sábado, 16 de junho de 2018

PAUL STREET: «O DESAFIO DE CHOMSKY AOS AMERICANOS»


O artigo vale por si, vale a pena lê-lo na íntegra. Dele retirei alguns parágrafos, que transcrevi abaixo... Gosto do estilo factual de Paul Street e de Noam Chomsky, os dados nus incontestáveis, que são porém sistematicamente ocultados às pessoas. 
Se o governo dos EUA, as grandes corporações de media e todos os servos da ordem imperial fazem tanto para ocultar e dar uma versão completamente falsa e heróica das acções militares  (e outras) das guerras da Coreia, do Vietname, do Iraque, até hoje, é porque sabem que a sua imagem e autoridade repousam largamente numa narrativa totalmente fictícia, para consumo das massas.  Sem tal imagem fabricada, a natureza desse poder fica completamente desnudada e portanto, enfraquecida.           

                      

[excertos do artigo citado:]

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U.S. Air Force Gen. Curtis LeMay boasted that “we burned down every town in North Korea” and proudly guessed that Uncle Sam’s gruesome air campaign, replete with napalm and chemical weapons, murdered 20 percent of North Korea’s population.

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 Just one U.S. torture program alone—the CIA’s Operation Phoenix—killed more than two-thirds as many Vietnamese as the total U.S. body count. Unbeknownst to most Americans, the widely publicized My Lai atrocity was just one of countless mass racist killings of Vietnamese villagers carried out by U.S. troops during the crucifixion. Vietnam struggles with an epidemic of birth defects created by U.S. chemical warfare to this day.

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Journalist Joyce Chediac testified that:

U.S. planes trapped the long convoys by disabling vehicles in the front, and at the rear, and then pounded the resulting traffic jams for hours. … On the sixty miles of coastal highway, Iraqi military units sit in gruesome repose, scorched skeletons of vehicles and men alike, black and awful under the sun … for 60 miles every vehicle was strafed or bombed, every windshield is shattered, every tank is burned, every truck is riddled with shell fragments. No survivors are known or likely. … U.S. forces continued to drop bombs on the convoys until all humans were killed. 
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Why, oh why, do they hate us?” So runs the plaintive American cry, as if Washington hasn’t directly and indirectly (through blood-soaked proxies like the Indonesia dictator Suharto and the death-squad regimes of Central America during the 1970s and 1980s) killed untold millions and overthrown dozens of governments the world over since 1945. As if the U.S. doesn’t account for nearly 40 percent of the world’s military spending to maintain at least 800 military bases spread across more than 80 “sovereign” nations. 

quinta-feira, 14 de junho de 2018

A INDIFERENÇA MATA

      
Veio-me esta reflexão a propósito do artigo de Jonathan Cook, aqui, cuja leitura recomendo.
Com efeito, Jonathan tem razão ao denunciar a armadilha que muitos de nós colocamos a nós próprios, quando queremos «discutir política» em termos de «qualidades e defeitos», da personalidade, duma valoração moral dos actos dos líderes, chefes de estado e governo.

