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domingo, 13 de outubro de 2024

Whitney Webb: Os EUA tudo farão para manter o domínio do dólar

 Whitney Webb, em espanhol, neste pequeno excerto de 14:40 minutos, muito esclarece sobre o sistema de supremacia do dólar dos EUA.

Já sabiam eles, os que lideram o Império, que haveria que mudar o sistema do petrodólar noutra coisa. Nomeadamente, a introdução das cripto-moedas surge no contexto da transição energética, em que o petróleo deixa de ser a fonte dominante de energia.  

As desventuras da Argentina, com as dolarizações da sua economia, levadas a cabo por Menem (em 1999) e por Javier Milei, recentemente, ambas tiveram consequências devastadoras para o povo argentino. 

Se os EUA foram capazes de causar guerras de agressão brutais, com milhões de mortos no Iraque e na Líbia, para defender o dólar e a hegemonia do Império dos EUA, como se pode imaginar que os atuais dirigentes fiquem de braços cruzados, vendo esta hegemonia do dólar ser posta em causa, sem fazer nada?

O desaparecimento do dinheiro «cash» (ou «dinheiro-papel») vai  ser um processo violento de expropriação dos pobres e das classes médias, em todo o Mundo. 

Os dólares estão ainda numa percentagem elevada das reservas dos bancos centrais em todo o mundo. Se o dólar é «desmaterializado» (=digital a 100%), vão ser «evaporadas» grande parte das dívidas em dólares, sobretudo nos países mais fracos, dependentes (países neocolonizados). 

A razão do que escrevi acima, é a seguinte: se os detentores de dívida não podem comprovar tê-la, legitimamente, ou não tiverem poder económico para litigarem em tribunais para ressarcir essa dívida, os que são devedores (e os maiores são as corporações e os Estados) ficarão a ganhar (1). 

As grandes empresas de Silicon Valley estão envolvidas na transição para uma economia totalmente digitalizada. Não haverá - como é costume - esclarecimento das pessoas sobre os problemas que esta digitalização forçada vai trazer aos cidadãos, às economias e às sociedades. 

- Quantos milhões de pessoas vão ficar subitamente sem suas economias? 

- Quantas ficarão nas mãos dos consórcios todo-poderosos?

- Onde restará espaço para uma afirmação autónoma de vontade popular quando estão conluiados entre si, os Estados-nações, as grandes empresas e os bancos sistémicos?

- A «revolução» de Davos, de Bilderberg, das elites empresariais e dos políticos no poder (eles próprios homens e mulheres «de palha» de grandes lóbis financeiros e outros), é simplesmente a entrega total do poder a uma oligarquia do dinheiro,  mundializada.

Estou de acordo com Whitney Webb quando ela classifica de ingenuidade, esperar-se que os EUA «tenham fair-play» e assumam pacificamente que é tempo de passarmos a outro sistema monetário mundial, já que o reinado do dollar US  está no fim.

 


(1) No sistema de divisas fiat, que é o sistema monetário atual, os ativos de alguém, são a dívida de outrem. Um banco tem como passivos as contas depositadas pelos seus clientes. Um fundo de pensões tem como ativos, os passivos de Estados, sob forma de obrigações do Tesouro emitidas por Estados ou pelos Bancos Centrais das diversas Nações. Tudo isso será transformado em «dinheiro digital». A maneira como isso será feito, é que é crítica: Os poderosos (políticos e multimilionários) pensam servir-se desta digitalização como meio (disfarçado) de se verem livres de grandes quantidades de dívida, pública e privada. 
Lembro que globalmente, existe 150% de dívidas acumuladas, em relação ao PIB mundial!

sábado, 12 de agosto de 2023

MILONGA DE BUENOS AIRES

 

                             

domingo, 18 de dezembro de 2022

SCHUMANN: CONCERTO PARA PIANO OP.54 [Martha Argerich & Zubin Mehta ]

                                          https://www.youtube.com/watch?v=IL8hK60EJbQ&t=35s

 Wiener Philharmoniker conducted by Zubin Mehta

September 18, 2022 Musikverein, Goldener Saal 00:35 I. Allegro affettuoso 16:00 II. Intermezzo; Andante grazioso 21:50 III. Finale; Allegro vivace Encore: Schumann Kinderszenen Op. 15 34:52 1. Von fremden Ländern und Menschen

