sábado, 24 de março de 2018

SMOKE GETS IN YOUR EYES*... ARTISTAS DIVERSOS

*«O FUMO QUE NOS VAI PARA OS OLHOS»




CHANTAL CHAMBERLAND  interpreta com originalidade este «standard», um sucesso de décadas, composto por Jerome Kern  e Otto Harbach. 

Já não têm conta os músicos e cantores de jazz que utilizaram esta canção. Os interpretes que mais aprecio são:


Benny Goodman & Helen Forrest com um swing natural, que flui da própria melodia.

https://www.youtube.com/watch?v=91Sjh5nszHg

Dinah Washington  no melhor da sua expressão vocal. 



https://www.youtube.com/watch?v=n0lyWfTOYyM

Sarah Vaughan, que dá nobreza à melodia pela criatividade da interpretação.

                                               https://www.youtube.com/watch?v=gaIic-5jsO0



sexta-feira, 23 de março de 2018

O FACEBOOK E O «DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA»

Mesmo não concordando com certos detalhes da narrativa desta «opinadora» (vê os russos por todo o lado...), tenho alguma concordância com o conteúdo deste seu artigo de opinião sobre o Facebook.
Infelizmente as pessoas estão sempre muito atrasadas em relação à realidade, em todos os tempos e, sem dúvida, nestes últimos tempos também. 
Eu estava plenamente informado, desde há muitos anos, sobre os aspectos menos luzidios das chamadas redes sociais, sobretudo devido às leituras de vários autores (de tendências diversas) que se podem designar como «pensamento alternativo».

                Mark Zuckerberg na capa da Wired de Março 2018

As redes sociais, o Facebook em particular, são um exemplo perfeito de «servidão voluntária», como a definiu, há mais de 5 séculos, Étienne de La Boétie (um amigo de Montaigne). 

                                                              
O poder do «príncipe» (ou seja, dos que detêm as rédeas do poder, sejam eles nobres ou plebeus, militares ou civis...) é assegurado pela submissão voluntária dos súbditos, visto que a sua revolta colectiva iria (num instante) destronar, reduzir a nada, o seu poder. É por causa dessa submissão, que se tornou como uma «segunda natureza» dos cidadãos, que o poder e os poderosos têm ainda uns belos dias pela frente.
Faço notar que não será um povo inculto e fanatizado que fará a revolução, pelo menos essa revolução que se deseja, que traga maior justiça, igualdade, distribuição horizontal do poder neste mundo.
Acredito profundamente que esta acontecerá, mas durará vários decénios, ou mesmo séculos, a chegar, pelo que os «revolucionários de meia tigela» irão ignorá-la, pois querem ter no imediato uma sensação, nem que seja um breve instante, dessa tal «revolução». 
Como a revolução sem aspas é um processo, longo do ponto de vista da história individual, mesmo que breve do ponto de vista da História, prefiro projectar meus anseios no futuro e reservar-me o mais possível em relação ao presente, aos «radicalismos de pacotilha», vendidos por «profissionais da política».

quarta-feira, 21 de março de 2018

A HIPERINFLAÇÃO É UM RISCO DEMASIADO GRAVE PARA SER IGNORADO

- Jogar com a quantidade de papel-moeda, acentuando permanentemente os défices, até somas absurdas, que jamais poderão ser devolvidas... será este o «saber» das políticas monetárias, tanto dos bancos centrais, como dos governos? 
- Qual o limiar a partir do qual o público mais vasto deixa de ficar iludido e começa a  duvidar seriamente  da capacidade dos seus respectivos governos em honrarem as suas obrigações?
Estas obrigações não se resumem à dívida emitida sob forma de bilhetes do tesouro com várias maturidades. 
Incluem também as obrigações dos Estados em pagar quaisquer compras ou serviços prestados, por entidades nacionais ou estrangeiras. 
Acrescem as obrigações de pagamento de ordenados aos seus funcionários ou de pensões aos reformados, de subsídios e prestações sociais diversas. 
No total, a dívida verdadeira dos diversos Estados, é muito maior, na generalidade dos países «Ocidentais», do que os valores que costumam ser apontados nos noticiários económicos. 

Existe com certeza um limiar a partir do qual as pessoas perdem toda a confiança na capacidade do Estado em pagar de forma decente aquilo que deve. 
Os episódios de hiper-inflação podem ser devidos a causas diversas, mas - no essencial - resultam duma perda total da confiança das pessoas na própria moeda: Martin Armstrong dá alguns exemplos que mostram isso mesmo.

Relacionem-se os dados acima com o facto do Estado mais poderoso do planeta, com o privilégio de emitir a moeda que serve de reserva (o dólar ainda é a reserva mais importante), aumentar a sua dívida em mais de um trilião de dólares apenas em seis meses, sabendo-se que essa dívida se expande a um ritmo 36% mais rápido que o crescimento da sua economia: o que se espera?
   
