Quando se invoca a tolerância, não é certo que estejamos todos a falar da mesma coisa; ou que uma equivale à outra.
Detalhando:
1) A tolerância, entendida do ponto de vista do poder, é a atitude daquele que pode sancionar, mas que prefere não agir, porque a conduta a sancionar não põe em causa o seu próprio poder.
Perante os súbditos, pode capitalizar este «espírito de tolerância», que afinal não é senão uma táctica, pois se as coisas começarem a tornar-se ameaçadoras para o seu poder, então já não hesitará em aplicar a sanção.
2) A tolerância que consiste em dar o benefício da dúvida aos opositores, mesmo quando estes se opõem às nossas convicções mais profundas. Somos tolerantes, se aceitamos que as nossas convicções por muito legítimas que sejam, não o são mais do que as convicções dos outros.
Em termos mais profundos, este termo recobre duas concepções muito distantes do mundo e da forma em lidar com ele:
- No primeiro caso, está-se na órbita do mundo do poder, dos que avaliam tudo e todos em termos de poder, de «estar por cima...»
- No segundo, procura-se a equidade, confia-se no ser humano. Quem adopta tal postura não pretende ser «aquele que sabe»... Pelo contrário, mantém abertura para a perspectiva do(s) outro(s), sem necessitar de deitar pela borda fora a sua própria perspectiva.
As três grandes religiões monoteístas, no Ocidente, produziram um caldo de cultura que é, hoje, a Europa, juntamente com a herança grega. Foi essa cultura que se disseminou por toda a bacia mediterrânea, durante séculos. Nem sempre foram relações fáceis, mas esquecemos que - nos intervalos das cruzadas, conquistas e guerras de religião diversas - houve períodos de cruzamento genético, cultural, civilizacional.
É isso que faz com que esta zona do Mundo seja tão especial.
O Estatuto de Jerusalém está estabelecido desde 1950, pela ONU, como Cidade Santa, de facto não pertença de um Estado, embora esteja situada no território de Israel-Palestina. É a Jerusalém celeste e terrestre.
O facto de Israel pretender transferir a sua capital para Jerusalém é visto em TODO o mundo como uma violação ostensiva do frágil equilíbrio e de querer acabar com uma luz de esperança que ainda luzia no olhar das gentes dessa região e da «diáspora» palestiniana.
A intenção proclamada de transferir a embaixada dos EUA junto de Israel, para Jerusalém e a declaração reconhecendo esta cidade como capital do Estado de Israel, vem contrariar toda a tradição diplomática dos EUA como mediador «neutral» no pós-Segunda Guerra Mundial.
O que fez o seu presidente, Donald Trump, explica-se segundo Paul Craig Roberts, pela política interna dos EUA. Trump, assediado com casos fabricados contra ele para o controlar, como o «Russiagate» e outros escândalos fabricados, decidiu jogar a carta do apoio incondicional ao Estado de Israel, assim tendo a seu lado o poderoso lóbi pró-sionista, o qual inclui não apenas a AIPAC (uma poderosa associação de amizade com Israel), como também Igrejas Evangélicas (não todas, apenas uma parte), que sonham com uma unificação da religião Judaica com a Cristã, no fim dos tempos, que - segundo eles - está próximo. São estes lóbis que - nos EUA - decidem da eleição ou não de deputados, senadores e presidentes...
Porém, o problema é simples de enunciar, embora muito complexo na sua resolução:
- Aquando da Declaração Balfour (1917) criou-se uma situação explosiva, pois se sobrepôs uma legitimidade «histórica» a outra, aliás não menos histórica, decorrente dos séculos de ocupação otomana.O Mundo estava um caos, mergulhado na 1ª Guerra Mundial; as pessoas não deram importância ou apenas viram um lado do problema.
- Actualmente, isto resultou (em 1947) num Estado - Israel - cujas leis e princípios constitucionais discriminam com base na religião e na etnia. Isto está em contradição com os princípios proclamados da ONU, da qual este Estado é membro (situação criada pelo Conselho de Segurança da ONU dessa época, que incluia a URSS).
- Os espoliados e sobreviventes dos diversos episódios sangrentos desde a independência de Israel não podem aceitar as promessas não cumpridas.
São levados a cometer - por vezes - actos de desespero, vendo que a injustiça de que são vítimas não suscita mais do que «lágrimas de crocodilo» dos EUA, dos ex-poderes coloniais na região (França e Inglaterra; veja-se o acordo secreto Sykes-Picot) e das diplomacias mundiais.
- A paz na zona precisa do contributo das três grandes religiões monoteístas, entendidas enquanto diversas formas de prestar culto a Deus.
Estas têm de ser a inspiração dos poderes seculares, evitando a exaltação de «razões» religiosas, étnicas, históricas, ou outras, para continuar a manter reféns, numa guerra sem fim, tanto os povos de Israel-Palestina, como de todo o Médio Oriente.
