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terça-feira, 2 de abril de 2024

Concerto para Piano No.3, Op.37 de Beethoven (POLLINI/BÖHM)


 Uma singela homenagem aos Mestres falecidos... que vivem na música que escreveram ou executaram.


Escrito entre 1800 e 1803, este concerto em Dó menor deve muito a Mozart, que Beethoven venerava. O estilo característico do músico de Bonn transparece, porém, com a profusão de variações dos temas e contra temas, como mais ninguém faria no seu tempo. Beethoven, já famoso compositor, estreou este concerto executando, ele próprio, a parte solista. 
Não me parece que  este concerto, com tanta verve, tanta riqueza temática e o notável recurso a uma orquestra com dimensão sinfónica, seja justamente avaliado. Porque considero estarmos perante uma das obras-primas do romantismo nascente. 
Em artigos anteriores, referi as características estilísticas das composições de Beethoven, a sua rutura com os padrões clássicos e a inauguração de uma nova linguagem musical, que veio a receber o nome de «romantismo». 
Mas, os nomes, meras classificações, obscurecem a inteligência das obras. Podemos encontrar traços românticos nesta peça, naturalmente. Porém, estamos perante uma obra que não se afasta dos cânones clássicos. Porque, é preciso que se esclareça, o «classicismo», por sua vez, também é uma etiqueta cómoda, designando a tendência musical predominante dos anos 1770 a 1810, mais ou menos.  Nesta época, justamente, o estilo «Sturm und Drang» (um movimento literário «romântico») veio a afirmar-se, incluindo mesmo em obras de músicos ditos clássicos. Mozart tem sido considerado um músico que transcende as classificações mas, em todo caso, tem havido consenso em apontar várias obras suas como sendo «pré-românticas». 
A afirmação do génio de Beethoven não se deveu a uma rejeição do passado, mas à assimilação criativa do mesmo, com a preocupação de alargar o seu âmbito, para uma maior  expressão dos sentimentos.

Esta gravação, com a Orquestra Filarmónica de Viena dirigida por Karl Böhm e com Maurizio Pollini ao piano, honra perfeitamente a grandiosa arquitetura musical do Concerto nº. 3 para piano  e orquestra de Beethoven. 

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

O QUE É O ROMANTISMO?

Aqui, não vos irei falar sobre a infinidade de sentidos que é dada à expressão ou a forma como o público, em geral, avalia qualquer obra como sendo «romântica» ou não. Isso terá pouco interesse, se não se compreender previamente a existência de um movimento dentro da História, que é simultaneamente estético, político e filosófico.

É esse movimento romântico que me interessa: o que  foi assim designado por críticos contemporâneos ou posteriores, ao movimento sobre o qual escreveram.

Muito haveria a escrever sobre as componentes que o caracterizam - a estética, a política e a filosofia. Estão entrançadas de tal modo que, ao distingui-las, devemos ter em mente que isso se deve antes a conveniência na exposição, pois se misturarmos os aspetos, acabamos por não clarificar nada sobre as várias facetas do movimento.

A definição de romantismo poderia dá-la  sintetizando definições de dicionários; mas estou convicto que essas definições «congelam» ideias, causam a sua cristalização, tanto na mente de quem escreve como de que lê.

