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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

RECORDANDO BILLIE HOLIDAY (Segundas-f. musicais, nº24)


 A voz de Billie Holiday tem-me acompanhado nos bons e maus momentos, como se fosse uma secreta mensagem, dando-me coragem ou alegria, conforme as situações...   Porque tudo me soa perfeito nestas gravações, a voz e o acompanhamento dos músicos. Uma «cançoneta na moda», interpretada por ela, transforma-se num pequeno cofre cheio de joias.  Confesso-me incapaz de fazer uma lista definitiva das gravações da Lady 'Day, embora tenha tentado. Há uma autenticidade nestas gravações, uma perfeita adequação interpretativa, que raramente encontro noutras vozes do jazz. Há interpretes de quem gostamos tanto, que queremos nos apropriar das suas canções, da sua arte. Mas, afinal, acabam por ser eles a apropriarem-se de nós!!

Aqui têm a «playlist» RECALLING BILLIE. Mergulhem no seu universo sonoro: Verão que as melodias e letras, na sua voz, carregam muita energia. Não sei explicar a atração que sinto, mas acabo sempre por voltar à Billie Holiday.

  Playlist RECALLING  BILLIE 



ATUAÇÕES AO VIVO:









segunda-feira, 8 de julho de 2024

TEA FOR TWO, TAHITI TROT & ETC (Segundas-f. musicais nº8)




 Tahiti Trot Shostakovich Op. 16 *

TEA FOR TWO ART TATUM 1939 [Aqui, com partitura ]


NAT KING COLE ON PIANO - TEA FOR TWO


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* Oiça o Tahiti trot por um quinteto de sopros. O lado humorístico é ainda mais acentuado:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2023/01/obras-de-dmitri-shostakovich-pelo.html

Se não estou em erro, o «Tahiti trot» esteve para ser incluído na suite «Jazz», que inclui a  famosa Valsa nº2

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Na excelente interpretação de Ella Fitzgerald e Count Basie AQUI, pode-se ouvir e ler a letra* da famosa canção.

 (*)

 



 
Picture you upon my knee
Just tea for two and two for tea
Me for you and you for me alone
Nobody near usTo see us or hear usNo friends or relationsOn weekend vacationsWe won't have it known, dearThat we own a telephone
Day will break and you'll awakeAnd start to bake a sugar cakeFor me to takeTo all the boys to see
Oh, we will raise a familyA boy for you, a girl for meOh, can't you seeHow happy we would be?

terça-feira, 3 de outubro de 2023

BILLIE HOLIDAY, «LADY DAY»



«LADY 'DAY» PLAYLIST DE CANÇÕES 

Dedico esta playlist aos que frequentavam comigo o Hot Clube nas décadas de 70-80, quando aprendi a apreciar o jazz e «descobri» a voz e personalidade extraordinárias de  Billie Holiday:



LADY 'DAY




Body and Soul

2


St. Louis Blues

3


Keeps on A-Rainin'

4


This Years Kisses

5


He's Funny That Way

6


Romance in the Dark

7


- Easy Living

8


- Lover Man

9


Lady Sings the Blues

10


- don't explain

11


- I'm a Fool to Want You 

12


 I'll Get By

13


All of Me 

14


Blue Moon

15


Lover Come Back to Me

16


- The Way You Look Tonight

17


I Cover The Waterfront 


18


The Man I Love

19


 - I Can't Give You Anything But Love

20


domingo, 26 de fevereiro de 2023

Samba Triste: Stan Getz / Charlie Byrd / Baden Powell

 

                                                      Stan Getz + Charlie Byrd


  
Baden Powell




Para quem aprecia o reportório da guitarra clássica ou de jazz, consultar a lista AQUI



Na interpretação de Stan Getz e Charlie Byrd, a melodia é executada pela guitarra (a cargo de Charlie Byrd), enquanto o saxofone de Stan Getz elabora improvisos sobre a melodia, usando o famoso tema do flamenco (ele próprio retirado da canção renascentista «Guarda me las vacas»). A utilização do tema do flamenco é também frequente nos fados. A base harmónica é a mesma, pelo que a inventividade reside nas variações. 
Na sua versão original, este Samba Triste é uma pequena amostra da alma lusófona, aqui interpretada pelo seu criador, o genial Baden Powell. É um dos grandes compositores brasileiros, que compôs célebres peças musicando poemas de Vinícius de Moraes, «o branco mais negro do Brasil» que nos traduziu em palavras o mistério e a sedução do Brasil. A sua poesia foi servida por excelentes músicos compositores, que souberam exprimir a música fluida e sensual desta grande nação. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

A QUADRATURA DO CÍRCULO (por André Manoukian)


 André Manoukian é, talvez, o mais genial divulgador de música na «era da Internet». O seu talento ajuda-nos a apreciar o sublime da arte dos sons, num espectro que vai da música clássica, ao jazz e ao pop.  

