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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

ALBERTO GINASTERA & A MÚSICA ARGENTINA

                           Atsuko Seta - Maestro Liang Zhang - Shanghai Philharmonic Orchestra

Alberto Ginastera é um dos compositores de maior estatura da América Latina. Este argentino, que estudou com Aaron Copland e outros famosos compositores nos EUA, teve uma carreira brilhante e fecunda. O seu reportório coloca-o, em termos formais, como membro da vanguarda musical dos anos pós IIª Guerra Mundial. 

Seu concerto para piano nº1, faz-me pensar em Prokofiev ou em Khachaturian. Mas, ele tem a sua própria personalidade. 
O seu temperamento sul americano, apaixonado e romântico, exprime-se - entre outras peças - nas famosíssimas 3 Danzas Argentinas. Podemos ouvir as 2ª e 3ª danças, executadas como «encore» no recital de  Atsuko Seta.



                                                Kotaro Fukuma - Danzas Argentinas

Outro pianista japonês, Kotaro Fukuma, em recital da «Maison de la culture du Japon à Paris», trouxe-nos esta magnífica interpretação integral das "3 Danzas Argentinas".
O que me seduz mais na escrita de Ginastera é sua extrema versatilidade, sua capacidade em passar duma para outra forma, sem aparente dificuldade. Na música de Ginastera, tudo soa perfeitamente natural.

Numa entrevista Ginastera disse: «Esta influência na minha música eu sinto que ela não vem do folklore, mas - como dizer? - duma espécie de inspiração metafísica. Num certo sentido, o que fiz é a reconstituição do aspeto transcendente do mundo pré-colombiano.»

A música da América Latina tem um encanto único, na sua imensa diversidade. Talvez a «fórmula secreta» dos seus compositores seja, por um lado, utilizarem o «folklore» rico de cada país... mas, por outro, não se confinarem a «folklorismos»: Dão às melodias, ritmos e danças populares, o estatuto de temas como parte da matéria-prima de composições maduras, complexas e subtis.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

[NO PAÍS DOS SONHOS] «Dança dos Cavaleiros» de Prokofiev


 

Este é um sonho que preferia não ter. Preferia um vazio, um manto branco, ocultando todas as imagens terríveis que passam diante dos meus olhos fechados. 

Estas imagens, não as podemos ocultar, porque são o cinema interior que o nosso cérebro produz. De tal maneira nos implica, que ficamos exaustos, esgotados, trementes e gélidos, mas nada podemos fazer. 

Nada nos pode afastar daquela caminhada rítmica, compassada, obsessiva, dos Montagus e Capuletos. Vejo que se dispõem numa dança hierática, macabra, pois já se sabe que não haverá quartel; será que irei presenciar o desencadear do ódio hereditário, da «vendetta», entre as duas casas aristocráticas? 

Não, a música é essa mesma, da Suite de Prokofiev, porém o contexto é outro. É bem mais real, mais assustador, por isso mesmo. Aqui, neste sonho, não estamos no teatro, estamos numa rua qualquer duma cidade banal, no Século XXI. 

A civilização ruiu, só restam bandos de assassinos desapiedados, que ditam a sua lei. Não há lugar para o amor, ou para qualquer sentimento humano. Em breve, será a matança. Os olhos, de ambos os lados, estão injetados de sangue. Se não estás num dos campos, então, és inimigo a abater; este é o cálculo feito por qualquer um dos lados. 

Na vida do sonho, como na vida real, não me alinharei jamais com um dos campos de bandidos que se digladiam, para impor a sua lei às gentes. As pessoas comuns são como as presas das aves de rapina: Movem-se, sem saber que, dentro de instantes, vão ser atacadas, feridas, liquidadas e devoradas.

Esta dança obsessiva tem a altivez brutal da fatalidade que avança. Tem o peso inexorável do destino em cada nota. Depois de acordar, interpretei este sonho como premonitório da nova era trágica em que estamos a entrar; como em 1940, o ano da estreia da obra-prima de Prokofiev.




domingo, 1 de setembro de 2019

RACHMANINOFF interpretado por ele próprio e por PROKOFIEV


                                           



                                          

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

YUJA WANG hoje, 25 Janeiro NA GULBENKIAN


A MELHOR PIANISTA MUNDIAL  


YUJA WANG é solista num concerto NA GULBENKIAN. Irá interpretar o concerto nº5 de Sergei Prokofiev com a orquestra Gulbenkian dirigida por Lionel Bringuier.

Sobre as obras do referido concerto, consultar: aqui