quinta-feira, 16 de julho de 2020

MÁSCARA PROTEGE DO VÍRUS, UM MITO... PROVAS? TÊM SIDO OCULTADAS PELA MEDIA!


Um mito, «validado» apenas pela força coerciva do Estado, é reforçado pelo discurso repetitivo e totalmente acrítico da media. 
A conformidade das pessoas é absurda. 
Usar máscara não confere protecção e tem consequências: redução do teor sanguíneo de oxigénio e aumento do teor sanguíneo de dióxido de carbono. 
Além disso, há uma reabsorção dos vírus expelidos. 
Mesmo o Dr. Fauci reconhece que usar mascara é «sobretudo simbólico». 
Muitas doenças preexistentes podem agravar-se com o uso da máscara. 
Conclusão: o uso de máscara nem sequer é neutral do ponto de vista sanitário; é negativo, visto que coloca graves problemas de saúde.
NOTA 1. As populações do Extremo-Oriente estão habituadas a usar máscara, mas por um motivo completamente diferente: na China, Coreia e Japão existem certos períodos do ano, devido a ventos vindos do Norte, de poluição atmosférica mais intensa, com partículas finas (da combustão de centrais a carvão, de partículas de terra de terrenos arados...) que formam um fog muito nefasto para os pulmões. 
Nestes casos, justifica-se usar máscara, porque essas partículas são de dimensões bem maiores que as micro-gotas que possam transportar vírus. São - portanto - retidas essas partículas de poeiras, numa percentagem elevada. 

NOTA 2. Em Março deste ano, os checos generalizaram o uso de máscaras, tomando a iniciativa de confeccionar artesanalmente as mesmas, na ausência de abastecimento comercial adequado, como referi num artigo deste blog. Agora, neste mês de Julho 2020, houve um concerto-recital de canto lírico, com vários cantores checos (veja aqui): realizou-se ao ar livre, quase ninguém usando máscaras, nem estavam sentados mantendo a ridícula «distância social». 
Serão os checos mais estúpidos, mais inconscientes ou... mais bem informados? 

NOTA 3. O Reino Unido introduz o uso obrigatório de máscara em locais fechados, mas são considerados adequados modelos de máscara que AVISAM na embalagem não servirem para impedir a transmissão do COVID ! Veja aqui

NOTA 4.  RETIRADO DO BLOG DE Martin Armstrong:

 .... «Nevertheless, these tyrannical academics have fooled at least 50% of the American population who think they will die without a mask. Just look at the box and it states it will not protect you from any disease. Yet people wear them as if they will protect against a virus that has a 99% recovery rate anyway. They are pretending there is a second wave when in fact they are now testing everyone whereas the first wave saw testing only when people came forward with some symptoms.»


quarta-feira, 15 de julho de 2020

MEDINDO ACTIVOS FINANCEIROS E MERCADORIAS EM GRAMAS DE OURO

Num artigo anterior, expliquei as vantagens - em termos de avaliação de rendibilidade - de se converter em ouro as quantias em moedas «fiat», pois apenas o ouro dá uma base sólida de conservação de valor, enquanto as moedas «fiat», estão vocacionadas e desenhadas, à partida, para irem perdendo valor com o tempo.
Assim, em relação ao dollar US, o seu valor - em termos de ouro - tem decrescido muito substancialmente, como se pode verificar na figura 1, abaixo, que retraça a evolução do dólar em mg de ouro, no intervalo entre 2006 e hoje.

Figura 1

Mas, todos os activos expressos em dólares, ou noutra divisa «fiat», são sujeitos a um processo semelhante. 
Note-se que o índice mais famoso de acções da bolsa nova-iorquina - o «Dow Jones» - é sujeito à «força estabilizadora» do preço do ouro (ver fig. 2 abaixo), o qual costuma se deslocar em sentido contrário ao das acções cotadas. Sendo assim, a evolução do Dow Jones, numa larga faixa de tempo, parece muito menos espectacular do que se os valores ao longo do tempo forem expressos em dólares.  

