sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SOBRE A UTILIZAÇÃO DO TERRORISMO PELO ESTADO

Aquilo que ireis ler talvez vos choque; isso não será surpreendente, pois as pessoas são mantidas na ignorância e nada há de mais chocante que descobrir-se que se esteve na ilusão. 

Já estou farto da atitude bem-pensante de fazer um discurso emotivo a cada ataque terrorista. Os bons sentimentos não são análise política ou social.

Las Ramblas terror: Barcelona hit with two attacks

Quando ocorreu este último ataque supostamente da responsabilidade do «ISIS» nas Ramblas de Barcelona, logo identifiquei uma série de assinaturas, mas não as que se costuma apregoar nos media com mais insistência. Aquilo que eu identifiquei logo foram pequenos detalhes como o aparecimento de um passaporte marroquino, no local do atentado... o facto de a polícia ter vigiado o indivíduo causador do morticínio, sendo de repente retirada essa vigilância.  
As pistas de ataque de «falsa bandeira» abundam. 
Um dia depois do atentado vem-se a saber que o principal suspeito foi mortalmente alvejado (executado) em Cambrils. Este comportamento é recorrente em todas as intervenções da polícia no rescaldo de ataques terroristas. Isto quer dizer que eles têm ordens de não deixar ninguém com vida: 
- porque assim não serão julgados e não haverá revelações em tribunal sobre o financiamento, a vigilância através de agentes encobertos ou informadores, etc., o que poderia desmascarar os poderes!

Uma falsa bandeira é uma ação que é atribuída a um lado, sendo na realidade da autoria do lado contrário. No presente, os ataques fabricados, que depois são atribuídos a grupos ou indivíduos terroristas são cerca de 95% segundo analista reformado da CIA. 

Os meios de infiltração de agentes que transmitem informações aos respetivos responsáveis dos serviços secretos não podem ser menores do que nos princípios do século XX. Ora, há uns anos descobriu-se um diário do chefe da polícia parisiense, da época áurea do terrorismo anarquista («propaganda pelos actos») onde este inscrevia as informações dos seus agentes infiltrados. Aquilo que se discutia numa célula terrorista era logo transmitido ao chefe da polícia de Paris! Temos de partir do princípio que - com os meios poderosos das polícias e agências de «segurança» atuais - a sua capacidade de monitorizar as células terroristas existe!

Então, pergunta-se por que motivo as polícias e outros corpos do Estado não reprimem, como seria o seu dever, estes grupos para que atentados como o de Barcelona não aconteçam?

As pessoas estão habituadas à teoria do «lobo solitário» como um elemento essencialmente incontrolável. Não acredito em tais teorias de «lobos solitários». Muitos ataques atribuídos no passado a lobos solitários tinham afinal por detrás organizações, células de apoio. 
Estou convencido de que os elementos das células terroristas são monitorizados pelos serviços de segurança. No momento em que os que controlam esses serviços acharem conveniente, um plano de atentado - que é do conhecimento prévio deles - é deixado correr, até se realizar. Com isso, os que controlam as polícias secretas podem jogar com o medo das pessoas. Podem obter dividendos políticos. O medo passa a fazer parte do quotidiano das pessoas. 
Lembremos que, em França, a resposta das pessoas à vaga de atentados conduziu a uma mudança de atitude, mas não no sentido de um maior poder e controlo das pessoas, nem a uma maior transparência do aparelho de Estado. Macron e toda a sua política são os garantes de uma perpetuação do poder - verdadeiro - do grande capital, da alta administração pública, das altas hierarquias policiais e militares. 
Em Espanha, o risco de desagregação do Estado espanhol, com as tentativas de independência da Catalunha seriam um golpe demasiado grande para a oligarquia. Este atentado vem no ponto exato para suscitar nas pessoas um reflexo identitário, xenófobo, retraimento de medo, permitindo que «votem bem» ou se abstenham (o efeito mais provável) aquando do próximo referendo pela separação da Catalunha do Estado Espanhol. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

DESPEDIMENTO DE ENGENHEIRO NA GOOGLE E O POLITICAMENTE CORRETO

A TIRANIA DO POLITICAMENTE CORRETO JÁ CHEGOU LONGE DEMAIS

Porque motivo o caso do despedimento de James Damore - engenheiro na Google-  é tão importante. 

