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sábado, 23 de setembro de 2017

SOBRE NEOFEUDALISMO E PORQUE DELE NÃO SE FALA

«Our system is Neofeudal because the non-elites have no real voice in the public sphere, and ownership of productive capital is indirectly suppressed by the state-corporate duopoly.* » Charles Hugh Smith

(*O nosso sistema é neo-feudal porque as não-elites não têm realmente qualquer voz na esfera pública e a posse do capital produtivo está indiretamente suprimida pelo duopólio estado-corporações) 

Como bem diz Charles-Hugh Smith, a questão é essencialmente de poder. Poder político e poder económico, os quais andam sempre de par. 

A nossa ideologia que permeia todo o quotidiano é a do neoliberalismo, ou seja, de que não existe alternativa à democracia representativa, dentro dos moldes definidos como sendo aceitáveis. Não se questiona o poder económico, que distorce a genuinidade e a possibilidade mesmo de uma democracia eleitoral; estabelece-se uma igualdade fictícia, a igualdade do eleitor perante o voto, a igualdade dos candidatos a um posto de trabalho, a progressão social e profissional apenas dependente do mérito (meritocracia), etc.
No domínio do poder económico as coisas são muito claras, basta-nos analisar a estrutura de posse de que as diversas fatias (não uso o termo classes, neste contexto) de rendimentos dispõem. 
Os muito ricos, os que estão no 1%, em termos de rendimentos, têm as suas posses repartidas de tal modo que uma parte substancial seja fonte de rendimento. Portanto, tal estrutura de propriedade implica acumulação, sem - aliás - fazerem qualquer esforço de contenção de gastos. Por isso é que os muito ricos são tendencialmente cada vez mais ricos. 
À medida que se desce na escala de rendimentos, verifica-se que a quantidade disponível de bens que geram rendimento se vai tornando numa fatia percentual menor, em relação ao total: por exemplo, uma família da classe média poderá possuir um apartamento que utiliza como habitação própria, ou seja, não gera rendimento; quanto muito, evita que parte de seus salários seja para pagar as rendas de casa. Além desse apartamento, podemos supor que disponha de alguns rendimentos financeiros, como fundos de poupança ou outros, os quais irão gerar uma quantidade mínima de rendimento. 
Quando nos deparamos com a situação das classes realmente desapossadas, «proletárias» no sentido clássico do termo, verificamos que não são detentoras de bens que geram rendimentos, nem possuem bens que - pelo seu valor e seu uso - representam uma forma de independência mínima. Isso significa sobretudo, nos dias de hoje, o ser dono de sua casa; no passado distante significava ser dono de terreno agrícola que permitisse assegurar o essencial da subsistência.

         

No gráfico acima, retirado do artigo de Charles Hugh Smith citado, os rendimentos de vária natureza - participação em negócios, fundos, ações, títulos, imobiliário não habitacional, seguros de vida, depósitos, contas-poupança, residência principal, dívida total - seguem uma progressão inversa ao estatuto socioeconómico. A maior percentagem de participação em negócios vai para o 1% (os mais ricos), enquanto a maior fatia da dívida vai para os restantes 90% .
Penso que este esquema se aplica, não apenas à sociedade americana, como também às sociedades europeia e portuguesa, com algumas variações de pormenor.
Esta estrutura de propriedade pode nos fazer compreender a verdadeira razão porque a parte mais rica e poderosa tem vindo a aumentar o seu poder económico e político nos últimos 30 anos, enquanto os trabalhadores e os pequenos empresários têm ficado cada vez mais frágeis, ou mesmo depauperados, em muitos casos.

A ideologia neoliberal esconde deliberadamente o facto essencial da fratura social em classes. Ela está constantemente impondo a sua visão do mundo falseada através da tripla falácia da democracia eleitoral representativa, da meritocracia e das classes de rendimento. 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

TUDO A POSTOS PARA UM COLAPSO DA ECONOMIA MUNDIAL

Como tenho apontado repetidas vezes (ver aqui, aqui e aqui), aquilo que nos é vendido pela media corporativa, reproduzindo acriticamente o discurso dos governos e bancos centrais e os factos da economia real, que é ressentida pelas famílias e pelas empresas, estão em total dissociação.