Veja também este vídeo (abaixo), de uma outra série. É sobre a improvisação em música:

                                            

Espero que, caso não conheçam ainda, explorem estes pequenos vídeos de André Manoukian: São realmente muito pedagógicos e divertidos!


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

I'LL BUILD A STAIRWAY TO PARADISE (SARAH VAUGHAN CANTA GERSHWIN -1957)

Retirei esta linda canção do álbum «Sarah Vaughan Sings George Gershwin»

Não conheço melhor música clássica do jazz que as composições de George Gershwin. 
G. Gershwin nasceu em Nova Iorque (Brooklyn), este judeu de origem russa (nome de nascimento: Jacob Gershowitz), cujos pais emigraram para os EUA. 
A sua criatividade, seu enorme talento e versatilidade, brilham em todos os géneros, tanto de música erudita, como popular. 
Toda a gente conhece a sua obra-prima «Porgy and Bess», mas poucos exploraram a fundo a riqueza da obra deste homem, o compositor Norte-Americano mais celebrado e cujas composições são mais frequentemente utilizadas, quer por formações de orquestra «clássicas», quer por bandas de jazz ou pop.
Quanto à arte de Sarah Vaughan, pode apreciá-la na «playlist» que criei há algum tempo: 
Creio que o reportório de George Gershwin não pode encontrar melhor interprete, embora conheça e aprecie as maravilhosas versões de Gershwin de grandes vozes do jazz, como Billie Holiday ou Ella Fitzgerald. Mesmo assim, prefiro as interpretações de Sarah Vaughan. 


 All you preachers

Who delight in panning the dancing teachers Let me tell you there are a lot of features Of the dance that carry you through The gates of Heaven It's madness To be always sitting around in sadness When you could be learning the steps of gladness You'll be happy when you can do Just six or seven Begin today You'll find it nice The quickest way to Paradise When you practice Here's the thing to know Simply say as you go I'll build a stairway to Paradise With a new step every day I'm gonna get there at any price Stand aside; I'm on my way I've got the blues And up above it's so fair Shoes, go on and carry me there I'll build a stairway to Paradise With a new step every day




quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

BILLIE HOLIDAY: «KEEPS ON RAININ'»



Letra

One dark and stormy night
Big John was feeling blue
Ain't he didn't seem right
So he didn't know just what to do
I said do please tell me
Ain't you satisfied?
He looked around so pitiful
And to me he replied
Keeps on raining, look how it's raining
Daddy, he can't make no time
Wind keeps blowing, cold wind's blowing
Soon I'll find
In the winter time when it starts to snow
I know, Billy, you've got to have some dough
Keeps on raining, I know how it's raining
Daddy, he can't make no time
"Ain't the snow just beautiful?"
Some people say
But I'd rather see it
In a fine movie play
Keeps on snowing
Look how it's snowing
Your daddy, he can't make no time
No, your daddy, he can't make no time

(Spencer Williams / Max Kortlander)

 Billie Holiday tem aquele «jeito» na voz, que se apropria do conteúdo e faz com que as canções fiquem como «sua propriedade». Muitas das interpretações* são inolvidáveis. Esta é uma delas. 
A música, ao estilo das jazz-band do Sul, é magnífica e faz pensar nas gravações originais dos Blues de Bessie Smith. A letra é fantástica: Consigo visualizar o diálogo entre a cantora e «Big John», como se estivesse no cinema. Em filigrana, a vida difícil do trabalho à jorna; quando não podiam trabalhar por causa do mau tempo, não ganhavam («Daddy, he can make no time»...). 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

KURT WEILL: «YOUKALI» & «DENN WIE MAN SICH BETTET...»

