segunda-feira, 30 de outubro de 2023
DINHEIRO DEPOSITADO NO BANCO DEIXOU DE SER TEU
O SOL [OBRAS DE MANUEL BANET]
Ele não bate à janela
Introduz-se no quarto,
Sem cerimónias
Visitante não convidado
Não furtivo, pelo contrário,
O atrevido ilumina tudo
Com seus raios dourados
Muda cenários sombrios
E mesmo a melancolia
É sacudida pela luz irisada
Que suavemente escoa
Dos vidros reflexivos.
Ao Sol, a matéria sublima-se
Transmuta-se e explode
Em cores triunfantes
Anulando as sombras
E os pesadelos
Da minha mente.
domingo, 29 de outubro de 2023
EUA votam na ONU contra cessar-fogo em Gaza, contra a vasta maioria dos países
O vídeo de Ben Norton (Geopolitical Economy Report) explica as relações de vários países e as razões porque votaram duma maneira ou doutra.
O essencial, é que o direito humanitário está completamente posto em causa, o que mostra a decadência dos EUA e dos países que estão na sua órbita.
Como tenho vindo a sublinhar, a agressividade acrescida dos EUA e da Europa Ocidental são a marca do desespero, de saberem que nada - perante esta situação económica e financeira - poderão fazer. Com efeito, puseram-se a si próprios dentro de uma armadilha, da qual não têm saída possível: A impressão monetária sem limites, para custear despesas militares e manter os lucros da casta bilionária, tem um preço. A desvalorização acelerada das divisas desses países é o corolário do crescimento exponencial da dívida.
Perante este cenário, os governantes provocam ou intensificam conflitos, na esperança de que a guerra distraia o povo das faltas cometidas por eles.
PS1: Uma análise da estratégia dos sionistas/neocons que, de tão precisa e rigorosa, me deu frio na espinha:
https://informationclearinghouse.blog/2023/10/30/nakba-2-0-revives-the-neocon-wars/
sábado, 28 de outubro de 2023
«LEIS DO MERCADO»? EU DIGO-VOS O QUE SÃO.
A hipocrisia dos intitulados políticos e economistas ocidentais, faz com que as pessoas vivam na doce ilusão de que as coisas estão a melhorar, globalmente. Há alguns «recuos», mas a exploração dos trabalhadores não é aquilo que era noutros tempos. A sério?!?
Em boa lógica, as pessoas - quase todas - vivem em estado de denegação. Pois a intensificação da exploração do trabalho e a depredação dos recursos ambientais, abrangem cada vez mais zonas do globo, são cada vez mais impiedosas para os povos indígenas e para o próprio sustento do ecossistema Terra. Esta é a verdadeira face da globalização.
Por exemplo, a quantidade enorme de gadgets que as pessoas adquirem, nas partes do mundo mais afluentes, têm um tempo «de vida útil» muito curto. Cada vez mais curto (pensem nos computadores, nos smartphones, etc.) . Nestes gadgets de «high-tech» estão inseridos componentes minerais que são extraídos de inúmeros locais, mas quase todos eles situados no Terceiro Mundo. As chamadas «terras raras» são um bom exemplo. Na realidade, não são assim tão raras, pois o elemento mais raro deste grupo é mais abundante na crosta terrestre, que o ouro. Só que o ouro é explorado quando se encontra em veios, mas tal não acontece com as «terras raras». Para se concentrar o suficiente de um dado elemento pertencente a este grupo, é preciso extrair toneladas e toneladas de terra e de rocha, formando imensas escombreiras. O solo fica estéril durante muitos anos. O processo de concentração e refinação destes «metais raros» também é muito poluidor, criando-se enormes lagos envenenados contendo os subprodutos tóxicos destes processos.
A China é o principal produtor de «Terras Raras»; porém não é por possuir concentrações favoráveis desses elementos, visto que eles estão mais ou menos dispersos - em concentrações semelhantes - por toda a crosta terrestre. Aquilo que é diferente, é que na China as «regulamentações ambientais» estão quase ausentes. Igualmente, as condições salariais e de higiene são deploráveis, mas as autoridades chinesas têm tudo sob controlo. As pessoas sensíveis aos direitos humanos e à ecologia (a maior parte, vivendo no conforto híper tecnológico) não se inquietam muito também com as zonas do interior da China e seus habitantes.
