domingo, 28 de fevereiro de 2021
União Europeia e Direitos Humanos
sábado, 27 de fevereiro de 2021
PARA ALÉM DO COLAPSO, A MUDANÇA TECTÓNICA
Desde o momento em que o sistema financeiro e económico entrou em roda livre, o colapso perfilava-se no horizonte.
Creio que, agora mesmo, estamos a vê-lo acontecer; ao dizer isto, eu não creio estar a ser um «profeta do Apocalipse».
Na minha vida, porém, já assisti A VÁRIAS MUDANÇAS DE PARADIGMAS e não das menores:
- O abandono do sistema de Bretton Woods, com a retirada por Nixon, em 1971, da convertibilidade do dólar em ouro.
- A introdução do petro-dólar, em 1973, negociada por Kissinger com o rei da Arábia Saudita e vigente até aos dias de hoje.
- A financeirização da economia nos países capitalistas afluentes, convertendo-os em economias de serviços, materialmente dependentes de países asiáticos (China, Indonésia, Paquistão, Vietname, Coreia do Sul, etc...) cujas economias se industrializaram e se tornaram grandes exportadoras.
- O colapso final e a desagregação da União Soviética e das suas repúblicas; seguida pela tentativa dos «conselheiros», provenientes de Wall Street, em colocar sob tutela o imenso território Euroasiático.
- A ascensão e a consolidação de Putin e a restauração do poderio económico e militar da Rússia.
- O imenso sucesso da China com a adopção do capitalismo mais dinâmico de todo o planeta, embora conservando o férreo controlo do PCCh.
- O colapso do sistema financeiro baseado na dívida, em 2008, sendo as falências de Lehmann Brothers e de outros bancos, apenas epifenómenos.
- O deitar pela borda fora das regras que balizavam a acção dos bancos centrais ocidentais, levando à criação monetária na origem da espiral inflacionista dos activos «em papel».
- A queda dos bancos centrais e governos ocidentais na sua própria armadilha, amarrados à política de insuflar as bolhas especulativas, para evitar um colapso imediato.
- Ao agirem assim, sacrificaram as moedas, ao ponto de estarem em risco de destruição, de perda total do seu valor. Porém, a sua substituição por uma moeda digital, emitida pelos bancos centrais, ou pelo FMI, não resolverá os problemas de fundo.
- Muito antes do «COVID», em Setembro de 2019, o sistema já dera sinais claros de disfunção terminal, com a FED a ter de intervir para sustentar o mercado «repo» (empréstimos inter-bancários, para superar limitações temporárias de liquidez).
- Enquanto a economia do Ocidente está de rastos, paralisada devido aos confinamentos/«lockdowns», a pretexto de e não causados verdadeiramente pela pandemia, assiste-se à predação do grande capital sobre o médio e pequeno capital. Os lucros dos grandes conglomerados aumentaram vertiginosamente: Ocupam os nichos de mercado deixados vazios por pequenas e médias empresas, que estão falidas.
- O sistema mundial está a evoluir para um «duopólio»: o Bloco Atlântico e o Bloco Eurasiático. As consequências desta partição binária mundial são globais e de longo prazo.
- Até o sistema mundial - com os aspectos geoestratégico, financeiro, produtivo, comercial - atingir novo equilíbrio, mesmo que somente meta-estável, o Mundo vai sofrer uma série de convulsões, crises e revoltas. Suas vítimas principais vão ser os povos: sobretudo, povos do Terceiro Mundo, os que menos têm; os que menos usufruíram da sociedade de consumo.
- Nos países afluentes - com o empobrecimento das classes médias - progridem as correntes fascizantes, capazes de tomar o poder eleitoralmente, ou - pelo menos - de exercer pressão sobre os partidos de direita e de centro «clássicos», que adoptam políticas xenófobas e muitos outros pontos do programa da extrema-direita, sem o reconhecerem abertamente.
- Apesar de tudo o que descrevi acima, o colapso em curso não deverá ser visto como um Apocalipse, o Dia do Juízo Final, a catástrofe global, o fim da civilização, ou da própria espécie humana.
- Não! Todas estas mudanças são mais semelhantes a fenómenos geológicos: serão análogas aos movimentos tectónicos, com as configurações dos continentes a mudarem e em que novas oportunidades se abrem, ao mesmo tempo que se encerram episódios da História da Terra e das espécies.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
OS PROVÉRBIOS
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
[GAEL GIRAUD] A ARMADILHA DEFLACCIONISTA
Salomé Saqué recebe, para o site «Blast», o economista Gaël Giraud.