Porém, não se pode atribuir facilmente o ponto de início para a presente crise, pois – se examinarmos com atenção os dados – vemos que não houve verdadeira recuperação da crise de 2008. Diria que se trata do prolongamento de uma doença terminal, passando de uma situação aguda, para uma situação crónica.

Os empregos não retomaram os níveis de 2007, os salários médios são muito mais baixos: há uma descida em termos absolutos devido a muitas pessoas serem empregadas em trabalhos temporários, sazonais ou a tempo parcial. 

Os volumes de endividamento das famílias não diminuíram e portanto estas ficam mais expostas - que em 2008 - a serem atiradas para a pobreza.

Quanto aos Estados, eles têm vindo a endividar-se cada vez mais, o que só tem sido possível apenas pela conjuntura de juros excepcionalmente baixos (artificialmente criada pelos bancos centrais), mas isto poderá mudar bruscamente. Eles não conseguirão obter empréstimos, senão a um juro bem maior.

Os valores das cotações bolsistas são – em si mesmo – uma «aldeia Potemkin» visto que a bolha é nutrida pela auto compra de acções das empresas, pela compra discreta de biliões por parte dos bancos centrais de vários países ocidentais e pela repressão sobre os juros dos depósitos bancários, forçando a investir nos mercados com maior risco…

Muitas empresas, sobretudo as que dependem da capacidade do público em gastar dinheiro, como o comércio de retalho, estão a sofrer dificuldades. Muitos centros comerciais estão com um número elevado de lojas vazias, mesmo centros comerciais situados nos bairros «chiques», para não falar dos que estão nas periferias urbanas (nas cidades dormitório das classes laboriosas), que apresentam um aspecto confrangedor.

Aquilo que não nos dizem os governantes e os media é que os «instrumentos» utilizados para supostamente monitorizar e  «regular» a economia, não são senão pseudo instrumentos, como é o caso do PIB, o qual serve sobretudo para fazerem política (pró ou anti-  governo) dando um ar de «cientificidade».

 O PIB é um mau instrumento e -sobretudo - não é compreendido como aquilo que ele é: mede as transacções que se efectuaram dentro de um mercado nacional, num ano. Não diz nada sobre a qualidade das mesmas, além de que vai reflectir mecanicamente o aspecto demográfico: 
- num país em rápido crescimento demográfico, o PIB pode dar a ilusão de uma economia «a crescer»; 
- num país cuja população está em declínio demográfico, a contracção do PIB não significa necessariamente que a economia individual das pessoas tenha piorado.

Muito importante, mas raramente tratado pelos que se arvoram em «comentadores económicos» (compreende-se porquê…), é o afastamento entre as camadas mais pobres e mais ricas da população, no que toca à distribuição de riqueza. Os estudos que se têm debruçado sobre este afastamento são unânimes em considerar que, nestas últimas décadas, o fosso entre muito ricos e pobres vai alargando, na generalidade do «Ocidente». Pelo contrário, a quantidade de pessoas da classe média que passam para a classe pobre tem vindo a aumentar.

Como este sistema não é sustentável, provoca cada vez mais contradições internas e estas tornam-se cada vez mais agudas. Com efeito, a resposta inflacionária voluntarista de criar triliões a partir de nada, supostamente para criar um efeito de «miragem de crescimento» falhou redondamente, maciçamente em todos os recantos onde foi ensaiada, nos EUA, na Europa, no Japão. 
No entanto, os Bancos Centrais dessas regiões apenas se preparam para fazer mais do mesmo, aquando de um súbito agravamento da presente crise. 
Estamos certamente mergulhados numa crise mundial de depressão, em que os índices do PIB não precisam de ser necessariamente negativos, mas que são demasiado fracos para reconstituir a capacidade produtiva passada, destruída pela grande crise de 2008. É exactamente aquilo que se está a verificar.

