sexta-feira, 6 de julho de 2018
quinta-feira, 5 de julho de 2018
O FAMOSO «RESET» JÁ ESTARÁ OCORRENDO?
Jim Rickards pensa que sim; que o preço do ouro em SDR (a moeda do FMI) está a ficar muito estável, em torno de 900 SDRs por onça de ouro, o que não ocorria antes da entrada do Yuan chinês para o cabaz de divisas (dólar, libra, euro, yen agora yuan, numa certa proporção cada) que constitui o SDR.
Isto constitui uma colagem informal (ancoragem) do ouro ao SDR.
A China estaria interessada em diversificar as suas reservas de divisas para fora do dólar, o que se traduz num grande volume de compras de ouro, tal como a Rússia.
De qualquer maneira, essa etapa é provisória, visto que o FMI pode imprimir tantos SDRs quantos quiser.
O video abaixo, de Mark O'Byrne, permite contextualizar a importância desta notícia:
terça-feira, 3 de julho de 2018
NOMI PRINS - COMO SERÁ A POLÍTICA MONETÁRIA ?
Além de excelente autora («All the President's bankers» e «Collusion»), é uma excelente comunicadora.
Vale a pena ouvi-la falar sobre a sua experiência nesta conferência:
- Entre muitas coisas, demonstra como o «efeito de escorrimento» («trickle-down») da política monetária, promovida pelos bancos centrais, é um completo fracasso...
ENTRÁMOS NA SILLY SEASON...
O mesmo é dizer «estação pateta», naquela estação onde nada acontece, nada de relevante, pelo menos, podendo portanto encher-se os noticiários com ainda maior quantidade de futilidades, pois «não há nada verdadeiramente a contar».
Mas, será mesmo assim? Não estaremos em vias de sofrer as consequências de um colapso, que fará o que ocorreu em 2008, parecer como «um passeio no parque»?
Pela minha parte, fujo como o «diabo da cruz» de cair nas profecias dos profetas da desgraça. Mas nada do que vejo neste cenário inspira confiança na economia em geral, na europeia em particular.
Segundo as teorias dos ciclos económicos, a viragem para uma depressão, para uma mercado em declínio já deveria se ter dado, pois estamos a cerca de 10 anos da grande depressão de 2008, mas o facto é que as estatísticas não contam a verdade, nem em relação ao emprego, nem em relação à inflação... No concreto, verifica-se um desemprego altíssimo, com particular incidência na juventude dos países mais fracos dentro do euro, que são os do Sul.
Quanto ao plano financeiro e à grande banca, verifica-se que o ECB já anunciou a redução de compra de activos (o que não significa que liberte das suas folhas de balanço da enorme carga de activos tóxicos que detém) e, embora mantenha a taxa de referência próxima de zero, os juros vão subir como, aliás, já começaram a fazê-lo.
Os efeitos da guerra comercial instaurada por Trump vão começar a fazer-se sentir, numa dialéctica onde ninguém ganha e todos perdem.
O montante de derivados dos grandes bancos como o Deutsche Bank (só o DB possui em derivados um múltiplo, 7 a 9 vezes, do PIB alemão!), leva a que a sua insolvência seja um facto. Só a percepção da mesma, pelo grande público, está dependente de um cisne preto que virá, mais cedo ou mais tarde.
O montante de derivados dos grandes bancos como o Deutsche Bank (só o DB possui em derivados um múltiplo, 7 a 9 vezes, do PIB alemão!), leva a que a sua insolvência seja um facto. Só a percepção da mesma, pelo grande público, está dependente de um cisne preto que virá, mais cedo ou mais tarde.
A queda dos mercados accionistas tem sido contrariada, mas já começou e nada a poderá impedir, daqui para a frente.
A outra grande bolha, a do imobiliário, também está a explodir em países anglo-saxónicos, como Austrália, Canadá e também EUA e Reino Unido, o que contagiará, quase de imediato, o continente europeu.
Os países emergentes estão já a sofrer pesadamente com a revalorização do dólar, havendo sinais inquietantes como a queda brutal das cotações das divisas do Brasil e Argentina, mas também noutros mercados emergentes.
