terça-feira, 30 de abril de 2024

Robert Johnson LOVE IN VAIN

 


A simplicidade desta composição de Robert Johnson desafia as épocas e as modas. Tanto ao nível melódico como harmónico e a própria letra, são bastante fortes. Diria até  que impregnam nosso subconsciente com grande facilidade.

Os músicos de blues que retomaram este trecho de autoria de Robert Johnson, são inumeráveis: Aqui, uma versão por Keb' Mo'. 

Porém, no Youtube, também há imensas versões por grupos pop-rock. São bem conhecidas as dos Rolling Stones: Existem várias gravações ao vivo da canção. Também os Faces fizeram uma gravação da mesma canção.


sexta-feira, 26 de abril de 2024

RECUERDOS DE LA ALHAMBRA + REFLEXÃO HISTÓRICA

 
 O grande mestre que foi Andrés Segovia deu o pleno brilho da guitarra espanhola em suas interpretações, elas próprias, monumentos da música.
 Francisco Tarrega pertence ao grupo de grandes compositores para este instrumento, da segunda metade do século XIX e princípios do século vinte. 

                                                    Foto: Andres Segovia

Apogeu e decadência da Civilização Ibérica

Esta peça, muito conhecida, convida-nos a considerar o fausto e o requinte da civilização Islâmica, que se estendeu pela maior parte da Península Ibérica e que durou vários séculos.  
Esta cultura, não só artística, como também científica, permitiu que este espaço ibérico fosse ocasião para o chamado Primeiro Renascimento, que ocorreu em pleno período medieval: Este renascimento corresponde ao período de maior florescimento da cultura árabe na Península Ibérica, em que obras de historiadores, filósofos, matemáticos, etc. da Antiguidade foram estudadas, graças às traduções em língua árabe, feitas a partir de originais gregos, muitos dos quais se tinham perdido. 
Além da herança árabe, a Península foi testemunha do florescimento da cultura judaica. A tradição cristã, muçulmana e judaica, todas as três culturas e religiões, apesar das cruzadas e outras catástrofes que assolaram o mundo medieval, encontraram maneira de não só partilharem os mesmos espaços, como de se fecundarem reciprocamente, dando origem aos dois reinos (Portugal e Castela) mais poderosos da época, enquanto «condensados de cientistas». Os grandes projetos de expansão marítima - tanto de portugueses como de castelhanos - não seriam possíveis sem uma sólida base científica e técnica. 
Os reinos Ibéricos reuniram um escol de cientistas de várias proveniências; físicos, astrónomos, geógrafos, aos quais se somavam homens de grande saber e perícia técnica, nas artes de marejar, na construção naval, na medicina, na botânica, etc. juntamente com um «saber de experiência feito» de mercadores e aventureiros.  
As duas grandes expulsões - dos judeus e dos mouros muçulmanos - foram decretadas pelos reis ibéricos. Os poderes reais queriam deste modo agradar ao alto clero e ao Papa. 
Na realidade, foram desastres porque cortaram estes reinos de boa parte da elite científica e erudita dos mesmos. Foi um empobrecimento cultural brusco, por fanatismo ou por gula de poder. 

As guerras - nessa época - eram supostamente contra os «infiéis» mas - sobretudo - faziam-se com intuitos de conquista territorial e de monopólio das rotas comerciais, tão cobiçadas. 
Assim, os reinos ibéricos, pouco tempo depois do momento de maior expansão (finais do século XV, princípios do século XVI),  sofreram processos brutais de expulsão de parte das suas gentes, que incluíam justamente as elites intelectuais e científicas, que tinham contribuído para essa mesma expansão. Assim se explica que os primeiros sinais de decadência, se tenham manifestado pouco tempo depois do apogeu, com apenas um ou dois decénios de intervalo. 
A cultura, a civilização, ganham com o entrecruzamento de várias tradições; com um espírito de tolerância e respeito pelas heranças culturais doutros povos. É algo que não se pode impor; aliás, aconteceu naturalmente, mesmo no contexto da rivalidade entre a Cristandade e o Islão. Faço notar que o povo judeu, nessa época, desempenhou papeis muito relevantes para os reinados cristãos. Os sábios judeus eram muito respeitados por cristãos e muçulmanos, ao mais alto nível. Mas o fanatismo religioso (neste caso, católico) ameaçou de excomunhão os reis e os reinados que tivessem tolerância para com outras religiões. 
A expulsão ou conversão forçada de judeus e de muçulmanos foi uma terrível tragédia para estes; mas, além disso, esteve na origem da perda de influência, da incapacidade de sustentar os impérios comerciais que tinham sido formados, sobretudo, no Oriente. 
Em suma, as intolerâncias foram causa profunda da decadência que rapidamente se verificou, a todos os níveis: científico, militar, demográfico, económico.. .

terça-feira, 23 de abril de 2024

PORQUE BIDEN APOIA GOVERNO GENOCIDA DE NETANYAHU ?