As pessoas bem informadas, «por dentro dos negócios», já começaram há algum tempo a resguardar-se, saindo discretamente das áreas de investimento onde têm crescido as bolhas especulativas. 
Vejam-se as vendas de acções em grande escala por «hedge funds» por exemplo, ou como os grandes fundos do imobiliário estão a vender parte do seu capital imobiliário às empresas de menor dimensão ou a particulares.

Tudo isto que escrevi acima é conhecido dos grandes bancos e grandes investidores, mas não é patente para o público em geral, mesmo o que acompanha a actualidade económica. 
O resultado é que os primeiros se têm estado a aproveitar das baixas cotações dos metais preciosos (ouro e prata) transitórias, que ocorrem. Salvaguardam agora os lucros realizados nos mercados mais especulativos e esperam obter mais lucros quando estes mercados descerem acentuadamente e os  pequenos investidores, em pânico, forem comprar ouro ou prata, por um preço muito mais elevado .

As pessoas menos atentas, ou que se deixam embalar pelas canções de sereia da media ao serviço do grande capital, verão as suas poupanças subitamente reduzidas a metade ou menos, além de que ficarão impossibilitadas de viver apenas do salário ou da pensão, porque - entretanto - a inflação disparou. 
Basta um instante para que se instale o caos, o pânico, na economia real a partir do colapso nos mercados!

Os bens mais expostos a desvalorização brusca são os financeiros... acções, obrigações, fundos, derivados, depósitos a prazo. 
Os bens que podem conservar ou aumentar o seu valor, no contexto de uma crise, são os bens físicos facilmente transaccionáveis (ouro e prata, antiguidades, ou objectos de colecção), ou património com valor seguro (o imobiliário, susceptível de ser alugado; terrenos agrícolas, a produzir ou com possibilidade de serem produtivos a curto prazo).

 A constatação do perigo iminente não resulta de quaisquer fantasias ideológicas, mas da observação fria dos factos da economia real, por um lado e, por outro, de ver o que os muito ricos têm feito nos últimos tempos.


quinta-feira, 13 de abril de 2017

A BOLHA IMOBILIÁRIA MUNDIAL ATINGIU O PONTO DE DESTRUÍÇÃO DA VIDA URBANA

A impossibilidade presente das classes médias em vários países (Portugal é apenas um exemplo) poderem adquirir habitação própria em zona urbana, ou até mesmo alugar um apartamento a um preço razoável, causa preocupação, mas não tem havido esclarecimento suficiente sobre as CAUSAS PROFUNDAS E GERAIS  do fenómeno.

Aquilo que está a acontecer nos países do Sul é consequência do programa de compra de activos do BCE. O efeito dessa compra é baixar artificialmente os juros, principalmente da dívida soberana. Emprestar dinheiro deixou de ser uma maneira cómoda e segura de extrair lucro, visto os juros estarem ridiculamente baixos. Logo, o capital vai se investir muito mais nos activos que garantem essa rentabilidade; a bolsa e o imobiliário. Sobre o tema, consultei com proveito um artigo muito esclarecedor de Philipe Herlin.



A «turistificação» que se observa nas zonas históricas de Lisboa, Porto e noutros centros urbanos do Sul europeu e mediterrâneo é uma modalidade de destruição da vida urbana com a agravante do turismo ser um fenómeno essencialmente volúvel. Toda a economia urbana acaba por ficar refém do afluxo turístico. Este afluxo pode deixar de existir, a qualquer momento, por variadísssimas razões. Todas as infraestruturas, todo o comércio, hotelaria e imobiliário adaptados a essa procura ficarão em falência pois é inerente ao fenómeno «indústria turística» ser sujeita a modas. 