                                    
                                                                    Figura 2

Isto permite-nos compreender como são falsas as narrativas que nos pretendem convencer de que investimentos nas bolsas ou em fundos baseados em valores bolsistas são susceptíveis de ganhos espectaculares. De facto, tal não acontece: No longo prazo, o ouro tem superado quaisquer índices de activos financeiros, como o S&P 500, o Dow Jones, índices de obrigações de empresas ou, ainda, as obrigações do tesouro USA...
Nos meses mais recentes, de Abril até agora, Julho de 2020, neste início de grande recessão/depressão, notava-se uma acentuada descida do dólar, em termos de mg. de ouro. Contrariamente ao que é habitual, o preço do euro em mg de ouro é mais sustentado. Isto traduz-se na subida mais acentuada do valor do quilograma ou da onça de ouro, em dólares do que em euros. 

 Ver figuras 3 e 4, respectivamente, da cotação do ouro em euros e em dólares.

Figura 3 (ouro/euros)


                                                             Figura 4 (ouro/dólares)

Penso que estes exemplos falam por si, mas podem-se obter muitos outros dados interessantes sobre o valor em gramas (ou miligramas) de ouro, quer duma série de produtos financeiros, quer de matérias primas e produtos de consumo corrente, no site seguinte: http://pricedingold.com/

O facto de ter sido retirada a equivalência do dólar ao ouro, no início da década de 70 do século passado, contribuiu para uma série de bolhas inflacionárias, que permitiram o forte endividamento dos Estados (incluindo os EUA). 
Porém, agora estamos a começar uma nova era, em que o valor das divisas «fiat» está a ser destruído intencionalmente pelos governos e bancos centrais, sobretudo, nos países do Ocidente. É certo que daí irá resultar uma hiper-inflação. Isso será o final deste sistema monetário, baseado no petro-dólar. 
O que vem a seguir, ninguém sabe, embora as diversas potências e respectivos bancos centrais, estejam activamente a posicionar-se em função do que prevêem ser o futuro, o «great reset».
Em relação às pessoas comuns, aos seus salários, pensões, rendimentos, poupanças... vão sofrer cortes mais ou menos profundos do seu poder de compra. Deve-se compreender que este processo já vem de trás, apenas se acelerando na fase presente. No próximo futuro, virá algo inimaginável para muitos, quando aquilo que era dado como «seguro», se esfumar em nada.

DOCUMENTO REVELA CONSPIRAÇÃO NA BASE DA «PANDEMIA» E DA IMPOSIÇÃO DE VACINA CONTRA O CORONAVIRUS

President of Ghana to Speak at Africa.com Webinar on Crisis Management for  African Business Leaders - VirtualConferenceAfrica.com
Tive acesso a um extraordinário relatório que faz a conexão - oficial - entre a fundação Rockfeller, a fundação Bill & Melinda Gates e o Centro John Hopkins.

Este documento foi divulgado amplamente pelo Presidente do Ghana,  Nana Akufo-Addoo qual fez uma intervenção gravada em vídeo. Nela avisa o povo do Ghana, assim como os outros povos de África e do Mundo.
Veja o vídeo intitulado Ghana President Finally Reject & Exposes Bill Gate Deadly Vaccine For Africa e leia (ver abaixo) o comentário ao referido vídeo.

É hora das pessoas acordarem da letargia induzida pela falsa informação, constante e obsessivamente veiculada pelos media e pelos governos, em especial, no Ocidente.
A sobrecarga de pseudo-informação tem anulado a capacidade crítica das pessoas. Esta «lavagem ao cérebro» impede-as de apreender o significado de certos factos, de seleccionar aquilo que é importante, no momento em que mais necessitam.