MITOLOGIA COVIDIANA
Um estudo estatístico bem documentado, prova que a prevalência de casos de COVID é independente do grau mais ou menos restritivo das medidas sanitárias ditas «preventivas». O estudo compara os vários Estados dos Estados Unidos, nos quais alguns têm tomado atitudes marcadamente diferentes quanto às restrições a aplicar.
Nomeadamente, o estudo debruça-se em detalhe sobre os efeitos dos confinamentos muito estritos, que aconteceram na Califórnia, por comparação com a Flórida, onde houve uma paragem dos confinamentos desde Setembro passado e onde não mais se repetiu esta situação.
A comparação mostra que não houve estatisticamente diferença significativa e, a haver, ela seria favorável à Flórida. Com efeito, a população da Flórida é composta por uma percentagem superior de idosos em relação à Califórnia, um dos Estados com a população mais jovem dos EUA.
Igualmente, o argumento dos californianos serem pouco cumpridores das restrições impostas, não colhe. Com efeito o estudo mostra - com o apoio de gráficos comparativos - que o comportamento social dos habitantes da Flórida tem sido mais «descontraído» que o da Califórnia, em todo este período.
Finalmente, a questão climática também não é pertinente, visto que ambos os Estados possuem um clima bastante ameno, onde a amplitude de temperaturas entre estação fria e quente é moderada.
O autor também se debruça sobre os dados estatísticos dos restantes Estados dos EUA. Verifica-se que não existe correlação entre as medidas mais estritas de confinamento e o grau de seriedade da epidemia, tanto nas mortes, como em relação a casos confirmados de COVID. O autor defende que a única correlação verificável tem a ver com factores sazonais e climáticos, esses sim, causando variações nos 50 Estados, sendo legítimo falar-se da «estação do COVID», assim como se fala da «estação da gripe».
Os fervorosos adeptos das medidas de distanciamento «social», de confinamento (ou prisão domiciliária, mais propriamente), das máscaras nos espaços públicos, mesmo abertos.... esses é que têm a obrigação de provar que estas medidas têm efectivo benefício para a população em geral.
As campanhas massivas, tanto dos governos como da media convencional, não «provam» nada, mas têm espalhado a convicção da necessidade dessas medidas, quando toda a evidência é contrária a isso.
Mais; o argumento de que os confinamentos evitariam a sobrecarga dos serviços de cuidados intensivos do sistema hospitalar é também falso, pois se verifica, como de costume no inverno, no hemisfério norte, um forte acréscimo do trabalho nas urgências hospitalares e nos cuidados de saúde, em geral, quer o país em causa esteja em confinamento estrito, quer não.
A sazonalidade existe em relação a uma série de doenças, na população. As notícias divulgadas em Portugal, por exemplo, da sobrecarga destas estruturas hospitalares, não só não referiam esta questão, como omitiam que os serviços «vulgares» de atendimento aos doentes, os centros locais de saúde, os hospitais de dia, etc, tinham sido sujeitos às restrições mais draconianas, afastando (intencionalmente?) doentes «normais» (ou seja, não COVID) do acesso e da utilização dos serviços locais e dos respectivos cuidados médicos. Claro que estes doentes não tinham outro recurso senão as urgências, que foram inundadas por imensas pessoas, algumas a precisar efectivamente de cuidados urgentes, mas outras apenas porque não tinham o acesso normal ao apoio médico nas unidades de saúde locais.
As medidas tomadas em relação às estruturas locais de saúde foram um erro crasso (e mascarado) do governo português. A media, em vez de denunciar a imbecilidade de tais medidas (cujo efeito era previsível, logo à partida), atribui errónea e desonestamente o excesso de público nas urgências ao «COVID».
Simplesmente, a estes propagandistas disfarçados de jornalistas, não lhes ocorreu que - estando o país inteiro «em confinamento» durante boa parte do inverno, apenas com algumas excepções pontuais - deveria haver menos pressão nas urgências, do que o habitual nesta época. Isto é, se os confinamentos e as outras medidas fossem realmente eficazes em evitar a saturação dos serviços de urgência nos hospitais!
Enfim, as campanhas de medo, de condicionamento da opinião pública, sucedem-se e a cidadania é simplesmente tratada como «gado», tanto pelo governo como pela media.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
FAZER DE CONTA...
UMA PEQUENA AMOSTRA (INCOMPLETA!) DE COMO SE FAZ DE CONTA, NOS CÍRCULOS DO PODER, SEJA AO NÍVEL POLÍTICO, SEJA ECONÓMICO.
1) Fazer de conta que esta abordagem da crise do COVID tem coerência e foi absolutamente indispensável para salvaguardar as populações, sujeitas aos «lockdowns». Desta falsa estratégia sanitária, os verdadeiros epidemiologistas, os verdadeiros cientistas já demonstraram o absurdo, a imbecilidade. Mas o crime é mantido através de manipulação e censura, nas «redes sociais» e na media, que seleccionam o que as massas podem ou não podem ver, ouvir, ler.