Só quando houver uma paz verdadeira e justa em Jerusalém, o resto do Mundo poderá ter também condições para viver em paz.
Vejam AQUI a curta e esclarecedora resposta de M. Armstrong a um crente do aquecimento climático antropogénico.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS SIM, CLARO... HOUVE CONSTANTEMENTE, AO LONGO DE TODA A HISTÓRIA GEOLÓGICA...
Se existe algum consenso, é SOMENTE em torno da afirmação acima!
Se quiseres saber as causas de complexos fenómenos, como a evolução climática, então terás de estudar muitos aspectos; não é apenas compreender a fundo o efeito de estufa - é preciso ainda mais!
Tens de compreender fenómenos físicos complexos, mas igualmente a biologia evolutiva, a geologia, a astronomia.
Confesso que fico estarrecido com toda a prosápia dos que afirmam a validade INQUESTIONÁVEL de uma teoria, a do aquecimento antropogénico do clima.
Eu imagino que - se estivéssemos no século XVI, ou lá próximo - a questão já estaria resolvida; acendiam umas fogueiras e queimavam os hereges, os que se atrevessem a pôr em dúvida o «veredicto inapelável» da ciência oficial.
- FOI E CONTINUA A SER UM ESPAÇO DE DEBATE TEÓRICO E PRÁTICO SOBRE AS EVIDÊNCIAS E AS METODOLOGIAS QUE SE APLICAM. TUDO O RESTO, É DOGMATISMO E/OU DEMAGOGIA.
Vem este título a propósito do excelente «happening comunitário», evocando as cheias de 1967, a peça «A lama nos bolsos», apresentada ontém, no teatro municipal Amélia Rey Colaço de Algés, em récita única (?).
Excelente trabalho colectivo da equipa, sobretudo de amadores, que actuou nesta peça e que pacientemente a montou, durante meses.
Curiosamente eu, com 13 anos na altura das cheias de 1967, tinha memórias desse acontecimento, mas não da dimensão trágica do mesmo.
Reflectindo hoje sobre o espectáculo que vi, veio-me a reflexão seguinte:
- As mais importantes mudanças que ocorreram nesta sociedade não são as mais visíveis, são as mudanças subterrâneas.
Digo isto porque as pessoas concretas, as comunidades, não esquecem as tragédias passadas e organizaram este evento de memória, em solidariedade para com as vítimas dos incêndios mortíferos e devastadores deste verão e outono, em Portugal.
um grande obrigado musical à mulheres e homens, que construíram este espectáculo
O fétiche do homem civilizado é o dinheiro. Mas esse deus é muito ciumento do culto que os homens lhe prestam. Não deixa que outros deuses, que já foram grandes, voltem a invadir o domínio cognitivo-mental do homem, desviando-o do seu culto, da sua sacralização.
Nos finais do século XIX, a Arte surgiu - por breves instantes- como deusa adorável: «A Arte pela Arte»... Porém, num contexto em que a deusa Fortuna tinha entreaberto - só um mínimo, é certo - aos artistas, a sua cornucópia.
Depois, substituiu-se a Arte pela deusa Fortuna, revestida porém das aparências daquela antiga deusa, que destronara.
O mesmo processo geral, embora por caminhos diversos, pode ser retraçado observando outros ícones/deuses: A Beleza feminina deixa de ser o reflexo/imagem da Natureza ou de Deus no mundo; deixa de ser a excelência da Criação.
Passa a ser sinónimo do deus dinheiro, pois - nos dias de hoje - com «estéticas», maquilhagem, roupa de estilista e umas aulas de modelo, qualquer mulher jovem pode desfilar nas «passerelles», ou seja, vender sua imagem como chamariz para uma marca de luxo... Sempre a adoração ao deus dinheiro.
Poderia continuar, num sem-número de exemplos, falando da religião, da família, da moral, da ética, da política, etc. Deixo ao leitor o cuidado de preencher as minhas lacunas. Realmente, meu intuito aqui é outro; pretendo reflectir e deixar um aviso sobre o deus dinheiro. A extensão do seu poder é bem maior do que se julga, como se pode verificar pelo seguinte: os mais assíduos cultores do deus dinheiro são ... quem menos se espera. Refiro-me aos que dizem detestá-lo, mas lhe prestam um culto secreto. Rancorosos, são difusores de uma «moral» da inveja e da vingança. São homens desses que, caso tomem o poder, com a maior das boas consciências, irão expropriar ricos e pobres dos seus bens, de suas propriedades e até da sua vida.
Julgará o leitor que eu penso que não existe nenhuma pessoa sincera, que realmente não preste culto ao dinheiro? Sem dúvida que sim, que existem tais pessoas! Mas essas tais pessoas não podem (ninguém pode, aliás) ser «servas de dois Senhores».
