Este monumento da região de Cambridge é absolutamente ímpar, tanto pela sua monumentalidade - durou três séculos a ser edificado - como pelo enorme significado que encerra para a história de Inglaterra.
Tive imenso prazer em deambular nesta floresta de pedra, onde se sucedem o estilo românico tardio, o gótico primitivo e o gótico flamejante.
Muitas das esculturas de santos que estavam inicialmente em nichos, foram removidas pelos iconoclastas, fundamentalistas protestantes da época, que consideravam a representação dos santos como uma adoração de imagens e portanto blasfémia e contrária à sã doutrina cristã, segundo eles.
Só se salvaram umas esculturas lá muito no cimo, praticamente inalcançáveis, no exterior da igreja.
A capela de Sta Maria era revestida de frisos de altos relevos nas quatro paredes, com cenas do antigo e novo testamento.
As esculturas foram vandalizadas também nessa ocasião; cortaram as cabeças dos personagens representados, mas as partes dos corpos que restam e as pregas dos tecidos, mostram que foram obra de grandes mestres do final da idade média.
Uma bomba destruiu - na II Guerra Mundial - a parte lateral da fachada, a qual assim permanece até hoje.
Apesar de todos os danos do tempo, da incúria, estupidez e selvajaria dos homens, este monumento respira paz.
Foi concebido pelos monges beneditinos como prece erguida em louvor a Deus.
Hoje em dia, à distância de um milénio desde o ínicio da sua construção, visitar esta catedral é ocasião de autêntico êxtase perante a harmonia do conjunto.