Eu não compreendo que pessoas, com enorme responsabilidade nos mais diversos cargos do governo, continuem a fazer como se nada fosse. Para mim, é inconcebível que continuem a fazer todos «como se não fosse nada grave», governantes, políticos, banqueiros, industriais, etc., não apenas dos EUA, mas mesmo do mundo inteiro. Uma crise do dólar terá repercussões gravíssimas em todo o planeta. Além disso, os governos e bancos centrais de vários países têm copiado a política de impressão monetária da FED (Federal Reserve Bank), o banco central dos EUA. É um fenómeno mundial.
Infelizmente, existem numerosas razões objectivas para vaticinar que isto irá desembocar numa crise gravíssima. Somente não se sabe (nem pode saber-se) quando é que ela irá rebentar. Mas tem-se a certeza de que não existe qualquer saída «airosa» para uma tal situação mundial. 
Os muito ricos e poderosos já estão avisados de longa data, tomando discretamente as suas medidas de precaução. 
Quanto às pessoas comuns, estas são deixadas na ignorância, o que irá tornar muito mais provável que as suas economias  as suas vidas sofram em pleno as consequências da catástrofe. 

terça-feira, 20 de março de 2018

ELEGIA DE FAURÉ, PARA VIOLONCELO E PIANO


Elegia é um tipo de composição que, geralmente, está relacionada com a saudade, com a memória de alguém que já não é deste mundo. 
Esta elegia composta por Fauré exprime um complexo de sentimentos, traduzidos pela expressiva arcada de Julian Lloyd Webber. 
A peça possui uma complexidade maior do que aparenta, com a sua estrutura multi-temática, os momentos mais agitados e outros mais serenos e as frases que se desenvolvem, quer nas cordas mais graves, quer nas mais agudas. 

  

segunda-feira, 19 de março de 2018

O QUE É QUE CARACTERIZA UM ESTADO DE DIREITO?

             

Vem esta reflexão a propósito do caso do ex-espião Skripal supostamente envenenado com um gás em Inglaterra. 
Houve um acesso de histeria, ao nível na classe política, ampliada pela imprensa tablóide, perante as afirmações peremptórias de Theresa May e de membros do seu governo, as quais estão completamente fora dos procedimentos, tanto no que respeita aos acordos internacionais relativos a gases tóxicos, como até à presunção de inocência de um caso de tentativa dupla de homicídio. 
Com efeito, o incidente que causou o envenenamento de Sergei Skripal e de sua filha de 33 anos Yulia deveria ser matéria de investigação criminal, para se estabelecer os factos, o motivo e  o agente do crime.
Uma qualquer organização ou Estado, podia ter - de facto - acesso ao tal gás, podia mesmo fabricar o referido gás, usado na tentativa de assassinato. 
Torna-se ainda mais preocupante a reedição de reflexos anti-comunistas primários, que tinham sido amplamente usados para manipular o medo dos «vermelhos» e sobretudo a perseguição, a inclusão em «listas negras», de todos os que eram suspeitos de simpatias pelo «inimigo», a Rússia soviética.
As guerras contra o «terror», lançadas na época de Bush filho, foram um enorme fracasso militar e portanto político também. A oligarquia autoritária precisava de um novo perigo real ou imaginário. O caso de Putin e da Rússia, serviu tal finalidade de poder manter o eleitorado debaixo do medo. Sob o efeito do medo, as pessoas deixam de ter espírito crítico e começam a ter reflexos gregários, que se observam igualmente nas multidões arregimentadas, nos regimes totalitários.
A proximidade de um grande colapso nos mercados - ainda mais no mercado da dívida, do que nas bolsas de acções - faz com que a oligarquia se esmere em criar incidentes para poder desencadear uma guerra total, já não apenas uma guerra económica (sanções diversas), cuja intensidade aliás ultrapassa as restrições ao comércio com a URSS, durante a Guerra Fria Nº1.  
Uma situação muito preocupante para a liberdade de opinião, de palavra, quando o próprio líder da oposição, Jeremy Corbyn, é insultado no parlamento, apenas por colocar questões pertinentes ao governo.
Em resumo: o que se vem assistindo com o folhetim do ex-espião russo é um sinal de que não existe verdadeiro Estado de Direito, logo que «estala o verniz» das instâncias oficiais e se comportam de forma tipicamente autoritária, para não dizer fascista. 

domingo, 18 de março de 2018

PAUL ROBESON, A VOZ INOLVIDÁVEL

Paul Robeson (1898- 1976) continua a ter imensos cultores, devido à  qualidade da sua voz, pelo esmero e bom gosto das suas interpretações. Conheço versões das peças abaixo por outros interpretes, mas não tenho dúvida, pelo menos nestes casos, que prefiro a interpretação de Paul Robeson. Não é esta avaliação ditada por nostalgia ou pelo prestígio; este cantor tinha uma voz excepcional e grande capacidade expressiva.


«Mood Indigo» O clássico dos clássicos do blues, pelo célebre cantor negro de ópera, que por ser membro do partido comunista, foi perseguido e proibido de cantar no palco e cinema, na «democracia» dos EUA.



«Joe Hill»: era um organizador do sindicato revolucionário IWW, assassinado pelos capangas dos patrões. 


                          

«It aint necessarily so»: Esta é uma das canções de «Porgy and Bess» (de George Gershwin). Como muitas outras passagens da famosa ópera, foi inúmeras vezes interpretado pelos mais variados cantores.


                          

«Deep River»: Um espiritual negro que Paul Robeson interpreta de forma poderosa. 

quinta-feira, 15 de março de 2018