Infelizmente, na media e nos círculos do poder dos países da NATO, só pensam em termos de derrubar Maduro e submeter a Venezuela.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
PROBABILIDADE DE INTERVENÇÃO MILITAR DOS EUA NA VENEZUELA AUMENTA
Vejam o vídeo abaixo, em que uma jornalista de RT entrevista um professor de Direitos Humanos de uma Universidade dos EUA.
Infelizmente, na media e nos círculos do poder dos países da NATO, só pensam em termos de derrubar Maduro e submeter a Venezuela.
Infelizmente, na media e nos círculos do poder dos países da NATO, só pensam em termos de derrubar Maduro e submeter a Venezuela.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
DEMONSTRADO: EURO BENEFICIOU SOMENTE ALEMANHA E HOLANDA
Um estudo do CEP publicado em Fevereiro de 2019, mostra que o euro beneficiou muito a Alemanha e os Países Baixos, tendo um efeito nefasto nas economias dos países do Sul, Portugal*, Espanha, Grécia e Itália.
Esta conclusão não é inédita, mas tem o mérito de provar com dados precisos e quantificar o que cada pessoa destes países, em média, beneficiou - ou não -desde a introdução do euro, em 1999.
Lembro que nos meus escritos sobre o euro - podem encontrá-los neste blog, ver aqui, aqui e aqui - já estava bem claro o papel inibidor do euro nas economias que deixavam de poder desvalorizar suas divisas para manterem a competitividade das exportações. O superávit sistemático de certos países e o déficit sistemático de outros, o desequilíbrio sistemático da balança comercial entre Norte e Sul, o seu claro efeito no desemprego, no endividamento externo, etc. são sinais muito claros de que algo estava e está mal, no desenho da «união monetária».
O que está mal?
- Em primeiro lugar, não existindo semelhança de grau de desenvolvimento industrial e tecnológico entre várias zonas do Euro, a criação de uma zona monetária única vai reforçar a penetração dos produtos das zonas mais fortes, em detrimento das mais fracas, visto não existirem barreiras alfandegárias.
- Em segundo lugar, a existência de um mercado único, com uma moeda única implicaria, para ser «fair play», que as regras do mesmo mercado fossem o mais uniformes possível de país para país; ou seja, com as mesmas exigências em relação às condições em que operam os agentes económicos; o mesmo nível de impostos, as mesmas regras nas relações laborais, as mesmas condições de acesso ao crédito, etc, etc.
- Em terceiro lugar, seria necessário introduzir um mecanismo de garantia de obrigações do tesouro de cada país emissor, uma efectiva garantia solidária do conjunto da zona euro. Isto significaria que, tanto os países ricos, como os pobres, teriam capacidade para pedir empréstimos em condições semelhantes, não haveria o enorme diferencial das taxas de juro; taxas ao nível da inflação ou mesmo menores, para os países mais ricos e taxas altíssimas, um crédito «punitivo», para os pobres.
As disfunções e anomalias resultantes da introdução da moeda única, nas condições em que tal foi feito, eram absolutamente previsíveis, mas os políticos que fizeram Maastricht tinham uma agenda essencialmente política, não económica. Depois, entronizaram as «regras de Maastricht» como se fossem absolutas, reforçando-as com uma «disciplina» que não tem qualquer significado económico.
Na verdade, o projecto da UE, especialmente com o tratado de Lisboa e o Euro, é um projecto de construção dum império continental, não duma verdadeira federação de Estados livres e conservando uma parte significativa da sua soberania. Num projecto imperial, como este, as regras são ditadas pelos mais fortes.
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* Consultar os gráficos da página 12 do referido relatório, para a evolução da situação de Portugal.
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* Consultar os gráficos da página 12 do referido relatório, para a evolução da situação de Portugal.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
SEGURANÇA SOCIAL PERDEU 18,6 MILHÕES POR FALÊNCIA DE FUNDO ESPECULATIVO
Comentário à notícia «Fundo de pensões perde 18,6 milhões de euros» (Jornal «Observador») por Manuel
Banet:
O Fundo de Estabilização da
Segurança Social não é uma estrutura sem importância; é este fundo que assegura
que as pensões sejam pagas no futuro.