É inegável a ligação do romantismo com algumas ideias que «andavam no ar», nos finais do século XVIII: A ideologia liberal, na sua formulação primeira, a da Declaração de Independência dos Estados Unidos. A filosofia dialética de Hegel, a filosofia da Natureza de Goethe e de muitos mais. Nota-se a emancipação da Escolástica medieval. Embora o ser humano ainda seja colocado no centro da Criação, não é um «pedaço de argila moldado por Deus», antes o construtor de si próprio, da sua própria vida, do seu devir. Num tempo em que as estruturas do passado se desmoronam, a realeza absoluta, a Igreja da Inquisição, a família patriarcal, começo de emancipação da mulher (somente na aristocracia e na burguesia), tendência a acabar o regime de monopólio e privilégio das companhias de comércio, protegidas pelo poder real, levando à entrada de vários atores no mercado. Tudo isso, tinha relação com um dos pilares da nova visão do Homem enquanto indivíduo, um ser dotado de inteligência, sensibilidade e senso moral: ele não podia já ser tratado como mera criança, obrigado a aceitar como as únicas ideias «legítimas», as que lhe impunham os padres, os reis e os nobres. A descoberta doutros mundos, para além do Velho Mundo, da Europa, Ásia e África, implicava relativizar ou por francamente em causa «certezas» ensinadas e reproduzidas em austeros tratados, nas Universidades europeias. O saber deixou de estar limitado à elite universitária e eclesiástica, com a nova dimensão do saber técnico, o saber-fazer. Pense-se nos saberes associados à navegação: a geografia, a cartografia, as técnicas de construção de navios, a descoberta e descrição de novas espécies vegetais e animais, nos continentes explorados pelos europeus. Nos dois séculos anteriores ao século XIX, houve um constante alargar dos horizontes. Foi, propriamente, o início da revolução científica e técnica. Esta revolução não foi política, ou não teve como motivação substituir a ordem política vigente. Os reis e os poderosos encorajavam as expedições longínquas, acolhendo os novos dados científicos que delas resultavam, com a mesma abertura com que acolhiam novas trocas comerciais.

Foi assim nascendo a ideia do ser humano enquanto indivíduo. Não que dantes não existisse uma tal noção. Mas, de uma forma ou doutra, ela esteve subordinada ao coletivo: o povo, a pátria, a pertença ao reino, à zona geográfica, à profissão (as corporações de ofícios). O homem do século XVIII/XIX ainda continua conectado a essas realidades, que moldam o seu destino. Mas, aquilo que muda, é a ênfase: o essencial, já não é a proveniência do indivíduo, a sua classe de origem ou a sua pertença a tal ou tal reino.

Na música, no teatro, na pintura e escultura, as sociedades aceitam o cosmopolitismo dos artistas e até o encorajam. Por exemplo, a corte do rei D. João V de Portugal, que beneficiou das muitas riquezas das colónias, em particular do Brasil, estava repleta de estrangeiros, músicos, artistas plásticos, cientistas, etc. na sua maioria, italianos.

A ênfase tornou-se mais política, a partir da Revolução Francesa. O cidadão, era aquele individuo que aderia ao projeto revolucionário. Assim, houve deputados polacos, irlandeses e alemães à Convenção da França revolucionária. Eram homens que se tinham identificado com a causa revolucionária; eram legitimamente membros deste corpo representativo. Note-se que, mais tarde, esta noção política de cidadania foi instrumentalizada por Napoleão: Em todas as suas campanhas militares utilizou estrangeiros (regimentos de irlandeses, de polacos, de suíços, de alemães), completamente subordinados ao poder imperial. 

Na literatura, a grande revolução foi o dar-se primazia ao indivíduo, através da exposição dos sentimentos: Rousseau (Confessions), Goethe (Werther) etc. 
Na música, o cânon clássico representado por Haydn e outros músicos, foi destronado a favor do romantismo nascente, correspondente ao movimento literário «Sturm und Drang» (Tempestade e Ímpeto).  
A crítica foi muito negativa, na estreia da  3ª Sinfonia de Beethoven.  Porém, a nova estética acabou por triunfar. Os músicos românticos, após a morte de Beethoven, foram célebres: Mendelssohn, Schubert, Liszt, Chopin, Berlioz, etc. A estes, seguiu-se uma segunda e uma terceira vaga. Na época do romantismo ascendente não são produzidas peças «delico-doces», associadas pelo público à expressão música romântica. A ideia do romantismo como música «lamecha» e com falta de imaginação, tem origem na utilização de fórmulas, por pessoas sem talento, mas que se atreviam a compor.
A música e a poesia romântica vão de par com uma sensibilidade emancipatória, envolvendo as determinantes nacionais e sociais.
 
Os heróis românticos não dependiam senão do seu destino. O seu devir era moldado por suas características psicológicas; pela sua capacidade em amar, o seu sentido do dever, a sua determinação. Também existe a imagem estereotipada do herói/heroína que sucumbe ao destino trágico: Eles lutam até ao limite de suas forças. São vencidos, mas não resignados. 
Mesmo a vertente «negra» do romantismo (ver poema de Baudelaire, abaixo*),  não implica uma renúncia ao bem ou ao que há de saudável nos humanos e na sociedade. Se Baudelaire adota, nalguns poemas, uma pose «decadentista» ou mesmo «satânica», isso deve-se, sobretudo, à sua condição pessoal: ele sofre, mas não aceita esse sofrimento com resignação. A revolta é percetível, em muitos dos seus poemas.