A inflação come a capacidade produtiva, pois esta depende do consumo, na imensa maioria dos países, tanto nos desenvolvidos, como nos «em desenvolvimento». Se o disparar da inflação é uma benesse, então por que razão a Venezuela ou o Zimbabué não estão numa óptima situação económica? - É esta ideia idiota que os banqueiros centrais de vários países, os governos, assim como a media lacaia, nos andam a tentar vender há uma data de anos. Os resultados são o contrário do que nos foi prometido.
Mas, isso não admira, pois o motor das economias é o consumo e as pessoas simplesmente não dispõem da capacidade de consumir para além do essencial, com uma economia de inflação crescente e uma ausência de crescimento ou declínio do poder de compra dos salários.
Mas, isso não admira, pois o motor das economias é o consumo e as pessoas simplesmente não dispõem da capacidade de consumir para além do essencial, com uma economia de inflação crescente e uma ausência de crescimento ou declínio do poder de compra dos salários.
Não é a fina camada dos muito ricos e dos especuladores, que irá fazer a despesa extra capaz de retirar o comércio do marasmo.
Apenas uma distribuição real de riqueza pelas famílias, poderia inverter a tendência.
Não sei se a realidade é exactamente como a descreve Lynnette Zang. Porém, parece-me que muito do que ela diz, na entrevista acima, será apenas uma questão de bom-senso.
A maiora das pessoas não tem prestado atenção a estes sinais, por ela evidenciados. Mas, nesta silly season, estão a fermentar os ingredientes de uma vindoura crise outonal, como nós ainda não vimos, na nossa vida.
domingo, 1 de julho de 2018
C'EST SI BON...
Não tenham sempre um ar muito sério! Assim, como é que se pode usufruir das coisas boas da vida???
«C'est Si Bon» versão dos «Jolie Môme», na tradição de Django Reinhardt, uma canção que começou por fazer um sucesso enorme na voz de Yves Montand e cuja versão em inglês foi outro sucesso na voz de Louis Armstrong...
sábado, 30 de junho de 2018
«SUMMERTIME» - SARAH VAUGHAN
Um dos meus grandes amores. Um amor de longa data.
Só consigo ouvir «Summertime» cantado por grandes interpretes, pois é como que o supra-sumo do jazz. Destes grandes interpretes, figura em destaque a excepcional qualidade de Sarah Vaughan, cuja extensão e versatilidade vocais são inigualáveis...
quinta-feira, 28 de junho de 2018
FELICIDADE E PERCEPÇÃO DA FELICIDADE
Tem sido divulgada uma publicação anual, o «World Happiness Report» ou Relatório Mundial de Felicidade, a qual inclui um ranking (ver as páginas 20-23 do documento citado). O ranking é construído a partir de determinados pressupostos. Não estou certo que os critérios sejam muito acertados; os parâmetros escolhidos e os modos de medição dos mesmos são contestáveis.
As barras do ranking têm várias cores, correspondentes aos critérios adoptados: ver cores e legendas no baixo da página 21 do documento.
Tenho constatado, ao longo da vida, que povos (e pessoas) com menor bem-estar material são frequentemente mais alegres, vivem a vida de modo mais intenso e por isso são, num certo sentido, mais felizes, que povos com uma grande abundância material, uma eficaz rede de cuidados de saúde, etc.
Tenho constatado também que os portugueses têm um grau de auto-comiseração enorme e baixa auto-estima. Isto é transversal às classes sócio-económicas e às idades.
Curiosamente, Portugal situa-se neste ranking construído com base nos dados de 2015-2017, praticamente na posição do meio: no lugar 77, a meio entre a Finlândia (nº1) e o Burundi (nº156).
Costumo gracejar que Portugal tem um nível de impostos per capita correspondente aos países escandinavos, mas um desempenho em termos de serviços do Estado aos cidadãos, ao nível do Burundi. Afinal estava muito próximo destes dados e não sabia!
Talvez este tipo de estudo, caso fosse divulgado amplamente nos media, permitisse que algumas pessoas descolassem de uma visão tecnocrática, olhando a distribuição dos parâmetros para além do mero PIB/capita.
Eu penso que se deveria complementar este ranking com o índice de Gini, permitindo avaliar a desigualdade económica dentro de um país.
Um país com elevado índice de Gini é um país com desigualdade económica (e social) elevada. Ora, tanto a percepção da desigualdade, como a desigualdade em si mesma, podem ser factores importantes para a (in)felicidade.
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