Abaixo, lendo a notícia do
«Observador», verifica-se que afinal se trata de mais um ataque à Segurança Social, POR QUEM MAIS DEVERIA ZELAR PELA SUA SUSTENTABILIDADE, mais precisamente por Vieira da Silva, quando ministro de
governo Sócrates, o mesmo que preside à pasta no governo de António Costa.
A FINPRO vai à falência mas,
desde o princípio, esta foi uma aposta arriscada. O que o ministro dá como
«justificação» é apenas uma constatação da sua incompetência. Mas é muito
provável que tenha havido, além de incompetência, favoritismos, pois este fundo,
FINPRO, que a cidadania comum nunca ouviu falar, obteve logo a participação de
10% pela Segurança Social e de 17,2% da Caixa Geral de Depósitos (banco do
Estado). Isto tem contornos muito estranhos. No mínimo, seria caso para o
Ministério Público abrir inquérito judicial sobre esta empresa financeira,
como foi constituída, que gestores teve, o que ocorreu na sua curta existência,
quais as perdas que acabaram por levar à declaração de falência…
As responsabilidades políticas, mas sobretudo civis e criminais – a existirem neste caso – não deverão continuar impunes!
Só o Fundo de Estabilização da Segurança Social perdeu 18,6 milhões de euros. Para se ter uma ideia da gravidade de tal perda, basta saber-se que o valor total das pensões pagas em 2018, rondou os 20 milhões de euros!
As responsabilidades políticas, mas sobretudo civis e criminais – a existirem neste caso – não deverão continuar impunes!
Só o Fundo de Estabilização da Segurança Social perdeu 18,6 milhões de euros. Para se ter uma ideia da gravidade de tal perda, basta saber-se que o valor total das pensões pagas em 2018, rondou os 20 milhões de euros!
NOTÍCIA: O Fundo de Estabilização
Financeira da Segurança Social (FEFSS), onde se concentra o dinheiro que
pagará, no futuro, as pensões, perdeu 18,6 milhões de euros devido à falência
de um dos principais investidores, a Finpro, diz hoje o Correio da Manhã na sua
edição impressa. A empresa era, de resto, uma das maiores devedoras da
Caixa Geral de Depósitos, que com a falência da Finpro perde igualmente uma
quantia considerável de 23,8 milhões de euros, já que detinha 17,2% da empresa.
O FEFSS detinha 10% da Finpro, daí ter perdido menos do que o banco.
O investimento da FEFSS na
Finpro surgiu em 2005 e, mais tarde, em 2007, durante o Governo de José
Sócrates, no qual o ministro da Segurança Social era precisamente o atual,
Vieira da Silva. Na altura, o investimento na empresa foi justificado com o
objetivo e a vontade de se “diversificar a carteira” do fundo. Passados 14
anos, a aposta parece agora ter sido errada, mas o Ministério da Segurança
Social já identificou o que correu mal: segundo o ministro Vieira da Silva,
citado pelo diário, a crise económica que se espoletou em 2008 não
permitiu a dispersão do capital da empresa em bolsa, “não deixando alienar a
participação detida pela FEFSS em caso de evoluções menos favoráveis”.
Há que destacar que numa
auditoria feita ao FEFSS em 2010, o Tribunal de Contas considerou o
investimento “muito arriscado pela alavancagem associada”, acrescentando
ainda que o processo de investimento na Finpro não foi “absolutamente
transparente numa primeira fase”, quando se estabeleceu o contacto entre FEFFS
e a empresa.
Contudo, desde o ano de 2011 que
o Fundo de Estabilização da Segurança Social valoriza ano após ano. Os últimos
dados, por exemplo, dão conta que de 2016 para 2017 a FEFSS valorizou
10,7%, passando de 14.246 milhões de euros para 15.768 milhões, respetivamente. O
FEFSS foi criado em 1989 com o intuito de contribuir para o equilíbrio e
sustentabilidade do sistema de pensões.
O seu objetivo principal era
gerar sempre valores que cobrissem 24 meses de pensões. Em 2017, o fundo tinha
capital suficiente para pagar 15 meses.
domingo, 24 de fevereiro de 2019
A GUERRA ASSIMÉTRICA E HEGEMONIA NO SÉCULO XXI
Neste
século, com menos de duas décadas, temos assistido a uma escalada sem
precedentes da agressividade dos principais poderes, em particular dos EUA,
como países que se tomam como juízes e árbitros, mas também actores, dos
conflitos internos a várias nações.