===============

CONNECTION BETWEEN THE ROCKEFELLER FOUNDATION, JOHNS HOPKINS AND THE GATES FOUNDATIONS:

In these days of global pandemic we are accompanied and guided by three great protagonists. The question arises: who are these important institutions and how are they related to each other. After all, the life of humanity is now in their hands, especially the WHO and the Bill and Melinda Gates Foundation and their TRUST.

There is an interesting link between these philanthropic guardians.
The 2010 Rockefeller Foundation Lock Step document and the Johns Hopkins Event 201 predicted and experienced a pandemic. The two organizations have a long history of collaboration since 1916, when the John Hopkins School of Hygiene and Public Health was founded with funding from the Rockefeller Foundation. Since then, they have become inseparable.

The Rockefeller Foundation published a document titled Scenarios for the Future of Technology and International Development in 2010. The first scenario was called LOCK STEP and was described as follows: "A world of government control closer from top to bottom and a more authoritarian leadership, with limited innovation and a growing pushback of citizens".
This makes it possible for government leaders to take total control over their citizens as a public health measure - a process that people didn't love very much, but which is psychologically unable to resist, because it is done in the name of their protection. Thus, economies and political structures around the world emerge as a united totalitarian system, with a resentful and unruly population, but which can be effectively controlled by new technologies.
In this scenario, a viral pandemic suddenly appears that quickly infects populations around the world, destroying economies, disrupting the mobility of people and goods, and debilitating global industries and supply chains.
This is where it gets interesting now, because it deals with the connection between the Rockefeller Lock Step scenario and the Johns Hopkins Event 201. The two organizations have a long history of collaboration since 1916, when the John Hopkins School of Hygiene and Public Health was founded with funding from the Rockefeller Foundation. Since then, they have become inseparable.
This shows that the economic and political effects of a pandemic have been carefully studied at the Rockefeller Foundation at least as early as 2010. More recently, a pandemic simulation took place at Event 201, hosted by the Johns Hopkins Center for Health Security in collaboration with the World Economic Forum and the Bill and Melinda Gates Foundation. This occurred six weeks before the first reported coronavirus epidemic. Almost a stone's throw away, he followed the initial phase of the LOCK STEP scenario.
Key Rockefeller and Johns Hopkins researchers involved in the experiments in Guatemala were also behind the now infamous Tuskegee experiments, in which 600 impoverished African American sharecroppers were never informed of syphilis and received placebo rather than treatment.
Part of the story of this collaboration is not pleasant. For example, in the 1940s, 750 victims filed a billion dollar lawsuit against the Rockefeller Foundation, Johns Hopkins Hospital, Johns Hopkins University, Johns Hopkins University School of Medicine, Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health , and the Johns Hopkins Health System Corporation, claiming to have been the driving force behind human experiments in the 1940s in which vulnerable Guatemalan populations were intentionally exposed to syphilis, gonorrhea and other venereal diseases, without their informed consent. The experiments were aimed at school-age children, orphans, psychiatric hospital patients, inmates and conscripts.
Bill and Melinda Gates have now joined this team and, as already mentioned, have co-sponsored Event 201. It is logical that they join in this project. All parties involved are obsessed with shrinking the population. The Bill and Melinda Gates Foundation has granted at least $ 60 million to Johns Hopkins University's Bloomberg School of Public Health to fund the Bill and Melinda Gates Institute for Population and Reproductive Health which is located inside the Johns Hopkins Hospital in Baltimore. In their dictionary, reproductive health means drastically reducing the birth rate.
None of this shows the bad intention of these parts, but the alarm sounds (or should sound) to be cautious when these people and their organizations ask us to trust their judgment and leadership in a health experiment called vaccines, most of which have never been tested for safety and which are all loaded with toxins known to reduce fertility and shorten lifespans. Could it be a hidden way to reduce the population? Think about it.
Sources:

