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terça-feira, 28 de setembro de 2021

[Yuja Wang] «Gretchen am Spinnrade» de Schubert / Liszt (e outras peças)

Esta transcrição pianística de Liszt, sobre um Lied muito célebre de Schubert, deve ser escutada no contexto literário que enforma a peça. Sobretudo, deve-se ler a versão original, com os versos do «Fausto» de Goethe, uma passagem em que Margarida (Gretchen) está na roda de fiar (Spinnrade).
Em cada peça [Gretchen am Spinnrade, Auf dem Wasser zu singen, Erlkönig] apresentada neste vídeo, Yuja Wang dá-nos uma interpretação leve, expressiva e totalmente adequada ao contexto emotivo/musical.



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Sumi Jo interpreta «AN DIE MUSIK» de SCHUBERT



Sumi Jo possui uma voz excepcional, com uma gama extensa e uma grande riqueza de timbre. 
Aprendi a apreciá-la ouvindo um CD que me foi oferecido há muitos anos: «Journey to Baroque». 

Esta versão do lied de Schubert é muito boa, embora existam várias outras que poderia ter seleccionado. 

                                
                                     Manuscrito de «An die Musik» (*)
 
                               (*https://en.wikipedia.org/wiki/An_die_Musik)

Abaixo, a letra (*)  em alemão e tradução em inglês:

Original GermanEnglish Translation
Du holde Kunst, in wieviel grauen Stunden,
Wo mich des Lebens wilder Kreis umstrickt,

Hast du mein Herz zu warmer Lieb' entzunden,
Hast mich in eine beßre Welt entrückt,
In eine beßre Welt entrückt!
Oft hat ein Seufzer, deiner Harf' entfloßen,
Ein süßer, heiliger Akkord von dir,

Den Himmel beßrer Zeiten mir erschloßen,
Du holde Kunst, ich danke dir dafür,
Du holde Kunst, ich danke dir!
You, noble Art, in how many grey hours,
When life's mad tumult wraps around me,

Have you kindled my heart to warm love,
Have you transported me into a better world,
Transported into a better world!
Often has a sigh flowing out from your harp,
A sweet, divine harmony from you

Unlocked to me the heaven of better times,
You, noble Art, I thank you for it,
You, noble Art, I thank you!                                       

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

RICHARD WAGNER Wesendonck Lieder - Traüme

Oiçamos primeiro uma versão de Traüme,  com Jonas Kaufmann e a Orquestra da Ópera de Berlim.

                       


Aqui abaixo, uma interpretação por Jessye Norman, do ciclo completo das cinco peças.

                                

Estas célebres peças dedicadas a Mathilde Wesendonck foram escritas por Wagner sobre poemas da mesma Mathilde, esposa de um dos patronos de Wagner.
Parece que o compositor se apaixonou pela esposa do rico comerciante de sedas Otto Wesendonck. Ao certo, não se sabe se conseguiu consumar os seus intentos. 
Ele escreveu uma carta, que foi interceptada por Minna, esposa de Wagner. 
De qualquer maneira, o ciclo de Lieder sobre poemas de Mathilde é um ponto alto do reportório romântico.


Träume

Sag, welch wunderbare Träume
Halten meinen Sinn umfangen,
Daß sie nicht wie leere Schäume
Sind in ödes Nichts vergangen?

Träume, die in jeder Stunde,
Jedem Tage schöner blühn,
Und mit ihrer Himmelskunde
Selig durchs Gemüte ziehn!

Träume, die wie hehre Strahlen
In die Seele sich versenken,
Dort ein ewig Bild zu malen:
Allvergessen, Eingedenken!

Träume, wie wenn Frühlingssonne
Aus dem Schnee die Blüten küßt,
Daß zu nie geahnter Wonne
Sie der neue Tag begrüßt,

Daß sie wachsen, daß sie blühen,
Träumend spenden ihren Duft,
Sanft an deiner Brust verglühen,
Und dann sinken in die Gruft.


5. Lied der "Wesendoncklieder", vertont von Richard Wagner (1813-1883)
Text: Mathilde Wesendonck, geb. Luckemeyer (1828-1902)

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Sonhos (Tradução)


Diz, que maravilhosos sonhos
Me exaltam o espírito,
Sem se desfazerem
Como espuma vazia no desolado nada?


Sonhos que em cada hora
Em cada dia, florescem mais belos
E que, com a sua mensagem divina,
Me atravessam a mente como bênçãos.


Sonhos que, como raios celestiais
Me penetram a alma
Para nela pintarem uma imagem eterna:
Tudo esquecer, um só lembrar!


Sonhos que, como o sol primaveril
Beijando as flores libertas da neve
E, entre delícias insuspeitadas,
lhes dá as saudações do novo dia,


As faz crescer, desabrochar, espalhar,
Sonhando, a sua fragrância, 
Murchar suavemente no teu peito
E descer, depois, à sepultura.

Poema de Mathilde Wesendonck (1828-1902)