O novo
século nasceu perante o doloroso crime contra a humanidade perpetrado pelas
forças da NATO, coligadas com uma organização terrorista, KLA (organização de
libertação do Kosovo) que levaram a cabo uma campanha criminosa e sem qualquer
mandato internacional válido, contra um país soberano, a República Federativa
da Jugoslávia (nesse momento reduzida à Sérvia e Montenegro), com as populações
civis submetidas a intenso bombardeamento, incluindo infraestruturas como
hospitais, perante o olhar atónito e impotente de todos os que não eram
participantes activos neste monstruoso crime de guerra.
O que
estava em jogo era, de facto, muito mais do que a Jugoslávia, muito mais do que
conseguir que o Kosovo fosse declarado um Estado independente. O que esteve por
detrás desta guerra foi o desejo explícito de Washington em arrastar os seus
aliados para um acto de guerra não declarada, uma guerra não provocada pelos
actos da outra parte beligerante, uma guerra de agressão. Exactamente como a
Alemanha de Hitler o tinha feito e foi condenada, pelo Tribunal de Nuremberga,
após a vitória dos Aliados. Qualquer guerra, desencadeada por uma potência ou uma coligação de potências, é considerada ilegal à luz do direito internacional; é
um crime contra a humanidade, sendo isso – em si mesmo – uma violação
gravíssima dos direitos humanos fundamentais.
Depois,
as guerras de agressão, «justificadas» por mentiras dos EUA contra outros países soberanos, sucederam-se.
Os
americanos «justificaram» a guerra no Afeganistão por o governo deste país
albergar Bin Laden, o líder da Al Quaida, que seria a organização responsável
pelos ataques de 11 de Setembro de 2001. Além de que existem imensas provas de
que as coisas se passaram diferentemente do que alega o relatório oficial
americano sobre esses ataques, o certo é que o Estado Afegão declarou
oficialmente que entregaria Bin Laden se os EUA lhes mostrassem provas de que
estivera envolvido nestes ataques do 11 de Setembro. Mesmo que isso fosse
uma manobra para tentar evitar o ataque americano sobre o solo afegão, a
legitimidade de um ataque destes é nula, à luz do direito internacional. Um
país soberano e a sua população civil são sujeitos a «carpet bombing» durante
vários dias, as infraestruturas civis são bombardeadas incessantemente, os
mortos e feridos, principalmente civis, são imensos e tudo isso não pode ser
visto senão como uma punição colectiva ao seu povo, pelo facto do seu governo
não ter aceite ceder perante uma potência estrangeira? Em crueldade, isto só se
pode comparar aos crimes de guerra exercidos pelos nazis, durante a IIª Guerra
Mundial, contra populações indefesas, em retaliação das actividades das redes
de resistência que lutavam contra o ocupante.
A
guerra mais longa em que os EUA se envolveram, arrastando consigo os seus
aliados/vassalos dos restantes países da NATO e não só (contingentes sul
coreanos, por exemplo) está à vista do mundo, como outro fracasso gritante do
império, tão grave e significativo como foi a derrota do Vietname, embora eu
não pretenda com isso, assimilar os dois factos históricos que ocorreram em
contextos totalmente diferentes.
Talvez
as profundas e ainda mais criminosas razões dos EUA para manterem esta guerra de
ocupação sejam: 1) o controlo e escoamento da heroína (o Afeganistão dos
taliban tinha virtualmente extinguido o cultivo de ópio; após a invasão, a sua produção tornou-se a mais alta de sempre) a cargo de senhores da guerra e da CIA, para
inundarem mercados diversos desde a Rússia e as antigas repúblicas soviéticas, até ao
Irão. 2) colocar uma «cunha» no centro do continente euroasiático, seguindo
a doutrina geoestratégica de MacKinder. Este geógrafo, ao serviço do império
britânico no início do século XX, formulou a doutrina do continente Euro-asiático como
sendo a «ilha do mundo»; quem tivesse o seu controlo, teria a hegemonia
mundial. 3) ter sob seu comando um exército composto por uma série de nações, essencialmente, membros da NATO, mas também de outros países. Isto permitiria aos EUA impor um comando unificado e uma espécie de
treino em situação real de guerra, que poderia ser completamente reportado a
outros cenários, consoante a conveniência do império. 4) O escoamento e o laboratório de ensaio de novas armas, cada vez mais sofisticadas, quer se
trate de dispositivos de uso individual, de mísseis, de aviões, etc…
Mas a
guerra do Iraque – que se seguiu cronologicamente, no seu desencadear, à do
Afeganistão – foi, por si só, o maior crime de guerra do século XXI, até agora
cometido por uma potência. Ultrapassa tudo o que se possa imaginar em sadismo,
crueldade, indiferença ao sofrimento de populações civis. O Iraque pagou com
duas guerras e um bloqueio cruel a audácia de não se submeter inteiramente ao
domínio dos EUA. Este país do Médio Oriente, dominado por um ditador
autoritário, tinha sido apoiado pelos ocidentais numa guerra longa contra o Irão dos Ayatollahs, guerra
essa causadora de grande sofrimento, de parte a parte. Nessa altura, Saddam Hussein era o
amigo do Ocidente, que fechou os olhos à utilização de gazes contra o
exército iraniano e, mesmo, contra civis curdos iraquianos rebeldes.