2) Fazer de conta, nos países da NATO, muito em especial nos EUA, que têm a peito a defesa da «liberdade e democracia», quando mantêm uma série de guerras e de ocupações, sem a mínima legitimidade, sem o mínimo mandato considerado válido à luz da lei internacional. Usam e abusam do poderio militar contra os mais fracos, mantendo o controlo directo nos países mais pobres, como o Afeganistão, ou empobrecidos pelas intervenções criminosas da NATO, como é o caso da Líbia... Os resultados humanitários das guerras e ocupações são desastrosos.
3) Fazer de conta, nos mesmos países «ocidentais», que o perigo vem da China e da Rússia, quando são eles que cercam estes países com bases militares, fazem exercícios bélicos às suas fronteiras, decretam unilateralmente sanções, totalmente ilegais, face à legalidade internacional. Na realidade, estão fazendo jogos de guerra perigosos, provocações, deitando por terra os acordos para redução de armamentos nucleares, subindo o tom de retórica de guerra. Têm estado a atiçar as tensões com as outras potências nucleares, mas mantêm os seus súbditos enganados, acenando-lhes com o «perigo» chinês ou o «perigo» russo.
4) Fazer de conta, que políticos e governantes trabalham pelo bem-estar e desenvolvimento dos seus países. Na realidade, são uma casta parasitária, como carraças, abocanhando o poder. Eles fazem escolhas, não no interesse das populações, mas dos lóbis que os controlam. Com efeito, são estes poderosos interesses, financeiros e industriais, que contribuem decisivamente sob forma de «donativos» (uma forma de «corrupção legal») para os partidos e candidatos, durante as campanhas eleitorais e que mantêm uma teia de conivências com o poder. Quem manda é o «Estado profundo». Não é a vontade do eleitorado que prevalece.
5) Fazer de conta que respeitam a democracia e que estão atentos às opiniões públicas, será seu principal (e único?) talento. Na verdade, à cidadania, apenas estão constantemente a servir-lhe propaganda e não informação verdadeira. Desta forma, as pessoas são induzidas a pensar o que lhes convém a eles, aos donos dos regimes ditos «democráticos». Logo que há vozes e movimentos dissidentes, são tratados com brutalidade, mas isso não é «notícia». Pelo contrário, é notícia o que seja, ou pareça ser, desrespeito pelos direitos humanos nos tais países (Rússia, China, etc...).
6) Fazer de conta que estão a tentar resolver os problemas económicos e financeiros, quando têm simplesmente feito tudo para inflacionar bolhas especulativas, com a criação monetária desabrida, o que irá causar hiperinflação. Para já, está causando uma crise da dívida, que tornará - cedo ou tarde - inevitável o colapso. Têm feito o necessário para dar ainda mais poder aos poderosos; os que possuem «a parte de leão» das acções, obrigações e outros instrumentos, que têm sido inflacionados. As consequências serão para os pobres. As pessoas perderão as pensões, os direitos sociais, o emprego. Os políticos sabem isso, mas mascaram o discurso com expressões enganosas, tais como «estimular a economia», que não querem dizer nada ou melhor, dizem o contrário daquilo que é, na realidade.
7) Fazer de conta, que estão preocupados com a sustentabilidade e sobrevivência dos ecossistemas, etc. Supostamente, justificam com uma pseudo-ciência as políticas de «zero carbono». Na verdade, trata-se da agenda dos muito ricos. Os George Soros, Bill Gates, Rockefeller, Schwab, Bezos, a gente de Davos ... são quem lhes ditam a tal conversão («Green New Deal»), no interesse da oligarquia mundial. Não hesitam em falsificar os dados da ciência, enquanto polvilham os discursos de boas intenções ambientalistas. Entretanto, não deixam de alimentar a máquina de guerra, a mais poluidora e destruidora das actividades humanas. Aumentam - não limitam, nem reduzem - o fabrico e compra de armamentos sofisticados, que absorvem fatias enormes dos orçamentos dos Estados. Todas estas actividades são fortes poluidoras e causadoras de escassez de matérias-primas estratégicas. Mas, tais poluições e depredações da guerra e as despesas militares, «não existem» ao nível os discursos. Assim o ordena o «bom gosto» destes serial killers e sua boa-consciência ambientalista.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
J.S. BACH E A GLÓRIA DIVINA NA MÚSICA
Pois, este segundo andamento da Sonata em Trio em Mi menor de J.S. Bach corresponde exactamente ao estado de espírito acima descrito: O que é agradável, dispõe bem, dá optimismo, deve ser usado para celebrar o culto para glória de Deus.