Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
Não é pelo facto de se terem transformado - a pouco e pouco - numa enorme máquina de fazer dinheiro, sem nenhum «sumo», apenas a repetição, até à exaustão, de fórmulas de sucesso, que seja para desprezar as joias musicais dos que foram - nos anos sessenta - o maior grupo de rock & roll britânico.
A lista que vos apresento é apenas resultante do meu gosto pessoal. Não, não me considero uma autoridade na matéria e não imponho a minha escolha a ninguém. Só vos digo que ainda me consigo sentir «dentro das botas de adolescente dos anos sessenta», quando oiço algumas destas faixas.
Podia alinhar umas cinquenta faixas dos Stones dos anos 60. Canções, pelas quais merecem ser lembrados como o grupo de rock mais selvagem e mais cool dos anos 60. Eles continuaram e nem sempre estiveram à altura da banda que tinham sido, no passado. De qualquer maneira, estas minhas 4 escolhas são apenas a expressão do meu gosto pessoal.
Muitos de nós, adolescentes dessa época, nos fartámos de dançar ao som dos Stones. Sei que os da minha geração gostam de regressar ao ambiente sonoro desse tempo!
Nestes anos, os jovens eram revolucionários: Ocuparam fábricas e faculdades, puseram em cheque as políticas repressivas, não tiveram medo de enfrentar tanto a repressão policial, como a repressão burocrática.
Nos anos 60 passaram-se muitas coisas que eu não imagino possíveis na atualidade. Pelo menos, nos países ditos «ocidentais».
Era assim, nos anos 60, à beira da revolução que acabou por não acontecer no plano político, mas foi bem sucedida na sociedade civil:
LIBERTAÇÃO SEXUAL, LUTA AUTÓNOMA DAS MINORIAS OPRIMIDAS, LUTA ANTI-COLONIAL E ANTI-IMPERIALISTA, SOCIALISMO NÃO-BUROCRÁTICO.
Muitas pessoas, incluindo as que não conheceram «ao vivo», apreciam a música dos anos sessenta. É preciso ser-se musicalmente surdo ou não ter qualquer réstia de energia, para não se apreciar os «furacões» musicais que surgiram - no mundo anglo-saxónico, principalmente - nos anos sessenta.
Mas, estes momentos mágicos não surgiram do nada. O rock-and-roll surgiu nos EUA do boom, da época doirada em que a classe operária sentia que - mesmo que não tivesse o mundo a seus pés - tinha, pelo menos, um enorme potencial de prosperidade: acreditava que qualquer um podia alcançar um bem-estar real. Nestes anos houve realmente «um sonho americano». https://www.youtube.com/watch?v=IRF6nmqcbxo
Do lado de cá do Atlântico, os jovens tinham também aspirações de se emanciparem dum conjunto de constrangimentos sociais, incluindo na vida amorosa, que implicavam uma ruptura, não apenas com os costumes tradicionais ainda largamente vigentes, como também passava por terem uma forma de se exprimir por uma música que era só deles, que eles foram buscar, além-Atlântico à geração rock do imediato pós-guerra: Chuck Berry, Little Richard, Elvis Presley e muitos outros, foram copiados e plagiados pelos grupos (ainda obscuros) que se estreavam nos clubes. Alguns desses clubes proporcionaram a estreia ou rampa de lançamento de grupos celebérrimos. O Marquee Club de Londres (Rolling Stones) ou a Cavern de Liverpool (Beatles), são os mais conhecidos.
Os Rolling Stones foram buscar o próprio nome do grupo a um título de canção («Rollin' Stone») do célebre cantor de blues, Muddy Waters.
Mas, os grupos tinham uma enorme «escola»: Actuavam - noite após noite - em clubes, onde jovens vinham dançar, conviver e ouvir música. Tornou-se imperioso para eles construírem um reportório, tendo que pegar nos sucessos rock de além-Atlântico, ou mesmo nos blues dos cantores negros, sobretudo do Sul dos EUA. Estes foram inspiração para grupos como o de John Mayall e muitos outros, o que não deixa de ser paradoxal, visto que a música tradicional dos campos de algodão do Sul dos EUA estava ligada a um modo de vida marcado pela passada escravatura e pela situação de discriminação racial e marginalidade das comunidades negras.
De qualquer maneira, estes grupos dos anos sessenta e seus sucessores nos anos setenta, criaram algo que é muito particular, fundindo música de várias tradições, apropriando-se de êxitos alheios ou de músicas pouco conhecidas, para lhes darem um toque pessoal.
Claro que também houve a exploração deste filão pelas marcas de discos, o que foi também perfeitamente adequado para a divulgação ampla desta música «jovem».