Em 2003
o mundo assistiu a uma farsa para «justificar» a nova guerra de agressão, sendo
absolutamente claro que não havia provas de «armas de destruição massiva» na
posse de Saddam Hussein, como Hans Blix, enviado especial da ONU, confirmou
ANTES de terem sido desencadeados o ataque e a invasão.
Durante
os longos anos de guerra e de ocupação, os iraquianos foram sujeitos a uma
política genocida, que se pode verificar pelo número de mortes civis, em especial as
causadas por doenças curáveis e com especial relevância para as doenças infantis, para a mortalidade causada por desnutrição, por falta de redes de sanidade básica, assim como pela ausência de
água canalizada tratada, etc. Para cúmulo, aumentaram exponencialmente os
abortos e as mortes por cancros, devido à exposição ao urânio resultante da explosão de bombas, fabricadas com urânio
empobrecido/depletado, uma arma proibida, mas usada abundantemente no cenário
do Iraque, pelos americanos e pelos seus vassalos.
O velho
lema dos impérios – «dividir para reinar» – foi usado em pleno com os
iraquianos de várias facções. A CIA e outras agências, foram discretamente pondo
uns contra os outros, com a participação de «conselheiros» americanos e de outros
Estados invasores, criando uma linha divisória entre xiitas e sunitas, desencadeando ataques terroristas de falsa bandeira, para
activar uma guerra fratricida e motivada por clivagens religiosas. Com essa
catástrofe dentro da catástrofe global da guerra e ocupação, parecia que o
Iraque estava efectivamente destinado a retornar «ao tempo da pedra lascada».
Também nisto os imperialistas falharam, pois o que obtiveram afinal foi uma reacção de
sobrevivência, mantendo um Estado desejoso de paz e de boas relações com o
Irão, já não visto como «o inimigo», mas antes como um aliado, na luta contra o
terror do ISIS, ou «Estado Islâmico», uma criação da CIA e do MOSSAD de Israel, entre outros.
Todos os relatos que obscureçam a origem do terrorismo «djihadista» e omitam que ele tem sido abundantemente fornecido em dinheiro e armas pela Arábia Saudita e por outras monarquias petrolíferas do Golfo, aliadas dos EUA e com a «benção» destes, está simplesmente a construir e reforçar a narrativa que interessa aos poderes imperiais. É o caso da maioria das peças jornalísticas «mainstream» sobre este tema.
Todos os relatos que obscureçam a origem do terrorismo «djihadista» e omitam que ele tem sido abundantemente fornecido em dinheiro e armas pela Arábia Saudita e por outras monarquias petrolíferas do Golfo, aliadas dos EUA e com a «benção» destes, está simplesmente a construir e reforçar a narrativa que interessa aos poderes imperiais. É o caso da maioria das peças jornalísticas «mainstream» sobre este tema.
A
construção de narrativas absolutamente falsas, torna-se descarada com a
diabolização da Rússia, em especial nos últimos 5 anos. Antes, a Rússia era considerada um «milagre» de reconversão de economia estatizada e caduca, numa vibrante e dinâmica «economia de mercado».