A ausência de um verdadeiro debate nacional sobre este fenómeno torna difícil a tarefa de certos grupos, com uma certa consciência cidadã, que tentam furar o muro de chumbo do silêncio mediático, aproveitando a pré-campanha eleitoral para as autárquicas em Portugal. 
De novo, verifica-se que a media faz o jogo dos grandes interesses instalados, o imobiliário, a indústria turística, etc. Ficam sempre de fora os «sem voz»: os desalojados, os excluídos, os jovens sem hipótese de acederem a habitação (própria ou alugada), etc.


segunda-feira, 27 de março de 2017

UM CONTO PARA MEDITAR


«Fui convidado no outro dia para jantar em casa de um amigo de longa data da minha família, possuidor de uma fortuna considerável, embora não tenha a vaidade de se vangloriar da mesma, tendo por isso ele e sua família conservado, em sucessivas gerações, os bens e rendimentos acumulados, aumentando paulatinamente o capital, mau grado as crises, as guerras e outras ocorrências na esfera política e económica.
A certa altura, na conversa após o excelente jantar, falou-se da preservação do valor das poupanças, do facto de se estar constantemente dependente de um sistema bancário que nos impõe taxas ridiculamente baixas de depósito a prazo. Com efeito, a remuneração do capital neste contexto desaparece, pois a maior parte das pessoas não arrisca o seu dinheiro no «casino» da bolsa de valores e os poucos que o fazem, ficam quase sempre depenados.
Neste contexto, argumentava eu: "que resta à pessoa da classe média, senão gastar o seu dinheiro, em bens e serviços que lhe dão um suplemento de prazer, conforto, etc. enquanto esse mesmo dinheiro conserva algum poder de compra?" Para reforçar o meu argumento, lembrava episódios de hiperinflação, muito mais frequentes na História do século XX do que a maior parte das pessoas julgam saber. "Além do mais", dizia, "temos diante dos olhos o triste exemplo da Venezuela: um país com tanta riqueza (nº 1 em reservas de petróleo a nível mundial!), com sua economia completamente destruída". Outros, em roda da mesa, avançaram com as suas próprias visões e experiências relativas a este assunto.
O nosso anfitrião – depois de ouvir todos os seus convivas - replicou, dando como exemplo o caso da sua família. 
Nesta, por tradição e gestão criteriosa, os bens herdados eram transmitidos à geração seguinte, ou algo equivalente a estes mesmos bens, em rendimento e valor. A este património acumulado de anteriores gerações, acrescentava-se o excedente acumulado na geração presente.
Como regra empírica, tinha-se adoptado uma distribuição de activos diversificada,  que se pode resumir em três grandes categorias: bens financeiros (acções, obrigações, depósitos bancários, participações em fundos); bens fundiários e imobiliários (terras, imóveis) e bens móveis (ouro, prata, jóias, arte).
Cada categoria desempenhava a sua função: os bens podiam articuladamente proporcionar um rendimento suficiente para manter o nível de bem-estar, mesmo em tempos conturbados, pois - quando determinado item baixava de valor, ou tinha rendimento menor - havia outros que, pelo contrário, aumentavam. 
Assim, a gestão de património resumia-se a dosear a proporção atribuída a cada categoria e, dentro desta, a compreender a dinâmica dos mercados respectivos. 
Para o nosso anfitrião, ser sábio - em termos económicos e financeiros - equivalia a compreender a dinâmica dos vários mercados (monetário, de acções, de obrigações, de matérias-primas, de metais preciosos, do imobiliário, etc).
Face a esta exposição franca do «segredo» desta família abastada, um dos convivas perguntou-lhe então qual a distribuição de bens que tinham adoptado, no presente.
- O nosso anfitrião respondeu: «Nós decidimos, face às grandes incertezas nos mercados financeiros, converter grande parte dos activos em património não financeiro, exceptuando certas acções e obrigações de empresas sólidas, com capacidade de gerar rendimento, mesmo em contexto de crise. Tudo o resto foi convertido em bens não financeiros: imobiliário, propriedade agrícola, metais preciosos (ouro e prata) e antiguidades e arte, cotadas nos mercados internacionais.
Se o nosso prognóstico de crise vindoura se revelar incorrecto e se - após uma ligeira contracção da economia mundial - se voltar a um novo ciclo de expansão, teremos perdido algumas oportunidades de investimento, mas não teremos perdido nada de substancial, em termos de património global. 
Porém, caso os vaticínios de numerosos economistas - de várias tendências e escolas de pensamento - sejam correctos e estivermos à beira de um período de grandes convulsões económicas, com as consequentes repercussões na esfera política e social, então a mudança operada em bom tempo pela gestão familiar terá toda a sua razão de ser e será evidente a sua sensatez. Num contexto em que muitas fortunas ficam reduzidas a quase nada, os poucos que conseguem manter o seu património - somente esses - poderão prosperar, assim que for ultrapassado o tempo de crise.»


