sábado, 8 de julho de 2017

BILDERBERG E A GESTÃO DO MEDO


Cristina Martin Jimenez denuncia a enorme manipulação, com provas substanciais, que os «senhores do mundo» têm levado a cabo: não se trata de «teoria» da conspiração, mas de conspiração desmascarada!


Sarah Vaughan / Charlie Parker - All the Things You Are

Jerome Kern e Oscar Hammerstein II compuseram e uma pleiade de interpretes deram vida a este clássico do jazz.

Aqui deixo duas interpretações; são - para mim - modelos! São perfeitas em si mesmas!



You are the promised kiss of springtime
That makes the lonely winter seem long
You are the breathless hush of evening
That trembles on the brink of a lovely song
You are the angel glow that lights a star
The dearest things I know are what you are
Some day my happy arms will hold you
And some day I'll know that moment divine
When all the things you are, are mine



sexta-feira, 7 de julho de 2017

ERROLL GARNER - THEY CAN'T TAKE THAT AWAY FROM ME


There are many many crazy things
That will keep me loving you
And with your permission
May I list a few
The way you wear your hat
The way you sip your tea
The memory of all that
No, no they can't take that away from me
The way your smile just beams
The way you sing off key
The way you haunt my dreams
No, no they can't take that away from me
We may never never meet again, on that bumpy road to love
Still I'll always, always keep the memory of
The way you hold your knife
The way we danced until three
The way you changed my life
No, no they can't take that away from me
No, they can't take that away from me
Written by Ira Gershwin, George Gershwin 

Esta célebre canção dos anos 30, composta por Ira e George Gershwin, foi interpretada por quase todas as celebridades do jazz, como Billie Holiday, Frank Sinatra ou Ella Fitzgerald

Também estrelas do jazz instrumental - como Art Tatum e outros - nela se inspiraram para executarem originais improvisos.

Mas, ao fim e ao cabo, a versão que gosto de ouvir repetidas vezes é esta, a de Erroll Garner.


quinta-feira, 6 de julho de 2017

O PROBLEMA COM AS ALDEIAS POTEMKIN


Potemkin era primeiro-ministro da Tsarina Catarina da Rússia, que reinou na segunda metade do século XVIII.
 As aldeias Potemkin eram estruturas de madeira, pintadas com cores vistosas, reproduzindo as fachadas de casas, ao longo das estradas que atravessavam aldeias, pelas quais a Tsarina e sua comitiva passavam, de coche ou de trenó. Eram apenas cenários postiços, não deixando ver a miséria das choupanas por detrás, escondendo a realidade da vida nos campos.
A partir desse momento, começou a utilizar-se a expressão «aldeia Potemkin» para designar, num sentido mais ou menos metafórico, quaisquer esquemas mediáticos que pintem de cores risonhas as realidades da sociedade e sobretudo da economia, num determinado país.
Isto vem a propósito da constante degradação em termos económicos reais da situação de vários países ditos do «Ocidente» (nos quais se inclui também o Japão) acompanhada de uma barragem de propaganda pelos diversos media convencionais, a propalar o mito de que existe um «crescimento» económico, de que há significativa diminuição do desemprego, tanto nos EUA como na Europa, que os problemas com a dívida, não são inultrapassáveis, etc. etc.