A TIRANIA DO POLITICAMENTE CORRETO é um aspeto muito importante da falta de liberdade de expressão e de opinião, especialmente em certos meios. 
Temos agora o caso de um jovem engenheiro da Google que escreveu um artigo interno, destinado a corrigir aquilo que considerava incorreto: a política de «igualdade de género» da Google, postula - como um dogma - que não existem diferenças entre os sexos. 
Ora, tem muita razão, este jovem engenheiro (um doutorado em engenharia informática que estudou também biologia). 
Não há no seu artigo nada de polémico, ele é mesmo prudente nas suas formulações e apoia-se em dados científicos consensuais (ver acima o link para o artigo).
Então porquê esta perseguição, este «caso»? 
- Eu penso que é sintoma de uma doença de perversão total da democracia nos EUA. 
É sintoma da ausência de verdadeiro debate e de terrorismo totalitário que se instalou há bastante tempo em muitos locais, sobretudo em determinados círculos de poder: as universidades, as mega-corporações. 

Esta situação suscita-me as seguintes reflexões:

Além dos poderes tradicionais dos Estados e das corporações, existem poderes diversos nas sociedades, que podem - em última instância- estar ao serviço do Estado ou Corporações, ou de ambos, mas que dispõem de uma certa autonomia, em termos teóricos, dispõem duma aparente liberdade: estou a falar da media e da academia

São locais onde a discriminação por defender ideias, sejam elas quais forem, tem uma ressonância mais forte. Isto é devido a nos dizerem que a liberdade de pensamento e de expressão, seria a base da sociedade liberal democrática, a base mesmo da nossa civilização. 

Foi-nos inculcado o mito de que académicos e jornalistas seriam pessoas totalmente livres de exprimir a sua opinião, mesmo quando em contradição com as correntes predominantes. 

Na verdade, é exatamente o contrário que se passa! 
Os académicos e os jornalistas, só conseguem adquirir e reforçar a sua posição dentro das instituições e nos respetivos meios sociais se forem praticamente submissos ao status quo, sendo apenas tolerada uma «extravagância», mas nunca algo que possa ser um verdadeiro desvio ao sacro-santo «consenso»... 

Isto é, sem dúvida, um ambiente totalitário, bem semelhante aos períodos do totalitarismo Estalinista, nos países da órbita soviética, e também na época da «Revolução Cultural» na China de Mao.  

Tudo isto está relacionado com a política e a «cultura» identitária: segundo esta, as pessoas definem-se pelas «identidades»... de género, de orientação sexual, de «raça», de cultura, etc... Este modo de ver as pessoas é completamente estereotipado, dogmático, mas são justamente os portadores destes estereótipos e dogmas que detêm o poder em muitas instituições importantes. 
Como uma polícia religiosa, como uma Inquisição, lançam anátemas, ostracizam, perseguem e vão ao ponto de excluir do emprego alguém com uma visão de uma profundidade muito maior e mais científica que eles. 

Este jovem engenheiro só cometeu um erro: não tinha compreendido que eles não estavam interessados na verdade, mas apenas na obediência a um dogma (absurdo) da «igualdade de género». 
Ainda bem que ele veio cá para fora  e explicou o que se passou; assim sabemosqual o tipo de sociedade que a Google e os polícias do espírito (= politicamente correto!) promovem! 

sábado, 12 de agosto de 2017

CATACLISMOS E COLAPSOS CIVILIZACIONAIS



Graham Hancock tem defendido, desde o seu famoso livro de 1995 «Fingerprints of the Gods», até ao mais recente «Magicians of the Gods», a existência de uma civilização muito avançada no período anterior a 10,500 B.C. ( ou seja há 12,500 anos atrás), que foi quase completamente obliterada por uma catástrofe global durante um período geológico designado o «Dryas recente». Num período de tempo muito curto, o nível do mar subiu imenso, inundando civilizações costeiras, um pouco por todo o lado, em consequência do degelo acelerado da calota glaciar que recobria as zonas setentrionais dos continentes norte americano e eurasiático. 