De facto, este ângulo é o que não traz nenhum beneficio para a discussão séria sobre política, pois tem como pressuposto (implícito) que as pessoas que «avaliam» o desempenho destes dirigentes são uma espécie de «consciência do mundo»... Na realidade, a media está sempre a proceder desta maneira nas suas pseudo-análises, o que apenas reforça um determinado estereótipo, uma determinada visão das coisas, que se encaixa por sua vez no «perfil típico» do leitor/espectador deste ou daquele veículo mediático.
De facto, a única análise política madura é a que vai procurar entender o porquê deste ou daquele comportamento, acção, iniciativa, dentro de uma lógica de PODER. Porque política é sinónimo de poder e querer fazer política, é - de uma forma ou de outra - querer impor seu poder, as suas vistas, ao resto da sociedade. A lógica do poder serve-se do discurso moral, dos direitos humanos, etc., mas apenas como outra arma na panóplia das que dispõe para chegar a seus fins. Maquiavel continua - sem dúvida - um marco inultrapassável do pensamento político e da filosofia pragmática da Modernidade. Isto não significa que moralmente sejamos «maquiavélicos» no sentido pejorativo, ou seja, que não nos importemos com a «moralidade» dos meios utilizados, desde que eles sejam bons para servir os fins que nós próprios queremos alcançar! 
A política, sendo o que é, obriga ao REALISMO, ou seja, a vermos o jogo político como jogo onde determinadas forças exercem o poder, de forma ostensiva ou encapotada: são aqueles que «seguram os cordelinhos» do jogo que são os verdadeiros protagonistas; os outros são apenas figurantes, ou «idiotas úteis» manipulados para fazerem os jogos de quem verdadeiramente MANDA. 
O conjunto da media desempenha globalmente um papel de ocultador do jogo dos poderosos, mesmo quando aparenta «revelar» as suas manobras. Apenas algumas organizações totalmente à margem, como Wikileaks, ou alguns «soadores de alarme» como Edward Snowden, têm sido corajosos e têm mostrado as coisas e as evidências das responsabilidades dos líderes.
No geral, os cidadãos do século XXI estão sujeitos a um ecrã de fumo da propaganda e uma «lavagem ao cérebro», que os leva à passividade em relação aos crimes e abusos cometidos em seu nome, lá longe, num «teatro de guerra». Mas, de facto, nem podem argumentar com ignorância, pois a media, não dizendo tudo e deformando muitas coisas, dá-lhes algumas pistas. Hoje ainda é possível (durante quanto tempo?) procurar saber algo mais, para além da propaganda. 
É a indiferença que mais mata, a meu ver: ela permite que os do poder (sejam eles quais forem) possam continuar suas actividades criminosas, abertas ou encapotadas, sem qualquer  receio de serem responsabilizados criminalmente ou até, somente, de perderem as eleições, devido a terem ordenado e cometido os piores crimes.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

A LIBERDADE DE INFORMAR ESTÁ EM PERIGO...

...E QUEM SE CALA, PERMITE QUE OS GOVERNOS E SEUS AGENTES FAÇAM PERMANENTE LAVAGEM AO CÉREBRO DOS CIDADÃOS. 

Apenas três artigos, por pessoas muito diversas politicamente, mas com uma coisa em comum: o desejo de fazer valer a verdade por cima de quaisquer conveniências nacionais, partidárias,  ou outras.São eles: Paul Craig Roberts, Uri Avnery e John Pilger.  


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terça-feira, 12 de junho de 2018

A VIRAGEM, NO IMBRÓGLIO COREANO

                   





Não foi a cimeira em que, definitivamente, seria assinado o tratado de paz entre a Coreia do Norte e os EUA, mas foi um passo importante para lá se chegar.
A normalização das relações entre ambos, vem tornar possível uma sequência de conversações de alto nível, já anunciadas, cujo fim é a conclusão de um tratado que assegure a desnuclearização da península coreana, por um lado, e por outro, a desmilitarização ou seja, deixar de estar permanentemente estacionado na Coreia do Sul, um nível de tropas (americanas) capaz de levar a cabo uma invasão. 
As perspectivas são muito positivas, para Trump e para Kim. O conteúdo concreto do acordo será tornado público dentro de pouco tempo. Não será um acordo de paz formal, mas será uma extensa carta de intenções, que obrigará as partes e deverá ser a chave para a continuação do caminho diplomático para a resolução do imbróglio coreano.
As pessoas das duas Coreias devem estar muito felizes. Devem experimentar um sabor de alívio, pois eram permanentemente sujeitas ao pavor de uma nova guerra e, nos últimos tempos, com a agravante de envolver armas nucleares.