A realidade, porém, é outra:
- O «Quantitive Easing»(QE), ou seja, a impressão monetária, que os diversos bancos centrais do «campo ocidental» têm realizado, tem estado a distorcer toda a estrutura do crédito: os países mais endividados e com problemas económicos estruturais, graças à compra sistemática da sua dívida pelos bancos centrais (nomeadamente, os países do sul da Europa, cujas emissões de dívida são compradas em larga escala pelo ECB) beneficiam de um juro baixo, irrealmente baixo.
- Os países mais fortes emitem obrigações com taxa de juro NEGATIVAS (cerca de 30% DO MERCADO EUROPEU), coisa nunca vista: emprestar dinheiro e pagar à entidade devedora…e não ao contrário!
- A compra discreta de acções, é efectuada pelos bancos centrais (os maiores compradores são o Japão e a Suíça). Esta importante e constante compra pelos bancos centrais de acções, que antes apenas eram transaccionadas entre privados, mantém e aumenta a enorme bolha especulativa nas principais bolsas mundiais. O maior accionista da «Facebook» … é o Banco Nacional Suíço!
- As companhias de seguros, os fundos de pensões, os bancos, são - muito justamente -obrigados pelas legislações e por regras internas a possuírem uma dada percentagem dos seus activos em produtos financeiros com baixo risco. Sendo assim e dada a supressão quase total de rendimento nestes activos, têm de arriscar mais e mais nas bolsas e nos mercados de derivados, para manterem a sua rentabilidade global, o que aumenta exponencialmente o seu risco de falência. Ela já se perfila em vários fundos de pensões, do outro lado do Atlântico.
- Os países ocidentais acordaram em 2014, em Brisbane (Austrália), numa série de procedimentos prevendo a «resolução» de bancos endividados, em que as entidades públicas apenas em última instância têm de entrar com o dinheiro dos contribuintes, sendo estabelecido uma hierarquia de credores. Nesta, os depositantes ficam nos últimos lugares, pois são considerados «credores não garantidos». A existir uma crise, ela será mundial e sistémica, vários bancos entrarão em falência, em simultâneo. Os ditos fundos de «garantia» do Estado para nada servirão: não chegam a cobrir 5% do montante total de contas bancárias.
- As estatísticas estão falseadas, como se pode ver muito claramente no caso dos números do desemprego: se subtrair a população com emprego à população total em idade de trabalhar, dos respectivos países, verá que cerca de metade dessa população (50%!) não trabalha. Isto não se deve a uma opção deliberada destas pessoas, na sua imensa maioria: muitas são pessoas que foram despedidas do seu trabalho, não conseguem novo emprego e acabam por desistir de o procurar. O desemprego jovem atinge níveis de rotura social, pondo mesmo em causa a continuidade das gerações (os casais jovens, não tendo estabilidade financeira mínima, não querem ter filhos, o que é lógico).
- Vários índices que poderiam ser úteis para os atores económicos (caso do VIX) não dão o alerta como deveriam, pois há um excesso de confiança nos mercados, nas bolsas. Pelo contrário, as cotações do ouro e da prata, que são valores-refúgio tradicionais e cuja cotação aumenta quando a situação financeira é menos boa, são suprimidos por agentes dos bancos centrais através da venda em vazio (naked-short-selling) de contratos futuros (biliões de dólares de contratos vertidos instantaneamente, nas horas mortas dos mercados), anulando assim a sua potencialidade de «canário na mina» destes metais.



- O nível de endividamento dos Estados (ver quadro acima), das corporações e das famílias é absolutamente ingerível. A única maneira que banqueiros e governos têm de «resolver» esta situação – além de declarar falência, claro! – é atirar os problemas, que se vão avolumando, para as futuras gerações, ao mesmo tempo que vão desvalorizando a sua própria divisa, emitindo tanta quanto for necessário para fazer «rolar» a dívida, para pagar os juros, etc.  Julgam que, com o tempo, a desvaloziração da moeda reduz a quase nada o valor do capital em dívida… Têm conseguido manter a ilusão de normalidade, mas é impossível fazê-lo sempre pois os juros e o próprio capital em dívida se têm vindo a acumular; basta um «cisne negro» para deitar tudo a perder.
- Entretanto, os que vivem dum salário ou pensão de reforma (a imensa maioria) serão castigados pela inflação: salários e pensões têm (nominalmente) ficado constantes nas últimas duas décadas, no melhor dos casos; porém, a inflação verdadeira, não os valores fictícios dos governos, ronda os 10% nos EUA e na Europa.
- Os contrastes entre ricos e pobres não param de crescer, em especial nos países mais afluentes, o que prova a total falência do modelo económico e social do liberalismo, para o qual não haveria nenhuma alternativa (dizem) dum qualquer tipo de socialismo ou social-democracia.
- Mesmo as propostas menos arrojadas são imediatamente sabotadas, difamadas, o que torna ainda mais prováveis as insurrecções: os governos sabem-no bem, pois têm equipado as polícias de choque, como se se tratasse de verdadeiros exércitos e paulatinamente decretam legislação liberticida,  eliminando todas as garantias de defesa dos cidadãos contra o arbítrio do poder.  