Tenho recordação de ouvir o programa de rádio «Em Órbita», realizado por jovens que conseguiam fazer chegar aos nossos ouvidos as últimas produções dos nossos ídolos, muito antes destas estarem à venda nas lojas de discos portuguesas. Com efeito, nessa altura, por uma questão de estreiteza do mercado discográfico em Portugal, o número de lojas de discos que vendia música pop e rock era reduzido e havia poucos discos de importação directa dos EUA ou do Reino Unido.
De qualquer modo, as transformações ocorridas na sociedade não podem ser compreendidas, sem se ter em conta a participação da cultura, em particular da música pop.
Teve porém aspectos negativos, nas expressões musicais doutros países, nomeadamente, em França, Espanha, Itália, etc., onde cantores e grupos se puseram a cantar versões nas suas línguas nacionais, dos êxitos dos EUA e britânicos. Depois, alguns começaram a compor directamente em inglês, apesar de não terem verdadeiras raízes culturais anglo-saxónicas. Mas, a música era também um negócio.
Os anos que se seguiram, ainda tiveram alguma pujança e viram surgir algumas novas estrelas de música pop e rock. Diga-se que, muitas destas, começaram a ser conhecidas nos finais dos anos sessenta. A geração do festival de Woodstock (1969), foi uma espécie de florescimento de tudo o que tinha sido incubado ao longo da década.
Depois, houve algo interessante, de um ponto de vista sociológico, o revivalismo dos anos 60.
Este revivalismo começou logo a uma década ou duas de distância. Ou seja, houve um retomar dos êxitos e sobretudo das fórmulas de sucesso. Ainda aqui, o dinheiro soou mais forte. O sucesso, com retomas de êxitos dos grupos e artistas dos anos sessenta, estava razoavelmente garantido, pois havia sempre um público que vivera os tais anos e aderia ao que tinha sido tão significativo na sua adolescência.
Não digo que o veio de criatividade da música pop e rock se tenha esgotado, mas é sempre difícil ser-se original num contexto em que tudo o que se possa fazer remete, de uma forma ou de outra, para estilos caldeados 60 anos atrás: Como aguentar a confrontação com a primeira geração, com aquela frescura, espontaneidade, adesão entusiástica da juventude que (correcta ou incorrectamente) via na música o veículo para sua própria emancipação?
Que extraordinário pedaço de selvagem blues-rock (interpretado alguns anos antes por Big Mama Thornton) , mas sobretudo que voz inesquecível, a de Janis Joplin
Ao ouvir esta grande performance da Janis e seu grupo, tenho a perfeita sensação de percorrer o tempo, à hiper-velocidade da luz, para regressar aos anos de 1969, em que éramos genuinamente pela revolução e abertos à música que vibrava e remexia-nos por dentro, até ao coração e às tripas.
Sittin' down by my window, Honey, lookin' out at the rain. Lord, Lord, Lord, sittin' down by my window, Baby, lookin' out at the rain. Somethin' came along, grabbed a hold of me, And it felt just like a ball and chain. Honey, that's exactly what it felt like, Honey, just dragging me down.
And I say, oh, whoa, whoa, now hon', tell me why, Why does every single little tiny thing I hold on goes wrong ? Yeah it all goes wrong, yeah. And I say, oh, whoa, whoa, now babe, tell me why, Why does every thing, every thing. Hey, here you gone today, I wanted to love you, Honey, I just wanted to hold you, I said, for so long, Yeah! Alright! Hey!
Love's got a hold on me, baby, Feels just like a ball and chain. Now, love's just draggin' me down, baby, yeah, Feels like a ball and chain. I hope there's someone out there who could tell me Why the man I love wanna leave me in so much pain. Yeah, maybe, maybe you could help me, come on, help me!
And I say, oh, whoa, whoa, now hon', tell me why, Now tell me, tell me, tell me, tell me, tell me, tell me why, yeah. And I say, oh, whoa, whoa, whoa, when I ask you, When I need to know why, c'mon tell me why, hey hey hey, Here you've gone today, I wanted to love you and hold you Till the day I die. I said whoa, whoa, whoa!!
And I say oh, whoa, whoa, no honey It ain't fair, daddy it ain't fair what you do, I see what you're doin' to me and you know it ain't fair. And I say oh, whoa whoa now baby It ain't fair, now, now, now, what you do I said hon' it ain't fair what, hon' it ain't fair what you do. Oh, here you gone today and all I ever wanted to do Was to love you Honey an' I think there can be nothing wrong with that, Only it ain't wrong, no, no, no, no, no.
Sittin' down by my window, Lookin' at the rain. Lord, Lord, Lord, sittin' down by my window, Lookin' at the rain, see the rain. Somethin' came along, grabbed a hold of me, And it felt like a ball and chain. Oh this can't be in vain And I'm gonna tell you one just more time, yeah, yeah!
