Veja o que o mais conceituado oncologista japonês diz sobre vacina anti- COVID e os "turbo cancros": https://www.globalresearch.ca/video-oncologist-condemns-mrna-vaccines-evil-practices-science/5856356
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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

[Manlio Dinucci] OS AGRESSORES SÃO AGORA OS RESPONSÁVEIS PELA «SOBERANIA» DA LÍBIA

               


Na Conferência de Berlim, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pediu “o fim da interferência estrangeira na Líbia, o embargo de armas e um cessar-fogo duradouro”. O mesmo fizeram a França, o Reino Unido e a Itália, os mesmos países que há nove anos formavam, juntamente, com os Estados Unidos, a ponta de lança da guerra NATO contra a Líbia.
Antes tinham armado contra o governo de Tripoli, sectores tribais e grupos islâmicos, e infiltrado forças especiais entre as quais, milhares de comandos do Catar. Em seguida, declarando que queriam imobilizar Kadafi, o “carrasco do seu povo”, foi lançada a operação de guerra sob comando USA. Em sete meses, a aviação da NATO efectuou 30 mil missões, das quais 10 mil de ataque com mais de 40 mil bombas e mísseis. A Itália colocou à disposição da NATO, 7 bases aéreas e empreendeu com os seus caça-bombardeiros, mais de 1.000 missões na Líbia.
Foi demolido, assim, aquele Estado que, na costa sul do Mediterrâneo, registava “níveis elevados de crescimento económico e indícios avultados de desenvolvimento humano” (como documentado em 2010 pelo próprio Banco Mundial), onde encontravam trabalho cerca de dois milhões de imigrantes africanos.Assim, foi demolido o projecto da Líbia de criar, com os seus fundos soberanos, organismos económicos independentes da União Africana.
Os EUA e a França concordaram em bloquear com a guerra o plano líbio de criar uma moeda africana, em alternativa ao dólar e ao franco CFA imposto a 14 antigas colónias africanas: provam-no os emails da Secretária de Estado, Hillary Clinton, trazidos à luz pelo WikiLeaks ( “Crime” pelo qual Julian Assange está detido numa prisão britânica e arrisca, se for extraditado para os EUA, desde a prisão perpétua até à pena de morte).
Os fundos soberanos, cerca de 150 biliões de dólares investidos no estrangeiro pelo Estado líbio e “congelados” na véspera da guerra, estão em grande parte desaparecidos. Dos 16 biliões de euros líbios bloqueados pelo Euroclear Bank, desapareceram 10 biliões e o mesmo aconteceu noutros bancos da União Europeia (UE).
Agora, a UE, como declarou na Conferência de Berlim, está empenhada em dotar a Líbia da “capacidade de construir instituições nacionais, como a Companhia Petrolífera, o Banco Central e a Autoridade para os Investimentos”. Tudo no âmbito das “reformas económicas estruturais”, ou seja, da privatização das empresas públicas. Dessa forma, pretende-se legalizar o sistema actual, segundo o qual as entradas da exportação de energia, estimadas em mais de 20 biliões de dólares em 2019, são divididas entre grupos de poder e multinacionais. Além das reservas petrolíferas (a maior da África) e do gás natural, existe o imenso aquífero núbio de água fóssil, em perspectiva mais preciosa do que o petróleo, que o Estado líbio começou a usar transportando água através de condutas de 1.300 poços no deserto, para as cidades costeiras.
Está em jogo o controlo do mesmo território líbio de grande importância geoestratégica: recorde-se que, em 1954, os EUA instalaram a Wheelus Field nos arredores de Tripoli, a sua principal base aérea no Mediterrâneo, com caça-bombardeiros também armados com bombas nucleares.
Um dos principais objectivos da política russa de hoje é, certamente, impedir a instalação de bases militares USA/NATO na Líbia. De qualquer forma, a NATO, convidada de pedra na Conferência de Berlim, continuará a desempenhar um papel de primeiro plano na situação da Líbia, em particular através da base de Sigonella. Uma eventual “missão de paz” da União Europeia na Líbia, veria a participação dos países da NATO, que usariam, de facto, os serviços secretos/inteligência, a rede de telecomunicações e o apoio logístico da Aliança, sob comando USA. No entanto, existe a máxima garantia: em Berlim, os USA e a União Europeia comprometeram-se, solenemente, a “continuar a apoiar fortemente a soberania da Líbia”.

il manifesto, 21 de Janeiro de 2020

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DECLARAÇÃO DE FLORENÇA
Para uma frente internacional NATO EXIT, 
em todos os países europeus da NATO