Os factos de um grande dilúvio estão inscritos na geologia em vários pontos da América do Norte, mas também na costa sul da Índia ou na Indonésia. Não irei  detalhar aqui, pois as pessoas realmente interessadas terão todo o prazer em descobrir por elas próprias as argumentações baseadas em descobertas científicas, que «Magicians of the Gods» (2016) contém. 
Outro aspeto de grande interesse do livro é que a catástrofe - quer tenha sido causada por um cometa gigante que se fraturou e atingiu a referida calota glaciar (segundo Hancock), ou por outra mecânica- foi responsável pelo desaparecimento dessa rica civilização «ante-diluviana» e a dispersão pelos quatro cantos do planeta dos sobreviventes causou o brusco e inexplicável aparecimento de obras de escultura, arquitetura e agricultura, em povos tidos como meros «caçadores recolectores» pela arqueologia convencional. 
Hancock explica esse florescimento brusco como resultando de uma transferência tecnológica e cultural, dos refugiados (com nível de civilização mais avançada) para comunidades de caçadores-recolectores, que os acolheram.

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Mas a humanidade ficou «amnésica» do período anterior, não reconhecendo estes vestígios como aquilo que são, tentando encaixar as descobertas como Gobekli Tepe num enredo compatível com a cronologia e sequência linear que caracteriza a narrativa da História e pré-História. 

Os Europeus ou ocidentais têm um meta modelo de «progresso» linear entrincheirado no seu modo de pensar: portanto, creem sempre que o passado era mais «primitivo» que o futuro, nas suas grandes linhas. Não admitem que tenha havido estádios mais avançados do conhecimento humano que foram simplesmente varridos por cataclismos.
 A ruína de «Atlantis», chamemos assim a civilização destruída há cerca de 12,500 anos atrás, foi causada pela arrogância dos homens face aos deuses, o seu desvio dos sãos princípios de relacionamento entre eles e com os deuses, em suma julgarem-se omnipotentes e donos da moral. Esta foi a justificação que Solón, o antepassado de Platão, recebeu dos sacerdotes do templo egípcio que lhe revelaram a existência de Atlântida e sua destruição, tal como o filósofo ateniense descreveu do Timeu. 

Agora, estamos numa zona de grandes turbulências, pois há várias situações potencialmente perigosas que se têm vindo a instalar - qual a menos grave ou mais grave, não sabemos - as quais podem muito bem desencadear a derrocada do mundo como o conhecemos: com efeito, desde há uns anos temos vindo a assistir a guerras monetárias, seguidas de guerras comerciais e com situações de guerras quentes, mais ou menos controladas, mas que podem despoletar-se e generalizar-se a qualquer momento. 