Este concerto é, para mim, muito especial. Ouvi-o centenas de vezes em disco, conheço bem todas as suas passagens. Pude, por isso, apreciar a interpretação bela e rigorosa desta grande dama do piano, Martha Argerich. A sua pátria é a Argentina, a mesma de tantos valores, não apenas de Messi e outros no futebol, mas também na música:

- Alberto Ginastera, compositor que soube integrar de forma original as tradições musicais populares em composições de vanguarda modernista.
- Astor Piazzola, tão conhecido no contexto do tango e do bandoneón mas, mais do que isso. Foi quem deu à música popular do seu país uma audiência universal, com a imensa qualidade e criatividade das suas composições.
Não pretendo ser exaustivo; apenas mencionar artistas cimeiros desta pátria latino-americana, talvez a mais cosmopolita, a mais estimuladora do talento, a mais culturalmente mestiça ... do Mundo!

terça-feira, 19 de julho de 2022

ASTOR PIAZZOLLA (1921 - 1992) - A MINHA HOMENAGEM

Astor Piazzolla já tinha sido homenageado por mim, neste blog. Porém, achei que era boa oportunidade de mostrar a sua música em todo o seu esplendor. 

Não sei bem como, mas sinto-me em sintonia profunda com ela, embora eu não seja argentino, nem de qualquer outro país da América Latina. Mas, isto só é possível, tal como para outros portugueses e latinos, porque a Cultura Latina é - de facto - a nossa cultura comum, com imensas facetas, dimensões e contrastes. 

Ela, cultura Latina, está distante o suficiente das culturas Germânica, Anglo-Saxónica, Eslava, para se poderem  diferenciar as várias tradições.  Tanto no plano erudito, como no da música popular, noto que os monumentos musicais latinos e anglo/germânicos são perfeitamente  distintos. Ter-se uma boa cultura musical geral, não impede que se tenha preferências estilísticas próprias. 

As minhas idiossincrasias emocionais relacionam-se mais com o Sul e com a Latinidade, embora - por educação e habituação - tenha estudado a boa música anglo-saxónica e germânica (erudita e popular), que tem sido produzida.

Desejo-vos uma boa audição!!

Lista de faixas:

domingo, 21 de junho de 2020

FRANCISCO Iº E OS SEGREDOS DO VATICANO



Tu, que estás lendo estas palavras, provavelmente não possuis uma ideia muito concreta de todos os aspectos encobertos que rodeiam o papado de Francisco. 
- Quem se senta no trono de São Pedro? Que personagem é ele, por detrás da figura promovida pelos meios sociais de massas? 
- Que fios ligam o Vaticano de hoje e de ontem, a muitas intrigas envolvendo o mundo político e económico contemporâneo? 
Todos nós sabemos algo sobre este assunto, mas muito pouco de concreto e, sobretudo, não relacionamos os factos entre si. 

Este inquérito tem uma clara orientação, sem dúvida. Mas, não se oculta atrás de uma espécie de santidade, de falsa objectividade. 
Publico este vídeo de quase 3 horas, porque me parece ser fonte inestimável de informação. Ela vai muito para além da personagem do Papa actual. É um manancial de referências de grande interesse para  compreensão da História. Acredito que outros possam aqui recolher informação válida e relacionar muitos dados entre si.
A perspectiva em relação aos acontecimentos descritos, é a do autor, como é evidente; o facto de eu a publicar não significa total acordo com ela, nem que possa garantir a validade do que é relatado. 

ÍNDICE TEMÁTICO (Abajo link con Fuentes utilizadas) 00:00 - Introducción 07:00 - Primeros años de Bergoglio 12:00 - ¿Quiénes son realmente los Jesuitas? 31:23 - Guardia de Hierro, la Logia P2 y los Años de Plomo 1:14:27 - El Ocaso del Jesuita 1:26:02 - Resurrección: El Giro a la Izquierda 1:32:09 - El Cardenal y los Kirchner 1:39:58 - Camino al Poder 2:03:49 - Golpe a Benedicto XVI 2:19:48 - Francisco I, Rey de Roma 2:40:23 - El Papa Ecologista, la "Primavera Americana" y el Futuro de la Humanidad ||| Aquí un listado con la mayor parte de las FUENTES utilizadas para la realización del Documental: https://drive.google.com/file/d/1om6DtYNrFkFyh2_NkwmotyOu1LDfEIGc/view





terça-feira, 26 de março de 2019

NÃO ESPIES POR MIM, ARGENTINA


WAYNE MADSEN | 20.03.2019
https://www.strategic-culture.org/news/2019/03/20/dont-spy-for-me-argentina.html