Rockefeller Foundation paper

terça-feira, 14 de julho de 2020

[Manlio Dinucci] SOB A BANDEIRA TRICOLOR QUE ONDULA EM CAMP DARBY


                            
                            FRANÇAIS ITALIANO PORTUGUÊS

Se bem que muitas actividades bloqueadas pelo ‘lockdown’ lutem para recomeçar, após o afrouxamento das restrições, há uma que, nunca tendo parado, está agora a acelerar: a de Camp Darby, o maior arsenal USA no mundo, fora da pátria, localizado entre Pisa e Livorno.
Depois de cortar cerca de 1.000 árvores na área natural “protegida” do Parque Regional de San Rossore, começou a construção de uma secção ferroviária que ligará a linha Pisa-Livorno a um novo terminal de carga e descarga, atravessando o Canale dei Navicelli sobre uma nova ponte metálica giratória. O terminal, com cerca de vinte metros de altura, incluirá quatro trilhos capazes de acolher, cada um deles, nove vagões.
Por meio de carrinhos de movimentação de contentores, as armas recebidas serão transferidas dos vagões para grandes camiões e as que saem dos camiões irão para os vagões. O terminal permitirá o transporte diário de dois comboios ferroviários que, transportando cargas explosivas, ligarão a base ao porto de Livorno através de áreas densamente povoadas. Após o aumento de movimento de armas, já não é suficiente a ligação por canal e por estrada de Camp Darby ao porto de Livorno e ao aeroporto de Pisa. Nos 125 bunkers da base, fornecidos continuamente pelos Estados Unidos, estão armazenados mais de um milhão de projecteis de artilharia, bombas e mísseis (de acordo com estimativas aproximadas), aos quais se juntam milhares de tanques, veículos e outros materiais militares.
Desde 2017, navios de grande porte recentes, capazes de transportar cada um deles, mais de 6.000 veículos e cargas sobre rodas, fazem ligações mensais para Livorno, descarregando e carregando armas que são transportadas para os portos de Aqaba na Jordânia, Jeddah na Arábia Saudita e outros aeroportos do Médio Oriente para serem usadas ​​pelas forças americanas, sauditas e outras, nas guerras na Síria, no Iraque e no Iémen.
No momento em que está em curso a expansão de Camp Darby, o maior arsenal dos EUA no exterior, o título de um jornal online da Toscana, "Era uma vez Camp Darby", explicando que "a base foi redimensionada, devido aos cortes na Defesa, decididos pelo governo USA" e o jornal Il Tirreno anuncia "Camp Darby, ondula sob a bandeira italiana: a bandeira dos EUA foi baixada após quase 70 anos". O Pentágono está a fechar a base, restituindo à Itália, o território na qual ela foi criada? Absolutamente o contrário.
O Exército dos EUA concedeu ao Ministério da Defesa italiano uma porção da base (34 hectares, cerca de 3% de toda a área de 1.000 ha) anteriormente usada como área de lazer, para que fosse transferido o Comando das Forças Especiais do exército italiano (COMFOSE), inicialmente alojado no quartel Gamerra de Pisa, sede do Centro de Treino de Paraquedismo (il manifesto, 5 de Março de 2019).
A transferência ocorreu silenciosamente durante o ‘lockdown’ e agora o COMFOSE anuncia que o seu quartel general está localizado na "nova área militar", de facto, anexada ao Camp Darby, uma base onde o treino conjunto de soldados americanos e italianos está a ocorrer há algum tempo. A transferência do COMFOSE para uma área anexa ao Camp Darby, formalmente sob a bandeira italiana, permite a total integração das forças especiais italianas com as dos EUA, utilizando-as em operações encobertas, sob comando USA. Tudo sob a capa do segredo militar.
Ao visitar o novo quartel general do COMFOSE, o Ministro da Defesa, Lorenzo Guerini, designou-o como "o centro nervoso" não só das Forças Especiais, mas também das "Unidades de Psyops do Exército". A tarefa dessas unidades é "criar o consenso da população local em relação aos contingentes militares empregados em missões de manutenção da paz no exterior" ou seja, convencê-los de que os invasores são os missionários da paz.
O Ministro Guerini indicou, finalmente, o novo quartel general como sendo o modelo do projecto das "Casernas Verdes". Um modelo de "bem-estar e eco-sustentabilidade", que repousa sobre um milhão de ogivas explosivas.