And I say oh, whoa whoa, now baby This can't be, no this can't be in vain, And I say no no no no no no no no, whoa! And I say whoa, whoa, whoa, whoa, whoa Now now now now now now now now now no no not in vain Hey, hope there is someone that could tell me Hon', tell me why, Hon', tell me why love is like Just like a ball Just like a ball Baaaaaaalllll Oh daddy, daddy, daddy, daddy, daddy, daddy, daddy, daddy And a chain. Yeah!
• LYRICS ~I'm a ghostLiving in a ghost townI'm a ghostLiving in a ghost townYou can look for meBut I can't be foundYou can search for meI had to go undergroundLife was so beautifulThen we all got locked downFeel a like ghostLiving in a ghost townOnce this place was hummingAnd the air was full of drummingThe sound of cymbals crashingGlasses were all smashingTrumpets were all screamingSaxophones were blaringNobody was caring if it's day or nightI'm a ghostLiving in a ghost townI'm going nowhereShut up all aloneSo much time to loseJust staring at my phoneEvery night I am dreamingThat you'll come and creep in my bedPlease let this be overNot stuck in a world without endPreachers were all preachingCharities beseechingPoliticians dealingThieves were happy stealingWidows were all weepingThere's no beds for us to sleep inAlways had the feelingIt will all come tumbling downI'm a ghostLiving in a ghost townYou can look for meBut I can't be foundWe're all living in a ghost townLiving in a ghost townWe were so beautifulI was your man about townLiving in this ghost townAin't having any funIf I want a partyIt's a party of one
Strange days have found us Strange days have tracked us down They're going to destroy Our casual joys We shall go on playing Or find a new town
Yeah!
Strange eyes fill strange rooms Voices will signal their tired end The hostess is grinning Her guests sleep from sinning Hear me talk of sin And you know this is it
Yeah!
Strange days have found us And through their strange hours We linger alone Bodies confused Memories misused As we run from the day To a strange night of stone
When the music's over When the music's over, yeah When the music's over Turn out the lights Turn out the lights Turn out the lights, yeah
When the music's over When the music's over When the music's over Turn out the lights Turn out the lights Turn out the lights
For the music is your special friend Dance on fire as it intends Music is your only friend Until the end Until the end Until the end
Cancel my subscription to the Resurrection Send my credentials to the House of Detention I got some friends inside
The face in the mirror won't stop The girl in the window won't drop A feast of friends "Alive!" she cried Waitin' for me Outside!
Before I sink Into the big sleep I want to hear I want to hear The scream of the butterfly
Come back, baby Back into my arm We're gettin' tired of hangin' around Waitin' around with our heads to the ground
I hear a very gentle sound Very near yet very far Very soft, yeah, very clear Come today, come today
What have they done to the earth? What have they done to our fair sister? Ravaged and plundered and ripped her and bit her Stuck her with knives in the side of the dawn And tied her with fences and dragged her down
I hear a very gentle sound With your ear down to the ground We want the world and we want it... We want the world and we want it... Now Now? Now!
Persian night, babe See the light, babe Save us! Jesus! Save us!
So when the music's over When the music's over, yeah When the music's over Turn out the lights Turn out the lights Turn out the lights
Well the music is your special friend Dance on fire as it intends Music is your only friend Until the end Until the end Until the end!
O que caracteriza as obras de qualidade, é serem intemporais.
Mas, existem obras que são especialmente apropriadas, em momentos de incerteza, de angústia.
Porque é que eu incluo nessa categoria este álbum de 1967 (*) da lendária banda de rock The Doors?
- Bem, primeiro, tem uma qualidade musical impossível de negar: a criatividade melódica, a subtileza dos arranjos, a extraordinária voz expressiva de Jim Morrison.
- Segundo, o conteúdo poético: estas letras são verdadeiros poemas.
- Terceiro, a realidade que nos cerca, inédita: pode ser lida no conteúdo deste álbum. Podemos achá-lo profético ... Profético, será ter razão antes de tempo...
-------------------------- (*) 00:00 Strange Days03:07 You're Lost Little Girl06:11 Love Me Two Times09:28 Unhappy Girl11:29 Horse Latitudes13:05 Moonlight Drive16:08 People Are Strange18:20 My Eyes Have Seen You20:50 I Can't See Your Face In My Mind24:17 When The Music's Over
Os grupos e solistas da onda pop e rock dos anos 60 são tributários - num grau ou noutro - destes pioneiros, o que aliás reconhecem através da adoção dalguns dos maiores sucessos desta primeira geração do rock.