Quando um presidente dos EUA incompetente contrata como seu «enviado especial» para mudança de regime na Venezuela o mesmo bufão que, nas suas trapalhadas, ajudou a que o escândalo Irão-Contras rebentasse, pode-se esperar tudo.
Abrams, ao ajudar a canalizar por engano fundos que solicitara ao Sultão de Brunei, que, em vez disso, acabaram por ir parar à conta suíça de um rico armador, chamou a atenção e despoletou a investigação sobre o esquema de cobertura Irão-Contras pelas autoridades bancárias suíças.
A descoberta recente, pelo juiz argentino Alejo Ramos Padilla de que a administração de Trump cooptara o regime direitista argentino do presidente Mauricio Macri para atingir a companhia petrolífera estatal da Venezuela e o regime de esquerda do Uruguai, numa enorme operação de extorsão, exibe todos os sinais do enviado imbecil de Trump para a Venezuela, Elliott Abrams. Quando ele era Secretário de Estado Adjunto para os assuntos do Hemisfério Ocidental, durante a administração de Ronald Reagan, Abrams foi indiciado pelo seu papel no comércio ilegal de armas para o Irão em troca dos reféns americanos, mantidos pelas milícias xiitas pró-iranianas no Líbano. Agora, foi repescado da reforma pelo seu colega neo-conservador, John Bolton, para levar a cabo o derrube do governo do presidente Nicolas Maduro na Venezuela.
Durante o episódio Irão-Contras, o nefasto Abrams, que se auto-denomina perito sobre a América Latina, ajudou a usar os fundos obtidos da venda ilegal de armas ao Irão para comprar, no mercado negro, armas para os Contras da Nicarágua. Ele levou a cabo a operação com a assistência do cartel de droga de Medellin na Colômbia e com o líder panamiano Manuel Noriega. Abrams teria provavelmente cumprido uma longa sentença de prisão pelos seus crimes, caso o presidente George H. W. Bush não o tivesse perdoado, assim como a outros condenados pelo caso Irão-Contras, na véspera de Natal de 1992.
As impressões digitais de Abrams, de Bolton, do secretário de Estado Mike Pompeo e do Senador e membro do Comité para as Relações com o Hemisfério Ocidental, Marco Rubio, estão por todo lado neste escândalo de extorsão, que agora abala a Argentina. O juiz Padilla está direccionando o processo contra o regime de Macri, o qual envolve milhões de dólares, que têm sido extorquidos por aliados de Macri contra alvos de oposição política, assim como coerção de falso testemunho exercida sobre estes alvos. Padilla disse ao Comité de Liberdade de Expressão da Câmara dos Deputados Argentina que descobriu «uma rede para-estatal de espionagem de grande magnitude, ideológica, política e judicial», acrescentando que se tratava de “uma teia de operações de espionagem ilegais, envolvendo forças judiciais, do governo, da segurança, dos poderes políticos e dos media”.
Macri esteve associado como sócio no negócio do imobiliário com a Organização Trump, para construir na baixa de Buenos Aires uma Torre Trump. Embora o projecto não tenha vingado, as relações de negócio entre Macri e seu pai, o italo-argentino milionário Francesco Macri, com a Organização Trump estendem-se, no passado, aos dias em que o pai de Donald Trump, Fred Trump, dirigia a empresa e são famosas. Elas incluíram colaborações para construção de imobiliário em Manhattan e em Buenos Aires. Companhias de fachada, off-shore da empresa Trump Organization e da empresa da família de Macri, o conglomerado Socma, estão presentes em documentos da agora defunta firma de advogados da cidade do Panamá, Mossacka-Fonseca.
O juíz Padilla foi recentemente convidado a testemunhar sobre o escândalo de extorsão pelo presidente do Comité para a Liberdade de Expressão, Leopoldo Moreau. O convite surge depois do presidente do Comité de Contra-Espionagem, o senador Juan Carlos Marino, um fiel adepto de Macri, ter recusado convidar Padilla a testemunhar frente ao Comité a que preside. Moreau classificou o escândalo de extorsão «o mais grave escândalo institucional desde que a democracia regressou à Argentina [em 1983],” acrescentando que é “uma máfia dedicando-se a entalar oponentes, forçando ao seu testemunho falso e espionagem.” Padilla indicou como executantes da operação de extorsão, o Delegado Público Federal Carlos Stornelli, o seu próximo associado, Marcelo d’Alessio, os serviços secretos argentinos, a “Agencia Federal de Inteligencia”(AFI), o chefe da AFI, Gustavo Arribas, duas mulheres-congressistas de direita — Elisa Carrió e Paula Olivetto da Coalição Cívica pró-Macri — e o diário de direita, “Clarín”.
