O provérbio do título* apropria-se à situação de governo e elite dos EUA tentarem desviar a atenção do público e, com a conivência da media «mainstream», tentarem desencadear uma onda de histeria anti-chinesa.
Infelizmente para eles, as pessoas ainda têm recursos para conhecerem os factos por detrás de um ecrã de propaganda:
Cito aqui três órgãos muito mais fidedignos do que quaisquer gigantes da media.
«Moon of Alabama», um blog mantido por um anónimo, que tem permitido ver muito da propaganda que se tem espalhado nesta guerra híbrida mundial, quer seja contra os regimes iraniano, russo, ou chinês.
Unz Review, um site que congrega muitas opiniões e informações censuradas no mainstream, quer sejam com conotações de direita ou de esquerda. Um antídoto para o pensamento único, simplista e totalitário do mainstream.
O blog «The Saker» (em vários idiomas): alojado na Islândia, tem mostrado como a propaganda da media nos induz em erro, sistemática e propositadamente. A pessoa responsável pelo blog é um americano de origem russa. Tem afirmado a sua posição conservadora. Podemos ler nele as crónicas do jornalista brasileiro radicado em Hong Kong, Pepe Escobar:
Baseando-me nestas e noutras fontes, tenho hoje a convicção de que o vírus causador do Covid-19 não foi produto de engenharia genética dum laboratório chinês, como o instituto de virologia de Wuhan.
Para acrescentar injúria à dor da epidemia que fez tantos mortos e doentes na China, assim como a retracção catastrófica da sua economia, os dirigentes americanos vêm alegar mentiras e suscitar uma campanha desabrida de propaganda.
O objectivo é duplo, o de manter a sua população crente na narrativa do governo de que foram tomados de surpresa e não foram avisados atempadamente pelas autoridades chinesas; portanto, atribuindo a catástrofe sanitária nos EUA a agentes exteriores maléficos, ao «governo chinês comunista».
O outro objectivo é o de fazerem pressão e intimidação, para avivar a guerra híbrida que têm levado a cabo contra a China (já antes de Trump ascender à presidência, lembrem-se do «pivot to Asia» de Obama, destinado a fazer o cerco à República Popular da China). No meio desses conflitos, os regimes ocidentais da UE e outros, não terão coragem (calculam os americanos) de estabelecer relações mutuamente vantajosas com a China e vão sujeitar-se, temerosos, a participar nas guerras híbridas ordenadas por Washington.
Perante o colapso económico, agravado pela falência total da indústria de petróleo de xisto (consequência não intencional do estado de «lockdown» em metade do planeta) existirá a tentação de uma fuga para a frente, ou seja, de uma guerra cinética com os seus principais rivais ao nível mundial, com efectiva possibilidade de desencadear o Apocalipse nuclear.
No entanto, pessoas com influência nos diversos países, incluindo nos EUA, como Paul Craig Roberts ou muitas outras, têm vindo a desmascarar as falsidades, desde os pseudo ataques químicos do governo sírio de Assad, até à delirante pseudo-conjura do «Russiagate», o que mostra, afinal, a crescente ineficácia da propaganda da media ao serviço do poder e do próprio poder. Com efeito, embora consigam iludir - momentaneamente - largas fatias da opinião pública, estão - em simultâneo - a perder toda a credibilidade no médio/longo prazo, em especial, junto das pessoas não-«radicais».
Além do sofrimento causado directamente pela epidemia de Covid-19, também a saúde mental de muitas pessoas pode ser profundamente afectada pela exposição à propaganda sobre o vírus, misturada com a propaganda belicista, com tonalidades racistas (anti-chinesas, neste caso) e anti-comunistas.
Ninguém merece ser enganado e tratado como carne para canhão. Porém, é aquilo que os neocons - que dominam o aparelho de Estado de Washington - querem. A sua loucura deve ser reconhecida como tal pelas pessoas sensatas, independentemente de suas posições ideológicas.
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*«Quem tem telhados de vidro, não deve lançar pedras aos telhados dos vizinhos»