Estas políticas dos grandes poderes, quer sejam nos domínios monetário, económico, político, militar, têm vindo a criar as condições de um conflito armado generalizado, o qual acabaria, de uma ou outra forma, por se tornar nuclear. 
Muitas pessoas não compreendem que a grande probabilidade de um conflito nuclear não virá de uma potência que decida à partida, à «traição», disparar um ataque nuclear devastador sobre o adversário. Não; este cenário é o menos provável. 
O mais provável, é que se dê uma confrontação armada entre duas potências nucleares, numa primeira fase somente com armamentos «convencionais», parecendo que há uma certa restrição de parte a parte, no início. Mas, com o evoluir dos acasos da guerra, uma das potências pode ficar em situação realmente crítica, em perigo de derrota iminente. Nesse momento, em desespero, poderá lançar um ataque nuclear, na esperança fútil de que seus inimigos fiquem de tal modo abalados que deixem de ter capacidade de resposta (ou de vingança). 
Mas, claro, as maiores potências nucleares - USA, Rússia, China - têm dispositivos que asseguram que a sua capacidade de resposta não será aniquilada num primeiro ataque (basta pensarmos nos submarinos, com mísseis nucleares, que estão sempre a circular pelos mares).
Quando penso que estamos aqui e agora no início do 3º milénio a temer (com razão) uma guerra generalizada (a IIIª Guerra Mundial já começou?), a qual se transformará em nuclear, num momento ou noutro, sinto um certo desespero pela cobardia, mesquinhez e loucura «branda» dos homens que dirigem o mundo, mas também pelos que - como carneiros - os seguem e caem em todas as armadilhas para se deixarem levar, ignorando obstinadamente aquilo que realmente conta. 
Se o dinheiro, que é afinal um símbolo da acumulação de trabalho e de produção, estivesse a ser empregue apenas em empreendimentos úteis para a humanidade, agora teríamos um período de grande abundância, de desenvolvimento vigoroso das ciências e das artes, de aumento geral da qualidade de vida de todas as populações deste Planeta. Contrariamente a isto, nesta época, temos a generalização de miséria, da violência, do obscurantismo, da ganância...
Não sei (e talvez ninguém consiga jamais demonstrar cabalmente) a verdadeira causa do cataclismo que precipitou a civilização atlante: Graham Hancock coloca a hipótese - do cometa embatendo contra as calotes glaciares do hemisfério norte e causando um degelo súbito -  como mera hipótese. 
Claro que um acontecimento com origem no céu, desta ordem de grandeza «teria de ser ordenado pelos Deuses, zangados com os humanos», segundo a visão das pessoas contemporâneas da catástrofe. Os terramotos, ainda hoje, são apregoados por alguns como «castigo divino», mesmo que as pessoas em causa conheçam a geologia dos fenómenos, seus aspetos tectónicos. 
Não importa tanto a interpretação que se dá sobre as causas dos cataclismos, como constatar a escala devastadora de destruição dos mesmos. 
Hancock propõe que as civilizações de hoje convertam os seus arsenais de morte maciça para rastrear e destruir objetos celestes com vários quilómetros que, potencialmente, poderiam repetir a devastação que a Terra experimentou há cerca de 12,500 anos atrás. 
Existem meios na nossa civilização tecnológica, se assim o quisermos, para prevenção de tais catástrofes; temos o potencial para deflectir a trajetória de um asteroide no espaço. 

Infelizmente, creio que não há consciência acumulada suficiente para uma deliberada mudança de atitude, quando observamos o estado das políticas internacionais. 
Penso que somos governados por uma casta de pessoas primitivas, mesquinhas e violentas, as quais apenas são peritas numa coisa: dissimular o seu verdadeiro jogo, através das propagandas que lançam, dos efeitos de imagem, numa media inteiramente ao seu serviço. 
As populações, ou estão adormecidas, ou hipnotizadas a «crerem» naquilo que lhes impingem como narrativa. As pessoas mais inteligentes, ou se afastam dos cenários políticos, desgostadas, ou tentam em vão educar as outras... as que querem «furor e sangue» contra os seus inimigos!

É preciso um conceito cíclico da História, da Economia, da Civilização, da Natureza, como têm os sistemas de pensamento (filosofia, religião, ciência) dos povos do Oriente... talvez esta parte da Humanidade esteja em condição de fazer prevalecer o bom senso, sobre a casta de dirigentes ocidentais, completamente enredada em mitos autoproduzidos, narcísica, sociopática, criminosa.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

FMI QUER CRIAR A MOEDA DIGITAL* ÚNICA E MUNDIAL USANDO A TECNOLOGIA BLOCKCHAIN

A tecnologia digital criadora do Bitcoin e das outras criptomoedas pode ser usada para libertar a humanidade do jugo dos Estados e Bancos Centrais, mas pode também ser usada para escravizar a humanidade, para retirar-lhe o pouco de autonomia que lhe resta*. 

Quem tem acompanhado os desenvolvimentos do mercado de criptomoedas, por um lado e, por outro, as revelações a conta-gotas sobre as negociações ao mais alto nível entre governos, bancos centrais e o FMI, com certeza já percebeu que eles pretendem que esta crise vindoura, a maior de todas, rebente, por forma a fazer o famoso «reset». 
Somente, eles pensam fazê-lo sob o seu controlo. Todos os bens seriam incluídos na nova moeda digital (o SDR, «special drawing rights»?), que seria - por essência - internacional. 
A criação de uma moeda única, ou seja, a unificação do sistema monetário sob a égide de entidade «neutra», como o FMI ou o BIS (Bank for International Settlements, com sede em Basileia, Suiça), significará - a prazo - um governo mundial único.  

Tenho na mais alta estima o trabalho e a franqueza de Lynette Zang, que é entrevistada neste vídeo. 