D’Alessio foi preso a 15 de Fevereiro deste ano. Nas 22 horas de gravações audio e video incriminatórias de d’Alessio, este declarou ter recolhido 12 milhões dólares, em subornos de indivíduos que tinham sido ilegalmente sujeitos a chantagem, desde Agosto de 2018. Quanto a Stornelli, pensa-se ter ele conduzido a operação de extorsão com conhecimento e encorajamento da Ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Stornelli recusou comparecer diante do juiz Padilla ou a entregar seus telemóveis, como lhe tinha sido ordenado judicialmente. O indivíduo que seria o presumido «colector» de fundos destas operações, Salta Mayor Gustavo Sáen, próximo aliado de Macri, forneceu os seus telemóveis pessoais a Padilla.
Padilla, que tem estado sob intensa crítica dos media pró-Macri, tem sido descrito, por alguns, como o equivalente na Argentina de Robert Mueller, o Conselheiro Especial dos EUA, investigando Trump.
Padilla revelou que d’Alessio trabalhou para a CIA e que tinha na sua posse documentos da embaixada dos EUA em Buenos Aires, manuais da CIA sobre agentes encobertos na Argentina e na Venezuela, e armas licenciadas nos EUA. Os textos de mensagens usando WhatsApp, extraídas do smart-phone de d’Alessio, tinham a ver com espionagem contra o Uruguai, chantagem para obrigar a fazer falso testemunho contra o governo de Maduro de Venezuela, a que submetera um advogado da “Petróleos de Venezuela, S.A.” (PdVSA), a companhia estatal venezuelana de petróleos, cujos activos foram tomados pela administração Trump, e de ter enviado relatórios, via mala diplomática, a um centro de espionagem dos EUA, no Estado do Maine, onde  está situado o «US Navy’s Very-Low Frequency Navy Communications Station», na cidade de Cutler. Padilla disse que, na busca a casa de d’Alessio’s na cidade de Esteban Echeverría, “Encontrámos documentos, ficheiros de serviços secretos, blocos de apontamentos com dados detalhados sobre filhos, esposas e parentes daqueles que estavam a ser alvo de chantagem, aparelhos para espionagem como câmaras ocultas, drones, uma arma que chamou a atenção de todos” Padilla estava obviamente a referir-se à tentativa de assassinato falhada contra o presidente venezuelano Nicolas Maduro em Agosto passado, operação relacionada com os operativos da CIA, baseados na Colômbia. A operação visando a PdVSA era uma tentativa, em parte, de falsamente ligar a empresa ao tráfico de drogas e de armas e outras operações ilícitas para acusar o presidente Maduro e seu antecessor, Hugo Chavez, de envolvimento em tais operações. Padilla descobriu que a operação para denegrir Maduro e Chavez envolvia não apenas d’Alessio e a CIA, mas igualmente a DEA, a agência dos EUA de combate à droga. A operação, com o nome de código “OPERATION BRUSA DOVAT,” envolvia o anterior director da PdVSA, Gonzalo Brusa Dovat, um cidadão uruguaio, e enquadrava-se no plano global da administração Trump para congelar os bens da companhia de petróleos venezuelana no estrangeiro. Outras mensagens de texto de d’Alessio revelavam uma armadilha para comprometer o ministro das obras públicas Julio de Vido e seu secretário, Roberto Baratta, utilizando dados roubados por um operacional da NSA (National Security Agency dos EUA) David Cohen, que trabalhava para “Energía Argentina SA” (ENARSA), a agência estatal argentina da energia. Cohen foi constituído arguido pelas autoridades argentinas a 8 de Março. Padilla também descobriu o envolvimento dos serviços de espionagem de Israel na operação para-estatal de extorsão.
Padilla revelou que a operação de extorsão visava também a actual senadora da oposição e ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner e vários proeminentes jornalistas anti-Macri.
Também se descobriu no telemóvel de d’Alessio mensagens de texto de membros da equipa de Trump na Casa Branca, oferecendo a Macri «apoio mediático» (“media coaching”) para sua campanha de re-eleição de 2019. O ex-estratega principal de Trump, Steve Bannon deu assistência efectiva ao presidente neo-nazi brasileiro Jair Bolsonaro, durante a sua campanha vitoriosa de 2018. Em Fevereiro deste ano, Bannon designou o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, um senador brasileiro, como o chefe para a América Latina da organização mundial fascista, chamada «O Movimento».
A operação conjunta da Argentina/CIA/Israel, centrava-se na tentativa de comprometer o governo de esquerda da “Frente Amplio de Uruguai” do presidente Tabaré Vázquez, numa falsa ligação à missão comercial iraniana operando no Uruguai. D’Alessio tinha em sua posse, segundo foi revelado, correspondência com cabeçalho da embaixada dos EUA em Buenos Aires e com cabeçalho do ministério da defesa de Israel. A ligação forjada ao Irão foi utilizada como justificação para uma operação ilegal de vigilância dos políticos da Frente Amplio, incluindo o presidente Vázquez, o antigo presidente José “Pepe” Mujica e sua esposa, a actual vice-presidente Lucía Topolansky.




