Com efeito, parece-me impossível que os distúrbios de Kenosha, Wisconsin não tenham sido provocados, deliberadamente.
O polícia que alvejou com sete balas disparadas à queima roupa e pelas costas o jovem negro, Jacob Blacke, sabia o que estava a fazer. Ele sabia que existe impunidade na prática, para a polícia (como detalhado num importante artigo de Eric Zuesse), perante actos como este, sendo certo que, uns 2 meses antes, a morte por estrangulamento de George Floyd às mãos de um outro polícia, tinha desencadeado uma onda de protestos e violências, em vários Estados.
Se, os que controlam as polícias, quisessem impedir que estas tivessem tais actuações, tinham poder para o fazer. Mesmo que algum polícia descontrolado tivesse um comportamento destes, ele seria prontamente reprimido, não havendo hipótese de outros lhe tomarem o exemplo e agirem do mesmo modo.
O pano de fundo é a Convenção Democrata, seguida pela Convenção Republicana. Os assassínios de George Floyd e de Jacob Blacke, são temporalmente coincidentes com estes dois acontecimentos. O que está em jogo é, portanto, «demonstrar», ao eleitor médio americano, completamente ignorante da manipulação, que Trump não domina as polícias, que não é capaz de impor um mínimo de «lei e ordem» e que as eleições, se resultarem numa vitória de Trump, serão seguidas por uma onda de violência ainda maior. É esta a mensagem que a media e os políticos democratas têm feito passar, pois o medo do eleitorado é o seu grande trunfo.
As pessoas que se revoltam não o sabem, porém estão a ser instrumentalizadas por poderes obscuros que irão reprimi-las, com a maior dureza, assim que tiverem atingido o seu objectivo: O de retirarem Trump da presidência. Fala-se mesmo de Nancy Pelosi - democrata, «speaker» da Câmara dos Representantes - substituir o senil Biden, garantindo assim o funcionamento das estruturas do Estado.
A escolha de Biden/Kamala Harris, forçada na Convenção Democrata pelos detentores do controlo da mesma, ou seja, o clã Clinton/Obama, tinha como objectivo primeiro afastar qualquer hipótese de nomeação de um candidato com um laivo de «socialismo», ou seja, na linguagem política americana, uma social-democracia muito moderada... Bernie Sanders, ou mesmo Elizabeth Warren foram considerados perigosos, por serem demasiado «socialistas», segundo o establishment do Partido Democrata.
A batalha pelo controlo da Casa Branca arrisca tornar-se uma guerra civil, porque os apoiantes de Trump e outros, independentes, não-simpatizantes do Partido Republicano, estão plenamente conscientes das manobras do Estado Profundo (das instâncias que controlam o poder de Estado, quaisquer que sejam os presidentes e os seus partidos).
É muito provável que o nível de violência atinja um paroxismo, à medida que se aproxima a data das eleições presidenciais de Novembro. Uma hipótese que não está fora de questão, é o estado de emergência ser decretado, em consequência de distúrbios antes da realização das referidas eleições, adiando-as por tempo indefinido.
Ninguém pode ficar tranquilo com os acontecimentos, porque os EUA são a potência maior do planeta, com um enorme arsenal nuclear, uma força militar que se projecta em mais de 800 bases, espalhadas pelo Globo, tendo também controlo sobre os mercados financeiros e de divisas, graças ao privilégio do dólar ser, simultaneamente, a divisa mais usada nas trocas comerciais internacionais e a principal divisa de reserva dos bancos centrais dos diversos países.