sexta-feira, 11 de maio de 2018

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A CONSTANTE VIOLAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL TEM UM PREÇO

Falamos do comportamento dos EUA, evidentemente. A sua saída do acordo multi-potências que punha termo a uma hipótese de o Irão se dotar da arma nuclear é simplesmente um passo em falso da sua diplomacia. Aos olhos dos observadores e sobretudo dos diversos governos do médio oriente, surge como apenas uma cedência (mais uma) aos israelitas, um meio para Trump se mostrar «durão» face aos sectores mais conservadores e pró-Israel. 

                             

Com efeito, o acordo «nuclear» com o Irão, nunca foi verdadeiramente o que se proclamou, pois o Irão não podia constituir uma verdadeira ameaça do ponto de vista de uma guerra nuclear ou mesmo convencional, a não ser no caso do Irão ser atacado directamente (por Israel, ou pela Arábia Saudita, ou Estados Unidos, ou uma coligação de seus inimigos). Manter o poder de retaliação no caso de um ataque surpresa pelos israelitas constitui a pedra de toque na estratégia de defesa da República Islâmica. 

                    

A demonização do Irão e do seu regime são apenas passos na escalada mediática, que tem por objectivo calar os protestos das sociedades civis, aquando de uma guerra (de agressão) anunciada. Convém apresentar o inimigo a abater como o mauzão, que se tem de reprimir a bem dos direitos humanos, da democracia, da estabilidade na região.
Só que os ataques do Ocidente, liderado pelos EUA, o seu desprezo ostensivo pelos acordos internacionais, a parcialidade completa, que leva a que feche os olhos perante os crimes de Israel (contra os palestinianos e com a guerra contra a Síria que está travando agora mesmo), têm um preço.
Creio que nenhum país se sente seguro perante tal «liderança» mundial. Os regimes que não agradam a Washington, obviamente. Mas, mesmo os vassalos, os «aliados», podem temer a ira do seu poderoso senhor feudal. 
O preço a pagar é que assim que se torne menos perigoso, muitos países vão desertar o campo «ocidental» e vão acolher-se na grande aliança em construção da China, Rússia, Irão e dezenas de países pequenos ou médios (em todos os continentes). É que a aliança estratégica, com elementos militares, mas também com um banco de investimento, uma «auto-estrada» para grandes investimentos em infraestruturas, uma circulação livre do comércio... correspondem ironicamente, muito mais aos desejos de um capitalismo avançado, liberal, do que a política de sanções, o terrorismo de Estado, a guerra preventiva, a ameaça permanente, o «torcer o braço» inclusive a aliados... do império decadente dos EUA. Ele revela, pelo constante bullying dos seus rivais e parceiros, que já não tem possibilidade de funcionar como entidade estabilizadora, promotora de um equilíbrio e paz entre as diversas nações... portanto, que é nefasto, dispensável e quanto mais depressa for obrigado a retrair-se para dentro das suas fronteiras nacionais, melhor!!

terça-feira, 8 de maio de 2018

«O CISNE» de CAMILLE SAINT-SAËNS, por Yo Yo Ma


Ás vezes, é preciso um interprete como Yo-Yo Ma para extrair todo o «sumo» de uma peça, seja ela arque-conhecida ou não, para exprimir a sua alma.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

UM IMPÉRIO MORIBUNDO

                     
                     Turner: «O declínio do Império Cartaginense»

Um império moribundo é a mais séria ameaça para a Paz que se possa imaginar. Um Império que tem vassalos e não amigos, que pode destruir múltiplas vezes o Planeta com o seu arsenal de armas nucleares (armas de destruição maciça, que são um crime contra a humanidade em si mesmas apenas por existirem). Um Império que arrasta consigo para guerras pelos SEUS interesses, seus vassalos, mantendo um controlo draconiano da política e dos políticos que são simplesmente comprados, mesmo no «velho continente», como, com razão, acusa Paul Craig Roberts.
Um país que está fechado sobre si próprio, onde a generalidade da cidadania não sabe rigorosamente nada sobre a política internacional, já para não falar da cultura, da economia... 
Um país que está nas mãos dos grandes grupos de interesses, que movimentam biliões, que servem os interesses da grande banca de Wall Street, das grandes corporações envolvidas na indústria de armamento, na agro indústria do OGM e na indústria farmacêutica, responsável pela mortífera epidemia dos opioides.  
 Um país hipócrita como não há outro que apoia o terrorismo fundamentalista islâmico num teatro de guerra ao mesmo tempo que diz travar uma guerra contra o terrorismo. 
Penso, contrariamente aos cultores da «vulgata» do marxismo, que as causas morais ou éticas da decadência de uma nação, dum império, são muito mais profundas, do que as causas  meramente económicas, as quais podem ou não sofrer uma reversão, consoante o país se encontre em decadência ou não, do ponto de vista moral.
As pessoas com sentido moral, no Ocidente, quaisquer que sejam os seus pressupostos ideológicos, não podem continuar a ter um comportamento esquizóide, indignando-se com a barbárie quando ela vem de um lado, mas não do outro, com a mentira/fabricação da propaganda quando vinda de regimes tidos como «adversários», mas aceitando o permanente branqueamento dos próprios governos ou dos regimes por estes apoiados. 
Eu considero que será a orgulhosa civilização ocidental - a qual nasceu e floresceu sobretudo nos séculos XV a XIX, antes do continente americano ter a configuração política actual - que está em risco de morte, porque os sinais de decadência moral se acumulam, não havendo no horizonte qualquer perspectiva realista de sobressalto. 
A tal ponto, que temo a vinda duma transformação política, social e cultural, em sentido retrógrado, talvez antecedida por tentativa(s) mal amanhada(s) de revolução socializante. 
O Império está à beira do colapso e temo que arraste consigo tudo o que existe de bom (a herança de uma civilização multissecular) na sua queda.