Havia alegações falsas nos ficheiros guardados por d’Alessio de que a missão comercial iraniana no Uruguai estava fazendo negócios com a Argentina, através duma companhia russa de fachada. A informação forjada terá sido fornecida aparentemente pelos serviços secretos de Israel, o MOSSAD. D’Alessio foi identificado por Padilla como fazendo parte de uma operação visando o Hezbollah libanês. Descobriu, sem surpresa, que d’Alessio estava em ligação com o presidente da câmara de comércio Argentina-Israel em Buenos Aires.




As revelações de Padilla levaram o juiz de instrução uruguaio do crime organizado, Luís Pacheco, a afirmar que poderá solicitar mais informação sobre o escândalo das extorsões ao governo da Argentina.




Está-se perante a possibilidade de tentativa de golpe contra o presidente Vázquez, ajudada e avalizada pela CIA e a Casa Branca de Trump. A 13 de Março, Vázquez demitiu o comandante-chefe do exército, General Guido Manini Ríos, por este ter criticado os julgamentos de oficiais culpados de violações dos direitos humanos na ditadura militar uruguaia, por se ter reunido com políticos direitistas de oposição, e mais grave ainda, por ter visitado Bolsonaro, que elogiou ditaduras militares passadas do Brasil e doutras nações latino-americanas, incluindo o Uruguai, a Argentina e o Chile.




A CIA, dirigida pela defensora da tortura, Gina Haspel, tornou-se a tropa de choque do exército que serve os desejos de Trump e as escuras políticas neo-conservadoras de Bolton e de Pompeo. É claro que Abrams, Bolton, Pompeo, Rubio, Bannon e seus protegidos, incluindo Macri e Bolsonaro, estão a tentar recriar a OPERAÇÃO CONDOR dos anos 1960, 70 e 80, uma aliança dos serviços secretos das ditaduras da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, que eram os membros titulares, enquanto o Equador e o Peru eram membros associados. Dezenas de milhares de militantes de esquerda foram perseguidos e executados, na época da Operação Condor, que operava em plena concordância e com participação da CIA.




O regime de Macri respondeu às revelações de Padilla perante a câmara dos deputados da Argentina iniciando um processo de impugnação contra o juiz. O ministro da justiça requereu formalmente ao Conselho da Magistratura, que tem autoridade sobre os juízes, para abrir uma investigação formal a Padilla. Padilla foi sujeito a uma campanha perversa de difamação nos media argentinos pró-Macri, com alguns críticos questionando mesmo seu serviço militar durante a guerra das Malvinas contra os britânicos. Padilla, neste ponto, não difere de Robert Mueller, cujo serviço no Corpo de Marines no Vietnam também foi questionado pelos aliados de Trump.

