https://www.youtube.com/watch?v=lz6hBGHq6B8
All or nothing at all
https://www.youtube.com/watch?v=lz6hBGHq6B8
All or nothing at all
A voz de Billie Holiday tem-me acompanhado nos bons e maus momentos, como se fosse uma secreta mensagem, dando-me coragem ou alegria, conforme as situações... Porque tudo me soa perfeito nestas gravações, a voz e o acompanhamento dos músicos. Uma «cançoneta na moda», interpretada por ela, transforma-se num pequeno cofre cheio de joias. Confesso-me incapaz de fazer uma lista definitiva das gravações da Lady 'Day, embora tenha tentado. Há uma autenticidade nestas gravações, uma perfeita adequação interpretativa, que raramente encontro noutras vozes do jazz. Há interpretes de quem gostamos tanto, que queremos nos apropriar das suas canções, da sua arte. Mas, afinal, acabam por ser eles a apropriarem-se de nós!!
Aqui têm a «playlist» RECALLING BILLIE. Mergulhem no seu universo sonoro: Verão que as melodias e letras, na sua voz, carregam muita energia. Não sei explicar a atração que sinto, mas acabo sempre por voltar à Billie Holiday.
Playlist RECALLING BILLIE
TEA FOR TWO ART TATUM 1939 [Aqui, com partitura ]
NAT KING COLE ON PIANO - TEA FOR TWO
------------------------
* Oiça o Tahiti trot por um quinteto de sopros. O lado humorístico é ainda mais acentuado:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2023/01/obras-de-dmitri-shostakovich-pelo.html
Se não estou em erro, o «Tahiti trot» esteve para ser incluído na suite «Jazz», que inclui a famosa Valsa nº2.
------------
Na excelente interpretação de Ella Fitzgerald e Count Basie AQUI, pode-se ouvir e ler a letra* da famosa canção.
(*)
«LADY 'DAY» PLAYLIST DE CANÇÕES
Dedico esta playlist aos que frequentavam comigo o Hot Clube nas décadas de 70-80, quando aprendi a apreciar o jazz e «descobri» a voz e personalidade extraordinárias de Billie Holiday:
https://www.youtube.com/watch?v=wiEcL372LD0
[Para quem esteja interessado, deixo, em baixo, alguns links deste blog]
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/02/billie-holiday-keeps-on-rainin.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2016/07/no-pais-dos-sonhos-billie-holiday-ill.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/03/lester-young-billie-holiday-i-cover.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/02/billie-holiday-fine-and-mellow.html
Stan Getz + Charlie Byrd
Veja também este vídeo (abaixo), de uma outra série. É sobre a improvisação em música:
All you preachers
Who delight in panning the dancing teachers Let me tell you there are a lot of features Of the dance that carry you through The gates of Heaven It's madness To be always sitting around in sadness When you could be learning the steps of gladness You'll be happy when you can do Just six or seven Begin today You'll find it nice The quickest way to Paradise When you practice Here's the thing to know Simply say as you go I'll build a stairway to Paradise With a new step every day I'm gonna get there at any price Stand aside; I'm on my way I've got the blues And up above it's so fair Shoes, go on and carry me there I'll build a stairway to Paradise With a new step every dayÉ sempre importante saber-se elementos da biografia de um compositor, quanto mais não seja, para se compreender melhor o contexto em que realizou esta ou aquela parte da sua obra. No caso de Kurt Weill, esse conhecimento sobre a sua vida é indissociável do conhecimento das tragédias que assolaram a primeira metade do século XX. Além de que ele compôs belíssimas peças musicais, motivo de admiração em si mesmas, tenho um respeito enorme pelo homem e fico estarrecido perante a completa ignorância dalgumas pessoas que se «julgam sabedoras» de música.
A segunda composição por Kurt Weill está integrada na peça de Berthold Brecht, «Ascensão e Queda da Cidade de Mahagony» nascida antes da famosa ópera dos Três Vinténs. A mesma peça possui outras partes cantadas, a mais célebre das quais é «Alabama Song».
Creio que a canção aqui apresentada tem algumas maravilhas escondidas, que revelam todo o génio de Kurt Weill. Por exemplo, a preocupação em fazer com que o auditor capte bem a letra. A parte inicial, um recitativo cantado, dá-nos o contexto «moral» e «social», sobre o qual se desenvolve o discurso a partir da frase-feita ou provérbio «Deitas-te na cama que tu próprio fazes».
Note-se que o provérbio tem o seu sentido inicial subvertido, visto que Brecht enfatiza que nós somos humanos, que não sejamos como «bestas». Para uma análise aprofundada da «Song» (canção) e da ópera na qual se insere ver AQUI. Weill compõe um «jazz blues», com ritmo quaternário, de tempo moderado, evocando as marchas de New Orleãs. Esta fusão conjuga-se com soluções harmónicas audazes.
Note-se que as obras de Kurt Weill mereceram um auto-de-fé, pelos nazis. Ele foi designado de judeu-bolchevique e isso - em si mesmo - já consistia num «crime» para os adeptos de Hitler. A etiqueta de «arte degenerada» era facilmente aceite pelas pessoas mais convencionais da época, pelo aspecto «chocante» das audácias harmónicas, e da fusão da ópera com a música popular e o jazz.
https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IN35H9A6CiUXdOMJG3