                       Foto de Charles Baudelaire, por Nadar

*
Charles BAUDELAIRE
1821 - 1867

Épigraphe pour un livre condamné

Lecteur paisible et bucolique,
Sobre et naïf homme de bien,
Jette ce livre saturnien,
Orgiaque et mélancolique.

Si tu n'as fait ta rhétorique
Chez Satan, le rusé doyen,
Jette ! tu n'y comprendrais rien,
Ou tu me croirais hystérique.

Mais si, sans se laisser charmer,
Ton oeil sait plonger dans les gouffres,
Lis-moi, pour apprendre à m'aimer ;

Ame curieuse qui souffres
Et vas cherchant ton paradis,
Plains-moi !... sinon, je te maudis !

domingo, 18 de dezembro de 2022

SCHUMANN: CONCERTO PARA PIANO OP.54 [Martha Argerich & Zubin Mehta ]

                                          https://www.youtube.com/watch?v=IL8hK60EJbQ&t=35s

 Wiener Philharmoniker conducted by Zubin Mehta

September 18, 2022 Musikverein, Goldener Saal 00:35 I. Allegro affettuoso 16:00 II. Intermezzo; Andante grazioso 21:50 III. Finale; Allegro vivace Encore: Schumann Kinderszenen Op. 15 34:52 1. Von fremden Ländern und Menschen

Este concerto é, para mim, muito especial. Ouvi-o centenas de vezes em disco, conheço bem todas as suas passagens. Pude, por isso, apreciar a interpretação bela e rigorosa desta grande dama do piano, Martha Argerich. A sua pátria é a Argentina, a mesma de tantos valores, não apenas de Messi e outros no futebol, mas também na música:

- Alberto Ginastera, compositor que soube integrar de forma original as tradições musicais populares em composições de vanguarda modernista.
- Astor Piazzola, tão conhecido no contexto do tango e do bandoneón mas, mais do que isso. Foi quem deu à música popular do seu país uma audiência universal, com a imensa qualidade e criatividade das suas composições.
Não pretendo ser exaustivo; apenas mencionar artistas cimeiros desta pátria latino-americana, talvez a mais cosmopolita, a mais estimuladora do talento, a mais culturalmente mestiça ... do Mundo!

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

CONCERTO DE CHOPIN PARA PIANO E ORQUESTRA, Nº2 EM FÁ MENOR

 







Este concerto é o meu preferido dos dois que nos deixou o mago polaco da música para piano. 

Há uma anomalia curiosa na sua numeração, pois acontece que este foi o primeiro a ser escrito, mas aparece com o nº de catálogo posterior ao 1º publicado (o qual, afinal foi o nº2, na realidade!). 

Há quem diga que Chopin tinha pouca capacidade para escrever para orquestra e que portanto, a sua produção orquestral é demasiado escassa. Eu divirjo dessa interpretação, pois acho que este concerto mostra até que ponto ele soube moldar a matéria musical. Sem dúvida, que o aparato da orquestra está ao serviço da brilhante execução no piano. Mas, afinal, não é isso mesmo a essência da forma-concerto para instrumento solista? 
Chopin compunha aquilo que iria interpretar, pessoalmente. Sabia bem como era difícil e subtil passar das notas escritas numa partitura, para a ideia musical que esteve na sua origem. 

Será necessário alguém como Daniil Trifonov, para estar à altura do desafio de interpretar - com o vigor e subtileza necessários - este concerto, criado em Varsóvia em 1830, pelo próprio Chopin.

I. Maestoso II. Larghetto III. Allegro vivace

terça-feira, 22 de junho de 2021

[Wagner, Vivaldi] NAVIO-FANTASMA - TEMPESTADE

 


O sobrenatural como símbolo pode ser libertador, não enquanto mito que subjugue a mente, ou que esteja conectado com uma visão fatalista. 