Leonardo da Vinci, pintou (?) o «Salvador do Mundo» ou seja, representou «O Homem, Filho de Deus, senhor todo poderoso do Universo».
Não sei se este quadro é falso ou não (até pode ser atribuído a Da Vinci e ser de um discípulo seu); não sei quem foi o ricaço que o adquiriu no leilão da Christie's, pela soma de 450 milhões de dólares. Sim, leu bem, não é erro da minha parte!
Isto é - antes de mais - muito simbólico: o deus dinheiro tomando posse dos deuses da arte, da beleza, da sabedoria e do génio. É simbólico de muitas maneiras, porque o dinheiro é um símbolo, a arte é altamente simbólica, também devido ao estarrecedor montante da compra e de ser num leilão, supra-sumo do culto ao dinheiro...
Mas, pouco tempo depois da transacção - suprema ironia - o referido deus dinheiro começa a perder o seu valor, vai encolhendo, retraindo-se, até não valer virtualmente nada! - Nessa altura, ficarão arruinados muitos magnates que compram obras de arte na Christie's. Perante uma crise sistémica, ficará destruída quase toda a riqueza, pequena ou grande, pública ou privada: Muita gente irá sofrer, a maioria das pessoas, sejam elas das classes média ou pobre! Nessa altura os adoradores do deus dinheiro (ricos e pobres) ficarão enraivecidos e haverá muito sangue e destruição.
- Será o prenúncio duma crise cataclísmica ? - Alguns pensam que sim. É certo que se acumulam sinais de que o sistema monetário mundial se dirige para uma transformação profunda. Pensa-se que não ocorrerá apenas mais uma crise cíclica habitual, daquelas típicas do capitalismo.
Mas não sou profeta, não sei o que o amanhã irá trazer.
Padroeira de Portugal e das Forças Armadas Portuguesas,
e dia feriado instaurado por Salazar*
AULA DE EDUCAÇÃO SEXUAL..com MONTY PYTHON,
( ESTAS REVISÕES NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM)
UMA INESQUECÍVEL LIÇÃO DE HUMOR
Vale a pena explorar TODA A FILMOGRAFIA dos geniais MONTY PYTHON!
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* Citando:
«Mesmo o feriado da Imaculada Conceição, que é formalizado em 1948, é celebrado durante anos como o Dia da Consagração de Portugal a Nossa Senhora.
"Não se celebrava o dogma. O salazarismo manteve sempre a separação entre Estado e Igreja, apesar da grande influência da Igreja. Os feriados eram sempre celebrações cívicas", afirma o historiador.
Em 1952, Salazar acaba com o 31 de Janeiro e o 3 de Maio e junta três festas católicas à Imaculada Conceição (8 de Dezembro), ao Natal e ao 1.º de Janeiro, assim nascendo o Corpo de Deus (móvel), o 15 de Agosto (Assunção de Maria) e o Dia de Todos os Santos (1 de Novembro).»
Temo que se trate de um rastilho para uma explosão de violência, a calculada jogada do Governo dos EUA, dominado pelo lóbi pró-Israel, de transferir sua embaixada em Israel, de Tev-Aviv para Jerusalém.
Compreendamos que esta manobra está carregada de simbolismo e tem uma mensagem clara de incondicional apoio à agenda sionista, a todos os níveis, mesmo com violação do estatuto de Jerusalém como «cidade santa».
O Papa reagiu e bem. Mas devemos ter em conta os fanáticos das religiões monoteístas, que se combatem uns aos outros, durante séculos; são eles que estão em pé de guerra.
Não que - no fundo - lhes interesse preservar o estatuto religioso deste local, como confluência das três grandes religiões monoteístas, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo! Mas, como luta para preservar situações:
- a situação colonial herdada da declaração Balfour (que agora completou um século), em que a Palestina é dada a colonos judaicos, de origem europeia, o monopólio sobre um território antes debaixo do império Otomano.
- a situação de um país - a Palestina - que tarda em ser reconhecido plenamente, devido à insistência da super-potência dominante em jogar o jogo dos colonialistas sionistas.
- por fim, a situação de permanente desautorização a que chegou a ONU, neste assunto da Palestina, mas que se alarga a outros.
Que eles (os dirigentes de Washington coligados com os sionistas) façam isso sob chantagem ou voluntariamente... não tenho a certeza, mas é secundário!
Vejo que não existem reais boas vontades, de parte a parte; existe rancor acumulado e a «política do facto consumado».
Estamos perante mais um desenvolvimento da longa «guerra assimétrica», de libertação (incompleta) de uma situação colonial.
- Os passos que a resistência palestiniana possa dar, têm de ser muito cuidadosos, para não cair numa armadilha, preparada pelos sionistas, com o beneplácito dos seus mentores, em Washington.