Abaixo, reproduzo uma capa famosa de 1998 do «The Economist» (revista possuída por Soros, um bilionário arauto do globalismo), que previa a emergência de uma moeda mundial única para 2018!






(*) (Texto de apresentação do vídeo no site Youtube de SGTReport:) The new Chinese-created ACChain crypto currency blockchain will be the SDR-related world currency that will allow the international banking elite to digitize every tangible asset on earth, and they will then exert total control over all of it. 

                   Image result for tHE Economist cover 1998

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A BRANCURA DO CISNE - AS INDUÇÕES FALSAS

Creio que foi Hume que avançou com o exemplo do Cisne, para ilustração do quão deficiente era a lógica indutiva:

- Todos os Cisnes que conhecemos são aves brancas, portanto o cisne pode ser erigido em símbolo de brancura (e, por extensão, de pureza, etc., visto brancura e pureza estarem associadas na cultura ocidental e noutras).

             


- Porém, quando os Europeus descobriram o continente Americano, verificaram que existiam lá cisnes negros, tão «normais» como os cisnes brancos da Europa. Esta nova raça de cisnes negros, tornava a  expressão proverbial «branco como um cisne» bastante ridícula. Tornava também ridículo o raciocínio indutivo, pois ele toma sistematicamente a parte pelo todo, inferindo que os objectos que não conhecemos são exactamente como os que conhecemos.

Porém, o pensamento contemporâneo é fortemente influenciado pela indução. Basta pensarmos nas estatísticas, nas amostragens que são feitas, na validade ou não de tais estatísticas como «prova» de que determinadas tendências na economia,  na opinião pública, etc. são detectadas e escrutinadas, são avaliadas «objectivamente». 

Talvez a crise das crises, seja afinal, mais profundamente, um colapso da indução como método de raciocínio lógico. Uma incapacidade de avaliar o risco, porque nos colocamos a observar o real com premissas erradas. 
Nassim Taleb retomou a metáfora do «cisne negro» com profunda ironia e sentido de humor, sabendo muito bem que os leitores de Hume identificariam a ligação entre o seu argumento e o enorme espanto da sociedade do século de Hume, ao descobrir, no Novo Mundo, uma raça de cisne negro, da ave símbolo de brancura!

Mas eu pretendo ir além de Hume e de Taleb para ir ao encontro da questão de como nós construímos a nossa realidade. Nós construímo-la ao nos movimentarmos nela. Ela não é um quadro rígido e definido nos quais nós temos de nos encaixar. É antes a nossa própria perceção de nós próprios e do mundo que «constroí» ou «fabrica» o mesmo mundo. Ou seja, teremos que dar razão - até certo ponto - ao filósofo Berkeley, que apontava a impossibilidade de nós conhecermos realmente o real, pois os mecanismos pelos quais alcançamos ou julgamos alcançar a compreensão das coisas e do mundo são apenas os sentidos e o raciocínio. Ora, tanto um como outro, são fruto na nossa disposição (genética) dos órgãos, tecidos e células, assim como das formas particulares que estes tomaram no decurso das nossas vidas. O mundo exterior, a realidade, podem ser postulados como sendo independentes dos meus órgãos dos sentidos e do raciocínio.  Mas, justamente, tal realidade exterior não pode ser conhecida e cognoscível sem recurso aos ditos órgãos, pelo que é legítimo pensar-se que uma parte ou até a totalidade do que vemos, do que experimentamos, é ilusório.

Creio que o mundo e a realidade estão para além da capacidade humana de os compreender extensivamente. Só Deus poderá, por definição, ter essa propriedade. Mas existe a capacidade humana de compreender e de dar conta de «pedaços» do real, pedaços deste mundo, que são alcançáveis, que estão em coerência com outros pedaços, assim como num puzzle. 
O nosso conhecimento do mundo será sempre imperfeito em relação ao Todo (Teorema de Goedel), mas ao nível de sub-sistemas pode efectivamente melhorar, aperfeiçoar-se, como se verifica nos domínios das diversas Ciências físicas e naturais.
Nós somos espíritos encarnados, não somos simplesmente corpos, não somos (somente) uma mecânica subtil, de moléculas, células e tecidos, formando órgãos e organismos. Embora sejamos os «habitantes» de corpos, não somos isso.