quarta-feira, 11 de abril de 2018

[OBRAS DE MANUEL BANET] 2 CANÇÕES *


*Estas duas canções pertencem a uma recolha chamada «Tenção», de poemas escritos entre 1973 e 1978, aproximadamente. 


E QUE RESTA DO PASSADO...


Mote:

                    E que resta do passado,
                    Senão um sulco no olhar?

Glosa:

Já vivi, indiferente,
Nem de todo satisfeito,
Nem e todo descontente,
Só um pouco contrafeito.

É por igual que aceito
Este amplexo ardente
Da morte que tão fremente
Toma meu corpo desfeito

Já meu olhar não distingue
Se é do Sol no poente,
Esta luz que se extingue,
Se é da alma doente.

As tuas mãos que com jeito
Lavam as manchas de sangue
Não evitarão que vingue
A fera que roí meu peito.

Já sobre a espádua,
Não pelo muito pelejar,
Mas pela vida árdua,
Desejo por fim repousar.

Nada me pode já salvar
Pois se estou à míngua
De calor nesta frágua,
Deixa a morte me levar!

“E que resta do passado...”
Já se esvai como água,
Como pranto sussurrado
Em secreta mágoa...

- Que mais resta do lampejar
Após ter-se apagado
No horizonte rasgado,
“Senão um sulco no olhar?”




DAI-ME O MOTE

Mote:
Ó voz, dai-me o mote
Que a glosa, a farei eu
“Nesta solidão de breu
Acendei o archote!”

Glosas:

Quando – minha Mãe – à luz
Me destes, não sabias
Que a teu filho trazias
A dor humana na cruz

Quando – meu Amor – beijei
Teu peito, ignoravas
O homem a quem te davas
- Amor, tudo esbanjei!

Obstinado quis saber
O sabor amargoso
Do vinho e do gozo
Falso de quem o beber

Não temo o chicote,
Assumo o que é meu:
“Nesta solidão de breu
Acendei o archote!”



segunda-feira, 9 de abril de 2018

PAUL CRAIG ROBERTS - O COLAPSO DA HEGEMONIA dos EUA


Paul Craig Roberts explica o «sumo» do unilateralismo, a ideologia inerente à governação dos EUA,  desde a chegada dos neo-cons ao poder na era Bill Clinton. 

domingo, 8 de abril de 2018

UMA MÁ TELENOVELA DE ESPIONAGEM



«The idea to speak of the fearsome nerve-agent 'Novichok' came from a spy drama that had just run on British TV.» 
Moon Of Alabama

        
O bem informado e inteligente autor do blog «Moon Of Alabama» mostra no artigo citado, para além de qualquer dúvida, que o caso Skripal não configura um caso de envenenamento com um agente neuro-tóxico de grande perigosidade, como seria o caso de gás venenoso do tipo «Novichok».
As circunstâncias e a forma atabalhoada como o governo britânico tomou conta do caso, para o transformar em pretexto de sanções contra a Rússia é muito preocupante. Queriam a todo o custo distrair a opinião pública do fracasso das conversações do «Brexit», tendo as eleições britânicas em perspectiva, com derrota prevista para os conservadores? 
Do lado britânico pode ser isso e muito mais. Porém, é preciso ter em conta que o outrora orgulhoso Império Britânico ficou reduzido, no último meio-século, a ser o «poodle» do novo Império, do outro lado do Atlântico. 
Por isso, inclino-me mais para a tese do «Tio Sam» pressionar a «Tia Albion» a fazer qualquer coisa. 
Com efeito, face ao lançamento do petroyuan, e potencial destronar do petrodollar, os EUA responderam com uma guerra comercial. Mas esta precisava de ser completada com uma guerra mediática contra o aliado da China, a Rússia, com ameaças e agravamento das sanções. 

Este caso e seus desenvolvimentos, mostram que estamos perante uma ofensiva poderosa do «Estado Profundo» nos EUA, quase todo dominado pelos Neocons e que o Presidente Trump não tem real capacidade para contrariá-los. Está limitado a dizer que sim a tudo isto no plano internacional, para conseguir obter um mínimo de alianças políticas internas (no Congresso dos EUA, nomeadamente), que lhe permitam sobreviver aos ataques dos Clinton e aliados. O clã Clinton tem conseguido encobrir uma série de crimes, desde assassínios a casos de pedofilia, mas este manto de impunidade e silêncio não irá durar muito tempo, face a evidências cada vez mais chocantes que se vão acumulando.

Brevemente se verá como este enredo de telenovela de espionagem se irá desenvolver. 
Podemos estar certos de uma coisa: existem forças poderosas, no Ocidente, que apostaram há muito tempo na cartada da guerra, não hesitando mesmo perante a ameaça dum holocausto nuclear. 
A identificação clara e a denúncia destes loucos criminosos urge! 
As pessoas nos media e nos diversos aparelhos de Estados, que sabem tanto ou mais que eu próprio, deveriam assumir as suas responsabilidades!  

sábado, 7 de abril de 2018

TUDO O QUE É PRECISO SABER SOBRE MOEDAS FIAT, DÍVIDA, PRESERVAÇÃO DA ECONOMIA DOS INDIVÍDUOS

LYNETTE ZANG  é entrevistada neste vídeo e esclarece todos os aspectos que tenho tentado esclarecer nos artigos económicos deste blog. 
E é realmente um excelente resumo, numa linguagem clara, sem demagogia. 
Por isso, aconselho vivamente a ver e ouvir este video, atentamente!


JAZZ VOCAL E INSTRUMENTAL: «I'm gonna sit right down...»

Duas versões de um sucesso de Fats Waller: uma vocal, pela imortal Sarah Vaughan, outra ao estilo do ragtime, em voga nos anos 20 e 30 do século passado, na interpretação brilhante de Stephanie Trick.

São duas versões tão belas, uma como a outra, pelo que não faz sentido hierarquizar. 

I'm gonna sit right down and write myself a letter,
And make believe it came from you.
I'm gonna write words oh, so sweet
They're gonna knock me off of my feet,
A lot of kisses on the bottom, I'll be glad i got 'em.
And close with love, the way you do.

I'm gonna smile and say, "i hope you're feeling better,"

And make believe it came from you.