Manlio DinucciGeógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos 
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO

terça-feira, 29 de outubro de 2019

«O CALIFA, FILME CIA ENTRE A FICÇÃO E A REALIDADE»


POR Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra 
TRADUÇÃO DE : Maria Luísa de Vasconcellos





ITALIANO PORTUGUÊS

“Foi como assistir a um filme”, disse o Presidente Trump, depois de testemunhar a eliminação de Abu Bakr al Baghdadi, o Califa, Chefe do ISIS, transmitido na Situation Room da Casa Branca. Aqui, em 2011, o Presidente Obama assistia à eliminação do então inimigo número um, Osama Bin Laden, Chefe da Al Qaeda. O mesmo argumento: os serviços secretos dos EUA tinham localizado,há muito tempo, o inimigo; este não é capturado, mas eliminado: Bin Laden é morto; al Baghdadi suicida-se ou é “suicidado”; o corpo desaparece: o de Bin Laden é sepultado no mar,os restos de al Baghdadi, desintegrados pelo cinto de explosivos,também esses são espalhados no mar. O mesmo produtor do filme: a Comunidade de Inteligência, formada por 17 organizações federais. Além da CIA (Agência Central de Inteligência), existe a DIA (Agência de Inteligência de Defesa), mas cada sector das Forças Armadas, bem como o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna, têm o seu próprio serviço secreto.


Para as acções militares, a Comunidade de Inteligência usa o Comando das Forças Especiais, instalado em, pelo menos, 75 países, cuja missão oficial compreende, além da “acção directa para eliminar ou capturar inimigos”, a “guerra não convencional conduzida por forças externas, treinadas e organizadas pelo Comando ". É, exactamente, o que começou na Síria, em 2011, no mesmo ano em que a guerra USA/NATO destrói a Líbia. Demonstram-no as provas documentadas, já publicadas em ‘il manifesto’.

- Por exemplo, em Março de 2013, o New York Times publicou uma pesquisa detalhada sobre a rede da CIA, através da qual chegam à Turquia e à Jordânia, com o financiamento da Arábia Saudita e de outras monarquias do Golfo, rios de armas para os militantes islâmicos treinados pelo Comando de Forças Especiais USA, antes de serem infiltradas na Síria. 

- Em Maio de 2013, um mês após ter fundado o ISIS, al Baghdadi, encontra na Síria uma delegação do Senado dos Estados Unidos chefiada por John McCain na Síria, como mostra a documentação fotográfica. 


- Em Maio de 2015, um documento do Pentágono datado de 12 de Agosto de 2012 é desclassificado pela Judicial Watch, no qual se afirma que há “a possibilidade de estabelecer um principado salafita na Síria oriental, e é exactamente o que os países ocidentais desejam, os Estados do Golfo e a Turquia, que apoiam a oposição”. 

- Em Julho de 2016, é desclassificado pelo Wikileaks um email de 2012 no qual a Secretária de Estado, Hillary Clinton, escreve que, dada a relação Irão-Síria, “a destituição de Assad constituiria um imenso benefício para Israel, diminuindo o medo de perder o monopólio nuclear.” Isso explica por que motivo, não obstante os EUA e os seus aliados iniciarem, em 2014, a campanha militar contra o ISIS, as forças do ISIS podem avançar sem perturbações em espaços abertos, com longas colunas de veículos armados.


A intervenção militar russa em 2015, de apoio às forças de Damasco, reverte o destino do conflito. O objectivo estratégico de Moscovo é impedir a demolição do estado sírio, que provocaria um caos do tipo líbio, vantajoso para os USA e para a NATO, para atacar o Irão e cercar a Rússia.


Os Estados Unidos, irracionais, continuam a jogar a cartada da fragmentação da Síria, apoiando os independentistas curdos e depois abandonando-os para não perder a Turquia, posto avançado da NATO na região.


Neste contexto, compreende-se por que al Baghdadi, como Bin Laden (anteriormente aliado dos USA contra a Rússia, na guerra do Afeganistão), não podia ser capturado para ser processado publicamente, mas que devia desaparecer fisicamente para fazer desaparecer as provas do seu verdadeiro papel na estratégia USA. Por isso, a Trump agradou tanto o filme com um final feliz.


il manifesto, 29 de Outubro de 2019

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

CONSEQUÊNCIAS DAS «NOSSAS» POLÍTICAS

                              An aerial shot of a long line of people standing on ground that looks like desert.

