segunda-feira, 22 de agosto de 2022

JAPÃO: A GERAÇÃO PERDIDA


 Este documentário é muito interessante: Mostra como as bolhas especulativas, na bolsa e no imobiliário, uma vez rebentadas, produzem um marasmo duradoiro, que se reflete na demografia do país. 
A ideologia neoliberal, tão forte nos anos 90 e que continua a ser hegemónica ao nível académico e mediático convencionais, varreu para debaixo do tapete o caso das décadas de marasmo na economia mais dinâmica na Ásia e no mundo nas décadas anteriores (anos 60-80). 
Note-se que o conceito de quantative easing foi inventado pelo Banco Central do Japão, para «estimular» o consumo interno com impressão monetária. O resultado pode ser visto neste vídeo. 

THE ANIMALS E OS ANOS 60

Os britânicos «The Animals» são um marco inesquecível dos anos 60. Em homenagem ao grupo e seus membros, deixo aqui 40 canções:


               https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IORf7pGl2Et34u40666iOQs

Nestes anos, os jovens eram revolucionários:  Ocuparam fábricas e faculdades, puseram em cheque as políticas repressivas, não tiveram medo de enfrentar tanto a repressão policial, como a repressão burocrática. 

Nos anos 60 passaram-se muitas coisas que eu não imagino possíveis na atualidade. Pelo menos, nos países ditos «ocidentais».  

Era assim, nos anos 60, à beira da revolução que acabou por não acontecer no plano político, mas foi bem sucedida na sociedade civil:

LIBERTAÇÃO SEXUAL, LUTA AUTÓNOMA DAS MINORIAS OPRIMIDAS, LUTA ANTI-COLONIAL E ANTI-IMPERIALISTA, SOCIALISMO NÃO-BUROCRÁTICO.

https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IORf7pGl2Et34u40666iOQs


domingo, 21 de agosto de 2022

A JANELA DE OVERTON E A ILUSÃO DA DEMOCRACIA

 Neste país à beira-mar plantado, todo ele com os pés na areia e o sol a queimar-lhes os miolos, seria milagre que aqui alguém prestasse atenção ao que escrevo. Como não acredito em milagres, tenho realmente pouca convicção de que alguém, neste soporífero país, veja e explore as pistas de reflexão que lhes apresento. Mas, o Mundo é vasto e a Internet também. De facto, mais de meio milhar de seguidores anónimos consultam este blog diariamente, da Austrália ao Canadá,  da Rússia ao Reino Unido.

Para meu público anónimo, quero apresentar um autor de vídeos de Youtube, que descobri muito recentemente: Não me identifico com algumas opiniões dele, ou com certas formulações nalgumas questões. E depois? O essencial é saber se o sumo do que ele expõe tem conteúdo, tem informação; se o discurso do autor é coerente e nos provoca. Sem nos confrontarmos ao outro, como diz Byung-Chul Han, não existe discursividade; e sem ela, a democracia fica - no mínimo - castrada, torna-se uma farsa, um jogo sem conteúdo. Creio que foi George Orwell (Eric Blair) quem definiu melhor a democracia, como «quando podes dizer aquilo que os outros NÃO gostam de ouvir».

Regalem-se pois, com o vídeo abaixo (podem ativar legendas automáticas, em espanhol):



quinta-feira, 18 de agosto de 2022

PUTIN, DISCIPULO DE MACKINDER NO SÉCULO XXI

Nota prévia: Tenho a maior consideração pela capacidade e honestidade de Alasdair Mcleod, um conservador britânico, que não cede face a quaisquer seduções de expressar simpatias ou antipatias ideológicas. Sei que ele não gosta de Putin e do regime instituído na Rússia, mas como bom analista em geoestratégia, é realista. Construiu (clicar no título abaixo) uma peça notável de análise geoestratégica, embora os seus domínios de especialidade sejam as relações monetárias e os metais preciosos. 

Geopolitics: the world is splitting into two

O título diz claramente do que se trata. Eu não irei traduzir, nem comentar, pois me parece inútil, face à clareza do seu inglês. Limito-me a transcrever abaixo o gráfico e o respetivo comentário, sublinhando que o conteúdo fundamental do artigo é a estratégia de Putin.
[citação:]

 A EVIDÊNCIA mostra que a volatilidade das matérias-primas está nas divisas nas quais são pagas, não nas próprias matérias-primas. A figura abaixo mostra esta relação comparando o preço do petróleo em Euros (curva a cinzento) e o preço do mesmo combustível, expresso em ouro (curva a amarelo) 


quarta-feira, 17 de agosto de 2022

TELESCÓPIO JAMES WEBB: IMAGENS DE GALÁXIAS CAUSAM SURPRESA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA

 



Estas imagens de galáxias jovens obtidas pelo telescópio espacial James Webb causaram mais que uma sensação, nos círculos dos astrónomos e dos cosmólogos. É que estas galáxias são estimadas muito mais antigas do que se julgava possível. Caso esta estimativa se confirme, o modelo até agora aceite de expansão do Universo, conhecido popularmente como «Big Bang», estará posto em causa, pois as imagens referidas seriam incompatíveis com a teoria «inflacionária», que descreve a expansão do Universo no tempo próximo da sua origem. Trata-se - talvez - de uma mudança de paradigma. Se assim for, é da maior importância para a Cosmologia. 
Veremos se as discussões decorrentes das descobertas conduzem somente ao ajustamento de parâmetros dentro da teoria em vigor, ou se é necessário deitar para o caixote de lixo a teoria do Big Bang, que todos conhecemos. Neste caso, outra teoria cosmológica surgirá. 
Vale a pena visitar a página:

James Webb Space Telescope images reveal stunning galaxies, complex adolescent cosmos




https://www.abc.net.au/news/science/2022-08-16/james-webb-space-telescope-first-month-of-images-data/101322658

(mais imagens de galáxias, de uma beleza estonteante, na página acima assinalada)


PS1: Veja também, sobre o mesmo tema, o vídeo seguinte:

https://www.youtube.com/watch?v=vjcuQzZD7vI

FORASTEIRO À BEIRA MAR [OBRAS DE MANUEL BANET]

                            ,Imagem: quadro a óleo de Eduard Honoré Gandon



Forasteiro à beira mar

Longe está meu pensamento

Outrora ensinou-me o vento

Outrora ensinou-me a amar


Indivíduos nos envaidecemos

Não nos ligamos jamais ao ser

Esquecidos de que irrompemos

Em Universo dum único Ser


Aos meus pés a maré vem

Mas não sou o rei da lenda

O horizonte mil sóis tem

Mil luas e uma legenda


Num tempo esquecido

Alguém olhou e adorou

O canto espairecido

Por cima das ondas soou


Basta um gesto, um olhar

 De beleza o coração cheio

Pode na certeza se firmar

Do passado imenso veio