Na origem deste volte-face, está o golpe de estado na Ucrânia, levado a cabo abertamente com auxílio dos EUA (com destacado papel de Victória Nulan…) e dos países da UE, que apoiavam um candidato golpista diferente do que fora escolhido pelos americanos. Usam a mentira propalada mil vezes - seguindo o lema de Göring, ministro da propaganda do Reich hilteriano - de que a Crimeia foi «anexada» pela Rússia, quando, na realidade, foi realizado um referendo válido (em condições de imparcialidade e correcção que foram testemunhadas por numerosos observadores internacionais), que decidiu desanexar a Crimeia à Ucrânia e depois, um segundo referendo, que decidiu a adesão da Crimeia à Federação Russa… Mas, para os escribas do império, eles é que «fazem» os factos e «a realidade tem de se conformar com isso»!
Na origem deste volte-face, está o golpe de estado na Ucrânia, levado a cabo abertamente com auxílio dos EUA (com destacado papel de Victória Nulan…) e dos países da UE, que apoiavam um candidato golpista diferente do que fora escolhido pelos americanos. Usam a mentira propalada mil vezes - seguindo o lema de Göring, ministro da propaganda do Reich hilteriano - de que a Crimeia foi «anexada» pela Rússia, quando, na realidade, foi realizado um referendo válido (em condições de imparcialidade e correcção que foram testemunhadas por numerosos observadores internacionais), que decidiu desanexar a Crimeia à Ucrânia e depois, um segundo referendo, que decidiu a adesão da Crimeia à Federação Russa… Mas, para os escribas do império, eles é que «fazem» os factos e «a realidade tem de se conformar com isso»!
Também
detestam Putin e os russos por terem ido em auxílio do presidente sírio Assad e por terem impedido que, com
a sua queda, a Síria se tornasse outra desgraça igual à da Líbia! Compreende-se que a
sua raiva seja causada por não conseguirem que os seus amigos de Al Quaida, Al Nushra, etc (variados nomes para bandos salafistas, waabitas, que eles designam por «rebeldes moderados») ganhassem e tomassem conta dos
escombros dum dos raros Estados laicos existentes no Médio Oriente…
Em
resumo, aquilo que a narrativa pró-imperialista diz é apenas um discurso de
cobertura dos mais diversos crimes de guerra dos EUA e aliados.
Quando oiço que «se indignam» com assuntos relacionados com direitos humanos, ocorrem-me sempre as imagens e os factos que eles causaram, que encobriram e que por vezes atribuíram às próprias vítimas! Com que autoridade clamam defender os direitos humanos? Admitindo que tenham boas razões para o fazerem em certos casos, porque é que se calam em relação a outras violações dos direitos humanos, que se desenrolaram (por vezes, numa escala muito maior) nas guerras do Império, de autoria dos militares desde os generais até aos soldados e/ou de mercenários, de contratantes? E quanto aos crimes com drones, praticados quotidianamente contra populações civis, no Paquistão e noutros pontos, com dezenas de mortes e feridos, que chamam de «danos colaterais», de cada vez ??? Por ter desvendado ao mundo – através de Wikileaks – estas barbáries, mantiveram Chelsea Manning em prisão durante 7 anos, condenada a 35 anos, apenas por ter revelado a verdade. Somente graças a uma campanha internacional eficaz, foi recentemente libertada.
Quando oiço que «se indignam» com assuntos relacionados com direitos humanos, ocorrem-me sempre as imagens e os factos que eles causaram, que encobriram e que por vezes atribuíram às próprias vítimas! Com que autoridade clamam defender os direitos humanos? Admitindo que tenham boas razões para o fazerem em certos casos, porque é que se calam em relação a outras violações dos direitos humanos, que se desenrolaram (por vezes, numa escala muito maior) nas guerras do Império, de autoria dos militares desde os generais até aos soldados e/ou de mercenários, de contratantes? E quanto aos crimes com drones, praticados quotidianamente contra populações civis, no Paquistão e noutros pontos, com dezenas de mortes e feridos, que chamam de «danos colaterais», de cada vez ??? Por ter desvendado ao mundo – através de Wikileaks – estas barbáries, mantiveram Chelsea Manning em prisão durante 7 anos, condenada a 35 anos, apenas por ter revelado a verdade. Somente graças a uma campanha internacional eficaz, foi recentemente libertada.