Manlio Dinucci
il manifesto, 13 de Julho de 2020

--------------------------------------------------
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO

segunda-feira, 13 de julho de 2020

«O QUE OCULTAM OS WINDSOR» POR DANIEL ESTULIN

 Podcast Daniel Estulin x Ángel Metropolitano - Os secretos dos Windsor

https://www.buzzsprout.com/332756/2625187-podcast-daniel-estulin-x-angel-metropolitano-los-secretos-de-los-windsor

A família real britânica tem muitos «esqueletos no armário», como aliás, muitas outras famílias aristocráticas e plutocráticas conhecidas. 
Isto não significa que estejamos obsessivamente a seguir todos os escândalos e intrigas dos muito ricos, das cabeças coroadas, dos poderosos. 
Porém, sabemos que existem movimentos «por detrás da cortina» e que as motivações profundas dos actores só são compreendidas num contexto histórico secular ou mesmo milenar de perpetuação do poder. 
Daniel Estulin diz-nos muitas coisas neste podecast, que são, por definição, impossíveis de provar. Porém, a luta entre duas grandes tendências dentro da oligarquia, que domina o mundo ocidental, entre a facção mundialista ou globalista e a facção nacionalista não é fantasia dele. A relação destas facções de poder com a aristocracia e cabeças coroadas é sumamente interessante e reveladora. 
Mesmo que apenas 50% do que conta Estulin estivesse correcto, ainda assim, valia a pena conhecer isso, pois  a media corporativa apenas nos transmite o «glamour», nunca a luta de poder nos bastidores. 
Acreditem, vale a pena conhecer o conteúdo deste podcast, mesmo que não tenhamos qualquer fascínio pelas vidas de monarcas, príncipes, etc.

domingo, 12 de julho de 2020

UM PAÍS EM RUÍNA, À BEIRA-MAR PLANTADO...

                               São João do Estoril - Portugal

Quase todos os dias percorro a pé várias centenas de metros que separam minha casa do apeadeiro de S. Pedro do Estoril. 
No meu percurso, encontram-se três grandes propriedades em ruínas. São mansões, vastos espaços outrora ajardinados, que nada mais são hoje, do que espaços abandonados. 
Vivo nesta zona há mais de vinte anos, pelo que sei que há muitas décadas se perpetua o estado lamentável destas propriedades abandonadas. 
Quantas e quantas outras existem, na minha freguesia? No meu conselho? No meu distrito? No meu país? - Francamente, não sei! 
Mas tenho a certeza que a zona do Estoril, com grande proximidade à praia, à Av. Marginal, à estação de comboio e às zonas de comércio, sem dúvida, tem óptima localização. Mas os terrenos, com as tais ruínas, não estão à venda! 
Ou se estão, não constam em anúncios ou tabuletas indicando isso. Mesmo, quando outros prédios devolutos são postos à venda, são anunciados a preços de tal modo fora do razoável, que ninguém vai tentar comprá-los. Por outras palavras; são frequentes lotes de terreno ou imóveis, colocados formalmente no mercado, mas para os quais se pedem valores completamente fora dos parâmetros desse mesmo mercado. 
Portugal é um país muito lindo e muito belo. Também é muito apetecível para uma casta de parasitas, que vivem da especulação e se abrigam debaixo da manta larga da corrupção, do tráfico de influências, do favoritismo, como sabemos. Por exemplo, o livro «Corrupção» de Eduardo Dâmaso, ajuda-nos a perceber a extensão em Portugal do problema estrutural da corrupção, de que estou falando.
A especulação com terrenos e com imobiliário é um factor de severo atraso, mesmo dentro dos parâmetros mais estritos de uma economia de mercado, vulgo capitalismo! 
Nas sociedades capitalistas mais desenvolvidas não é permitido, dentro da malha urbana ou sub-urbana, mormente nas zonas ditas de «prestígio» social, que se eternizem ruínas monstruosas, inestéticas, perigosas em termos de segurança, até mesmo de saúde pública. 
Como é possível manter ou tolerar, décadas a fio, algo que não está a desempenhar um papel de utilidade como habitação, ou comércio, ou hotelaria, apenas desfeando uma zona, uma paisagem, um centro urbano, dando-lhe um aspecto de decadência. Poderia confundir-se certas zonas urbanas de Portugal como resultantes de guerra, como se tivessem sido bombardeadas!