 É sempre importante saber-se elementos da biografia de um compositor, quanto mais não seja, para se compreender melhor o contexto em que realizou esta ou aquela parte da sua obra. No caso de Kurt Weill, esse conhecimento sobre a sua vida é indissociável do conhecimento das tragédias que assolaram a primeira metade do século XX. Além de que ele compôs belíssimas peças musicais, motivo de admiração em si mesmas, tenho um respeito enorme pelo homem e fico estarrecido perante a completa ignorância dalgumas pessoas que se «julgam sabedoras» de música.  

Youkali é uma canção célebre composta por Weill para a opereta de Jacques Deval, " Marie Galante ", estreada em 1934. É um tango-habanera; esta música tem um ritmo de dança bem popular, que não difere estilisticamente do que os compositores tradicionais do tango compunham. Mas, a letra (1) tem muito idealismo e está relacionada com a história de Maria Galante, como seria de esperar. Ela transmite a força dos que «estão por baixo», oprimidos mas não derrotados, porque querem ter esperança, querem emancipar-se da condição de escravidão em que se encontram.

                                                                                                    
           
(1) «Youkali» cantado por Lianka Bedeschi 
(Letra de de Roger Fernay, música de Kurt Weill)

A segunda composição por Kurt Weill está integrada na peça de Berthold Brecht, «Ascensão e Queda da Cidade de Mahagony» nascida antes da famosa ópera dos Três Vinténs. A mesma peça possui outras partes cantadas, a mais célebre das quais é «Alabama Song». 

Creio que a canção aqui apresentada tem algumas maravilhas escondidas, que revelam todo o génio de Kurt Weill. Por exemplo, a preocupação em fazer com que o auditor capte bem a letra. A parte inicial, um recitativo cantado, dá-nos o contexto «moral» e «social», sobre o qual  se desenvolve o discurso a partir da frase-feita ou provérbio  «Deitas-te na cama que tu próprio fazes». 

Note-se que o provérbio tem o seu sentido inicial subvertido, visto que Brecht enfatiza que nós somos humanos, que não sejamos como «bestas». Para uma análise aprofundada da «Song» (canção) e da ópera na qual se insere ver AQUI. Weill compõe um «jazz blues», com ritmo quaternário, de tempo moderado, evocando as marchas de New Orleãs. Esta fusão conjuga-se com soluções harmónicas audazes. 

Note-se que as obras de Kurt Weill mereceram um auto-de-fé, pelos nazis. Ele foi designado de judeu-bolchevique e isso - em si mesmo - já consistia num «crime» para os adeptos de Hitler. A etiqueta de «arte degenerada» era facilmente aceite pelas pessoas mais convencionais da época, pelo aspecto «chocante» das audácias harmónicas, e da fusão da ópera com a música popular e o jazz.




(2) «DENN WIE MAN SICH BETTET» cantado por Hanne Wieder (Brecht / Weill) Meine Herren, meine Mutter prägte Auf mich einst ein schlimmes Wort: Ich würde enden im Schauhaus Oder an einem noch schlimmern Ort. Ja, so ein Wort, das ist leicht gesagt, Aber ich sage euch: Daraus wird nichts! Das könnt ihr nicht machen mit mir! Was aus mir noch wird, das werdet ihr schon sehen! Ein Mensch ist kein Tier! Denn wie man sich bettet, so liegt man Es deckt einen da keiner zu Und wenn einer tritt, dann bin ich es Und wird einer getreten, dann bist’s du. Meine Herren, mein Freund, der sagte Mir damals ins Gesicht: "Das Größte auf Erden ist Liebe" Und "An morgen denkt man da nicht." Ja, Liebe, das ist leicht gesagt: Aber wenn man täglich älter wird Da wird nicht nach Liebe gefragt Da muß man seine kurze Zeit benützen Ein Mensch ist kein Tier! Denn wie man sich bettet, so liegt man, usw.

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PS1: O texto abaixo é uma tradução em francês do original em alemão.

Messieurs, ma mère m’a prédit l’avenir le plus sombre :
Tu finiras à la morgue, disait-elle
Ou dans un lieu pire encore…
Oui, tout ça c’est facile à dire,
Mais moi je vous le dit : c’est du vent !
Vous n’aurez pas ma peau comme ça !
On verra comment je finirai…
On n’est pas des chiens !
Comme on fait son lit on se couche
Personne ne vient border personne
C’est moi qui te marcherai sur les pieds,
C’est toi qui seras piétiné !
Messieurs, mon ami ma disait,
En regardant dans les yeux :
« ce qui compte sur terre, c’est l’amour »
Et « ne songe pas au lendemain. »
Oui, l’amour c’est facile à dire :
Mais tant qu’on vieillira tous les jours
On n’aura pas la tête à l’amour,
On voudra profiter du peu de temps qu’on a.
On n’est pas des chiens !
Comme on fait…
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PS2: A tradução usada por Pia Colombo «Comme On Fait Son Lit On Se Couche» é diferente, mas exprime as mesmas ideias.