- Tudo o que a casta política - ajudada pela media prostituta - tem feito perante o agravar da crise terminal do capitalismo é erguer novas «aldeias Potemkin» ou, nas já existentes, reforçar os cenários de tela e repintá-los com cores mais vistosas, para que a plebe não-consciente,  alienada e conformada…    permaneça na escravidão.


O problema com as «aldeias Potemkin» é que, ao menor choque, se abrem buracos nas telas de cartão prensado, deixando ver a paisagem verdadeira. 
Aliás, de pouco serve remendar tais buracos: uma rabanada de vento mais forte acaba sempre por derrubar o cenário todo!



[OBRAS DE MANUEL BANET] «Cambridge, Mon Amour»


Vejo e beijo estas pedras vetustas,
Talhadas, de fino grão, âmbar sombreado, 
Como as areias da minha distante costa
Este fino grão ecoa do murmúrio de um salmo

O também fino raio de luz, equação 
Newtoniana cintilação plácida do rio
Gentilmente patrulhado pelos gansos 
Monásticos guardas deste lugar

Olho o crepúsculo, por cima dos torreões 
Sobrevoando colégios e capelas
Farrapos improváveis de fantasmas 
em tons púrpura, bailando e fundindo-se...

Sinto que estás aqui, que me acompanhas...

«Aquele quadro, aquela fonte, aquela esquina, lembras-te?»
Evocarás os breves instantes de Cambridge
Um piscar de olho, uma cotovelada, um puxão de orelha
Abrirão meu rosto, nos meus velhos dias, e sorrirei.

                                                                                                          (06-07-2017)



CONFERÊNCIA POR ROGER SCRUTON - «O VERDADEIRO, O BOM E O BELO»


O Dr. Scruton representa  uma corrente de filosofia sobre estética, que tem sido completamente posta de lado pelas correntes do pós-modernismo, que revela a ligação (óbvia) a meu ver, da estética com a moral (quer individual, quer colectiva).
Uma conferência apaixonante, do princípio ao fim.


quarta-feira, 5 de julho de 2017

A CATEDRAL DE ELY

Este monumento da região de Cambridge é absolutamente ímpar, tanto pela sua monumentalidade - durou três séculos a ser edificado - como pelo enorme significado que encerra para a história de Inglaterra.




Tive imenso prazer em deambular nesta floresta de pedra, onde se sucedem o estilo românico tardio, o gótico primitivo e o gótico flamejante.




 


 Muitas das esculturas de santos que estavam inicialmente em nichos, foram removidas pelos iconoclastas,  fundamentalistas protestantes da época, que consideravam a representação dos santos como uma adoração de imagens e portanto blasfémia e contrária à sã doutrina cristã, segundo eles.

     Só se salvaram umas esculturas lá muito no cimo, praticamente inalcançáveis, no exterior da igreja. 





A capela de Sta Maria era revestida de frisos de altos relevos nas quatro paredes, com cenas do antigo e novo testamento. 

As esculturas foram vandalizadas também nessa ocasião; cortaram as cabeças dos personagens representados, mas as partes dos corpos que restam e as pregas dos tecidos, mostram que foram obra de grandes mestres do final da idade média. 



 Uma bomba destruiu - na II Guerra Mundial - a parte lateral da fachada, a qual assim permanece até hoje.

Apesar de todos os danos do tempo, da incúria, estupidez e selvajaria dos homens, este monumento respira paz. 
Foi concebido pelos monges beneditinos como prece erguida em louvor a Deus. 
Hoje em dia, à distância de um milénio desde o ínicio da sua construção, visitar esta catedral é ocasião de autêntico êxtase perante a harmonia do conjunto.