 



Além das motivações políticas, não esqueçamos que Biden é o perfeito presidente da máfia sionista, pois ele foi escolhido pelos seus muitos «telhados de vidro». Era do conhecimento público (antes das eleições, há 4 anos) o enorme escândalo do seu filho Hunter Biden (psicopata sexual, adicto em drogas), que fazia a compra de influências, nomeadamente, entre altos dignatários do Partido Comunista Chinês, que são simultaneamente grandes acionistas de empresas chinesas e o vice-presidente Biden. O estado senil do seu pai e vice-presidente de Obama, já era conhecido. O facto de ter sido um «falcão», que apoiou entusiasticamente a invasão do Iraque em 2003, idem. Tudo isso, fazia dele o candidato mais fraco possível, mais facilmente manipulável: A AIPAC, a ADL (lobbies judaicos, pró-sionistas), o lobby do armamento e os grandes bancos é que elegeram Biden. 
O poder não reside da Casa Branca, nem no Capitólio: é claro que este reside em conglomerados de interesses, doadores das campanhas multimilionárias e aos quais os candidatos respondem, antes de mais. Por isso, há um divórcio tão grande entre o sentimento da «rua» nos EUA e aquilo que faz a «elite», a «oligarquia». 
Os dirigentes europeus, subservientes, são rápidos a copiar os piores exemplos de corrupção e de cinismo dos colegas americanos. Com a agravante de - na Europa - estarem a «suicidar» os seus países, seus Estados, suas economias, sacrificando os seus povos, só para demonstrar fidelidade ao seu «senhor feudal», os EUA.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

OPUS VOL. III, 14. GRITO DOS OPRIMIDOS DA TERRA

 



Quase todos se designam como ambientalistas

Está na moda; mas, quantos estão genuinamente

A lutar pelo ambiente, o que inclui os humanos?



Onde estão os ambientalistas quando se trata

De manifestar contra a guerra

Exigindo paz imediata, salvando vidas

E salvando a ecosfera, impactada

Pelo desastre ecológico das guerras?


Que protesto contra a hipocrisia 

Dos dirigentes que falam contra

Mas enviam armas e munições

A um dos lados, para eternizar

O bom negócio para a indústria

Dos armamentos?


Não lhes importa o ambiente

Nem tão pouco as pessoas

São ecologistas da treta

Que se indignam apenas

Com um dos lados e calam

Críticas a quem lhes paga!


A Terra, essa, não tem 

Quem a defenda

Apenas a regeneração

Natural, no longo prazo

Se os homens entretanto

Não tiverem conseguido

Tudo destruir!




domingo, 21 de abril de 2024

UCRÂNIA ESTÁ A ATINGIR O PONTO DE COLAPSO

 SCOTT RITTER: PERDEMOS O CONTROLO DO MUNDO PORQUE NOS RECUSAMOS A COMPREENDER O QUE SE PASSA


O nível dos chefes ocidentais é tal que, na Rússia e na China, não precisam de fazer grande coisa. A estupidez dos referidos dirigentes ocidentais apenas os enterra cada vez mais: São ridículos, desprezíveis e sobretudo criminosos (pensem em Gaza!).

Scott Ritter diz muitas verdades. Oiçam o que diz a propósito de
Stoltenberg
Scholz
Yellen
...
A estupidez não tem limites!
Zone contenant les pièces jointes

sábado, 20 de abril de 2024

O TRIUNFO DA ESTUPIDEZ

 


Os ocidentais, pelo menos os que detêm mais poder, seja ele económico ou político, são capazes de ficar muito orgulhosos porque «fizeram uma tonelada de dinheiro». É assim que pensam, realmente. Confundem as coisas. Não têm a mínima noção da realidade económica. São capazes de ficar extasiados perante a subida das bolsas e das ações nas quais apostaram, porém, não têm em conta que a divisa na qual essas mesmas são avaliadas (e todos os ativos, geralmente), se deprecia em proporção tão grande como a «valorização» dos seus ativos. 

Nunca na História se acumularam tantos erros estratégicos, pela chamada elite. Os poderosos, nos anos noventa, decidiram que os países pobres, do Terceiro Mundo, eram os locais apropriados para deslocalizar as suas empresas. «Matavam de uma cajadada, dois coelhos»: Obtinham enormes lucros com estas deslocalizações e conseguiam controlar a classe trabalhadora dos próprios países, sujeitando-a à precariedade, ao desemprego, à diminuição do seu nível de vida.  Na realidade, estavam a serrar o ramo sobre o qual se sentavam; numa sociedade capitalista o mercado (dos bens materiais e dos serviços) é que dita o lucro: Se não houver escoamento para a mercadoria, os seus fabricantes podem ter acumulado muita mais-valia (potencial) no processo de produção, isso não produz qualquer lucro líquido, pois no final, eles só podem concretizar a operação pela venda dos tais produtos acabados. Se não há compradores, ou porque o produto proposto não lhes interessa ou porque estão debilitados economicamente e não podem gastar dinheiro em coisas não essenciais, os capitalistas irão, com certeza, para a falência. E assim foi. 