As pessoas apenas se importam com a sua propriedade, com a sua vivenda, o seu jardim, o passeio em frente da porta ... tudo o resto, deixa-as indiferentes, ou não lhes ocorre que o entorno tenha incidência directa na sua qualidade de vida, no valor da sua propriedade. 
Esta indiferença patológica foi sempre um mistério para mim; tentei várias explicações:
- o atraso cultural, o facto de ser um povo excessivamente individualista, ou ainda um reflexo herdado dum longo regime fascista, em que as pessoas dissociavam a figura do Estado, a Coisa Pública, das suas próprias vidas... «O Estado são eles, nós temos a nossa vida e isso não nos diz respeito...» 
Uma certa tendência para a passividade, para o conformismo, ou mesmo fatalismo... Enfim, não posso explicar; é algo que está para além da minha compreensão. 
O que sei é que isto não existe noutras nações europeias ocidentais, com regimes - supostamente - idênticos, em termos de ordenamento jurídico geral. 
As forças políticas estão corrompidas e essa corrupção exprime-se pelo não exercício do poder, quando ele é requerido e necessário. Mas são capazes de exercê-lo, pelo contrário, de forma arbitrária e prepotente, impondo a sua vontade. Actuam como pequenos senhores feudais - pondo e dispondo - sem consideração pelos interesses dos munícipes, a não ser para aqueles que lhes subsidiam as campanhas eleitorais...
Parece incrível que as coisas se passem assim, mas um sintoma claro disso está bem à vista: basta ver os prédios, propriedades, edifícios que estão em ruína, no centro de cidades ou em zonas de grande interesse turístico, que, pela lógica capitalista, deveriam ser «postos a render».

A razão disto permaneceu obscura para mim, até que comecei a investigar mais a fundo.
- Muitas vezes, quando perguntava a alguém, recebia a explicação do «desentendimento entre herdeiros», como causa para tal ou tal palacete ou vivenda estar - há décadas - em ruína e ninguém comprar e reconstruir, ou fazer algo de novo nesse espaço. 
Isso são explicações que surgem como forma de não explicar nada. Não digo que pontualmente, não possa haver casos em que esteja - de facto - envolvida uma herança. Mas, uma propriedade mal gerida ou abandonada é-o na mesma, quer o título de propriedade esteja nas mãos de um só ou de vários!
- Não! Os verdadeiros motivos são outros:
Os municípios e o Estado têm o poder de expropriar qualquer bem ou propriedade, por utilidade pública. Neste conceito (nada revolucionário, amplamente usado no tempo de Salazar!), as propriedades abandonadas, em ruína, são obviamente expropriáveis porque são um prejuízo e um risco, a vários títulos: é frequente haver incêndios nestes locais, que se propagam; são insalubres, fonte de contaminações de bactérias, vírus e parasitas; muitas vezes, são usadas como «caixotes de lixo». Os vizinhos dessas ruínas estão a ser obviamente prejudicados de múltiplas maneiras.