TRADUÇÃO DE MANUEL BAPTISTA 


domingo, 2 de setembro de 2018

COLAPSO DAS MOEDAS DOS PAÍSES EMERGENTES

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Os mercados de divisas são ordens de grandeza maiores que os mercados de acções, ao nível mundial. As moedas da Argentina (peso), da Turquia (lira) e da Índia (rupia) e muitas outras, estão a perder da ordem de 40 a 60% em relação ao dólar

                         Turkish lira external dollar debt

Isto significa que existe, ou vai existir dentro pouco tempo, hiperinflação nestas economias. As pessoas e as empresas estão a ser fortemente atingidas. 

Os países a braços com esta crise monetária, que se traduz na desvalorização súbita da sua moeda nacional, tinham pedido emprestado grandes quantias, sob forma de emissão de obrigações soberanas denominadas em dólares. Beneficiando de taxas de juro muito baixas, preferiram endividar-se, nessa altura, em dólares.
Agora, as taxas de referência da FED estão a subir, o dólar está a experimentar um movimento ascendente. Um outro factor para isso, é a entrada de maiores quantidades de dólares nos EUA por repatriamento das grandes multinacionais, beneficiando de perdões fiscais e garantias, assim como de taxas e impostos mais baixos. 

No conjunto, os países periféricos (emergentes) e mesmo a economia da China, a segunda potência económica mundial, estão em maus lençóis, porque importaram a inflação, que os EUA exportou. 
Ao pagar em dólares bens e serviços ao resto do mundo, dólares esses imprimidos a custo zero, os EUA não apenas possuem sobre o resto do mundo um privilégio exorbitante, devido ao facto de serem a moeda de reserva, como têm meios de controlar os mercados e de usar o dólar como uma arma: Assim o fizeram recentemente, com a Turquia, como têm feito, ao longo dos anos, com a Rússia, o Irão e com quem ponha em questão a sua hegemonia mundial.   
Mas agora, tanto o Irão como a Turquia estão a encontrar processos de comerciar usando a troca directa, ou contratos feitos nas respectivas moedas nacionais. O modelo para tornear - há alguns anos atrás - as sanções e a guerra económica, foi o da compra de petróleo pela Índia ao Irão, usando como pagamento  ouro, comprado ou depositado na Turquia e entregue a bancos privados iranianos.

 Vários mecanismos para contornar as sanções estão de novo a funcionar, mas agora não apenas relativamente ao Irão. O processo desenvolvido pelo Irão, serviu de exemplo e modelo para muitas situações. Agora, mesmo sem sanções, os parceiros comerciais não desejam mais ter bancos de Wall Street como intermediários obrigatórios, como é o caso, quando as trocas são saldadas em dólares. 
O mesmo se passa com a criação de sistemas internacionais de pagamento alternativos ao SWIFT, o qual é controlado pelos EUA.

Quanto a repercussões desta crise das divisas dos países emergentes, talvez a mais grave e que tem merecido mais atenção seja relativa ao efeito sobre os bancos europeus, particularmente espanhóis, franceses e italianos, muito expostos à dívida soberana turca e à doutros países emergentes. 
Muitos bancos europeus (a começar pelo Deutsche Bank) estão demasiado expostos aos produtos derivados. Neste contexto, uma desvalorização acelerada de obrigações soberanas dos países emergentes, que eles detêm em grande quantidade, significará - para muitos - insolvência. 
Esta situação precipita a crise no sector bancário europeu, já muito frágil. A banca italiana, em particular, tem cada vez mais dificuldade em manter uma aparência de solvência. 

A «máquina impressora» (QE = impressão de dinheiro) do BCE (ECB) nunca deixou de funcionar para acudir à banca em dificuldades, porque não tinha escolha. No momento em que o BCE deixar de comprar dívida dos países do sul (ditos «PIGS»: Portugal, Italy, Greece, Spain), os juros desta subirão a pique. Haverá crise, seguida de colapso.

Entretanto, o movimento de ouro do Ocidente para o Oriente prossegue, a um ritmo acelerado. Em pouco tempo, a Rússia, a China e outras potências multiplicaram as suas reservas de ouro, guardadas nos bancos centrais. Igualmente, tem havido uma política dos Estados para incentivar a compra de metais preciosos pelos cidadãos. De qualquer maneira, os orientais nunca deixaram de considerar o ouro e a prata como forma de reserva de valor, de protecção perante uma desvalorização do papel-moeda. 

