Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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domingo, 18 de dezembro de 2022

SCHUMANN: CONCERTO PARA PIANO OP.54 [Martha Argerich & Zubin Mehta ]

                                          https://www.youtube.com/watch?v=IL8hK60EJbQ&t=35s

 Wiener Philharmoniker conducted by Zubin Mehta

September 18, 2022 Musikverein, Goldener Saal 00:35 I. Allegro affettuoso 16:00 II. Intermezzo; Andante grazioso 21:50 III. Finale; Allegro vivace Encore: Schumann Kinderszenen Op. 15 34:52 1. Von fremden Ländern und Menschen

Este concerto é, para mim, muito especial. Ouvi-o centenas de vezes em disco, conheço bem todas as suas passagens. Pude, por isso, apreciar a interpretação bela e rigorosa desta grande dama do piano, Martha Argerich. A sua pátria é a Argentina, a mesma de tantos valores, não apenas de Messi e outros no futebol, mas também na música:

- Alberto Ginastera, compositor que soube integrar de forma original as tradições musicais populares em composições de vanguarda modernista.
- Astor Piazzola, tão conhecido no contexto do tango e do bandoneón mas, mais do que isso. Foi quem deu à música popular do seu país uma audiência universal, com a imensa qualidade e criatividade das suas composições.
Não pretendo ser exaustivo; apenas mencionar artistas cimeiros desta pátria latino-americana, talvez a mais cosmopolita, a mais estimuladora do talento, a mais culturalmente mestiça ... do Mundo!

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

ALBERTO GINASTERA & A MÚSICA ARGENTINA

                           Atsuko Seta - Maestro Liang Zhang - Shanghai Philharmonic Orchestra

Alberto Ginastera é um dos compositores de maior estatura da América Latina. Este argentino, que estudou com Aaron Copland e outros famosos compositores nos EUA, teve uma carreira brilhante e fecunda. O seu reportório coloca-o, em termos formais, como membro da vanguarda musical dos anos pós IIª Guerra Mundial. 

Seu concerto para piano nº1, faz-me pensar em Prokofiev ou em Khachaturian. Mas, ele tem a sua própria personalidade. 
O seu temperamento sul americano, apaixonado e romântico, exprime-se - entre outras peças - nas famosíssimas 3 Danzas Argentinas. Podemos ouvir as 2ª e 3ª danças, executadas como «encore» no recital de  Atsuko Seta.



                                                Kotaro Fukuma - Danzas Argentinas

Outro pianista japonês, Kotaro Fukuma, em recital da «Maison de la culture du Japon à Paris», trouxe-nos esta magnífica interpretação integral das "3 Danzas Argentinas".
O que me seduz mais na escrita de Ginastera é sua extrema versatilidade, sua capacidade em passar duma para outra forma, sem aparente dificuldade. Na música de Ginastera, tudo soa perfeitamente natural.

Numa entrevista Ginastera disse: «Esta influência na minha música eu sinto que ela não vem do folklore, mas - como dizer? - duma espécie de inspiração metafísica. Num certo sentido, o que fiz é a reconstituição do aspeto transcendente do mundo pré-colombiano.»

A música da América Latina tem um encanto único, na sua imensa diversidade. Talvez a «fórmula secreta» dos seus compositores seja, por um lado, utilizarem o «folklore» rico de cada país... mas, por outro, não se confinarem a «folklorismos»: Dão às melodias, ritmos e danças populares, o estatuto de temas como parte da matéria-prima de composições maduras, complexas e subtis.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

[NO PAÍS DOS SONHOS] ASTOR PIAZZOLLA «SOLEDAD»





O SILÊNCIO E A SOLIDÃO

É preciso ouvir, ouvir sem pensar, ouvir por dentro do silêncio.
Quando o Verão se ausenta e se torna Inverno, vem-nos uma nostalgia indefinida.
A solidão é um estranho sonho, um sonho sem conclusão. Como caminhar no nevoeiro. Como ouvir por dentro as vozes dos nossos entes falecidos.
Mas, entoando no silêncio a melodia antiga, podes revigorar as fibras da alma, as pulsações do coração. No silêncio, o regresso da serenidade.
Embala nossa mente aquela antiga melodia, ouvida na infância, que sobe à superfície. Voltamos ao que éramos há muito tempo. Ou que sempre fomos sem consciência de o ser.
Tínhamos sido arrastados pela corrente da vida; agora regressamos ao âmago.
A solidão é necessária, como necessário é o silêncio.