia e ouviu os relatos sobre as barbaridades cometidas pelos fazendeiros e pistoleiros sabe que o número é bem maior. Há um número incontável de desaparecidos, atropelados e gente morta por envenenamento que não figuram nas estatísticas.

Quando se está na região meridional do Mato Grosso do Sul, porção do território originário dos Kaiowás, é preciso ter cuidado com o que fala e com quem fala. O racismo é brutal. Simpatizantes da causa indígena não são bem-vindos e podem sofrer retaliações. Também é preciso tomar cuidado quando se percorre as estradas cruzando imensas plantações de soja em direcção às aldeias e retomadas. Uma emboscada pode lhe esperar logo ali à frente. Por isso, não é nada estranho saber que o documentário não está em cartaz em nenhuma sala de cinema do Mato Grosso do Sul.

Esse medo e tensão estão presentes em “Martírio” que, em suas três horas de duração, resgata a longa marcha de resistência dos indígenas. Nos séculos XVI e XVII foram vítimas das temíveis bandeiras paulistas. Depois, no final do século XIX, suas terras foram tomadas e arrendadas aos grandes produtores de erva mate. Nessa época, os Kaiowás se tornaram escravos nas grandes plantações, atados pelo sistema de peonagem ou escravidão por dívida em lojas comerciais.

Na década de 1940 foram definitivamente expulsos de suas terras por meio de projetos de colonização. Foram, assim, confinados como bichos em oito pequenas reservas indígenas que juntas não somavam 1% de seu antigo território original. Veio a “revolução verde” e o “moderno” agronegócio nos anos 1970 que varreu quaisquer vestígios das imensas florestas que cobriam a região. Hoje, um mar de soja e cana cobrem aquela terra vermelha. Enquanto isso, o antigo SPI (e depois Funai), a partir de uma perspectiva eurocêntrica ainda incrustada na sociedade brasileira, tentam aniquilar a população indígena e incorporá-los à suposta “civilização”.

Entretanto, nas décadas de 1970 e 1980 veio a resposta indígena com as retomadas dos seus antigos territórios. Foi nessa época que surge aos olhos do mundo e do país a luta Kaiowá. Marçal de Souza Tupã-Y foi o seu porta-voz. Em 1980 discursou para o papa João Paulo II e três anos depois foi assassinado com tiros na boca. Mas os indígenas não se calaram e as retomadas seguiram. Novas lideranças e mártires surgiram como o cacique Marcos Veron, Genivaldo Vera, Rolindo Vera, Nísio Gomes, Semião Fernandes Vilhalva e muitos outros que poderiam encher essa página.

“O que tá pegando a gente é o capitalismo”, explica em guarani uma jovem liderança indígena em uma das cenas de “Martírio”. A imagem foi captada numa Aty Guasu (assembleia dos caciques Kaiowás e Ñandeva) em 1988 e demonstra a total clareza dos indígenas sobre quem são seus inimigos e contra quem se deve lutar.

O documentário também mostra vários minutos dos discursos de políticos ruralistas no Congresso Nacional. A bancada do agronegócio não se constrange em destilar ódio, racismo e inventar absurdas mentiras sobre as populações indígenas, classificados de vagabundos, inimigos do progresso e privilegiados por viverem de… cestas básicas…
O filme também exibe os famosos leilões de bois realizados por fazendeiros para arrecadar dinheiro e organizar milícias contra os indígenas. É preciso ter estômago para ver essas cenas. Talvez seja por isso que o espectador tenha vontade de pular de alegria quando o documentário exibe a cena em que centenas de indígenas invadem o plenário da Câmara dos Deputados e literalmente botam os parlamentares para correr. A cena é de abril de 2016 quando foi realizada uma marcha nacional indígenas contra a PEC 215 que transfere a demarcação das terras indígenas para o Congresso.

A covardia e a conivência dos governos petistas também são escancaradas. E não é só porque Kátia Abreu (ministra da Agricultura do governo Dilma), ao lado de Ronaldo Caiado, está presente no leilão da morte. Mas porque mostra um governo de joelhos aos latifundiários quando a ex-ministra da Casa Civil de Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) promete, em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, que as demarcações seriam suspensas. Uma cena repulsiva e humilhante.

Em 2007, a Funai se comprometeu a identificar e demarcar 39 territórios indígenas. Mas nessa mesma época o agronegócio dá um salto, financiado, sobretudo, pelo dinheiro público. A emblemática declaração do então presidente Lula chamando os usineiros de “heróis” foi uma expressão da aliança dos governos do PT com o agronegócio. O resultado é que nenhum terra Kaiowá foi regularizada em todo o período dos governos do PT. Certa vez, em conversa com uma liderança Kaiowá, descobri que Lula sequer se prontificou em receber as lideranças indígenas. “Lula nos traiu, nos trata como se a gente fosse bicho”, disse a liderança. “Até o Fernando Henrique nos recebia”, confessou sem disfarçar sua revolta.

“Escovar a história a contrapelo” é a instrução dada por Walter Benjamin em suas famosas teses sobre História. O documentário de Vincent Carelli consegue fazer isso com competência. Dá a voz àqueles que sempre tentaram calar na bala. Traz à luz o drama dos invisíveis e vulneráveis que continuam a lutar pela sua Tekoha – palavra guarani que significa lugar da vida. Um documento imprescindível para entender o Brasil e para se indignar e lutar. Terra, justiça e demarcação!

https://www.facebook.com/martiriofilme/



Fábrica De Alternativas Comunidade
Rua Margarida Palla 19 A - 1495-143 Algés, 1495-143 Oeiras