Percebi que o que há de delicioso nas histórias de fantasmas, é que elas nos dão um calafrio no momento mas, ao mesmo tempo sabemos que é ficção, pois estamos em segurança, lendo ou vendo ou ouvindo essa «estória de dar arrepios». 

Certamente o fantasma invoca a morte. Mas,  se temos medo da morte, não é do simples facto de um dia desaparecermos. Pelo menos, não duvidamos que desaparecemos enquanto ser material, algo que sabemos inevitável, a partir do momento que crescemos. A morte suscita medo, pelo seu lado desconhecido. 

Este aspeto, o desconhecido, manifesta-se no que está para além do mundo corriqueiro, do dia-a-dia vulgar. A narrativa de terror precisa, não apenas do perigo mortal, mas também de algo insólito, estranho, sobrenatural. 

O fantasma é uma criatura do outro mundo que vem visitar-nos neste mundo. 

O fantasma...um ser real, ou uma alucinação, um efeito de ótica ou ainda, uma  fantasia da nossa mente? 

As histórias de navios-fantasmas, que continuam a vogar pelos oceanos, durante decénios, sem tripulação lá dentro, pois morreu  até ao último homem, misteriosamente, tragicamente, são narrativas romanceadas de situações que ocorreram na realidade. 

Não é difícil um navio continuar a flutuar durante algum tempo, sem ninguém para cuidar dele. Que isso tenha acontecido variadíssimas vezes durante a história da navegação, não nos pode surpreender. O que é mais da ordem do fantástico, são as lendas em que o navio surge durante as tempestades,  periodicamente, do nada, do nevoeiro, como um monstro oceânico imponente. 

Simbolicamente, o «navio-fantástico-fantasma» resume os medos (fobias) que podem nos habitar, pessoal e socialmente: O medo da morte, dos «mortos-vivos», dos fantasmas que poderão estar dentro do navio fantasma, o medo da natureza indiferente, do destino severo, vingativo, o castigo da não-sepultura, pela transgressão das leis dos homens ou -sobretudo- dos Deuses.

Muitas histórias de navios-fantasma relacionam-se com epidemias misteriosas que dizimaram toda a tripulação. Neste século de histeria pandémica, é provável que estas antigas histórias sejam evocadas, recicladas e atualizadas.

A famosa ópera «Die fliegende Hollaender/ The Flying Dutchman» de Wagner retoma o mito do navio-fantasma. 

Abaixo, a abertura da ópera: 

                            

Mas, na época barroca, já existia um subgénero de música descritiva, a «tempestade no mar», abaixo exemplificada no concerto para flauta de Vivaldi. Note-se, que ele não foi o único na sua época, a utilizar o tema da tempestade marítima!  Aliás, Vivaldi também escreveu outro famoso concerto para flauta «La Notte» RV 439 onde um dos movimentos se intitula «Fantasmi», fantasmas.






domingo, 3 de janeiro de 2021

CONCERTO PARA PIANO DE GRIEG

Edvard Grieg: Concerto para piano em La menor Op.16




I. Allegro molto moderato ∙ II. Adagio ∙ III. Allegro moderato molto e marcato ∙

Grieg (1843- 1907) aprendeu piano com a sua mãe, a partir dos seis anos de idade. Depois frequentou várias escolas. Aos quinze anos foi para o Conservatório de Leipzig, aprender piano e órgão, mas não gostou nada da experiência! Em 1860 sobreviveu a uma pneumonia e ficou, para o resto da vida, muito frágil de saúde devido às sequelas da doença pulmonar. Casou em 1867 com Nina Hagerup (1845- 1935), uma soprano lírica. No ano seguinte, nasceu a sua filha única, Alexandra, que veio a morrer de meningite em 1869. 
No Verão de 1868, Grieg escreveu seu concerto para piano, cuja récita de estreia ocorreu em 3 de Abril de 1869 no Teatro Casino de  Copenhaga. É uma das grandes obras do reportório romântico. Neste, soam temas de música popular norueguesa. Tem uma refrescante variedade temática protagonizada pelo instrumento solista. Ele trabalhou longamente no concerto, até a um ano antes de sua morte. 