                                      Refugiados na Líbia, à porta de centro de detenção

As pessoas das chamadas «democracias ocidentais» gostam de ser vistas - e de se verem a si próprias - como defensoras dos Direitos Humanos. 
Porém, as políticas bárbaras e criminosas da guerra dita humanitária são a principal causa das violações destes mesmos direitos. É isto que nos é omitido sistematicamente nos media.

- Mas estes media mostram-nos, sem dúvida, os horrores, noticiam o tráfico de escravos, na Líbia, por exemplo, etc. poderia alguém objectar. 
- Escandalizam-se os opinadores nos jornais e TVs de todo o continente. Eles «denunciam» toda a espécie de violações dos direitos humanos mais básicos. Por sinal, os piores casos aparecem sobretudo e sistematicamente (mas isso não dizem eles) nos teatros de operações onde estejam imiscuídos ocidentais e civilizados militares e mercenários. 

Porque procedem assim? 
- Primeiro, porque não é possível, no mundo de hoje impedir que as coisas se tornem conhecidas, por muito controlo que haja nos media ocidentais. 
- Segundo, porque é mais fácil para o poder globalista manter-se ao comando, se conseguir controlar a «narrativa». 
Assim, pode nos manipular, usando os nossos sentimentos mais nobres, a nossa compaixão; mas também o medo atávico do outro, que está na origem da xenofobia e do racismo. 

Que fique bem claro para todas as pessoas que se consideram humanistas, respeitadoras e defensoras dos direitos humanos:

-Passivamente ou ativamente, a cidadania dos diversos países tem estado a consentir com as guerras neo-coloniais e imperialistas, levadas a cabo pelo «Ocidente» sob a batuta dos EUA e NATO. 
- Os governos não seriam - por si sós - capazes de tal feito. Têm de ter a conivência, anuência, até mesmo a adesão «consciente» de muitos cidadãos, civis ou militares. 
-Para tal consentimento da cidadania, há uma máquina poderosa dos media, ao serviço dos poderes globalistas. O nosso subconsciente é usado, manipulado, sob pretexto de nos «informar».

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

MALTHUSIANISMO E NEO-MALTHUSIANISMO

Neste curto ensaio vou desenvolver alguns aspetos da questão populacional. A biologia das populações sempre foi um domínio de que eu gostei, embora não tenha especificamente trabalhado como biólogo das populações. 
O malthusianismo, do economista inglês Thomas Malthus (1766-1834) é uma teoria que encara a população sob o duplo prisma dos recursos e da sua taxa de reprodução. Malthus postulou que os recursos - os bens necessários à subsistência humana tais como alimentos, casas, roupas, etc. - poderiam - quanto muito - progredir numa progressão linear (ou diretamente proporcional), enquanto a multiplicação dos indivíduos ocorria numa progressão geométrica ou exponencial.  Da divergência entre estes dois crescimentos, originava-se fatalmente uma escassez, que se traduzia em fomes, violências e guerra. Para evitar este terrível destino, teriam de ser tomadas medidas concretas para limitar a população (encorajamento da contraceção, esterilizações...), com vista à estabilidade populacional.
O princípio malthusiano era pessimista porque postulava que as pessoas, ao multiplicarem-se, iriam necessariamente ficar cada vez mais pobres, mais destituídas. A elite aproveitou o mesmo princípio para lutar contra a tendência para aumento dos salários e diminuição das horas de jornada de trabalho, que foram as grandes causas movimentando o proletariado, desde a primeira metade do século XIX, até hoje. 

                                     
A obra de Malthus foi utilizada por Marx e Engels assim como por Darwin, entre outros. Marx e seguidores tiraram daí o conceito da autodestruição inerente ao sistema de exploração capitalista. 
                                            
Darwin inspirou-se em Malthus para explicar a inerente competição pelos recursos escassos entre todas as espécies vivas; foi também buscar a este autor a ideia do efeito da predação (e incluindo o parasitismo) como forma de ajustar os efetivos das populações de presas e de predadores.                 
Após Darwin, o seu sobrinho Galton adaptou os conceitos de seu tio e de outros. Numa linha neomalthusiana defendeu a eugenia - ou seja - que os «melhores» deviam ser estimulados a procriar enquanto os que eram portadores de «taras» deviam ser impedidos de procriar. 