Quando rebentar o sistema financeiro mundial, baseado exclusivamente na dívida (as divisas são dívida, sem qualquer garantia física por detrás!), o Ocidente ficará pobre e o Oriente rico, quer isso aconteça amanhã, ou dentro de alguns anos. 
É revoltante constatar que uma camada muito diminuta de parasitas, beneficiários do actual sistema, tem conseguido desviar o público - em particular as classes médias - do investimento em metais preciosos, como garantia de preservação do valor das suas poupanças. 
No entanto quem, nos países em crise, adquiriu ouro antes desta crise se declarar, com os seus pesos, as suas liras, rupias, etc., está agora protegido, tem capacidade económica. 
Quem comprou ouro antes da crise, consegue resistir, até em países onde a capacidade aquisitiva da moeda caiu para cerca de metade, desde Janeiro deste ano. 
Quanto às restantes pessoas, elas ficaram brutalmente empobrecidas. Isto é um facto, mesmo para quem tinha «muito», em produtos financeiros, acções, obrigações, depósitos a prazo, etc. Este exemplo, bem meditado, fala por si. 
Se reflectir e procurar documentação, saberá - com certeza - encontrar o melhor caminho para defender o seu poder de compra, o seu modo de vida. 

Perante um tsunami, não devemos esperar pelo último instante, para nos pormos a salvo.

domingo, 5 de agosto de 2018

JOHANNESBURG: CIMEIRA BRICS PLUS

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Não é o facto da média corporativa ocidental fazer um quase black-out sobre a cimeira dos BRICS em Johannesburg, que acabou agora, que nos deve impedir de tomar conhecimento das decisões aí tomadas, das declarações feitas, do que será a grande cartada de uma integração dos países do «Sul global» para responder à hegemonia decadente e ameaçadora de Washington. Por exemplo: quem, no «Ocidente», sabe que a Turquia, a Jamaica e a Argentina foram convidadas de honra na referida cimeira?

Previamente à cimeira, o mundo tomou conhecimento da decisão do Banco Central da Rússia de vender, em Abril passado, basicamente todas as suas reservas em «treasuries» dos EUA, tendo a Rússia um discurso muito claro justificando o referido passo.      
  
               
A desdolarização da economia mundial, significando com isso que a divisa dos EUA deixa de ser «a moeda de reserva» internacional, tem consequências muito amplas ao nível da perda de controlo por uma potência do grosso do comércio e operações financeiras mundiais. 
Não menos significativa é a consciência clara de que os EUA deixaram de ser um parceiro fiável, como se pode constatar com a desastrosa retirada dos EUA do acordo multi-países que teria permitido levantar as sanções do «Ocidente» ao Irão. Esta retirada foi claramente um triunfo do lóbi sionista nos EUA, o lóbi com mais forte  influência na política internacional dos EUA.  
O Irão tem muito a ver com o acrescento «Plus» na designação dos BRICS. Sendo um país estratégico para a nova rota da seda, tem vindo a aproximar-se do eixo Pequim-Moscovo, sendo certo que irá - em breve - aderir formalmente à OSC Organização de Cooperação de Xangai. Igualmente, o Irão tem sido decisivo na resolução da tragédia da Síria, participando com a Rússia na Conferência de Astana, destinada a dar um futuro político a esse país, após uma guerra civil de sete anos.

As pessoas têm tendência a só atenderem às questões que são ventiladas na grande média: mas esta está, desgraçadamente, ao serviço das grandes corporações e do poder imperial. De maneira que o público dos países ditos «desenvolvidos» e «democráticos», perdeu acesso verdadeiro à informação, não tem portanto instrumentos reais para avaliar o mundo de hoje com realismo e formar um conceito próprio sobre a maneira como os dirigentes têm conduzido as políticas na arena internacional. 
É essa, precisamente, a razão de ser da fraca cobertura e do silêncio dos comentaristas de serviço, no caso da cimeira dos BRICS em Johannesburg e das decisões estratégicas que seus protagonistas têm adoptado, neste e noutros fórums que a precederam.