Será que os apologistas de uma nova «Guerra fria» perderam completamente a jogada? 
Pela sua tenacidade em causar tensão com potências rivais dos EUA (Rússia e China, principalmente), duvido que não estejam agora a preparar algo. Eles (Estado profundo, oligarquia...) precisam da tensão e do medo permanente duma guerra, para manter o seu poderio.  

segunda-feira, 11 de junho de 2018

QUANDO UMA CIMEIRA FALHADA É SINAL DE RENOVO

                     Une image vaut mille mots : quand une photo résume la désunion du G7 à elle seule

A cimeira do G7 não podia ter corrido pior... Sim, isso é a posição que o «mainstream», a media prostituta do poder globalista, tem vindo a proclamar como se fosse uma «evidente evidência»!

No entanto, a mesma media esconde cuidadosamente a razão do conflito entre a posição de Trump e restantes membros: a Rússia. 
Sim, é Trump ele próprio que, para além de todos os pontos de fricção, deseja que a Rússia volte a participar no G7. São os dirigentes dos países europeus (+Trudeau+Abe) que insistem em avançar com um comunicado provocatório, sempre a acusar a Rússia da tentativa de assassinato dos Skripal (sem que fosse apresentada qualquer evidência), insistindo que o regime sírio é o responsável por ataques químicos, cujas evidências vão no sentido contrário, ou seja, falsas bandeiras orquestradas pelos Estado Islâmico e seus satélites...A mesma coisa com a Ucrânia, onde «ignoram» o referendo em que a população da Crimeia votou maciçamente pela reintegração na Rússia (durante a vigência da URSS foi retirada da Federação Russa em 1954, ilegalmente, por Krustchev). 

Trump sabe perfeitamente quão falaciosos são estes argumentos (e os restantes dirigentes também). 
Ele não podia subscrever a linha dura baseada nas falsidades da declaração final, pois ele tem de ter as mãos livres para a aproximação com a Rússia, com a Coreia do Norte e mesmo com a China (e apesar do momento baixo, com as taxas sobre determinados produtos). 

A política de Trump não interessa a uma facção do poder global, que tem o firme propósito de criar uma nova «Guerra fria». 
Trump, apesar das contradições (apoio ostensivo a Israel), tem feito tudo ao contrário do que os poderes globalistas querem. 

Trudeau, May, Merkel, Macron... são, antes de mais, agentes deste poder globalista. Exprimem, na sua política, a forma de ver desse mesmo poder. Não são genuínas expressões duma vontade política dos respectivos povos, sobretudo ao nível internacional.

O tecido de mentiras nos quais se basearam para escrever o rascunho de comunicado final, que Trump não subscreveu, é apenas uma forma de vincular as diplomacias desses mesmos países a seguirem  a agenda globalista, incluindo o cerco militar à Rússia (com a NATO), o isolamento diplomático desta e seus aliados, as sanções económicas e políticas a perder de vista... 

Como eles sabem muito bem, a verdade não tem nada que ver com as «razões» que apresentam, mas sim com a perda de hegemonia do eixo «Atlântico» e a ascensão do eixo «Euro-Asiático» com a Rússia, a China, o Irão, os BRICS e os participantes na «Nova Rota da Seda». 

É a Conferência de Segurança e Cooperação de Xangai, cuja reunião anual ocorreu quase ao mesmo tempo, que irá marcar o tempo e o compasso da transição do mundo unipolar (sob hegemonia americana) para um mundo multipolar, com fortes potências regionais, mas não tão fortes, no entanto, que possam ditar a sua vontade ao mundo inteiro.

sábado, 9 de junho de 2018

PAGANINI: AS 37 SONATAS PARA GUITARRA



Uma recolha de sonatas para um dos mais versáteis instrumentos, que nos enche de prazer, mostrando a enorme criatividade e adequação de Paganini ao escrever para este instrumento. 
Esta música soa muito próxima de nós, do nosso ouvido e do nosso gosto, mas tem mais de século e meio! 



                                                     Interprete: Guido Fichtner