                    
Vários países praticaram a esterilização sistemática de pessoas consideradas «inferiores». Muitas pessoas têm ideia de que apenas a Alemanha de Hitler e quanto muito alguns dos seus estados-vassalos da Europa praticaram essas medidas. Hoje, sabe-se que não foi assim: Desde a Suécia à Austrália, sucedem-se histórias verídicas de políticas de Estado, da esterilização forçada de certos grupos de cidadãos.
  

A grande indústria e em particular o império Rockefeller estão associados desde o principio, ou seja, antes ainda do partido NAZI subir ao poder, através da Fundação Rockefeller, em apoio entusiástico ao eugenismo prático, além de serem financiadores de muita da investigação científica destinada a melhoramento da espécie humana. É com base em programas financiados pelos grandes empórios da agroquímica que são criados OGM, organismos geneticamente modificados. William Engdahl explica de modo muito convincente e exaustivo, no livro «As sementes da destruição»,  que a oligarquia (Rockfeller e outros bilionários) esteve - desde o princípio - a subsidiar e promover as OGM. Décadas antes (nos anos 70), defendendo uma estratégia tipicamente neo-malthusiana, o seu protegido H. Kissinger tinha já delineado uma estratégia de guerra económica utilizando sementes, trigo, soja, leite, principalmente.

                  
A utilização dos alimentos estratégicos (sobretudo dos cereais) como arma de chantagem permitiu a Washington impor aos governos de países do Terceiro Mundo, programas de «controlo da natalidade» (que incluíram esterilizações em massa e sem conhecimento/consentimento das mulheres) como condição para beneficiarem do apoio alimentar não só dos EUA, directamente, como também de agências internacionais, mas de facto controladas pelos EUA.

Actualmente, as chamadas guerras contra o terror têm uma dimensão de destruição massiva não apenas das populações como também das infraestruturas. Assim, no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia, no Iémene, estão documentados actos destinados a destruir ou inviabilizar estruturas fundamentais para a população civil, desde centrais eléctricas e geradores de corrente, a sistemas de canalização e tratamento de água potável e de esgotos. O resultado é a morte de milhões de crianças, principalmente causada pela desnutrição, ausência de cuidados básicos de saúde, de água potável, etc. Note-se que estes países ficam com uma população reduzida, não somente porque tem de emigrar para longe, como refugiados, como também está desnutrida, enfraquecida, mais sujeita a doenças, em países devastados, onde não existem os recursos médicos e sanitários mais elementares. 
                 

Estas guerras do Império, de uma crueldade incrível, seriam suficientes, por si só, para condenar os presidentes e seus respectivos governos (George H. Bush, Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump), se houvesse o equivalente do tribunal de Nuremberga. Infelizmente, os países que participam no tribunal da Haia, consentiram que os EUA se auto-excluíssem de poder jamais comparecer no dito cujo tribunal, apesar de terem sido os mais fervorosos impulsionadores do mesmo.
A política de destruição sistemática ocorre nos países do «crescente fértil», onde nasceu a agricultura há 12 mil anos, onde existe uma parte muito grande do petróleo explorado.

O trazer aí o caos, encorajando a intolerância religiosa, sectária e étnica, não é fruto do acaso ou daquilo que os  media corporativos nos querem fazer crer: é resultado duma política neo-malthusiana destinada a reduzir drasticamente certas populações, sobretudo,  se elas são dos países que detêm recursos (o petróleo, mas também certos minerais) de que o «Ocidente» carece para as suas indústrias, para satisfazer o seu estilo de vida e consumo.


Existe uma forte corrente que se designa de «neocon» que capturou sectores inteiros do governo dos EUA e sobretudo do chamado «Estado Profundo», incluindo as agências CIA, NSA, Homeland Security, etc. Esta corrente advoga que é possível uma guerra nuclear ser «ganha» pelos EUA, havendo depois um redistribuir de poderes e de recursos em benefício dos mesmos e de seus vassalos de «primeira» (essencialmente anglossaxónicos «de pele branca»: Grã-Bretanha, Austrália, Canadá, Nova-Zelândia).

Todos os outros países sofreriam devastações tais, que durariam muitos anos a recomporem-se. Loucamente, delirantemente, imaginam conseguir obter uma redução de 4/5 da população mundial, por este meio (o holocausto nuclear) e que as populações sobreviventes viverão em condições muito satisfatórias. Mas uma guerra nuclear significa a destruição completa da habitabilidade do planeta ou, no mínimo, a perda irreversível das condições para os sobreviventes. É este o perigo que o mundo enfrenta, se deixar um punhado de pessoas com poder (os neocons e a oligarquia mundial) manobrar as políticas dos Estados.