A
situação de guerra permanente e assimétrica é mantida pelos defensores do império americano, a todo o custo, o que significa que irão até ao
sacrifício de seus «aliados» para manterem o petro-dólar como moeda de
reserva, o controlo das grandes multinacionais e da grande banca, sobre o
comércio e as operações financeiras internacionais. Nem sequer os seus cidadãos
e cidadãs são poupados/as, pois eles/elas têm suportado condições típicas do
«terceiro mundo», em muitos sítios dos EUA… além de que
estão destinados a serem «carne para canhão», em quaisquer aventuras
bélicas dos EUA.
Não
defendo a guerra, não há guerra justa. A guerra, seja ela atómica ou de
guerrilha, é sempre um enorme sofrimento inútil, pois todas as guerras se
resolvem – de um modo ou outro – com conversações de paz, com tratados, com
convenções ou outros instrumentos típicos da diplomacia, pelo reconhecimento
das instâncias do direito internacional, a ONU e seus diversos organismos.
Por isso, os que fizerem pela paz, serão por mim aplaudidos, os que actuarem contra a paz ou perpetuando situações de guerra, terão a minha condenação. Independentemente do país, da ideologia, etc. dos actores, aplaudirei porque acho que é este o caminho sério. Note-se que, se não houver respeito mútuo, não existem condições para o diálogo e muito menos para acordo.
Creio que um caso paradigmático é o diálogo entre as duas Coreias, em que o bom-senso de parte a parte prevaleceu e obrigou as potências tutelares (EUA, do lado da Coreia do Sul; China e Rússia, do lado da Coreia do Norte) a adoptarem, também elas, uma postura construtiva.
Por isso, os que fizerem pela paz, serão por mim aplaudidos, os que actuarem contra a paz ou perpetuando situações de guerra, terão a minha condenação. Independentemente do país, da ideologia, etc. dos actores, aplaudirei porque acho que é este o caminho sério. Note-se que, se não houver respeito mútuo, não existem condições para o diálogo e muito menos para acordo.
Creio que um caso paradigmático é o diálogo entre as duas Coreias, em que o bom-senso de parte a parte prevaleceu e obrigou as potências tutelares (EUA, do lado da Coreia do Sul; China e Rússia, do lado da Coreia do Norte) a adoptarem, também elas, uma postura construtiva.
Tenho
esperança que a crise na Venezuela seja resolvida por meios pacíficos, com a
participação consentida – tanto pelo governo, como pela oposição – de governos
latino-americanos (como os que fazem parte do grupo de Montevideu) interessados em que a situação volte ao normal. Os EUA, pelo contrário, querem
o extremar de posições. Estão em guerra económica – há
mais de um decénio – com o país petrolífero. Porém, não conseguiram, até agora, o
seu intuito estratégico principal, de dividir o exército e desencadear uma guerra
civil.
Por
tudo aquilo que está acima, creio que as pessoas responsáveis deveriam discutir
e exigir uma postura séria e clara à media e aos membros da sociedade civil.
Aos políticos, deveriam exigir clareza e verdade, não apenas em questões internas, mas também nas que tocam à esfera internacional.
Só uma cidadania desperta e culta poderá agir pela paz, só ela será capaz de distinguir factos e propaganda, situações reais e fábulas …
Aos políticos, deveriam exigir clareza e verdade, não apenas em questões internas, mas também nas que tocam à esfera internacional.
Só uma cidadania desperta e culta poderá agir pela paz, só ela será capaz de distinguir factos e propaganda, situações reais e fábulas …
Manuel
Banet Baptista
[inicialmente publicado em:
https://ogmfp.wordpress.com/2019/02/23/a-guerra-assimetrica-e-hegemonia-no-seculo-xxi/#more-482 ]
https://ogmfp.wordpress.com/2019/02/23/a-guerra-assimetrica-e-hegemonia-no-seculo-xxi/#more-482 ]
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
FRANÇOISE HARDY- MESSAGE PERSONNEL E OUTROS SUCESSOS
MESSAGE PERSONNEL
Como milhões de adolescentes dos anos 60 sonhei e vivi embalado pela magia das suas canções...