O mesmo, ou pior, se passa com a exploração na República Democrática do Congo dos minérios estratégicos para a indústria eletrónica e componentes obrigatórias em qualquer bugiganga digital que utilizamos. A depredação da floresta tropical-equatorial e a transformação de crianças em escravos das minas, não é dos séculos passados, é de agora!
Sem esquecer a louca corrida para explorar todo e qualquer depósito de Lítio (incluindo na Serra da Estrela, um Parque Natural de primeira importância no centro-norte de Portugal), para alimentar a indústria automóvel EV, para consumo (e paz de espírito) dos cidadãos dos países ocidentais: Estes são ricos, ecologistas, preocupados com questões sociais, mas só dentro do perímetro das suas sociedades e das paisagens abrangidas pela sua visão estreita!
Então, a questão do mercado resume-se aos termos seguintes:
- Os mercados hoje são internacionais, globalizados, numa escala sem precedentes.
- O que é consumido pelos países afluentes (Norte América, Europa Ocidental, Austrália) em termos agrícolas mas, sobretudo, industriais vem - na sua grande maioria- de países do Terceiro Mundo
- As razões principais disto são: a enorme discrepância salarial, da ordem de dez vezes menos nos países pobres em relação aos ricos. A total ausência ou o não cumprimento de normas de proteção do ambiente e depredação constante dos recursos.
- Além disso, as multinacionais que exploram os recursos minerais nesses países, têm capacidade para corromper e/ou vergar a vontade dos governos locais. Estes, preferem fechar os olhos, a terem uma perda de rendimentos sob forma de «royalties» e também perderem muitos postos de trabalho, caso as multinacionais saiam.
- Portanto, os mercados de matérias-primas e do trabalho não são de todo «livres», pelo menos no sentido comum do termo. Seria um mercado livre, se um comprador e um vendedor (quer em termos individuais, quer coletivos) têm ambos uma certa capacidade de negociação e o preço (quer de mercadorias, quer da mão-de-obra) é o resultante dessa negociação.
- Os recursos da minoria da população mundial que beneficia desta situação, são fruto da superexploração do trabalho no Terceiro Mundo; da completa rapina e destruição de recursos naturais dessas partes do Globo.
Uma análise económica honesta dos custos globais, deveria ter em conta os factos evidentes que eu mencionei acima. Mas, a narrativa dos economistas contemporâneos é quase toda uma enorme falácia, para adormecer as consciências. Digo isto, porque sei que eles sabem: os economistas ocidentais sabem perfeitamente os factos acima apontados.
Não há leis do mercado, no sentido de «Leis da Física», ou de outra ciência exata, ou natural. A «lei» do mercado é somente a imposição violenta da exploração.
ENNIO MORRICONE, músicas de filmes: THE MISSION/ONCE UPON A TIME IN THE WEST/ HERE'S TO YOU
Leia AQUI a biografia de Ennio Morricone, compositor italiano com muitos prémios internacionais, incluindo Óscares.
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
[CRÓNICA(Nº20) DA IIIª GUERRA MUNDIAL] PARA SABERES O QUE NOS TENTAM OCULTAR!
Será inútil sublinhar aos meus leitores habituais a relevância de John Helmer, o jornalista correspondente em Moscovo: Ele escreve o blog «Dances With Bears». Nele, consegue dar-nos conta duma série de dados censurados ou menorizados pela media corporativa, sempre pronta a vozear o ponto de vista de Israel e dos EUA e dos seus fantoches da OTAN.
Pessoalmente, sem a leitura do referido blog, pouco conseguiria saber sobre este campo de batalha decisivo, sobre a resistência palestiniana unificada, sobre as potências árabes e muçulmanas do Médio-Oriente e sobre as dificuldades militares e económicas que enfrenta Israel.
A crónica que está no link abaixo tem imenso valor informativo. Lendo-a, percebo (pelo contraste ...) a manipulação mediática ocidental, a constante mentira por omissão ou contando histórias totalmente fabricadas e destinadas a criar um sentimento de ódio contra os palestinianos. Já não me espanta que a opinião pública dos países ocidentais seja manipulada a considerar que o carrasco é a vítima, e a vítima é o carrasco. É a fabricação do consenso, assim como da própria «realidade»!
Leiam John Helmer!