Na minha geração, que viveu em pleno o fenómeno pop-rock na segunda metade dos anos 60 e anos 70, muitas destas peças foram ouvidas e conhecidas pelas versões dos Rolling Stones, dos Beatles, de Elvis Presley, etc... antes da audição das versões originais, pelos criadores.
Por vezes, as versões originais têm maior ímpeto e frescura, outras vezes, os músicos da onda rock seguinte conseguiram apropriar-se (no bom sentido) e dar versões que permanecem na memória musical de muitos de nós.
As pessoas, inebriadas pela cultura hedonista, seja ela rock ou outra qualquer, apontam muitas vezes como evidência da «excepcionalidade» de algum/a artista, que este/a se mate, se destrua das mais diversas maneiras.
Só assim ascendem ao estatuto de «mitos», incensados por multidões boçais de «adoradores». Mas estes atordoados alguma vez imaginaram o sofrimento por que passaram artistas como Janis Joplin, Jim Morrison ou muitos outros, que desapareceram demasiado cedo?
Isto, em si mesmo, é uma monstruosidade. Mas as pessoas encontram uma série de «justificações» para isto. Algo que seria visto como tragédia, se acontecesse a um membro da sua família.
Celebridades ou artistas que ficaram na penumbra, quantos se extinguiram assim? Por, literalmente, queimarem-se no altar das emoções e sensações, usando toda a espécie de drogas? Usavam-nas para atingir «estados alterados», que intensificavam o seu poder criativo e, ao mesmo tempo, permitiam-lhes aguentar o enorme stress duma vida de tournées constantes...
ADORADORES DOS ÍDOLOS DO ROCK: OIÇAM O SEU LEGADO COM HUMILDADE, RESPEITO E GRATIDÃO.
ARTISTAS DE HOJE: NÃO TENTEM EMULAR O COMPORTAMENTO DOS QUE CAÍRAM VÍTIMAS DO CÍRCULO INFERNAL DAS DROGAS. HÁ VÁRIAS MANEIRAS DE LIBERTAR A CRIATIVIDADE E COMBATER O STRESS, QUE NÃO PASSAM POR DROGAS.
Sittin' down by my window,
Honey, lookin' out at the rain.
Lord, Lord, Lord, sittin' down by my window,
Baby, lookin' out at the rain.
Somethin' came along, grabbed a hold of me,
And it felt just like a ball and chain.
Honey, that's exactly what it felt like,
Honey, just dragging me down.
And I say, oh, whoa, whoa, now hon', tell me why,
Why does every single little tiny thing I hold on goes wrong ?
Yeah it all goes wrong, yeah.
And I say, oh, whoa, whoa, now babe, tell me why,
Why does every thing, every thing.
Hey, here you gone today, I wanted to love you,
Honey, I just wanted to hold you, I said, for so long,
Yeah! Alright! Hey!
Love's got a hold on me, baby,
Feels just like a ball and chain.
Now, love's just draggin' me down, baby, yeah,
Feels like a ball and chain.
I hope there's someone out there who could tell me
Why the man I love wanna leave me in so much pain.
Yeah, maybe, maybe you could help me, come on, help me!
And I say, oh, whoa, whoa, now hon', tell me why,
Now tell me, tell me, tell me, tell me, tell me, tell me why, yeah.
And I say, oh, whoa, whoa, whoa, when I ask you,
When I need to know why, c'mon tell me why, hey hey hey,
Here you've gone today,
I wanted to love you and hold you
Till the day I die.
I said whoa, whoa, whoa!!
And I say oh, whoa, whoa, no honey
It ain't fair, daddy it ain't fair what you do,
I see what you're doin' to me and you know it ain't fair.
And I say oh, whoa whoa now baby
It ain't fair, now, now, now, what you do
I said hon' it ain't fair what, hon' it ain't fair what you do.
Oh, here you gone today and all I ever wanted to do
Was to love you
Honey an' I think there can be nothing wrong with that,
Only it ain't wrong, no, no, no, no, no.
Sittin' down by my window,
Lookin' at the rain.
Lord, Lord, Lord, sittin' down by my window,
Lookin' at the rain, see the rain.
Somethin' came along, grabbed a hold of me,
And it felt like a ball and chain.
Oh this can't be in vain
And I'm gonna tell you one just more time, yeah, yeah!
And I say oh, whoa whoa, now baby
This can't be, no this can't be in vain,
And I say no no no no no no no no, whoa!
And I say whoa, whoa, whoa, whoa, whoa
Now now now now now now now now now no no not in vain
Hey, hope there is someone that could tell me
Hon', tell me why,
Hon', tell me why love is like
Just like a ball
Just like a ball
Baaaaaaalllll
Oh daddy, daddy, daddy, daddy, daddy, daddy, daddy, daddy
And a chain.
Yeah!