MOI VOULOIR TOI
COMMENT TE DIRE ADIEU
DES RONDS DANS L'EAU
A minha aposta é que a beleza da voz e criatividade das melodias podem sensibilizar as pessoas mais jovens, que não viveram a época de ouro da canção francesa, os anos 60.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
[OBRAS DE MANUEL BANET] Meditação, ouvindo Chopin
MEDITAÇÃO,
Enquanto ressoar música nos meus ouvidos
Estarei em paz com Deus, mas não com os outros
Pois os outros estão demasiado cheios das suas vaidades
Para conseguirem parar um pouco seus afazeres
E olharem, ouvirem, sentirem
A Natureza está em roda deles
E neles próprios, mas estão
Fechados à maravilha do sopro
Vital que transforma o ser
Estou contigo, que me dás este bem
Infinito - a música! Estou com o espírito
De Deus, essência criadora e propulsionadora
Do Universo...
JAN LISIECKI INTERPRETANDO O NOCTURNO EM DÓ # MENOR DE CHOPIN
OUVINDO CHOPIN
Estarei em paz com Deus, mas não com os outros
Pois os outros estão demasiado cheios das suas vaidades
Para conseguirem parar um pouco seus afazeres
E olharem, ouvirem, sentirem
A Natureza está em roda deles
E neles próprios, mas estão
Fechados à maravilha do sopro
Vital que transforma o ser
Estou contigo, que me dás este bem
Infinito - a música! Estou com o espírito
De Deus, essência criadora e propulsionadora
Do Universo...
JAN LISIECKI INTERPRETANDO O NOCTURNO EM DÓ # MENOR DE CHOPIN
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
AS ROUPAS NOVAS DO REI E O NOVO MACCARTISMO
No chamado mundo «Ocidental», os media corporativos estão todos basicamente sob controlo, no mais completo sentido da expressão: financeiro, ideológico, de propaganda... Todos eles se põem em bicos dos pés para reproduzir a visão completamente distorcida do que são, hoje em dia, a Rússia e China, assim como outros países que se têm aliado em vários continentes a estas duas potências.
O mais grotesco nestes media é que eles se assumem como cães de fila dos globalistas ocidentais, acusando quaisquer indivíduos ou organizações de «fazerem o jogo» dos russos. Antes, era a mesma coisa, na era do Maccartismo, quem fosse acusado de ter simpatias pela «Rússia soviética» era logo banido e excluído. Assim, um número enorme de jornalistas, actores, professores, investigadores, ou outros profissionais, tiveram as suas carreiras completamente destruídas, quando não mesmo as suas vidas, pois muitos se suicidaram.
Hoje em dia, está-se a criar um mito de que pessoas dissidentes do globalismo capitalista ocidental, ao terem uma análise que coincide com a posição da Rússia ou da China sobre determinado assunto, estão necessariamente «a soldo» destas potências.
Esta «presunção de culpa» é grave, na medida em que, não apenas atacam de forma vil e falsa muitas pessoas pelas suas opiniões (perfeitamente legítimas), como instituem uma forma de exclusão, de censura, de toda uma parte do espectro político ideológico, que eu situo sobretudo na esquerda não capitulacionista, na esquerda que não foi comprada pelos Soros e Cia. Alguns elementos conservadores, curiosamente, também se têm posicionado de forma muito crítica ao imperialismo americano e à vassalagem dos países da NATO.
Compreendo que o controlo da narrativa se revista de importância estratégica para os defensores do Império. Sem dúvida, existe uma lógica subjacente a isso: evitar que surja e se afirme uma corrente forte na opinião pública, que não se deixe manipular pela propaganda corporativa.
Compreendo que o controlo da narrativa se revista de importância estratégica para os defensores do Império. Sem dúvida, existe uma lógica subjacente a isso: evitar que surja e se afirme uma corrente forte na opinião pública, que não se deixe manipular pela propaganda corporativa.
Tal como a criança, que no conto de Andersen, gritou «o Rei vai nu», aquelas personalidades podem ter um papel catalizador e clarificador das consciências confusas, adormecidas. Daí que os media ao serviço do Império façam «black-out» de tudo o que lhes diga respeito, ou deformem até à caricatura suas posições e pontos de vista. Isto está a tornar-se, nos últimos anos, um processo corriqueiro dentro do «mainstream».
Acredito que apesar das suas técnicas sofisticadas de guerra psicológica, eles não possam moldar as consciências totalmente (embora o desejassem): é que a realidade encarrega-se de contradizer, mais e mais, essas construções ideológicas.
As mulheres e os homens inteligentes vêem as contradições e adoptam uma postura crítica.
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