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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

AS ROUPAS NOVAS DO REI E O NOVO MACCARTISMO


                   

No chamado mundo «Ocidental», os media corporativos estão todos basicamente sob controlo, no mais completo sentido da expressão: financeiro, ideológico, de propaganda... Todos eles se põem em bicos dos pés para reproduzir a visão completamente distorcida do que são, hoje em dia, a Rússia e China, assim como outros países que se têm aliado em vários continentes a estas duas potências. 
O mais grotesco nestes media é que eles se assumem como cães de fila dos globalistas ocidentais, acusando quaisquer indivíduos ou organizações de «fazerem o jogo» dos russos. Antes, era a mesma coisa, na era do Maccartismo, quem fosse acusado de ter simpatias pela «Rússia soviética» era logo banido e excluído. Assim, um número enorme de jornalistas, actores, professores, investigadores, ou outros profissionais, tiveram as suas carreiras completamente destruídas, quando não mesmo as suas vidas, pois muitos se suicidaram. 
Hoje em dia, está-se a criar um mito de que pessoas dissidentes do globalismo capitalista ocidental, ao terem uma análise que coincide com a posição da Rússia ou da China sobre determinado assunto, estão necessariamente «a soldo» destas potências. 
Esta «presunção de culpa» é grave, na medida em que, não apenas atacam de forma vil e falsa muitas pessoas pelas suas opiniões (perfeitamente legítimas), como instituem uma forma de exclusão, de censura, de toda uma parte do espectro político ideológico, que eu situo sobretudo na esquerda não capitulacionista, na esquerda que não foi comprada pelos Soros e Cia. Alguns elementos conservadores, curiosamente, também se têm posicionado de forma muito crítica ao imperialismo americano e à vassalagem dos países da NATO.
Compreendo que o controlo da narrativa se revista de  importância estratégica para os defensores do Império. Sem dúvida, existe uma lógica subjacente a isso: evitar que surja e se afirme uma corrente forte na opinião pública, que não se deixe manipular pela propaganda corporativa.   
Tal como a criança, que no conto de Andersen, gritou «o Rei vai nu», aquelas personalidades podem ter um papel catalizador e clarificador das consciências confusas, adormecidas. Daí que os media ao serviço do Império façam «black-out» de tudo o que lhes diga respeito, ou deformem até à caricatura suas posições e pontos de vista. Isto está a tornar-se, nos últimos anos, um processo corriqueiro dentro do «mainstream».
Acredito que apesar das suas técnicas sofisticadas de guerra psicológica, eles não possam moldar as consciências totalmente (embora o desejassem): é que a realidade encarrega-se de contradizer, mais e mais, essas construções ideológicas. 

As mulheres e os homens inteligentes vêem as contradições e adoptam uma postura crítica.   

terça-feira, 28 de novembro de 2017

CAMPANHA CONTRA A RÚSSIA ASSEMELHA-SE ÀS CAMPANHAS DE REGIMES FASCISTAS

Não só a célebre frase de Karl Marx de que «na História, as tragédias se repetem como farsas» é adequada ao contexto presente, mas chega a impressionar pela sua justeza.
Com efeito, o processo típico das ditaduras fascistas, da identificação do «inimigo»,  como sendo o comunismo ou os «vermelhos», como pretexto conveniente para desviar a atenção das massas, foi retirado do armário bafiento do MacCartismo... mas desta vez para «justificar» a completa falência da política, da diplomacia e até do uso da força pelo Império.

Os neocons, dominando grande parte do complexo de «espionagem-militar-industrial», viram que o logro do «islamismo radical» já não pegava, que a história do ISIL= ISIS=EI estava basicamente desmascarada. Foi a partir daí que começaram a socorrer-se do velho reflexo «anti-Rússia» criado e acarinhado durante as décadas de guerra-fria, em que a Rússia (soviética, claro) representava o «mal», o «inimigo». 

Poucas pessoas - no Ocidente - têm a coragem de dizer as coisas tal como elas são, um dos quais é o autor do blog «The Saker», outro o Dr. Paul Craig Roberts
Nem um nem outro, são ou foram jamais o que se poderá classificar como «esquerdistas» ou «de esquerda»; são conservadores e afirmam-no sem disfarce. 
Mas esta sua posição de denúncia da guerra de propaganda que - em geral - antecede uma guerra a quente, deveria ser escutada, pelas pessoas de todos os quadrantes, com a máxima atenção... 