Embora eu goste do conjunto, a parte que prefiro é o terceiro andamento: «Allegro moderato molto e marcato»

Sinto que tem uma energia vital contagiante, um vigor muito positivo. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

AS QUATRO BALADAS DE CHOPIN, RECITAL MEMORÁVEL DE MARIA TIPO



                                          0:00 : Ballade nº 1 en sol mineur, op.23

                                         8:57 : Ballade nº 2 en fa majeur, op.38

                                        16:02 : Ballade nº 3 en la bémol majeur, op.47
                                        23:57 : Ballade nº 4 en fa mineur, op.52

Oiço estas peças muitas vezes, sem nunca ficar enfastiado. São do romantismo no seu apogeu, de uma inspiração sublime. Elas são únicas no reportório de Chopin, diz-se que foram inspiradas pelos poemas patrióticos de Adam Mickiewicz
As Baladas são poemas musicais, porém não se podem classificar na categoria de música descritiva ou programática. São muito livres na sua forma: talvez sejam a expressão do estado interior do compositor, ao ler os referidos poemas.
Quanto à interpretação, não encontrei, até hoje, algo que satisfaça melhor o meu gosto em relação a estes extraordinários pedaços de música. Com efeito, eles exigem alma e técnica, numa combinação subtil, refinada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Grigory Sokolov : Schubert Impromptu Nr. 2 Mi bemol maior


 Uma das peças mais maravilhosas do reportório romântico. Schubert está muito pouco interpretado, actualmente. Acho que é totalmente injusto. 
É verdade que esta peça, em particular, exige uma execução de grande limpidez e rigor. Repare-se que o andamento, embora rápido, não é como duma «corrida de velocidade». A justeza do tempo é fundamental para traduzir a ideia do compositor.
A interpretação de G. Solokov é exemplar nestes aspectos. Mas, além disso, junta-lhe a criatividade própria de um grande mestre: transforma cada frase em algo sublime. 

sexta-feira, 22 de maio de 2020

[VALENTINA LISITSA] RAPSÓDIA HÚNGARA Nº2 DE FRANZ LIZT


                                         
                                         https://www.youtube.com/watch?v=LdH1hSWGFGU

Esta peça foi interpretada como extra num recital dado por Valentina Lisitsa, no âmbito do Festival de Sintra, no Palácio de Queluz. No programa, figuravam as «Estações» de Tchaikovsky, um ciclo de 12 pequenas peças associadas a poemas. 
Eu já era, nessa altura, um admirador desta intérprete. O recital a que assisti confirmou, para além de qualquer dúvida, que Valentina Lisitsa é uma das maiores intérpretes da actualidade.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Sumi Jo interpreta «AN DIE MUSIK» de SCHUBERT



Sumi Jo possui uma voz excepcional, com uma gama extensa e uma grande riqueza de timbre. 
Aprendi a apreciá-la ouvindo um CD que me foi oferecido há muitos anos: «Journey to Baroque». 

Esta versão do lied de Schubert é muito boa, embora existam várias outras que poderia ter seleccionado. 

                                
                                     Manuscrito de «An die Musik» (*)
 
                               (*https://en.wikipedia.org/wiki/An_die_Musik)

Abaixo, a letra (*)  em alemão e tradução em inglês:

Original GermanEnglish Translation
Du holde Kunst, in wieviel grauen Stunden,
Wo mich des Lebens wilder Kreis umstrickt,

Hast du mein Herz zu warmer Lieb' entzunden,
Hast mich in eine beßre Welt entrückt,
In eine beßre Welt entrückt!
Oft hat ein Seufzer, deiner Harf' entfloßen,
Ein süßer, heiliger Akkord von dir,

Den Himmel beßrer Zeiten mir erschloßen,
Du holde Kunst, ich danke dir dafür,
Du holde Kunst, ich danke dir!
You, noble Art, in how many grey hours,
When life's mad tumult wraps around me,

Have you kindled my heart to warm love,
Have you transported me into a better world,
Transported into a better world!
Often has a sigh flowing out from your harp,
A sweet, divine harmony from you

Unlocked to me the heaven of better times,
You, noble Art, I thank you for it,
You, noble Art, I thank you!