PS3: Oiça a interpretação de Gisela May : 
Aufstieg und Fall der Stadt Mahagonny, Act I, Scene 11: "Denn wie man sich bettet, so liegt man"

PS4: Outra pouco conhecida e linda balada de Kurt Weill, com Kiri Te Kanawa e Andre Previn: 

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

SARAH VAUGHAN - «WHAT IS THIS THING CALLED LOVE» (Cole Porter)




Uma das mais belas composições de Cole Porter, pela fenomenal Sarah Vaughan, no auge das capacidades vocais. 
São dois minutos e 5 segundos, de gravação ao vivo, cheia de swing e bebop! 

Sassy Swings The Tivoli ℗ 1963 The Verve Music Group, a Division of UMG Recordings, Inc. Released on: 1963-10-01 Producer: Quincy Jones Associated Performer, Bass Guitar: Charles Williams Associated Performer, Drums: George Hughes Associated Performer, Piano: Kirk Stuart Composer Lyricist: Cole Porter

 


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

ELLA FITZGERALD, AO VIVO «TAKE THE A TRAIN»


                                               https://www.youtube.com/watch?v=cjMjsaddCac


Um cume de improvisação de jazz, utilizando seus recursos vocais fabulosos.

Take the A Train é um standard de jazz, composto em 1939 por Billy Strayhorn, com letra de Joya Sherrill.
Foi orquestrado e gravado pela primeira vez por Duke Ellington, em 1941.


A atuação aqui apresentada foi gravada no «The Crescendo» em 1961.
A acompanhar Ella Fitzgerald, estavam...
piano: Lou Levy
guitarra: Herb Ellis
contrabaixo: Wilfred Middlebrooks
bateria: Gus Johnson

terça-feira, 10 de agosto de 2021

[Playlist] A IMORTAL SARAH VAUGHAN


Uma voz tão extensa, uma expressividade sempre tão apropriada, uma presença perene, mesmo que tenha morrido há mais de 30 anos ...

Realmente, adorava que novas vozes de igual talento, despontassem na nossa época. Mas não encontro... se calhar existem, mas eu não conheço!

Entretanto, enquanto não descobrir os talentos contemporâneos, que igualem esta grande dama da música negra americana do século XX, vou ouvindo Sarah Vaughan.

E quero partilhar contigo estas jóias de puro prazer !

          https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IN35H9A6CiUXdOMJG3


How High the Moo



2:35
If You Could See Me Now
2:50
I'm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter
2:27
The Nearness of You
3:20
Black Coffe
3:16
Ain't Misbehavin'
3:00
Mean to Me
2:57
Perdid
2:30
Nice Work If You Can Get It
2:35
Come Rain Or Come Shine
3:24
Summertime
3:15
The More I See You
3:16
Sarah Vaughan: They Can't Take That Away From Me
2:42
Seperate Ways
3:02
Misty
2:59
Body and Soul
3:12
Lullaby of Birdland
3:59
Close to You
3:06
Say It Isn't So
2:50
It's Magic
3:10
Do It Again
3:14
You're Just in Love
3:42
'S Wonderful
2:29
Pennies from Heaven
3:05
If I Knew Then (What I Know Now)
2:30
Last Night When We Were Young
2:53
September Song
5:43
Out of This World
2:30
In a Sentimental Mood
4:06
My Favorite Things
2:46
Sarah Vaughan ft Count Basie Orchestra - You Go To My Head (Roulette Records 1961)
4:56
Over the Rainbow (Digitally Remastered)
3:09
Sarah Vaughan - Vanity (Roulette Records 1961)
4:23
Tenderly
2:31
All Of Me
3:19
Don't Look at Me That Way
2:17
Sarah Vaughan - (In My) Solitude (Roulette Records 1964)
4:01
Everything i have is yours
2:52
Sarah Vaughan ft Jimmy Jones Orchestra - Stormy Weather (Roulette Records 1960)
3:34
Sarah Vaughan - All or Nothing at All
3:13