Encontram-se na propaganda actual muitos traços típicos da propaganda de Hitler e de seus congéneres: esta propaganda era criminosa, sabemos nós, com efeitos devastadores. 
O tomar uma etnia inteira, uma nação, como «culpada» do mal, deslegitimar sistematicamente actos democráticos como a votação para retorno à Rússia da Crimeia (província russa, desde o século XVIII, tendo sido «dada» à Ucrânia, um dos Estados da URSS, por Nikita Krutchov, num acto perfeitamente arbitrário, em 1954) e ainda por cima usá-los como pretexto para um cerco e um bloqueio são acções propriamente de regimes fascistas. Mas não são menos a repressão do movimento democrático de independência da Catalunha, pelo governo de Madrid. Isso, não só não fez pestanejar a oligarquia de Bruxelas, como até mereceu os mais rasgados elogios destes e dos seus homólogos da UE! 
Atribuir os males, os falhanços nacionais à «conspiração» pró-russa, foi o meio que a oligarquia encontrou para aligeirar e distrair o eleitorado das pesadas responsabilidades de Hillary, no governo de Obama, o qual foi o mais belicoso presidente dos EUA de que há memória, por detrás do discurso de bem-sonante «pacifismo» (suficiente (!) para justificar um Nobel da Paz). Muitos consideravam que Hitler era o salvador da paz, após a conferência de Munique, pouco antes do mesmo ordenar a invasão da Polónia, que deu início à IIª Guerra Mundial.
As atitudes hostis por parte da NATO ou de forças dos EUA são quotidianas, mas têm a protegê-las um ecrã de fumo de propaganda, que não permite ao grosso das pessoas ver a realidade. As provocações junto das fronteiras russas são constantes e quotidianas. 
Fazem exercícios extremamente agressivos, tanto nestas fronteiras, como nas do seu aliado, a China.  Esperam que exista um deslize, uma falha, um erro, técnico ou humano: são abutres que esperam apenas por isso para a grande carnificina... e tudo isto, porquê?
Porque já estão esgotados os recursos para manter em funcionamento o capitalismo mais predador e mais ineficaz que jamais existiu. Cedo ou tarde, sem uma guerra mundial, os oprimidos irão exigir que a oligarquia preste contas: como eles não poderão mais proteger-se com as costumeiras mentiras, terão de inventar (antes que isso aconteça) uma monstruosa operação de falsa bandeira, mais monstruosa que a de 11 de Setembro de 2001.
É importante que as pessoas mais esclarecidas esclareçam as outras e ajudem assim a tornar a cidadania mais lúcida, em especial nos países onde estão situados os centros de decisão de onde têm partido as provocações com vista a acções belicistas.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

HISTERIA ANTI-RUSSA - COM QUE FINS?

Estamos perante um novo acesso de ataques histéricos dos media ocidentais, que se fazem câmara de ressonância da propaganda governamental dos EUA, como analisa brilhantemente Charles Hugh Smith
Agora, que a guerra na Síria está completamente perdida para os terroristas «moderados» ou seja, a soldo das potências ocidentais, desencadeiam uma campanha de histeria destinada a desacreditar Donald Trump e inviabilizar a sua eleição pelo colégio eleitoral, num autêntico golpe, com colaboração de elementos da CIA... por um lado.  
Por outro lado, estão a criar mais e mais pretextos para fricção com as potências que disputam a hegemonia dos USA; nomeadamente a Rússia, China, Irão... Eric Zuesse põe a nu esta deriva num excelente artigo de «Strategic Culture»: A mentalidade de guerra-fria apenas desapareceu de um dos lados (o dos ex-soviéticos) sendo que a mentalidade dos militares e diplomatas de topo nos EUA e nos seus países vassalos da NATO é exatamente a mesma, a que corresponde á pior fase da guerra-fria. 
Eu acho que existem razões suficientes para estarmos preocupados e levarmos a sério estes arrufos de mentalidade «MacCartista» por parte de facções no poder. Compreendamos também que isso corresponde a um desespero deles, vendo que a sua estratégia geral falhou redondamente. Encobrir os fracassos com toneladas de propaganda e desinformação pode servir os seus objetivos num curtíssimo prazo, mas não creio que as pessoas sejam indefinidamente iludíveis pela propaganda. O resultado, no longo prazo, é a sua total perda de credibilidade. 
Oxalá fiquem desmascarados muito depressa: as guerras de propaganda costumam ser uma espécie de «barragem» que antecede uma guerra «a quente», tal como no passado foram as «barragens» de artilharia, no inicío das batalhas e que antecediam as ofensivas da infantaria.