Os produtos elaborados no «Oriente» eram muito mais baratos e mais satisfatórios. Portanto, tinham colocação garantida tanto nos povos do oriente, como do ocidente. A desindustrialização foi um desastre para o capitalismo ocidental, promovido pelo mesmo e resultou num maior crescimento da capacidade produtiva e do poderio económico das economias orientais. 

Outra das belas operações dos ocidentais foi a sua obsessiva venda de ouro, quer estivesse guardado em cofres-fortes de bancos comerciais, ou nos bancos centrais dos diversos Estados. 

Os países recetores foram aqueles com excedentes comerciais crónicos. Foram acumulando ouro, tanto quanto podiam, sabendo que o preço a que lhes era vendido, era um preço de saldo. 

O ouro está agora em mãos fortes. Ele foi cedido  por mãos fracas. Infelizmente, não  apenas as mãos eram fracas, também as cabeças: Com efeito, acreditaram numa espécie de ladainha que «justificava» as vendas massivas do ouro como ele sendo «a pet rock» («uma rocha de estimação»). 

Mas o ouro é dinheiro verdadeiro, há mais de 5000 anos, que não sobe nem desce, pelo contrário são as divisas fiat que sobem e descem constantemente. Se assim não fosse, não haveria nenhuma lógica para os bancos centrais de todo o Mundo acumularem este metal especial. 

Agora, vê-se que quem possui o ouro, possui o poder. O mais extraordinário, é que a classe possidente no Ocidente se convenceu das suas próprias falácias, acreditou na sua própria propaganda. 

Nunca se viu um grau tão grande de autoderrota. Não tenho pena das classes possidentes ocidentais, tenho compaixão pelas pessoas trabalhadoras, exploradas, enganadas, espoliadas dentro desse tal «jardim do Paraíso» do Ocidente (como diz Josep Borrell). 

Afinal eles, trabalhadores dos países ocidentais, devem sentir-se ainda mais infelizes, perante os milhões de pessoas que deixaram de ser pobres e que ascenderam ao nível de «classe média» no Oriente, enquanto elas, no Ocidente, desciam para o inferno da pobreza.

Não vale a pena, sequer, esgrimir argumentos com os falsos «especialistas» ou «economistas da treta», que enxameiam os nossos media corporativos: Se uma pessoa quer olhar os factos por si mesmos, sem se distrair pelas argumentações sofísticas, tem de concordar comigo: 

- Nos finais do século XX e nos princípios deste século, a classe dominante dos nossos países ocidentais, possuída de vertigem do poder e da sua invencibilidade, provocou a sua própria queda.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

HOMENAGEM A LIANE AUGUSTIN [Playlist]

                                 Um dos melhores LPs de Liane: Orient express 







Uma criança de seis anos passeia em Viena de Áustria, em 1960, pela mão do Pai e da Mãe. Estes, fazem-lhe visitar magníficos palácios, museus, salas de concerto e o famoso teatro de marionetas, onde ouve e vê pela primeira vez a ópera de Mozart «A Flauta Mágica».  Nesta idade, não se tem recordações nítidas do que se viu, ouviu ou testemunhou. Mas fica o encantamento. E ficaram os discos - comprados e trazidos para Lisboa, pelos pais -  de Liane Augustin e do seu trio do Bohème Bar.

Hoje em dia, reconheço a qualidade excecional de Liane, que tanto se adapta perfeitamente a interpretar canções vienenses, como grandes nomes da canção francesa, ou da ópera dos Três Vinténs, de Brecht/Weil, da qual se tem uma excelente gravação com partes selecionadas. 

O fascínio pela artista Liane Augustin é perfeitamente natural, pois representa uma tradição de continuidade desde antes da IIª GuerraMundial, até às primeiras décadas do pós-guerra, seleccionando aquilo que existe de melhor, tanto na canção de cabaret, como na canção francesaanglo-saxónica e italiana, além da alemã.

Esta qualidade é difícil de apreciar, dada a técnica pouco sofisticada de gravação, em discos mono, sem captação diferenciada da voz em relação ao acompanhamento instrumental. O estado de conservação dos discos de vinil que serviram para as regravações, podem afastar um público mais exigente em relação à qualidade técnica. Mas, eu proponho que «afinemos» o ouvido, tentando captar a autenticidade da voz e acompanhamento instrumental nestas gravações.  

LISTA DE CANÇÕES INTERPRETADAS POR LIANE AUGUSTIN



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