- Quem lucra com este abandono? 
Em termos de oferta e procura, se houver uma diminuição do espaço disponível, se houver menos edifícios ou zonas edificáveis no mercado, as que estão, efectivamente, à venda vão aumentar de preço ou este irá manter-se alto, devido ao efeito de escassez artificial daí decorrente. Este efeito, será tanto mais acentuado, quanto a zona for mais cobiçada, como é o caso de zonas turísticas, ou de «prestígio».
Os bancos concederam empréstimos que, numa parte grande, consistem hoje em «malparados», ou «incobráveis»: estes empréstimos, feitos em períodos de expansão do crédito, foram muitas vezes garantidos com propriedades sobre-valorizadas. Este fenómeno é corrente, devido à corrupção existente dentro das próprias instituições bancárias. 
Se um imóvel, dado como garantia, fica nas mãos de uma instituição bancária, esta pode tentar vendê-lo. Mas os bancos - em si mesmos - não estão vocacionados para «negócios imobiliários». Então, criam ou têm participações em fundos imobiliários, com múltiplas propriedades. Destas, algumas estão à venda, outras apenas mantidas «em stock». Servem como reserva de valor, o que permite à entidade financeira fazer especulação. Note-se, estamos a falar de entidades financeiras. Os activos (imobiliários) detidos em carteira, permitem-lhes alavancar, ou seja, pedir emprestado somas equivalentes a várias vezes o valor que dão como garantia. Tais negócios são habituais, no sector bancário e no imobiliário empresarial. Assim funciona grande parte dos negócios, neste país.
Finalmente, os proprietários de terrenos, vivendas, andares ou prédios,  podem - aqui, nesta terra - tratar esse capital como se fosse uma «relíquia de família», um «objecto pessoal», uma forma de «investimento passivo»: sobretudo, porque não existe qualquer penalização - na prática - se uma propriedade for deixada ao abandono. As leis, elas  existem, mas não se aplicam ou, quando se aplicam, é numa dose mínima, que não se pode coadunar com a boa gestão urbana. 
É um complexo de causas que tem a ver com o atavismo do povo, por um lado e, por outro, com a cobardia e venalidade de agentes das Autarquias e do Estado. Isto envolve muita gente; há uma espécie de «conspiração do silêncio». Não querem ser eles a tomar a medida «desagradável» de expropriar, mesmo que a boa gestão dos espaços urbanos o imponha. 
Neste cantinho da Europa, as pessoas - em vez de se indignarem com o estado em que ficaram os centros das cidades e outras zonas mais prestigiadas, em vez de atribuir isso à corrupção reinante, à incompetência, ao compadrio, à criminalidade de colarinho branco -  aceitam facilmente este estado de coisas. 

Neste contexto actual de «pré-campanha» autárquica, não apelo ao voto, seja em quem for. Apelo - sim - a que os cidadãos se unam em associações de vizinhos, examinem os casos concretos de propriedades abandonadas, que existem em todos os municípios deste país, os tornem visíveis, publiquem, falem deles e exijam que os candidatos se pronunciem. O poder autárquico, seja ele qual for, deve actuar - dentro da lei - para restituir ao espaço urbano sua função e dignidade. 
Com efeito, deixar que se mantenham vivendas, palácios, prédios, terrenos ao abandono, não é «respeitar o direito sagrado à propriedade privada»; é permitir que se faça uso abusivo de um bem privado, mas que não deixa de ter uma componente social
Se somos proprietários de um andar, um prédio, uma moradia, etc., isso não acontece no meio dum deserto! Somos donos dessa propriedade num centro urbano ou rural, numa freguesia... Mas, as infraestruturas, os acessos, os serviços, a valorização dessa mesma propriedade, são resultantes de toda uma série de bens e serviços da colectividade
Os vizinhos têm o poder de accionar os tribunais, quando os proprietários ou a autarquia deixam ao abandono propriedades, visto que isso está a afectar directamente a sua qualidade de vida.  
Se esta causa fosse para a frente, haveria mais trabalho, sendo possível restituir a utilidade social das propriedades, mediante reconstrução ou restauro, para serem transformadas em habitação, hotelaria, comércio, ou edifícios culturais; em qualquer dos casos, iriam gerar riqueza na comunidade em que se inserem. 
Se houvesse esta mudança na percepção do público em geral, o próprio poder político central teria de responder. Não poderia deixar ficar as coisas como estão.
Enquanto o despertar não ocorrer, vai-se perpetuando o grotesco e triste espectáculo no país: 
                  um país em ruína, à beira-mar plantado... 