     Nous autres, civilisations, nous savons maintenant que nous sommes mortelles. Nous se...

sábado, 5 de maio de 2018

CARMEN MIRANDA - LENDÁRIA DEUSA DO SAMBA

  Eu gosto muito de cachorro vagabundo...






Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão
E por falar em cachorro
Sei que existe lá no morro
Um exemplar
Que muito embora não sambe
Os pés dos malandros lambe
Quando eles vão sambar
E quando o samba está findo
Vira-lata esta latindo a soluçar
Saudoso da batucada
Fica até de madrugada
Cheirando o pó do lugar

Eu gosto muito de cachorro vagabundo
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão
E até mesmo entre os caninos
Diferentes os destinos
Costumam ser
Uns têm jantar e almoço
E outros nem sequer um osso
De lambuja pra roer

E quando passa a carrocinha
A gente logo adivinha a conclusão
O vira-lata, coitado
Que não foi matriculado
Desta vez "virou"... sabão
Eu gosto muito de cachorro vagabundo
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão
                     
  

                                  
                   

                   TICO-TICO NO FUBÁ


O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar
Ó por favor, tire esse bicho do celeiro
Porque ele acaba comendo o fubá inteiro
Tira esse tico de cá, de cima do meu fubá
Tem tanta coisa que ele pode pinicar
Eu já fiz tudo para ver se conseguia
Botei alpiste para ver se ele comia
Botei um gato, um espantalho e alçapão
Mas ele acha que fubá é que é boa alimentação
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá


Estas imagens mostram como foi a mítica Carmen Miranda, que marcou, não apenas o Brasil, mas também os EUA e a Europa, com sua fulgurante sensualidade desinibida... Foi um símbolo e assim permaneceu, mesmo depois de falecida. 


                     O QUE É QUE A BAIANA TEM


O que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem)
Tem brinco de ouro tem (tem)
Corrente de ouro tem (tem)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (tem)
Pulseira de ouro tem (tem)
E tem saia engomada tem (tem)
Tem sandália enfeitada tem (tem)
E tem graça como ninguém...!
O que é que a baiana tem? (bis)
Como ela requebra bem...!
O que é que a baiana tem? (bis)
Quando você se requebrar caia
por cima de mim (tris)
O que é que a baiana tem?
Mas o que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem?)
Tem brinco de ouro tem (ah!)
Corrente de ouro tem (que bom!)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (e que mais?)
Pulseira de ouro tem (tem)
Tem saia engomada tem (tem)
Sandália enfeitada tem
Só vai no Bonfim quem tem...
O que é que a baiana tem? (bis)
Só vai no Bonfim quem tem...
O que é que a baiana tem? (bis)
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Ai, quem não tem balangandãs
não vai no Bonfim
Ôi, quem não tem balangandãs
Não vai no Bonfim
Ôi, não vai no Bonfim (6 vezes)

Muitas figuras notáveis no samba antecederam e sucederam a Carmen... mas ela foi e ainda é sinónimo de sensualidade da música latina e do samba para o público internacional ! 