Esta história é inventada, mas o seu conteúdo reflecte exactamente o que têm feito as famílias de «riqueza antiga».

Os meios de comunicação económicos (jornais, revistas, televisões…) não revelam o quadro geral, antes dão uma ideia parcelar e geralmente «rósea» do panorama económico. Não informam nem esclarecem o público sobre a extrema alavancagem do crédito, das operações arriscadas com «credit default swaps», com a sobre-cotação das acções em bolsa por auto-compra das mesmas pelas próprias empresas, o sobre-endividamento das economias aos níveis familiar, empresarial e estatal.
A acumulação da dívida pública, em muitos Estados, a começar pelos EUA e a maioria da Europa Ocidental, tornou-se um problema insolúvel na ordem vigente.
Estas dívidas são potencialmente detonadoras de uma crise sistémica com dimensão inédita. Basta pensar no efeito «bola de neve» que terá uma crise da dívida, num país médio ou grande, nos mercados monetários e financeiros.
Porém, os políticos fazem como se estas dívidas pudessem ser «roladas» indefinidamente, o que é obviamente impossível. A única razão porque eles – políticos e a média – mantêm tal ficção, é porque são directos beneficiários deste estado de coisas.

Os pobres irão ficar na miséria, os remediados irão ficar mais pobres e os muito ricos continuarão com o nível de riqueza que já usufruíam ou aumentarão ainda mais os seus patrimónios.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

AOS MEUS AMIGOS DE ESQUERDA...

O IMPOSTO SOBRE PATRIMÓNIO IMOBILIÁRIO DITO DE 

«LUXO» É UMA MENTIRA!


A causa apontada deste imposto é «fazer pagar os muito ricos»:
 mas os muito ricos têm o seu capital principal em off-shores! 
Em Portugal, os bancos TODOS proporcionam a quem tiver muito dinheiro (não importa como foi enriquecido!) abertura de contas em «filiais» nos diversos «paraísos fiscais». 
Deixem-se de fitas, este imposto destina-se a tapar à custa dos tostões da classe média (sempre ela) os buracos deixados nas contas públicas pelos dinheiros dos contribuintes INVESTIDOS em salvar os bancos, enquanto os responsáveis pelas suas atividades criminosas nem sequer têm qualquer mandato judicial. 
Ai, que triste país este!



POLÍTICA DE VERDADE APLICADA AO IMOBILIÁRIO 

SERIA ISTO: 



Precisamos de uma verdadeira lei do imobiliário social. Uma lei que puna os que deixam ao abandono casas, prédios inteiros, terrenos urbanos. Eles pagam quase nada de IMI e vão continuar a pagar quase nada, de acordo com a proposta de lei em discussão. 
O que precisamos é de uma lei que diga: ou restauram e põem no mercado de renda ou venda, ou estes prédios abandonados são expropriados pela autarquia. 
Tínhamos uma data de obras com consequente reabsorção do desemprego operário! 
Pensem nisso!