PS 1: Uma amiga minha enviou-me e decidi incluir a reportagem de Graça Henriques neste artigo, porque vem ilustrar ao pormenor tudo aquilo que eu referia no meu artigo, «Um País Em Ruína À Beira Mar Plantado»»: 


   

sexta-feira, 10 de julho de 2020

[OBRAS DE MANUEL BANET] «SÓ ME RESTA ALUCINAR»

               Fenêtre Paysage Vue De Loin - Photo gratuite sur Pixabay

Só me resta alucinar de ver a realidade em frente
A realidade sem fardo ou cenário pintado
A realidade como a que vejo pela janela
A que tão bela me penetra na alma
Serpenteia pelo cérebro como serpente
Lasciva serpente que enrodilha o tronco,
Sussurra sem mal, sem perfídia nenhuma
Nem qualquer suspeita de romantismo
Apenas assim, como é
Como a corda da guitarra que vibra
Ela está em consonância comigo 
E eu com ela, simplesmente sem pensar
Assim de chofre como o azul sem mácula
Deste céu de Verão, acima do muro branco
Das traseiras.

Não esperem algo sobrenatural, não
A realidade das cores e a densidade dos sólidos
Estão para meu entendimento
Como a superfície para a espessura
Como o reflexo para a laguna
Não tem outro mistério, que o de tão aberto
Estar a todos... e se todos são cegos
Que culpa tenho eu, que culpa tens tu?

Já sei que não sei pintar uma paisagem
Mas será para isso que escrevo?
Ou para produzir um milhão de ruídos,
sons, cores, pedras e odores
Da realidade em que me passeio
Pelo sonho de estar aqui sentado e escrevendo
Este chorrilho de palavras e imagens
Soltas.
Que o vento as leve, mas as leve mesmo
Que não fiquem
Aqui, nem por mais um instante!
Que levantem voo, ou serpenteiem ou se escapem
como fumo de lareira pela chaminé
Ou ainda, como a osga que me visitou ontem

Porque só as coisas naturais me importam
Só as coisas e seres que não tenho
De explicar porque elas são
Existem por si e para si
Não preciso de teorias para as entender
Até para dialogar com elas
Portanto, só a realidade me interessa
E o mais é ilusão, cansaço, tédio
Falso esplendor e pouca vergonha
Nada que valha a pena ser meditado

Dizia que a realidade me entra pela janela adentro
Mas ela também jorra de dentro de mim
Para fora
Sim; a verdade é que estou envolvido
No que vejo e percepciono.
Nada que não soubesse!
De momento, estou pouco interessado em filosofar
E menos ainda em filosofar o olhar, o ver

A realidade apresenta-se a mim: eu bebo-a
Sou ébrio de beleza
No estado puro, forte licor de realidade
Incomensurável, estarei sempre sedento de ti
Enquanto estiver cá, neste Mundo
Para além de todas as palavras que eu possa dizer
Para além dos equívocos que delas possam surgir
Para lá também da moral e dos ritos sociais
Contemplo o mar, o meu mar, o céu, o meu céu
A terra, a minha terra, a floresta, a minha floresta
Tudo o que existe
Porque tudo o que existe, eu me aproprio

E não preciso de pedir licença
É o bem de todos, que eles o aprendam também
E dou graças a Deus, pelo que me deu
Sem jogos ou negócios, pagas ou empréstimos

Ele dá verdadeiramente de graça.
Só Ele dá de Graça!
E como não sou nada fora da natureza,
Sou inteiramente criatura Dele
Faça o que fizer, estarei sempre na Sua mão.