                        
                        ADEUS BATUCADA

Adeus, adeus
Meu pandeiro do samba
Tamborim de bamba
Já é de madrugada

Vou-me embora chorando
Com meu coração sorrindo
E vou deixar todo mundo
Valorizando a batucada

Adeus, adeus
Meu pandeiro do samba
Tamborim de bamba
Já é de madrugada

Vou-me embora chorando
Com meu coração sorrindo
E vou deixar todo mundo
Valorizando a batucada

Em criança com samba eu vivia sonhando
Acordava e estava tristonha chorando

Jóia que se perde no mar
Só se encontra no fundo
Samba mocidade
Sambando se goza
Nesse mundo

E do meu grande amor
Sempre eu me despedi sambando
Mas da batucada agora me despeço chorando
E guardo no lenço esta lágrima sentida
Adeus batucada
Adeus batucada querida


A MEDIA E A CONSTRUÇÃO DO PODER GLOBALISTA


O «1984» DE ORWELL É AGORA

Resultado de imagem para orwell ignorance is strength

Quando o «Guardian» se põe a fazer de porta-voz do governo britânico, demonizando a Rússia, Putin como «o mal absoluto», abandonando completamente a postura de crítico do poder, de revelador de jogadas ocultas, desmontando a propaganda governamental, ele está a fazer um papel desprezível e ambíguo, bem conhecido das pessoas que viveram (ou vivem) sob regimes fascistas, totalitários. 
Eu lembro-me bem de como, antes do 25 de Abril de 74, a maioria dos órgãos de comunicação social portugueses, com especial destaque para a TV, eram (ou se tinham transformado) em meras plataformas de propaganda governamental. Poucos jornais resistiam; mesmo estes, recorriam a uma constante auto-censura, para não serem completamente abafados. 
Noutros países, nomeadamente os de totalitarismo vermelho (como a ex-URSS e a RP da China), a utilização dos meios de comunicação como mero instrumento de propaganda eram/são um dado adquirido, por todos.  
Mas, no chamado «mundo livre», considerava-se que a imprensa e a comunicação social em geral, deviam ser ferozmente independentes dos governos e das grandes corporações económicas, pois só assim se podia esperar que tivessem coragem e independência suficientes para defender o público contra as investidas desses mesmos poderes. 
Claro que isto nunca foi assim, rigorosamente; porém, para fazer com que este mito tivesse alguma verosimilhança, tinham de dar mostras de independência face aos poderes, nalgumas ocasiões. 

Mas isto é o passado. O presente é o do mundo totalitário imaginado por Orwell no seu grande romance de antecipação sócio-política, «1984».

Assusta verificar que o totalitarismo «soft» se instalou, pela preguiça e cobardia das pessoas, dos cidadãos comuns muito satisfeitos afinal com o sistema, não precisando mais em termos de «democracia», que de poder ouvir frases ribombantes ou sentimentais dos seus dirigentes políticos preferidos, acorrendo a votar neles de quatro em quatro anos... 
Quanto ao resto, são como as crianças que dizem (estas, têm mil desculpas...) «É verdade! Vi na TêVê!*» (*ou, mais recentemente ...«vi na Internet»!)
O mundo imaginado por Orwell está aqui e atinge um grau de sofisticação na sua perversidade, que este grande autor de ficção política não pode imaginar!

sexta-feira, 4 de maio de 2018

GLOBALISMO NÃO É AQUILO QUE AS PESSOAS PENSAM!

                   


A chamada nova ordem mundial é um projecto totalitário que se esconde por detrás de uma propaganda habilidosa. O truque dele se mascarar com uma capa de «progressismo» e doutros valores normalmente associados com a «esquerda», tem como efeito manter distraídos ou fazer baixar a guarda, aqueles mesmos que poderiam ser seus inimigos. 
A esquerda «liberal» está possuída desde há muito tempo de um «complexo de Estocolmo» (um complexo que leva as vítimas a desculpar e mesmo fazer causa comum com os seus raptores, ocorreu num assalto com tomada de reféns em Estocolmo, daí o nome). 
Brandon Smith é conotado com a direita patriótica, anti-globalista dos EUA. Não é pela sua conotação que devemos avaliar o que escreve no excelente artigo abaixo

«How The Globalism Con Game Leads To A 'New World Order'»

Os argumentos valem por si mesmos e pela adequação à realidade. 
O que deveria envergonhar a esquerda anti-autoritária é que nela esteja ausente este tipo de denúncia, nestes termos ou em termos semelhantes. Sobretudo, o que faz falta, a meu ver, é que ela tire as conclusões lógicas da observação da realidade e se retracte, faça uma auto-crítica ou no mínimo aprenda a comportar-se de modo diferente, mais coerente com seus princípios. 
Mas, esta esquerda anti-autoritária que eu  refiro é tragicamente pequena, muito fraccionada, incapaz de se assumir sem preconceitos ideológicos em relação a «esquerdas» totalitárias diversas, de que muitos deles provêem.