Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

J.S. BACH E A GLÓRIA DIVINA NA MÚSICA


 Depois de alguma hesitação, decidi-me a passar para aqui e comentar este pedaço da sonata em trio Nº4, na interpretação de Marie-Claire Alain, uma velha conhecida minha, graças à qual pude -literalmente- assimilar a obra completa de Bach para órgão, aos 15 anos. 
Existem vídeos com outras versões, inclusive para clavicórdio (um dos meus instrumentos preferidos!), ou para piano. Mas, inegavelmente, esta peça pertence  - por direito próprio - ao reportório do órgão! 
Tem aquele toque ligeiro, profano, mesmo, de uma dança. Mas isto não pode surpreender alguém familiarizado com o barroco (e com o renascimento). Nesta época, tudo o que pudesse alegrar e elevar a alma era considerado bom para ser executado na igreja, pelo menos, em terras protestantes. 
Conta-se que Lutero respondera, quando lhe fizeram a  objecção de que certas melodias dos corais eram adaptações de peças profanas: «Não vamos fazer a vontade ao Diabo, reservando para ele as mais belas melodias que existem!».

Pois, este segundo andamento da Sonata em Trio em Mi menor de J.S. Bach corresponde exactamente ao estado de espírito acima descrito: O que é agradável, dispõe bem, dá optimismo, deve ser usado para celebrar o culto para glória de Deus.  

1 comentário:

Manuel Baptista disse...

Veja a versão completa e com partitura da sonata em trio nº4:
https://www.youtube.com/watch?v=vfKYodXFYJI